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Importância da Leitura na Pesquisa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA 
Centro de Ciências Agrárias 
Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais 
Disciplina: Metodologia Científica e Pesquisa Aplicada 
Professor: Mário Luiz Farias Cavalcanti 
 
 
LEITURA: Tipos, elementos, objetivos, fases e resumos 
 
 
1.1 Leitura 
 
A prática da leitura no Brasil tem tudo a ver com sua história, uma vez que, 
como colônia de Portugal fomos fortemente influenciados por suas imposições. 
Havia restrições do que e de quem poderia ler e, mesmo quem lia, não possuía uma 
cultura voltada a critica do que estava sendo lido. 
O ato de ler era permitido a poucos: os portugueses recém-chegados, os 
senhores e seus filhos, os administradores coloniais, aos jesuítas e ao clero. Em 
suma, só as elites tinham direito à leitura, uma vez que às outras classes só 
sobravam o trabalho braçal e a subserviência. 
 A própria literatura servia às classes dominantes e aos interesses 
metropolitanos. Por isso que, se fosse reconhecido o direito de ler de determinados 
grupos, ele sofreria restrições no conteúdo, que vinha, em geral, da Europa, o que 
significava uma legitimação da doutrina colonialista. 
Embora marcado pela teórica liberdade, o cenário atual não se difere muito do 
colonial. Ainda vemos apenas as elites com os livros e o povo longe deles, o que 
acentua suas diferenças. No que tange ao conteúdo e à qualidade dos leitores 
vemos, também, o mesmo panorama. Apenas as teorias mudaram, mas ainda nos 
querem impor a cultura dos países desenvolvidos e nossas leituras são marcadas 
pela acriticidade. 
Muito resta ainda, pois, a ser melhorado, o que exige uma universalização da 
leitura, para que todos tenham acesso a ela e, a partir dela, melhorar todo o cenário 
nacional. Podemos ver, não obstante, que há sinais que indicam que outra realidade 
começa a despontar, tais como a produção científica universitária e a atuação de 
movimentos populares que buscam a leitura da nossa realidade. Dessa forma, 
começa-se a transforma o aluno, fazendo-o assumir papel de sujeito e não de objeto 
no processo de aprendizagem. 
Ler significa conhecer, interpretar, decifrar. A leitura nos possibilita obter a 
maior parte dos conhecimentos, não só a ampliação, mas também o 
aprofundamento do saber tanto no campo cultural como científico. Ao ler, o ser 
humano seleciona os elementos importantes e, posteriormente pode optar pelos 
mais representativos e mais sugestivos. 
Fonte inesgotável de idéias e conhecimentos, os textos devem ser lidos 
corriqueiramente. Entretanto, não basta ler indiscriminadamente, é preciso saber ler, 
pois a leitura só é válida quando assimilada. 
 
 
1.1.1 Importância da Leitura 
 
Constitui-se em um dos fatores decisivos do estudo e imprescindível em 
qualquer tipo de investigação cientifica, favorecendo a obtenção de informações já 
existentes, poupando o trabalho da pesquisa (de campo ou experimental). 
Propicia a ampliação de conhecimentos e abre horizontes na mente, além de 
aumentar o vocabulário, possibilitando melhor entendimento do conteúdo abordado. 
Pode-se dizer que a leitura tem os seguintes objetivos fundamentais: 
• serve como meio eficaz para aprofundamento dos estudos; 
• e um meio de aquisição de cultura geral. 
Todavia, impõe-se uma seleção para a leitura, em razão da quantidade e 
qualidade de obras disponíveis, uma vez que, nem se tem condições físicas e tempo 
para se ler de tudo; nem tudo que há merece ser lido. 
 
 
1.1.2 Natureza da Leitura 
 
Há três espécies de leitura: para entretenimento ou distração; para aquisição 
de cultura geral, erudição; e para a ampliação de conhecimentos em determinado 
campo de saber. As duas primeiras não exigem um grande esforço intelectual, 
entretanto a última requer atenção especial e concentração. 
 
