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TEMA 6 ONDAS DE SOM E BIOFÍSICAS DA AUDIÇAO E FONAÇÃO 1. Ondas sonoras. Propriedades e características 2. Ouvido humano 3. Percepção auditiva 4. Anomalias na audição 5. Ultrassons 6. Fonação humana 1.1 Ondas sonoras Ondas sonoras Onda longitudinal devida a variações de pressão ou densidade (compressão e rarefação) O médio vibra paralelamente à direção de propagação da onda Onda eletromagnética Onda transversal Vibrações dos campos elétrico e magnético perpendicular á direção de propagação da onda Ondas sonoras Ciclos Definidos por 2 parâmetros: • Comprimento de onda (m) • Frequência (Hz = 1/s) ,ou analogamente por • Número de onda (1/m) • Frequência angular (Hz = 1/s) O que define a velocidade da onda (m/s) /f k 1/f T 2 /k 2 f 1.2 Ondas sonoras. Características • Intensidade Fluxo de energia (Energia que atravessa uma superfície S perpendicular à onda num intervalo de tempo Δt) Ou seja, a intensidade da onda depende do quadrado da amplitude (y0) A maior amplitude, maior intensidade 2 2 2 2 2 2 20 0 0/ ² 2 2 2 y v y vE P I W m f y v S t S S 2 2 2 2 2 0 0 1 cos ( ) 2 P y v kx t P y v 0 0 ( ) Onda harmônicap py p p y sen kx t • Variação de pressão no interior do tubo: • Potência e potência média da onda de pressão: 0 cos( ) Onda harmônicay y kx t • Equação de deslocamento das partículas de ar: onde m é a densidade linear do meio • Intensidade A intensidade I diminui com o quadrado da distância d (Amortecimento) Quanto mais longe da fonte sonora, menor a intensidade de som Atenuação • Altura Relacionada com a frequência: • Alta frequência Sons agudos (Mosquito) • Baixa frequência Sons graves (Mar) O ouvido humano capta sons entre 20 Hz e 20x10³ Hz. • Sons por baixo Infrassons • Sons por acima Ultrassons • Timbre O timbre é a “forma” da onda emitida pela fonte. A onda se compõe de sons secundários (frequências harmónicas), que são múltiplos inteiros das frequências fundamentais (Ex. O violino possui muitos harmónicos de alta frequência) 1.3 Ondas sonoras. Características 2/ ² 4 E P P I W m S t S d • Aparelho auditivo Transformação de energia sonora em energia elétrica • Ouvido externo: Pavilhão auricular (orelha), canal auditivo • Ouvido médio: Tímpano, martelo, bigorna e estribo • Ouvido interno: Cóclea (3 cm de comprimento disposta em forma de espiral) e nervo ótico ou acústico • Centro aditivos cerebrais 2.1 Ouvido humano 1. Sons captados pela orelha são conduzidos ao canal auditivo (cavidade ressonante com frequência fundamental 430 Hz) Amplificador 2. O tímpano (membrana de 65 mm² e 0.1 mm de espessura) Vibra sob o impacto da pressão sonora, em amplitude proporcional ao som A = [1x10-11 m, 1x10-5 m] 2.2 Ouvido externo 3. Esse diminuto movimento do tímpano é transmitido ao martelo, daí para a bigorna e da bigorna ao estribo. Porém, parte da energia sonora é refletida nas interfaces, existindo perdas Necessidade de amplificação 4. A amplitude original (pequena demais) é amplificada por um sistema de alavancas 2.3 Ouvido médio r F Torque = distância aplicação (respeito eixo) x força Amplificação da força F p S Pressão = Força / Superfície Amplificação da pressão Fjanela_oval > Ftimpano Como Sjanela_oval < Stimpano y Fjanela_oval > Ftimpano, então pjanela_oval >> ptimpano 2.4 Ouvido interno 5. Transformação de movimento mecânico em hidráulico. A cóclea está preenchida por um fluido • Rampa vestibular (perilinfa Rica em Na+) • Rampa timpânica (perilinfa Rica em Na+) • Rampa média (endolinfa Rica em K+) 6. Quando o estribo comprime a janela oval (pistão), forma-se uma onda de pressão hidráulica nas escalas vestibular e média, o que movimenta a membrana basilar. 7. Todo movimento da membrana basilar (MB) numa direção perpendicular ao seu plano promove o aparecimento de esforços que fazem a membrana tectorial (MT) deslizar numa direção longitudinal à membrana basilar. 