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RESUMO DE AÇÃO RESCISORIA

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SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO	
	3
	1 Conceito	
	6
	2 Petição inicial
	7
	2.1 Indeferimento da inicial	
	10
	3 Competência	
	11
	4 Legitimidade	
	12
	4.1 I quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular	
	12
	4.2 II o terceiro juridicamente interessado	
	13
	4.3 III o Ministério Público	
	13
	4.4 IV aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção	
	14
	5 Pedido	
	14
	6 Valor da causa	
	15
	7 Condições específicas da ação rescisóra	
	16
	7.1 Decisão de judicial transitada em julgado	
	16
	7.2 O enquadramento da situação em uma das hipóteses de rescindibilidade, que estão relacionadas no art. 966, no §15 do art. 525, no §8° do art. 535 ou no art. 658, todos do CPC	
	17
	7.2.1 Decisão produto de prevaricação, concussão ou corrupção ( Art.966, I)	
	18
	7.2.2 Impedimento do juiz e incompetência absoluta do juízo (Art.966,II)	
	19
	7.2.3 Dolo ou coação da parte vencedora e Simulação ou colusão entre as partes para Fraudar a lei (Art.966,III)	
	20
	7.2.4 Ofensa à coisa julgada (Art.966,IV)	
	23
	7.2.5 Manifesta violação a norma jurídica (Art.966,V)	
	23
	7.2.6 Prova falsa (Art.966, VI)	
	25
	7.2.7 Prova nova (Art.966,VII)	
	25
	7.2.8 Erro de fato (Art.966,VIII)	
	27
	8 Prescrição	
	28
	8.1 Termos iniciais diferenciados	
	28
	9 Procedimento da ação rescisória	
	29
	CONCLUSÃO	
	33
	REFERÊNCIAS	
	34
	
	
	
	
INTRODUÇÃO
A rescisória foi introduzida no século VII por influência romana, a partir da “Lex Visigothorum”. O direito visigótico foi uma ordem consuetudinária, mais intelectualizada do ramo do direito germânico, com forte influência do direito romano. No Direito Romano, o “error in procedendo” ensejava a inexistência da sentença, vez que, para os romanos, as sentenças nulas eram inexistentes, pelo que não havia que se falar em desconstituição do julgado. Porém, o direito visigótico confundiu os conceitos de “error in procedendo” e “error in iudicando”, uma vez que passou a tratar inexistência como não validade. O nulo não existia para os romanos.
A inexistência era objeto de declaração, já a nulidade era objeto de desconstituição.
A rescisão de sentença teve sua origem nas rescisões dos negócios jurídicos. Primeiramente, as decisões eram rescindidas por terceiros, que atuavam como pacificadores do conflito. Depois, a rescisão coube ao príncipe. E, por fim, tais poderes foram estendidos aos prefeitos, pretores, presidente, procuradores e magistrados.
Eram legitimados a pleitear a rescisão os interessados na decisão que lhes causou prejuízos, seus herdeiros e até terceiros. Com o pedido, suspendia-se a execução, diverso do que ocorre atualmente. O efeito suspensivo objetiva deixar as coisas no estado anterior que se encontravam.
Os magistrados apreciavam a causa da restituição e o edicto do Pretor enumerava as causas, dando origem aos pressupostos da ação rescisória. A rescisão ocorria em relações jurídicas que o direito considerava que havia existência e validade, exemplo disso, rescisões de contratos.
Com as ordenações Afonsinas fez-se distinção entre sentenças existentes e sentenças inexistentes, atingidas de nulidades e não atingidas. “Nula” e “nenhuma” eram palavras que haviam perdido o sentindo de inexistente, mas ainda havia ambiguidade devido à diversidade das fontes; nula era no sentido de inválida e rescindível. A ambiguidade também estava no fato de que nenhuma invalidade existe em se tratando de sentenças apenas rescindíveis.
Nas ordenações Manuelinas e Filipinas, as diferenças textuais foram poucas, porém, a palavra revogação deixou de existir nos textos posteriores. Acredita-se que o sumiço da palavra revogação, era para salientar que o instituto não visava retirar a “voz”, que se tem na sentença, mas enfatizar a questão da rescisão.
Assim, a terminologia de hoje encontra respaldo com essa interpretação, sendo que ao invés de utilizar de conceitos tais como de declaração de inexistência, de decretação de nulidade, ou de revogação, o que melhor traduz, o que de fato acontece com a sentença, é o de rescisão.
Na legislação de 1890 houve a formação de duas correntes. A primeira, o direito das Ordenações Filipinas continuou a ser o regulador da rescisória em combinação com o regimento nº 737, de 1850. A segunda corrente considerou que o decreto nº 763, de 1890, revogou em alguns pontos as Ordenações e as leis processuais federais e estaduais, a matéria de competência. A ação rescisória sempre sofreu alterações, mas sua essência não foi deturpada. Na República, houve alterações quanto à competência e sobre pressupostos objetivos da ação rescisória.
Houve uma tolerância diante das invasões da competência legislativa dos Estados, por parte do legislador e da justiça federal. Posteriormente, a jurisprudência firmou que a rescisão ocorreria perante a justiça que proferiu a decisão.
Antes, o artigo 798 do Código de Processo Civil de 1939 (BRASIL, 2008) falava em “Será nula a sentença [...]”. Já no atual artigo 966 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015) fala-se em “A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando [...]”. E o Código de 1973 não menciona ação rescisória de sentença proferida em ação rescisória.
No sistema jurídico brasileiro, declara-se a ineficácia e a inexistência, desconstitui-se o ato jurídico nulo, anulável, revogável, rescindível, reversível. Assim:
A rescisória, no direito brasileiro e luso-brasileiro, é de natureza constitutiva negativa, pois afastou a conceituação que a sentença rescindível fosse nula.
A coisa julgada está intimamente relacionada à segurança jurídica. No Direito Liberal, o cidadão possuía sua liberdade mediante a certeza de seu direito. Assim, os cidadãos possuíam total segurança de que, o que foi decidido, não seria modificado, pois a decisão estava sob a autoridade da coisa julgada.
A liberdade política estava ligada às relações jurídicas, pois, para Montesquieu (O ESPIRÌTO DAS LEIS, 1752), só conhece a liberdade política quando se está tranquilo com a ordem jurídica existente e ambas relacionadas à “certeza jurídica”. Esta, por seu lado, decorria do “engessamento” das decisões proferidas pelos juízes, retirando deles os poderes de interpretar às leis.