1.1.2.1 Espécies de Leitura 
a) De entretenimento ou distração – visa apenas o divertimento, 
passatempo, lazer, sem maiores preocupações com o aspecto do 
saber. É importante, pois pode despertar, no leitor, o interesse e em 
conseqüência a formação do hábito da leitura. 
b) De cultura geral ou informativa – tendo como objetivo tomar 
conhecimento, de modo geral, do que ocorre no mundo. Engloba 
trabalhos de divulgação (livros, revistas e jornais). As notícias de 
jornais atualizados, nacionais ou estrangeiros, são, muitas vezes, 
fontes de importantes informações, pois situam uma época. 
c) De aproveitamento ou formativa – cujo objetivo é aprender algo novo 
ou aprofundar conhecimentos já adquiridos. Exige do leitor atenção e 
concentração. Deve ser efetuada em livros e revistas especializados. 
 
Para Vega (1969) citado por Marconi e Lakatos (2001), a leitura implica quatro 
operações: reconhecimento, organização, elaboração e valorização. Significam: 
a) Reconhecer – entender o significado dos símbolos gráficos utilizados no 
texto. 
b) Organizar – entrosar o significado das palavras nas frases, parágrafos, 
capítulos etc. 
c) Elaborar – estabelecer significados adicionais em torno do significado 
imediato e original dos símbolos gráficos utilizados no texto. 
d) Valorizar – coletar os dados de leitura com os meios ideais, conceitos e 
sentimentos, a fim de aceitar ou refutar as informações ou supostas 
verdades. 
 
 
A seqüência dessas operações depende do leitor, suas condições ou 
preferências. 
1.1.3 Tipos de Leitura 
 
Harlow (1980) citado por Marconi e Lakatos (2001), apresenta cindo tipos 
de leitura: 
1.1.3.1 SCANNING – procura de tópicos, utilizando o índice ou a leitura de 
algumas linhas, parágrafos, buscando frases ou palavras-chave. 
1.1.3.2 SKIMMING – captação da tendência geral (sem minúcias), valendo-se dos 
títulos, subtítulos e ilustrações. Leitura dos parágrafos, tentando encontrar 
a metodologia e a essência do trabalho. 
1.1.3.3 DO SIGNIFICADO – visão ampla do conteúdo, deixando de lado aspectos 
secundários, lendo tudo de uma vez, sem voltar atrás. 
1.1.3.4 DE ESTUDO – absorção mais completa do conteúdo, devendo ler, reler, 
utilizar o dicionário e fazer resumos. 
1.1.3.5 CRÍTICA – estudo e formação opinião sobre o texto, comparando as 
declarações do autor com conhecimentos já adquiridos. Avaliação dos 
dados quanto à solidez da argumentação, a fidedignidade e atualização. 
Se são corretos e completos. 
 
Moral (1956) citado por Marconi e Lakatos (2001), indica apenas um tipo de 
leitura, a de erudição, abrangendo três subdivisões: 
 
1.1.3.6 ERUDIÇÃO – voltada para o entendimento. Subdivide-se em: 
a) Leitura-trabalho – visando ao conhecimento científico do texto. Leitura 
lenta, com anotações e resumos. 
b) Leitura-crítica – análise do conteúdo, fazendo juízo de valor. Abrange 
leitura, resumo e classificação ordenada do conteúdo. 
c) Leitura-descanso – ou de prazer, que pode ser um exercício proveitoso, 
desde que seja adotado um bom método. 
 
1.1.4 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES (TIPOS E FASES DA LEITURA) 
 
A classificação dos tipos de leitura apresentados por Cervo e Bervian 
(1978) citado por Marconi e Lakatos (2001), apresenta três modalidades: formativa, 
de distração e informativa. Entretanto a informativa é destacada. 
1.1.4.1 LEITURA INFORMATIVA – ou coleta de informações. Deve-se ler tendo 
em vista um objetivo. A leitura informativa abrange quatro fases: 
a) De reconhecimento ou Pré-Leitura – permite ao leitor verificar a 
existência ou não das informações necessárias, fornecendo uma visão 
global do assunto. 
b) Seletiva – localização e seleção das informações de interesse. Essa 
seleção deve ser feita tendo em vista as proposições do trabalho 
(problemas, hipóteses, objetivos, etc). 
c) Crítica ou Reflexiva – requer estudo, reflexãoe entendimento dos 
significados. Exige esforço reflexivo realizado através das operações 
de análise, comparação, diferenciação, síntese e julgamento. 
d) Interpretativa – significa entender a intenção do autor e compreende 
três aspectos: 
• saber o que o autor realmente afirma; 
• correlacionar as informações do autor com os problemas que 
pretende solucionar; 
• julgar o material coletado em relação ao critério de veracidade e 
ficar atendo para que todas as afirmações sejam comprovadas. 
Concluída a análise e o julgamento, inicia-se o processo de 
síntese. 
 