8. As células ciliadas internas (inner hair cells) e externas (outer hair cells) dentro do orgão de Corti são mecanicamente sensíveis, ativando os canais de K+ (depolarização) Gera-se o potencial de ação. Células ciliadas Transdutores (Movimentos mecânicos Sinais elétricas) 2.4 Ouvido interno O ouvido é sensível à intensidade e frequência dos sons: • Intensidade: O deslocamento da membrana basilar e do órgão de Corti têm amplitude proporcional à intensidade do som e proporcional ao pulso elétrico gerado (O potencial de ação é o mesmo, apenas muda a corrente. A maior intensidade do som, mais células são acionadas Maior corrente Sensação de som mais intenso) • Frequência: A frequência está relacionada com a parte da membrana basilar que vibra. Frequências altas Receptores no começo da membrana basilar. Frequências baixas Receptores no final da membrana. Por isto, o ouvido pode perceber simultaneamente frequências diferentes (Ex: música!). O olho humano, ao contrario, não pode diferenciar frequências Ao misturar as cores primarias vemos a cor resultante e não as cores originais (R+G+B = Branco) 3.1 Percepção auditiva 3.2 Percepção auditiva • Sons fortes O som mais intenso (Imax) tolerado pelo ouvido é 1 W m -2 (140 dB) • Sons fracos O som mais fraco (I0) detectado pelo ouvido é 10 -14 W m-2 (0 dB) 14 ordens de grandeza!! Escala grande demais Escala logarítmica A intensidade pode ser também expressa em função do som mais fraco (I0) Escala em decibéis (dB) 2 2 0 ( / ) ( ) 10log ( / ) I W m I dB I W m • Limiar da audibilidade A partir de um certo valor de pressão acústica começamos a perceber o som • Limiar da dor Acima de um valor o som se torna insuportável • As frequências audíveis estão no intervalo [20 Hz, 20 kHz] • Maior sensibilidade do ouvido no intervalo [500 Hz, 5 kHz] Campo de audibilidade 3.3 Percepção auditiva 1. Surdez de condução: • Há obstrução no canal auditivo externo Cerume ou secreções purulentas • Há lesões no tímpano Espessamento do tímpano • Há lesões nos ossículos Fixação dos ossículos devido a inflamações A surdez de condução pode ser reduzida mediante aparelhos de audição usando o som que passa pela caixa craniana 2. Surdez nervosa ou central: • Há lesões na cóclea • Há lesões no nervo ótico A surdez nervosa é geralmente irreversível 3. Surdez sensorineural: Devida ao aumento da limiar de excitabilidade para produzir os potenciais de ação que se propagam aos nervos acústicos • Tinnitus Percepção de sons ou batimentos que não procedem de nenhuma fonte externa Causado pelo estresse, trabalho ou longa exposição ao barulho • Tinnitus objetivo/subjetivo • Tinnitus crónico 4.1 Anomalias na audição Sons de alta frequência inaudíveis para o ouvido humano (>20 000 Hz) Podem ser empregados com alta ou baixa intensidade: • Ultrassom de baixa intensidade Obter informação do meio Ensaio não- destrutivo de materiais, medida das propriedades elásticas de materiais, diagnose clínica • Ultrassom de alta intensidade Produzir alterações no meio Terapia médica, atomização de líquidos, limpeza por cavitação, ruptura de células biológicas Ultrassonografia em medicina Ecografia O ultrassomé emitido pelo aparelho e interage com o corpo/estruturas internas, gerando ecos, que são captados de volta e convertidos em imagem. Cada estrutura transmite o som e reflete uma intensidade diferente dependendo da sua impedância acústica. 5.1 Ultrassons. Ecografia Mecanismo gerador de ondas ultrassónicas Um cristal piezoelétrico converte energia elétrica em energia mecânica (transdutor) ou vice-versa. Se o campo elétrico induzido no cristal for de uma frequência apropriada, induzem-se vibrações mecânicas no interior, as quais dão origem às ondas ultrassónicas. 