Acreditava-se que, se se retirasse o poder do juiz (o poder de convencimento e interpretação), ter-se-ia certeza jurídica e, consequentemente, o cidadão seria livre. No Estado Liberal, não se falava, portanto, em julgamentos baseados em mera verossimilhança, pois ela traduz subjetividade e o que se buscava sempre era a objetividade.
A objetividade está relacionada à utilização de pressupostos objetivos para se proferir uma sentença, é externa à consciência, resultado de uma observação imparcial, independente das preferências individuais, e longe da interpretação do julgador.
Diante da possibilidade que uma decisão eivada de vícios transitasse em julgado, necessário se fez a instituição de um remédio processual destinado a atacar a própria coisa julgada.
“[...] pela falibilidade inerente a todo ser humano e a suscetibilidade do julgador como tal, ao cometimento de erros, a par dos recursos, tornou-se necessário um remédio que se dirigisse, agora, às sentenças acobertadas pela res iudicata, mas, padecentes de vício comprometedores não só da justiça como também da almejada segurança jurídica”. (NEPOMUCENO, 2002, p. 7).
A ação rescisória visa, então, a coibir as injustiças nas sentenças que já transitaram em julgado, desconstituindo o que era certo; “abalando” a segurança jurídica até então existente.
Por ser um instituto que afeta a coisa julgada, necessário se fez que a ação fosse prevista no texto Constitucional. Tal instituto está previsto na Constituição e já era remédio jurídico desde a Carta Política de 1946 e 1967.
A regra é a segurança jurídica gerada pelo trânsito em julgado da sentença, a exceção é a ação rescisóriaque, portanto, tem suas hipóteses de cabimento expressamente previstas no artigo 966 do Código de Processo Civil.
Além de cumprir tais pressupostos, há que se observar também o lapso temporal para a propositura do instituto, que está relacionado com a busca da efetividade. Tempo e processo estão sempre ligados; preclusão, decadência, prescrição, morosidade da justiça, para citar alguns exemplos. É o tempo que faz a sentença transitar em julgado, gerando a segurança jurídica.
CONCEITO
A ação rescisória é a ação autônoma de impugnação, que tem por objetivos a desconstituição de decisão judicial transitada em julgado e, eventualmente, o rejulgamento da causa. Ela não é recurso, exatamente porque dá origem a um novo processo para impugnar a decisão judicial. A ação rescisória pressupõe a coisa julgada, contrariamente ao recurso, que impede o trânsito em julgado e mantém o estado de litispendência ou de pendência do processo.
O que caracteriza o recurso é ser, na lição de Pontes de Miranda, uma “impugnativa dentro da mesma relação jurídico-processual da resolução judicial que se impugna”. Só cabem recursos, outrossim, enquanto não verificado o trânsito em julgado da sentença. Operada a coisa julgada, a sentença torna-se imutável e indiscutível para as partes do processo (NCPC, art. 502). 
Mas a sentença, tal como ocorre com qualquer ato jurídico, pode conter um vício ou uma nulidade. Seria iniquidade privar o interessado de um remédio para sanar o prejuízo sofrido. É por isso que a ordem jurídica não deixa esse mal sem terapêutica. E, “quando a sentença é nula, por uma das razões qualificadas em lei, concede-se ao interessado ação para pleitear a declaração de nulidade”.
 Trata-se da ação rescisória, que não se confunde com o recurso justamente por atacar uma decisão já sob o efeito da res iudicata. Estamos diante de uma ação contra a sentença, diante de um remédio “com que se instaura outra relação jurídica processual”, como ressalta Pontes de Miranda.
Esgotados os recursos, a sentença transita em julgado. Não é mais possível rediscuti-la nos mesmos autos, pois haverá coisa julgada formal, que afeta todas as sentenças, terminativas ou definitivas. Se o julgamento for de mérito, haverá também a coisa julgada material, que projeta seus efeitos fora do processo e impede que as partes rediscutam em qualquer outro aquilo que tenha sido decidido sobre os pedidos.
Em casos excepcionais, porém, a lei permite a utilização de ação autônoma de impugnação, cuja finalidade é desconstituir a sentença de mérito transitada em julgado. Nela, ainda é possível postular a reapreciação daquilo que foi decidido em caráter definitivo. Trata-se da ação rescisória.
Segundo prevê o art. 966, caput, do Novo CPC, a “decisão de mérito” é passível de desconstituição por meio da ação rescisória. Conforme a previsão expressa não só a sentença pode ser objeto de rescisão, mas também a decisão interlocutória, a decisão monocrática do relator e o acórdão. Basta que seja de mérito e tenha transitado em julgado.
A ação rescisória pode ser parcial, nos termos do § 3º do art. 966 do Novo CPC, ou seja, que não precisa necessariamente impugnar todos os capítulos da decisão rescindenda, seguindo nesse sentido jurisprudência já consolidada no Superior Tribunal de Justiça. O legislador poderia, entretanto, ter sido mais cuidadoso com a redação legal, considerando-se que o autor da rescisória pode impugnar apenas um dos capítulos, como prevê o dispositivo legal, bem como apenas alguns capítulos da decisão rescindenda. Trata-se, como já afirmado, da possibilidade de impugnação parcial da decisão rescindenda.
PETIÇÃO INICIAL
Tendo natureza jurídica de ação, vigora na ação rescisória o princípio da inércia da jurisdição, exigindo-se a provocação de um dos legitimados pelo art. 967 do Novo CPC. Essa provocação inicial dar-se-á por meio de uma petição inicial, nos termos dos arts. 319 e 320 do Novo CPC deve estar acompanhada dos documentos indispensáveis a sua propositura (art. 968, caput, CPC). Como no processo da ação rescisória não há previsão de audiência preliminar de mediação ou conciliação, não há necessidade de o autor informar, na petição inicial, a opção pela realização dessa audiência (art. 319, VII, CPC).
O art. 319, I, do Novo CPC prevê o endereçamento da petição inicial, sendo certo que no caso da ação rescisória o endereçamento sempre apontará um tribunal. Eventual equívoco quanto ao endereçamento, que criará no caso concreto um vício de incompetência absoluta, não enseja a extinção do processo, o que poderia no caso concreto ser extremamente danoso à parte em razão do prazo decadencial de dois anos para a propositura da ação rescisória. Dessa forma, reconhecida a incompetência absoluta – o que deve ser feito de ofício pelo órgão jurisdicional –, o processo deverá ser remetido ao tribunal competente, nos termos do art. 968, § 5º, do Novo CPC.