Salvador (1980) citado por Marconi e Lakatos (2001), apresenta uma 
esquematização dos tipos de leituras bastante detalhada, embora indique a mesma 
visão de Cervo e Bervian, ou seja, formativa, informativa e de distração. Ele também 
preocupa-se apenas com a informativa, porém, apresenta uma subdivisão mais 
completa. 
Seguido a classificação proposta por Salvador, percebe-se que a leitura 
informativa é aquela que visa apenas à coleta de informações para determinado 
propósito. Engloba três objetivos principais: 
a) certificar-se do conteúdo do texto; 
b) correlacionar os dados coletados como problema a ser resolvido; 
c) verificar a validade das informações fornecidas pelo autor. 
Salvador classifica a leitura informativa nas seguintes fases: 
 
a) De reconhecimento ou prévia – leitura rápida, cujo objetivo é procurar 
um assunto de interesse ou conferir a existência de determinadas 
informações. 
b) Exploratória ou pré-leitura – leitura de sondagem, tendo em vista 
localizar as informações, já que se sabe de sua existência. 
c) Seletiva – leitura que visa à seleção das informações mais importantes 
relacionadas com o conteúdo abordado. 
d) Reflexiva – mais profunda do que as anteriores, busca o 
reconhecimento e à avaliação das informações, das intenções e dos 
propósitos do autor. 
e) Crítica – avalia as informações do autor. Necessita saber escolher, 
diferenciar as idéias principais das secundárias e hierarquizá-las pela 
ordem de importância, procurando obter não só uma visão global do 
texto como também a intenção do autor. 
f) Interpretativa – leitura com o intuito de verificar os fundamentos da 
verdade enfocados pelo autor. 
 
Verifica-se que a leitura é de suma importância para todos os que se 
interessam pela ampliação ou aprofundamento dos conhecimentos. São vários os 
tipos de leitura e sua utilização depende dos objetivos do leitor. 
 
 
1.2 ANÁLISE DO TEXTO 
 
Analisar engloba vários verbos, como por exemplo: estudar, decompor e 
interpretar. A análise de um texto refere-se ao processo de conhecimento de 
determinada realidade e implica o exame sistemático dos elementos. 
Analisar é decompor o todo em suas partes, a fim de poder efetuar um estudo 
mais aprofundado. O mais importante não é reproduzir a estrutura do plano, mas 
indicar os tipos de relações existentes entre as idéias expostas. 
 
1.2.1 Objetivos 
 
A análise do texto ou a maneira de estudá-lo depende sempre do fim a que se 
destina. Os textos de estudo de caráter científico requerem, por parte de quem os 
analisa, um método de abordagem e certa disciplina intelectual. 
 
A análise do texto tem como objetivo levar o estudante a: 
a) Aprender a ler, a ver, a selecionar o mais importante dentro do texto; 
b) Reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto; 
c) Interpretar o texto, familiarizando-se com idéias, estilos, vocabulários; 
d) Chegar a níveis mais profundos de compreensão; 
e) Reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário ou 
acessório; 
f) Desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e problemas; 
g) Encontrar as idéias principais ou diretrizes e as secundárias; 
h) Perceber como as idéias se relacionam; 
i) Identificar as conclusões e as bases que as sustentam. 
 
1.2.2 Tipos de Análise 
 
Segundo Bloom (1971) citado por Marconi e Lakatos (2001), a análise de um 
texto divide-se em três tipos: 
a) identificação e classificação dos elementos – fragmentação do 
material em suas partes constitutivas; 
b) explicitação das relações entre tais elementos – verificação de suas 
conexões e interações; 
c) reconhecimento dos princípios de organização – tendo em vista 
sua disposição e estrutura. 
 