5.2 Ultrassons. Ecografia Ecografia Em toda superfície (interface) que separa dois médios de impedâncias acústica diferentes (Z = rn), produz-se uma onda transmitida com intensidade It e outra refletida com intensidade Ir. Uma onda incidente de intensidade I0 é enviada pela fonte e a onda refletida é quem traz informação do médio. 2 1 2 2 0 1 2 1 2 2 0 1 2 Onda refletida 4 Onda transmitida R+T=1 r t Z ZI R I Z Z I Z Z T I Z Z • Caso Z1 (impedância médio 1) for parecida a Z2 (impedância médio 2) Onda refletida pequena e onda transmitida grande • Caso Z1 for muito maior/menor do que Z2 Onda refletida grande e onda transmitida pequena A informação diagnóstica sobre a profundidade das estruturas do corpo obtém-se enviando um pulso de ultrassom e medindo-se o intervalo de tempo Dt entre o instante de emissão do pulso e o de recepção do eco: 5.3 Ultrassons. Formação imagens 2 2 pulso pulso v td v d t Onde vpulso é a velocidade (v=lf conhecida) do pulso de ultrassom. O pulso ou o eco pode ser mostrado uma tela (osciloscópio ou tubo de raios catódicos) de diversas maneiras: • Varredura A (Amplitude) • Varredura B (Brilho) Formação de imagens bidimensionais • Varredura M (Movimento) Detecção de estruturas em movimento Produção da fala (fonação) Resultado de um conjunto de processos que envolvem diversas partes do organismo: 1. Fossas nasais Cavidade ressonante 2. Boca e anexos Modula os sons vocálicos e produz ruídos e sons consonantais 3. Úvula Dirige a corrente de ar. Quando levantada, fonemas orais. Quando rebaixada, fonemas nasais. 4. Faringe Corredor de propagação do ar 5. Laringe Contem as cordas vocais 6. Traqueia, brônquios e bronquíolos Movimentam o ar 7. Pulmões Produzem a corrente de ar necessária 8. Músculos da parede torácica, diafragma e abdômen Fornecem o trabalho necessário para mover o ar 9. Centros nervosos responsáveis da respiração A voz produz-se durante a respiração, a qual é comandada pelo cérebro. 10.Centros nervosos responsáveis da fala Conduzem os impulsos nervosos para a produção da voz e criam e mandam as mensagens. 6.1 Sistema de fonação Produção da fala (fonação): Vibração das cordas vocais Som produzido pela fragmentação da corrente aérea expirada: 1. Durante a expiração, os pulmões são comprimidos pelos músculos respiratórios e o ar é forçado contra as cordas vocais fechadas, elevando a pressão em todo o sistema respiratório abaixo da laringe Gradiente de pressão entre as superfícies das cordas vocais. 2. Essa diferença de pressão aplicada sobre as cordas vocais cresce até forçar a passagem de ar por entre as cordas. 3. Nesse momento, o movimento do ar em alta velocidade reduz a pressão lateral exercida sobre as cordas vocais (efeito Venturi), favorecendo o fechamento do espaço entre as cordas. 4. Como o ciclo expiratório continua, o gradiente de pressão volta a crescer até alcançar novamente a pressão de apertura da glote, reiniciando o processo de fragmentação da coluna de ar. 5. A frequência dessa fragmentação é proporcional à tensão a que estão submetidas as cordas vocais, bem como à velocidade com que se desenvolve o gradiente de pressão entre as superfícies. 6.2 Produção da fala 21 Equação de Bernoulli da hidrodinâmica (Efeito Venturi) 2 p v cte Fatores que alteram a voz: • Mudanças nas cavidades ressonantes (boca, nariz, faringe, caixa torácica, caixa craniana,...) O conjunto formado pelo som fundamental e pelas ondas secundárias produzidas nas cavidades ressonantes caracteriza o timbre do som. • Mudanças na massa das cordas vocais A testosterona aumenta a massa das cordas vocais e desenvolve a laringe. Com o crescimento a laringe se torna maior e mais baixa Voz do adulto é mais grave 6.3 Fatores que alteram a voz Do ponto de vista médico é importante analisar os sons não linguísticos para diagnose: Riso, tosse, choro, grito, gemido, suspiro, balbucio, bocejo, ronco, espirro, eructação,..
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