No tocante ao pedido é preciso recordar que a regra na ação rescisória é a existência de dois juízos:
(a) juízo rescindendo (iudicium rescindens), que é o pedido de rescisão do julgado impugnado; e
(b) juízo rescisório (iudicium rescissorium), que é o pedido de novo julgamento.
Sempre que for necessária a cumulação de pedidos – cumulação sucessiva, na qual o segundo pedido só será analisado se o primeiro for acolhido –, é indispensável que ambos os pedidos sejam feitos expressamente, não se admitindo pedido implícito de novo julgamento. A exigência consta do art. 968, I, do Novo CPC. O princípio da instrumentalidade das formas exige do juízo a determinação de emenda da petição inicial no caso de ausência de pedido de novo julgamento nesses casos, mas é inegável que um juízo mais formalista possa vir a indeferir liminarmente a petição inicial.
As exceções à necessidade de cumulação de pedidos ficam por conta da ação rescisória fundada no art. 966, II, do Novo CPC, sempre que o órgão que desconstituir a decisão o fizer exatamente porque reconheça sua incompetência absoluta para proferir o julgamento impugnado (não teria nenhum sentido desconstituir o julgamento e proferir novo julgamento com o mesmo vício), e da ação rescisória fundada no art. 966, IV, do Novo CPC, já que, afastada a decisão que contraria a coisa julgada, nenhuma outra terá que ser proferida, mantendo-se a decisão originariamente afrontada pela decisão desconstituída. Nesses casos não haverá cumulação de pedidos, limitando-se a pretensão do autor ao pedido de rescisão do julgado (juízo rescindendo).
No tocante ao valor da causa, entendo que se deva analisar no caso concreto o valor econômico do bem da vida perseguido pelo autor da ação rescisória, não existindo uma vinculação necessária entre o valor da causa do processo originário e o da ação rescisória. Atualmente esse é o entendimento prestigiado no Superior Tribunal de Justiça, que corretamente se afastou do entendimento de que o valor da causa da rescisória seria sempre o valor da causa da ação originária devidamente atualizado. A dissociação ora defendida entre valor da causa da ação rescisória e da ação originária fica ainda mais evidente quando a ação rescisória não se voltar à impugnação da totalidade da decisão, objetivando a desconstituição de apenas alguns capítulos do ato decisório.
Segundo o art. 968, II, do Novo CPC, caberá ao autor realizar um depósito no valor de 5% do valor da causa, valor esse que se converterá em multa e será revertido à parte contrária na hipótese de decisão unânime de inadmissão da ação rescisória ou de improcedência do pedido. O objetivo do dispositivo legal é evitar o abuso na utilização da ação rescisória, servindo como um desestímulo àqueles que não têm razões fundadas para a demanda, ainda que para parcela minoritária da doutrina trate-se de requisito inconstitucional por restringir injustificadamente o direito de acesso ao processo.
Como o dispositivo legal aponta para a exigência de decisão unânime, entende-se que, sendo a decisão monocrática proferida pelo relator, não caberá a aplicação da multa ao autorcom a perda do valor depositado, o mesmo ocorrendo na hipótese de decisão colegiada se ao menos um juiz decidir em favor do autor da ação rescisória. Compreende-se que nesses casos – em especial no segundo – não é adequado se presumir que houve um abuso no manejo da ação rescisória, o que isentaria o autor do pagamento da multa.
O art. 968, § 2º, do Novo CPC cria um valor máximo de mil salários mínimos para a caução prévia, o que se justifica para que a exigência legal não se torne proibitiva da propositura da ação rescisória.
Há previsão expressa no § 1º do art. 968 do Novo CPC de dispensa do recolhimento do depósito prévio à União, Estado, Distrito Federal, Município, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e àqueles que tenham obtido o benefício da gratuidade da justiça.
O art. 320 do Novo CPC exige que os documentos indispensáveis à propositura da demanda sejam juntados com a petição inicial. Na ação rescisória existem ao menos duas peças do processo originário que necessariamente deverão instruir a petição inicial por meio de cópias. São considerados documentos indispensáveis à propositura da ação rescisória: 
(a) cópia da decisão que se busca rescindir, até mesmo porque sem essa peça não seria possível ao tribunal analisar a causa de rescindibilidade; e 
(b) a cópia da certidão do trânsito em julgado, para que o tribunal possa verificar que o momento é adequado para a propositura da ação rescisória, tanto no tocante ao termo inicial como ao termo final. 
A ausência de alguma dessas cópias acarreta a inadmissibilidade da demanda, sendo imprescindível, contudo, que o relator, antes de indeferir a petição inicial ou de extinguir o processo sem resolução do mérito, determine a intimação da parte autora para que a emende, fazendo juntar aos autos a cópia ausente (CPC, art. 321).
É relevante acentuar, ainda, que, nos termos do art. 425, IV, do CPC, fazem a mesma prova que os originais as cópias reprográficas de peças processuais declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua responsabilidade, se não lhes for impugnada a autenticidade.
 2.1 Indeferimento da inicial
A petição inicial da rescisória pode ser liminarmente indeferida pelo relator do processo nos casos comuns do art. 330 e, ainda, quando não efetuado o depósito, exigido pelo art. 968, II (cinco por cento sobre o valor da causa). 
O art. 968, I, impõe, sempre que for o caso, que o autor cumule ao pedido de rescisão o pedido de rejulgamento. Nem sempre é possível, porém, o pedido de rejulgamento em ação rescisória; mas, quando for possível, a não formulação do pedido rescisório implica inépcia da petição inicial, por ausência de pedido (art. 330, §r, I, c/c art. 968, I, CPC).
Como ocorre com qualquer petição inicial, também a que dá início à ação rescisória pode ser indeferida, prevendo o art. 968, § 3º, do Novo CPC que o indeferimento ocorre nas hipóteses do art. 330 do Novo CPC e quando não for realizado o depósito prévio previsto em lei. A previsão é excessivamente formalista, porque a ausência do depósito prévio é vício sanável, devendo ser determinada a emenda da petição inicial, e não o seu indeferimento. É natural que, não realizada a emenda, será caso de indeferimento, nos termos do art. 330, IV, do Novo CPC.
Isso, todavia, não exclui a aplicação da regra geral do art. 321, em que se determina que os defeitos da petição não acarretam seu imediato indeferimento, devendo sempre se conceder o prazo de quinze dias ao autor para que a emende ou a complete. O indeferimento, por isso, somente poderá ocorrer se a parte não cumprir a diligência (parágrafo único do mesmo artigo). Assim, a aplicação do art. 968, § 3º, não exige prévia intimação pessoal do autor da rescisória, mas deverá ser precedida de regular intimação ao seu advogado, para os fins do art. 321.