1.2.2.1 Análise dos elementos 
 
Este tipo de análise consiste no levantamento de todos os elementos básicos 
que compõem um texto, a fim de se compreender o mesmo. 
Esses elementos podem aparecer de modo explícito ou implícito, dependendo 
de como o autor os apresenta. Alguns são facilmente identificáveis, outros, ao 
contrário, exigem mais esforço, mais leituras, análise mais profunda, reflexão e, às 
vezes, pesquisas de outras fontes para melhor entendimento da mensagem do 
autor. 
 
Elementos serem observados nesta fase: 
a) Referencias bibliográficas, credenciais do autor; 
b) Tema, problemas, hipóteses e metodologia que, às vezes, são explicitados 
na introdução; 
c) Estrutura do plano de trabalho ou texto; 
d) Vocabulário, estilo, forma; 
e) Fatos históricos, fenômenos, acontecimentos etc.; 
f) Modelo teórico, doutrina, teorias; 
g) Idéias principais e secundárias; 
h) Afirmações e fatos e normativas; juízos de valor; 
i) Conclusões ou afirmações. 
 
 
1.2.2.2 Análise das relações 
 
Depois de realizado o levantamento dos diferentes elementos que compõem 
o texto, passa-se à fase seguinte, onde é feita a análise dessas relações. Essa 
análise tem como objetivos encontrar as principais relações, estabelendo conexões 
com os diferentes elementos constitutivos do texto. 
Devem-se determinar as relações entre as hipóteses e as provas, entre as 
hipóteses e as conclusões, entre estas e as provas e, ainda entre as próprias 
categorias de provas apresentadas. 
Uma análise mais completa exige não só a evidência das partes principais do 
texto, mas também a indicação de quais delas se relacionam com o tema ou 
hipótese central. Permite verificar se há ou não coerência em relação aos 
elementos, entre as diferentes partes do texto e entre elas e a idéia central. 
As relações podem ser encontradas entre: 
a) idéias secundárias; 
b) fatos específicos que confirmam uma opinião; 
c) pressupostos básicos de uma tese ou reflexão sobre a qual se apóia; 
d) hipóteses e dados coletados; 
e) elementos de causa e efeito; 
f) elementos de argumentação e as afirmações pertinente ou não; 
g) as hipóteses e as falácias de raciocínio 
h) causas e detalhes importantes ou não de um relatório. 
 
 
1.3 RESUMOS 
 
É a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto, devendo 
fornecer uma visão rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho. 
Consiste na difusão das informações contidas em livros, artigos, teses etc., 
permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de consultar o texto 
no todo. Constitui elemento essencial em livros de natureza técnico científica. 
Podem ocorrer também resumos das principais divisões do livro, seja no início ou no 
final das divisões. 
A NBR 6.028 de 1990 fixa condições exigíveis para resumos e estabelece 
uma técnica para sua redação e apresentação, aplicando-se a qualquer tipo de 
texto. Sugerem-se que os resumos para notas e comunicações breves não excedam 
100 palavras, para monografia e artigos não excedam 250 palavras, e para relatórios 
e teses não excedam 500 palavras. No caso de trabalhos acadêmicos, o resumo na 
língua vernácula deve ser seguido por um resumo em língua estrangeira, em ambos 
devem terminar com as palavras chave do trabalho. 
 
1.3.1 Como resumir 
 
Levando-se em consideração que o autorobedece a um plano lógico através 
do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica (proposição, explicação, 
discussão e demonstração) é aconselhável, em uma primeira leitura, fazer um 
esboço do texto, tentando captar o plano geral da obra e seu desenvolvimento. 
A seguir, faz-se uma releitura do trabalho para responder a duas questões 
principais: de que trata este texto ? O que pretende demonstrar ? com isso, 
identifica-se a idéia central e o propósito que direcionam o autor. 
Em uma terceira leitura, a preocupação é com a questão: como o disse ? 
Trata-se de descobrir as partes principais em que se estrutura o texto; significa a 
compreensão de idéias, provas, exemplos etc. que servem como explicação, 
discussão e demonstração da idéia principal. É importante distinguir a ordem em que 
aparecem as diferentes partes do texto. Geralmente quando o autor passa de uma 
idéia para outra, inicia novo parágrafo; entretanto, a ligação entre os parágrafos 
permite identificar: 
 