O indeferimento pode ocorrer por decisão monocrática do relator, em aplicação subsidiária do art. 932, III, IV e V, do Novo CPC, hipótese em que caberá ao autor a propositura de agravo interno no prazo de 15 dias. Sendo a decisão colegiada, caberá no máximo – a depender do caso concreto – recurso especial e/ou extraordinário. Por questão de agilidade procedimental a decisão que indefere ou determina a emenda da petição inicial pode ser proferida pelo relator, embora não exista ilegalidade na prolação de tal decisão pelo órgão colegiado.
O § 4.º do art. 968 do Novo CPC prevê expressamente a aplicação do julgamento liminar de improcedência com fundamento no art. 332 do Novo CPC, ou seja, pelas mesmas razões que qualquer ação tem tal espécie de julgamento. A citação não tem qualquer especialidade, seguindo as regras comuns, sendo inclusive possível a realização pela via eletrônica, valendo-se o tribunal do endereço constante no processo originário.
Indefere-se também a inicial se uma das partes for ilegítima, nesse caso, não há de que se falar em emenda a inicial, frente à necessária inércia da função jurisdicional, não poderá o magistrado determinar ao demandante que modifique alguma das partes de sua demanda, o mesmo pensamento se vale diante da ausência do interesse de agir, devendo o demandante que se habilita como parte legitima demonstrá-lo.
COMPETÊNCIA
A ação rescisória é de competência originária de tribunal, não devendo ser ajuizada perante juízo de primeira instância. É competente para apreciá-la o Tribunal do acórdão rescindendo. Se se trata de rescisória de sentença, é competente o Tribunal que seria competente para eventual recurso. A regra de competência para processamento e julgamento da ação rescisória é a seguinte: os tribunais julgam as ações rescisórias de seus próprios julgados e dos julgados dos juízes a ele vinculados. 
Assim, compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar as ações rescisórias de seus próprios julgados (CF/88, art. 102, I, j). Ao Superior Tribunal de Justiça cabe processar e julgar as ações rescisórias de seus julgados (CF/88, art. 105, I, e). Já os Tribunais Regionais Federais processam e julgam, originariamente, as ações rescisórias de seus próprios julgados (CF/88, art. 108, I, b). Quanto aos tribunais de justiça, também detêm tal competência originária para processar e julgar as ações rescisórias de seus próprios julgados, estando, normalmente, tal competência definida em cada Constituição Estadual (CF/88, art. 125, § 10).
A decisão proferida por juízes de primeira instância pode ser desconstituída, igualmente, por ação rescisória, que deve ser processada e julgada pelo tribunal ao qual está vinculado o juízo que a proferiu. Assim, proferida a decisão por um juiz federal, a ação rescisória será processada e julgada pelo Tribunal Regional Federal ao qual esteja vinculado o juiz. Por sua vez, a ação rescisória contra decisão de juiz estadual será processada e julgada perante o respectivo tribunal de justiça. No caso de sentença proferida por juiz estadual investido de jurisdição federal (109, § 30, CF/88), a competência será do Tribunal Regional Federal da respectiva região.
Merece destaque o entendimento consagrado na Súmula 249 do STF, que aponta para a competência do Supremo Tribunal Federal na hipótese de não conhecimento do recurso extraordinário, desde que tenha sido no caso concreto apreciada a questão constitucional, hipótese frequente no caso de não conhecimento em razão de ausência de ofensa à norma constitucional (art. 102, III, a, da CF). A mesma regra é aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça na hipótese de recurso especial não conhecido com a matéria federal apreciada, o que ocorre em regra no caso de ausência de ofensa à norma federal (art. 105, III, a, da CF). Trata-se da indevida confusão entre juízo de admissibilidade e juízo de mérito no julgamento dos recursos excepcionais.
A competência da ação rescisória difere da competência da querela nullitatis, sendo entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça que enquanto naquela a competência é originária de tribunal, nessa a competência é do próprio juízo queproferiu a decisão atacada.
Sendo a competência fixada por critério absoluto, visando o interesse público na preservação da autoridade das decisões já transitadas em julgado. Assim, ajuizada rescisória perante tribunal incompetente, será ele absolutamente incompetente.
LEGITIMIDADE
O novo Código dispõe de maneira expressa quanto à legitimação de parte para a ação rescisória, afirmando que sua propositura pode partir de (NCPC, art. 967):
 4.1 I quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
Tem legitimidade para propor a ação rescisória quem foi parte no processo originário ou seu sucessor a título universal ou singular (art. 967, I, CPC). Assim, pode propor a rescisória o espólio, o herdeiro ou o legatário da parte do processo originário. 
Ainda que a parte tenha sido revel no processo originário, é-lhe conferida legitimidade para propor a ação rescisória.
As partes da ação rescisória não ocuparão necessariamente os mesmos polos que ocuparam na ação originária: é possível que o autor da rescisória tenha figurado como réu desta, e vice-versa.
4.2 II o terceiro juridicamente interessado;
O terceiro juridicamente prejudicado é aquele sujeito que mantém com uma ou ambas as partes da demanda uma relação jurídica que tenha sido afetada com a decisão que se busca rescindir. Poderia ter sido litisconsorte facultativo ou assistente no processo originário, o que lhe garantiria a legitimidade como parte, mas por não ter participado continua a ser terceiro. Sendo juridicamente afetado, tem legitimidade para a propositura da ação rescisória.
O terceiro juridicamente interessado é, portanto, aquele que sofreu efeitos principais ou reflexos da decisão transitada em julgado. Por isso, é legitimado a propor a ação rescisória dessa decisão. Caso o terceiro tenha feito parte do processo originário, sua legitimidade decorre do inciso I do art. 967, e não do inciso II - se interveio no processo originário, foi parte. Terceiro juridicamente interessado é aquele que não participou do processo originário.
4.3 III o Ministério Público: 
a) Se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) Quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) Em outros casos em que se imponha sua atuação;
Registre-se posição doutrinária que entende que o Ministério Público, quando participa do processo originário como fiscal da lei, é parte no processo, mas não é parte na demanda, de forma que só passa a ter legitimidade para a ação rescisória na hipótese de colusão ou de simulação entre as partes (art. 966, III, do Novo CPC). Não é esse, entretanto, o entendimento da jurisprudência, que entende serem meramente exemplificativas as alíneas “a” e “b” do art. 487, III, do CPC/1973, admitindo o ingresso de ação rescisória pelo Ministério Público sempre que existir interesse público, tendo sido esse entendimento consagrado pela alínea “c” do dispositivo ora comentado ao prever a legitimidade ativa do Ministério Público em outros casos em que se imponha sua atuação.
4.4 IV aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção
A legitimidade nesse caso é de um terceiro que deveria ter participado do processo – ou ao menos ter sido ouvido – e que não o integrou.
Confere-se legitimidade ativa para a ação rescisória aos entes (distintos do Ministério Público fiscal da lei, inciso III, e das partes, inciso I), cuja intervenção era obrigatória no processo originário.
É o caso, por exemplo, da Comissão de Valores Mobiliários, cuja intervenção é obrigatória nos processos em que se discutam matéria de sua competência (art. 31, Lei n. 6.385/1976), e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, cuja intervenção é obrigatória nos processos em que se discuta matéria de sua competência (art. 118, Lei n. 12.529/2011). Como se vê, o inciso traz caso em que ente que poderia ter sido amicus curiae tem legitimidade para propor ação rescisória. 
O dispositivo não se aplica, porém, ao litisconsorte necessário não citado. Note que o texto fala daquele cuja "intervenção" era necessária, não daquele cuja citação era necessária - uma sutileza, mas muito importante. Além disso, o litisconsorte necessário não citado tem de valer-se da querela nullitatis, prevista expressamente no inciso I do §10 do art. 525 e no inciso I do art. 535, CPC: é que a falta de citação não é caso de ação rescisória, mas, sim, de querela nullitatis. A falta de citação que gera decisão contrária ao não citado não é caso de rescindibilidade, mas, sim, de nulidade, cuja decretação se pede pela querela nullitatis.
PEDIDO
Dentro da ação rescisória é possível ser formulado dois pedidos: o da desconstituição da coisa julgada que corresponde ao juízo rescindens e o do rejulgamento da causa para substituir aquele que for invalidado, correspondendo ao juízo rescissorium.
Muito se discutiu, no regime do Código de 1939, sobre a possibilidade de cumulação do judicium rescindens com o judicium rescissorium. O Código de 1973, no que foi repetido pelo novo CPC, pôs fim à controvérsia, criando não apenas a faculdade, mas instituindo a obrigatoriedade de cumular o autor, em sua petição inicial, as duas pretensões, a de rescisão da sentença e a de nova solução para a causa, em seu mérito, sempre que for o caso. Aliás, na prática só há três hipóteses em que a cumulação não ocorrerá: (i) a de ofensa à coisa julgada (art. 966, IV), onde a ação rescisória apenas desconstituirá a sentença impugnada; (ii) a de juiz peitado (art. 966, I); e (iii) a de juiz impedido ou absolutamente incompetente (art. 966, II); porque, nos dois últimos casos, toda a instrução do processo será anulada e o feito terá de ser renovado em primeira instância.
A omissão do autor, na petição inicial, do pedido de rejulgamento da causa, no entanto, não autoriza seu imediato indeferimento por inépcia. Aplica-se à espécie a regra geral do art. 321 que obriga a prévia intimação do autor para suprir deficiências da inicial. Desse modo, “apenas após o transcurso do prazo estabelecido para que o autor emende a inicial, sem que este o tenha feito, é que poderá o relator indeferir a petição inicial”.
VALOR DA CAUSA
Sendo a rescisória uma demanda, deve como visto, ser proposta por meio de petição inicial, que contenha os requisitos previstos no art. 319 do CPC. Dentre tais requisitos, insere-se o valor da causa. Doutrina e jurisprudência assentaram o entendimento, segundo o qual o valor da causa, nas ações rescisórias, equivale ao da ação originária. Vale dizer que o valor atribuído à causa para a ação rescisória corresponde ao valor da causa da ação originária, corrigido monetariamente. Em razão desse entendimento, seria inadmissível a pretensão de que, na ação rescisória, o valor da causa fosse igual ao encontrado para fins de liquidação de sentença.
Na verdade, o valor da causa constitui, em essência, o benefício perseguido pelo autor ou que poderá ser auferido por ele. Rescindida a decisão, o benefício a ser auferido corresponde, em principio, ao valor da causa da ação originária. Por isso, entende-se que: "o valor da causa nas rescisórias, via de regra, é o que foi atribuído à ação originária, monetariamente corrigido, devendo, contudo, ficar devidamente demonstrado, com exatidão, na impugnação, aquele que se reputa correto".
Poderá, contudo, a parte demandada, em impugnação ao valor da causa, demonstrar que o proveito econômico a ser auferido pelo autor supera tal montante. Nesse caso, o valor da causa da ação rescisória será superior ao valor da causa da ação originária. Dai entender o STJ que: "o valor da causa, em ação rescisória, deve, em principio, guardar equivalência com o valor do beneficio patrimonial a que visa, o qual não é, necessariamente, o mesmo da ação em que foi proferida a decisão rescindenda".
Se a ação rescisória for proposta, quando já promovida a liquidação do julgado, em que se demonstra que o benefício a ser auferido pelo interessado é bem superiorao valor da causa da ação originária, deve, então, o valor da causa da ação rescisória ser equivalente ao montante liquidado, e não ao valor da causa da ação originária. Por isso mesmo, "se a ação rescisória tem por objeto acórdão proferido no processo de liquidação, a fixação do valor da causa pode ser diferente daquele atribuído à outra voltada contra julgado extraído de processo de conhecimento".
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO RESCISÓRA
Além da observância dos pressupostos processuais gerais de validade (como o interesse, a legitimidade e a competência, por exemplo), para que se admita a ação rescisória são necessários:
a) uma decisão de judicial transitada em julgado; 
b) o enquadramento da situação em uma das hipóteses de rescindibilidade, que estão relacionadas no art. 966, no §15 do art. 525, no §8° do art. 535 ou no art. 658, todos do CPC.
7.1 Decisão de judicial transitada em julgado
A ação rescisória é cabível contra qualquer decisão de mérito, seja uma interlocutória, uma sentença, um acórdão ou uma decisão singular ou unipessoal de membro de tribunal.
A ação rescisória pode ser parcial, nos termos do §3º do art. 966 do Novo CPC, ou seja, que não precisa necessariamente impugnar todos os capítulos da decisão rescindenda, seguindo nesse sentido jurisprudência já consolidada no Superior Tribunal de Justiça.
Existem decisões de mérito que não são impugnáveis por meio de ação rescisória em razão de expressa vedação legal:
(a1) acórdão proferido em ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) ou em ação declaratória de constitucionalidade (ADECON) (art. 26 da Lei 9.868/1999);
(a2) acórdão proferido em arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) (art. 12 da Lei 9.882/1999); 
(a3) decisões proferidas nos Juizados Especiais (art. 59 da Lei 9.099/1995).