a) Conseqüências (quando se empregam palavras tais como: em 
conseqüência, por conseguinte, portanto, por isso, em decorrência disso 
etc.); 
b) Justaposição ou adição (identificada com expressões de tipo: e, da 
mesma forma, da mesma maneira etc.); 
c) Oposição (com a utilização das palavras: porém, entretanto, por outra 
parte, sem embargo etc. 
d) Incorporação de novas idéias; 
e) Complementação do raciocínio; 
f) Repetição ou reforço de idéias ou argumentos; 
g) Justificação de proposições (por intermédio de um exemplo, 
comprovação etc.). 
h) Digressão (desenvolvimento de idéias até certo ponto alheias ao tema 
central do trabalho). 
Os três últimos casos devem ser totalmente excluídos do resumo. 
A última leitura deve ser feita com a finalidade de: 
a) Compreensão do sentido de cada parte importante; 
b) Anotação das palavras-chave das mesmas; 
c) Verificação do tipo de relação entre as partes (conseqüência, 
oposição, complementação etc.). 
 
Uma vez compreendido o texto, selecionadas as palavras-chave e entendida 
a relação entre as partes essenciais, pode-se passar a elaboração do resumo.
 
1.3.2 Tipos de resumo 
 
Dependendo do caráter do trabalho científico que se pretende realizar, o 
resumo pode ser: 
 
a) Indicativo ou descritivo – quando faz referencia às partes mais 
importantes do texto. Utiliza frases curtas, onde cada uma corresponde a 
um elemento importante da obra. É indispensável à leitura do texto 
completo, pois apenas descreve sua natureza, forma e propósito; 
b) Informativo ou analítico – quando contém todas as informações 
principais contidas no texto; permite dispensar a leitura do mesmo; 
portanto é mais amplo que o indicativo ou descritivo. Tem como objetivo 
informar o conteúdo e as principais idéias do autor, ressaltando: 
• Os objetivos e o assunto; 
• Os métodos e as técnicas; 
• Os resultados e as conclusões. 
Sendo uma representação condensada do texto, não é permitido comentários 
pessoais ou julgamentos de valor nesse tipo de resumo, nem tão pouco nenhum tipo 
de críticas. Deve ser seletivo e não mera cópia sintetizada das idéias do autor. 
Utilizando-se geralmente, as próprias palavras de quem o escreve; quando cita as 
do autor, apresenta-as entre aspas. 
Não sendo uma enumeração de tópicos, o resumo informativo ou analítico 
deve ser composto de uma seqüência corrente de frases concisas. Deve-se evitar 
expressões supérfluas, tais como: o autor disse, o autor falou, segundo o autor ou 
segundo ele, a seguir, este livro e outras do gênero. Procura-se dar preferência à 
forma impessoal. Ao final do resumo, selecionam-se as palavras-chave do texto. 
c) Crítico – quando se formula um julgamento ou opinião sobre o trabalho. É 
a crítica da forma, no que se refere à metodologia, conteúdo, 
desenvolvimento e técnica de apresentação das idéias principais. É 
importante ressaltar que no resumo crítico não pode haver citações. 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS: 
 
 
AQUINO, I. de S. A. Como escrever artigos científicos – sem arrodeio e sem 
medo da ABNT. 2.ed. João Pessoa: UFPB¸ 2007, 101p. 
 
LUCKESI, C. Fazer Universidade: Uma proposta metodológica. 10. ed. São 
Paulo: Cortez, 1998. 
 
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E.M. Metodologia do Trabalho Científico. 6.ed. 
São Paulo: Atlas¸ 2001, 219p. 
 
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. 4.ed. São Paulo: 
Atlas¸ 1999, 260p. 
 
MATTAR, J. Metodologia científica na era da informática. 3.ed. São Paulo: 
Saraiva¸ 2008, 307p.

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