Também pode ser utilizada contra decisão que não tenha examinado o mérito. O §2° do art. 966 do CPC, permite expressamente, ação rescisória contra decisão que não é de mérito, desde que tenha transitado em julgado.
O §2º do art. 966 possui dois incisos, ambos dizendo respeito à decisão rescindenda que não é de mérito, os quais são:
Decisões de inadmissibilidade que impedem a repropositura da demanda (art. 966, §2º, I):
O inciso I do § 2° do art. 966 do CPC cuida das decisões que não são de mérito (relacionadas no seu art. 485) e que impedem nova propositura da demanda. Essas decisões são aquelas previstas no §1º do art. 486 do CPC. A compreensão do inciso I do §2° do art. 966 do CPC depende, portanto, da correção do vício que levou à sentença sem resolução de mérito previsto no §1º do art.485.
Decisões de inadmissibilidade que impedem o conhecimento de recurso (art. 966, §2º, II)
Também cabe ação rescisória contra decisão de inadmissibilidade de recurso (art. 966, §20, II, CPC).
Nesse caso, o objetivo da ação rescisória é desfazer a decisão que inadmitiu o recurso e permitir o conhecimento e julgamento deste pelo próprio tribunal.
7.2 O enquadramento da situação em uma das hipóteses de rescindibilidade, que estão relacionadas no art. 966, no §15 do art. 525, no §8° do art. 535 ou no art. 658, todos do CPC
Não se admite ação rescisória, sem que se alegue ou se demonstre a ocorrência de uma das hipóteses previstas no art. 966 do CPC. O elenco de hipóteses do referido art. 966 do CPC é taxativo.
Há, porém, algumas ponderações.
Em primeiro lugar, há ainda as hipóteses de cabimento de ação rescisória para a sentença que julga partilha (art. 658, CPC), que se somam às hipóteses do art. 966. Há, também, as hipóteses especiais, vistas adiante, previstas no §15 do art. 525 e no §8 do art. 535, CPC.
7.2.1 Decisão produto de prevaricação, concussão ou corrupção ( Art.966, I)
Nos termos do inciso I do art. 966 do CPC, a decisão, transitada em julgado, pode ser rescindida quando se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
O art. 966, I, do Novo CPC prevê três crimes que podem ser cometidos pelo juiz na condução e solução do processo. A prevaricação está prevista no art. 319 do CP, a concussão, no art. 316 do CP, e a corrupção passiva, no art. 317 do CP.
Para que caiba a ação rescisória fundada no inciso I do art. 966 do CPC, não é necessário que haja prévia condenação criminal do magistrado, nem se exige a existência de ação penal em cursou. A prática do crime pode ser demonstrada e comprovada nos próprios autos da ação rescisória. Evidentemente, se houver prévia condenação criminal do juiz, já se terá a comprovação da prática de um dos referidos crimes, vinculando-se, em certa medida, o órgão julgador da ação rescisória (eficácia positiva da sentença penal condenatória).
Caso, porém, se trate de sentença penal absolutória, somente terá eficácia no processo civil, se decidir pela ausência do fato ou da autoria. Nessa hipótese, a ação rescisória receberá os influxos da sentença penal, devendo ser rejeitado o pedido de rescisão. Se, por outro lado, a absolvição tenha por fundamento a falta de provas ou a extinção da punibilidade por prescrição, morte ou outro motivo, não há repercussão para a ação rescisória, podendo, inclusive, ser julgado procedente ou improcedente o pedido rescindente.
É rescindível não somente a sentença proferida por juiz em prevaricação, concussão ou corrupção, mas também a decisão exarada por órgão colegiado, desde que um dos julgadores tenha praticado qualquer um dos mencionados crimes. Neste último caso, a rescisória somente se revela cabível, se o voto houver concorrido para o resultado ou para a formação da maioria. Não basta que o julgador tenha participado do julgamento, sendo necessário que seu voto seja um dos vencedores. Em se tratando de voto vencido, não há consequência para o julgamento, não devendo ser admitida a rescisória.
7.2.2 Impedimento do juiz e incompetência absoluta do juízo (Art.966,II)
É rescindível a sentença proferida por juiz impedido. Como se sabe, o juiz é impedido nas hipóteses descritas nos arts. 144 e 147 do CPC. O impedimento do juiz acarreta a falta de pressuposto processual de validade. Na verdade, a imparcialidade do juiz constitui pressuposto processual de validade, que se reflete na exigência de o juiz não ser impedido.
A suspeição do juiz não constitui motivo para ação rescisória. O que gera o direito à rescisão é o impedimento do juiz. Para que seja acolhida a ação rescisória, é preciso que o juiz tenha proferido a decisão rescindenda, e não simplesmente participado do processo ou nele atuado.
É rescindível também o acórdão, se um dos julgadores tenha proferido voto, não obstante estar impedido. No particular, a rescisória é apenas cabível, se o voto tiver concorrido para o resultado ou para a formação da maioria. Não é suficiente que o julgador tenha participado do julgamento; exige-se que seu voto seja um dos vencedores. Se proferiu voto vencido, não se deve ter como contaminado o julgamento por seu impedimento, devendo ser rejeitada eventual rescisória.
Há direito à rescisão de decisão judicial proferida por juízo absolutamente incompetente. Não há direito à rescisão em razão de incompetência relativa.
Enquanto o impedimento é um vício do juiz, a incompetência é um vício do juízo - essa é, aliás, a razão da redação do inciso II do art. 966 do CPC, que fala em impedimento do juiz e incompetência do juízo.
Sendo o tribunal competente e tendo havido substituição da decisão de primeira instância, não há mais o vicio de incompetência absoluta que inquinara a sentença, revelando-se incabível a rescisória. 
Em suma, é preciso distinguir duas hipóteses:
a) Causa julgada por "tribunal incompetente": todo tribunal tem competência para julgar ação rescisória de seus próprios julgados, caso em que, acolhida a ação rescisória por sua incompetência absoluta, não lhe cabe rejulgar a causa, sob pena de incorrer no mesmo erro e repetir o vício que acarretou o ajuizamento da ação rescisória; nesse caso, cabe a ele remeter os autos ao juízo competente. Por exemplo: julgada, na Justiça Federal, causa que haveria de ter sidojulgada na Justiça Estadual. A ação rescisória será intentada no respectivo Tribunal Regional Federal. Acolhida a rescisória, será desconstituída a sentença ou o acórdão rescindendo, não podendo o Tribunal Regional Federal rejulgar a causa, que deverá ser julgada pela Justiça Estadual.
b) Causa julgada por "juízo incompetente": o tribunal tem competência para julgar ação rescisória contra sentença de juízo a ele vinculado, caso em que poderá rejulgar a causa.
7.2.3 Dolo ou coação da parte vencedora e Simulação ou colusão entre as partes para Fraudar a lei (Art.966,III)
É possível rescindir decisão judicial que resulte de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida. É o que dispõe a primeira parte do inciso III do art. 966 do CPC.
O dolo ou coação da parte vencedora (também pode ser do representante legal ou advogado), se houver litisconsórcio, o dolo de um deles é suficiente para a rescisão da sentença. Tratando-se de litisconsórcio simples, a rescisão alcança apenas o capítulo da sentença dedicado ao litisconsorte que praticou a conduta dolosa. Diz respeito à ofensa aos princípios da lealdade e da boa-fé processual, mas só enseja ação rescisória quando o dolo ou coação impedir ou dificultar a atuação processual do adversário ou, ainda, quando influenciar significativamente o juiz, a ponto de afastá-lo da verdade.
A rescisória, nesse caso, relaciona-se com ato da parte, e não com ato do juiz; o dolo ou a coação, em outras palavras, não atua nem se revela na conduta do órgão julgador. Enfim, a rescisória é cabível em razão do dolo ou da coação da parte vencedora que prejudica a parte vencida e induza o juiz a erro.
A coação e o dolo também podem ser dirigidos ao juiz. Imagine uma coação para que o juiz profira a sentença com certo conteúdo: a coação é, nesse caso, comportamento em detrimento da parte vencida e dela resulta a sentença – exatamente o que exige a primeira parte do inciso III do art. 966 do CPC.
Nem todo comportamento doloso rende ensejo ao cabimento da ação rescisória. É preciso que haja nexo de causalidade entre a conduta da parte vencedora e a decisão rescindenda. É preciso, para que se acolha a rescisória, que se reconheça o dolo e, mais precisamente, que se demonstre que ele foi a razão determinante do resultado a que chegou o juiz. O mesmo ocorre com a coação.
A configuração do dolo – ato voluntário da parte vencedora em prejuízo do vencido –, não mais exige, na evolução do direito processual, necessariamente, a má-fé do litigante, bastando seja revelada uma ofensa ao princípio da boa-fé objetiva, que o novo Código adota, como “norma fundamental” (art. 5º). Assim, para efeito da rescisão da sentença, bastará, por exemplo, em determinadas circunstâncias, o silêncio ou a conduta omissiva da parte vencedora, acerca de fato ou comportamento relevante para a solução da causa, para que sua conduta desleal e desonesta, frente ao adversário sucumbente se torne causa para a rescisão do decisório. É importante, todavia, que a conduta ou omissão intencional do litigante seja tal que induza a parte contrária a assumir uma conduta processual que lhe seja nociva. A rescisória, portanto, será cabível se a parte demonstrar que o resultado desfavorável da causa teve como motivo comportamento seu induzido, todavia, maliciosamente por ato do adversário.
Não se deve, outrossim, ver dolo na simples omissão de prova vantajosa à parte contrária, nem tampouco no mero silêncio sobre circunstância que favoreça o adversário. É de ter-se em conta que a parte não está legalmente obrigada a produzir prova contrária a seus interesses (art. 379, caput), razão pela qual o dolo autorizador da rescisória não pode se limitar à não revelação de fato ou prova favorável ao adversário, mas terá de se dar por meio de comportamento que o leve a não diligenciar a descoberta e utilização do meio de convencimento que lhe propiciaria a vitória processual.
Deve-se, porém, atentar para o fato de que o dolo autorizador da rescisória não abrange os atos de máfé anteriores ao processo, mas apenas o dolo processual, que vem a ser aquele praticado por meio de ato de litigância maliciosa durante a tramitação da causa em juízo.
É possível rescindir a decisão quando ela resultar de simulação ou de colusão entre as partes a fim de fraudar a lei (art. 966, III, fine, CPC).
O art. 142 do CPC, regra-irmã dessas hipóteses de rescindibilidade, prevê o par simulação-fraude à lei137. O Código Civil também distingue a fraude à lei (art. 166, VI)138 da simulação (art. 167)139, ambas, porém, hipóteses de nulidade do negócio jurídico.
Mas processo simulado não é a mesma coisa que processo fraudulento, embora, também no primeiro caso, possa haver a finalidade de violar a lei.
Basicamente, o propósito da simulação é lesar terceiros; na fraude à lei, infringir a ordem jurídica. Na simulação, "os atos não são verdadeiros, enquanto na fraude à lei os atos são verdadeiros, embora se destinem a violar a lei"; na simulação, os "atos praticados ou são aparentes ou são mentirosos"; na fraude à lei, "nada é aparente"; "tudo o que aparece é querido, especialmente o resultado". Na síntese de Pontes de Miranda: "Na simulação quer-se o que não aparece e não se quer o que aparece. Na fraude à lei, quer-se, sinceramente, o que aparece, porque é o resultado que a lei fraudada tenta impedir, ou porque se afasta do resultado que a lei fraudada determina que se produza".
Transportando as noções gerais para o processo civil, Barbosa Moreira define processo simulado e processo fraudulento:
a) processo simulado: "as partes não têm, verdadeiramente, a intenção de aproveitar-se do resultado do pleito, nem, pois, real interesse na produção dos respectivos efeitos jurídicos, a não ser como simulacro para prejudicar terceiros".
b) processo fraudulento: "o resultado é verdadeiramente querido, e as partes valem-se do processo justamente porque ele se lhes apresenta como o único meio utilizável para atingir um fim vedado pela lei". O objetivo é dar aparência de licitude, ainda que meramente formal, a uma ilicitude.
Além do Ministério Público, também tem legitimidade para ajuizar ação rescisória com fundamento em simulação ou colusão para fraudar a lei o terceiro juridicamente interessado. Vindo a ser atingido pela ilicitude, o terceiro poderá, indiscutivelmente, ajuizar a rescisória.
Se, no processo originário, tiver havido pluralidade de partes, terá igualmente legitimidade para ajuizar a rescisória aquela que não haja participado do conluio. Até mesmo quem participou do conluio pode ajuizar a ação rescisória, poderá, eventualmente, não dispor de interesse de agir, mas terá legitimidade para intentar a rescisória.
Enfim, a legitimidade para intentar a ação rescisória com fundamento em simulação ou colusão para fraudar a lei é do Ministério Público. Tal legitimidade não é, contudo, exclusiva, podendo a rescisória, nesse caso, ser intentada também por terceiro juridicamente interessado, por uma das partes que não participou do conluio ou, até mesmo, por quem fez parte do conluio.
7.2.4 Ofensa à coisa julgada (Art.966,IV)
A coisa julgada material, na definição do Código, é o caráter de que se reveste a decisão de mérito já não mais sujeita a recurso, tornando-a imutável e indiscutível (NCPC, art. 502).
Para as partes do processo, a decisão vem a ter força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida (art. 503).
É possível rescindir decisão judicial que tenha ofendido a coisa jugada (art. 966, IV, CPC). O prestigio e a proteção que o ordenamento jurídico conferem à coisa julgada justifica esta hipótese de rescindibilidade.
Resolvido o litígio e transitada em julgado a decisão, não há como discutir e decidir a questão que já foi objeto de sentença. Se houver qualquer outra decisão entre as partes, há a ofensa a coisa julgada.
Com relação à coisa julgada ressalta-se que, uma vez que provimento judicial torna-se irrecorrível, também torna-se imutável e, consequentemente, torna-se indiscutível.
O provimento de méritocontém a resolução do objeto do processo. Assim, ao se tornar imutável o provimento, o conteúdo também se tornará, alcançando a coisa julgada material. 
Dessa forma, outro processo não pode decidir o que já foi resolvido por uma decisão coberta pela autoridade de coisa julgada. Caso isso aconteça, há ofensa a coisa julgada material anteriormente formada e a nova decisão será rescindível.
Apenas no caso de se ter a segunda demanda idêntica à primeira, anteriormente decidida por provimento de mérito irrecorrível, é que ocorre a ofensa a coisa julgada. Assim, para a propositura de rescisória deve ter havido duas coisas julgadas versando sobre a mesma questão, no prazo de 2 (dois) anos.
7.2.5 Manifesta violação a norma jurídica (Art.966,V)
Pode-se entender que a hipótese de cabimento da ação rescisória prevista pelo art. 966, V, do Novo CPC tem como fundamento o erro crasso do juízo na aplicação do direito no caso concreto, considerando-se que a decisão que violar manifestamente norma jurídica deva ser desconstituída. O termo manifesta, contido no inciso V do art. 966 do CPC, significa evidente, clara.
A norma jurídica violada pode ser de qualquer natureza, desde que seja uma norma geral: legal (lei ordinária, delegada, complementar, estadual, municipal), constitucional, costumeira, regimental, administrativa, internacional, decorrente de lei orgânica, medida provisória ou decreto etc. A norma jurídica violada pode ser processual ou material, de direito público ou privado. A ação rescisória serve, enfim, para corrigir um error in procedendo ou um error in judicando. Decisão que viola manifestamente precedente obrigatório (art. 927, CPC) também é rescindível.
Contrariamente ao que sucede com os recursos extraordinário e especial, a propositura da ação rescisória com base no inciso V do art. 966 do CPC não exige o chamado pré-questionamento, ou seja, não é necessário que a norma tenha sido expressa ou implicitamente referida na decisão rescindenda.
A violação manifesta a norma jurídica é a causa de pedir da ação rescisória. Assim, é preciso que o autor aponte expressamente qual a norma que reputa violada, não podendo o tribunal suprir a omissão; caso o faça, estaria violando a regra da congruência (art. 492, CPC). Prescinde-se da referência a número de artigo ou parágrafo, "desde que claramente identificável o conteúdo" da norma impugnada.
No caso de violação a precedente obrigatório, deve-se indicar o número do processo que lhe deu origem. É possível, de igual modo, indicar o texto normativo que foi objeto de interpretação pelo precedente. A ratio decidendi pode ser regra geral que concretiza um princípio. Imagine-se, por exemplo, a regra que impõe a intimação da parte contrária para apresentar contrarrazões em embargos de declaração. Se tal regra não tiver sido observada na decisão rescindenda, haverá violação à norma do precedente, bem como ao principio do contraditório, a partir do qual se construiu a aludida regra. Nesse caso, é possível invocar a norma do precedente, bem como o texto do art. 50, LV, da Constituição Federal.
Quando há violação a súmula ou a súmula vinculante, o que há, na verdade, é violação ao precedente que lhe deu origem ou à norma jurídica construída a partir de um texto normativo. Isso porque o enunciado da súmula divulga, resume e consolida uma interpretação dada a um dispositivo legal ou constitucional. E é essa interpretação que constitui a norma jurídica, e não o texto constante da letra do dispositivo. Se, por exemplo, um enunciado da súmula vinculante do STF confere determinada interpretação ao dispositivo contido no art. x da Constituição Federal, o julgado que tenha decidido diferente terá violado a norma extraída do art. x da Constituição Federal. 
O que restou violado foi a norma daí extraída. Na ação rescisória, indica-se que a violação foi ao art. x da Constituição Federal.
7.2.6 Prova falsa (Art.966, VI)
A decisão é rescindível “sempre que, baseada em prova falsa, admitiu a existência de fato, sem o qual outra seria necessariamente a sua conclusão”. Não ocorrerá a rescindibilidade “se houver outro fundamento bastante, para conclusão”.
É preciso notar que somente cabe a rescisão caso a decisão se funde apenas na prova falsa. Se a decisão rescindenda funda-se em outra prova, além daquela que se reputa falsa, não há o direito à rescisão, pois, afinal, a decisão pode manter-se com base em outro lastro probatório. Somente cabe a rescisão em razão da prova falsa se ela for a "base" que sustenta a decisão rescindenda.
Essa hipótese de ação rescisória diz respeito a qualquer prova. Sendo falsa uma prova documental, testemunhal, pericial'", confissão'" (confissão com erro de fato, p. ex.), enfim, sendo falsa qualquer prova produzida, cabe a ação rescisória.
Nos termos do inciso VI do art. 966 do CPC, essa falsidade deve ter sido apurada em processo criminal ou demonstrada na própria ação rescisória. Não obstante a literalidade da regra, também se deve admitir a ação rescisória, quando a falsidade tiver sido apurada em ação declaratória civil (CPC, art. 19, II). Todavia, se a sentença proferida na ação declaratória de autenticidade, houver declarado autêntico o documento, fica excluída a possibilidade de rescisão com base nesse fundamento, em razão da eficácia positiva da coisa julgada declaratória.
7.2.7 Prova nova (Art.966,VII)
Cabe ação rescisória quando o autor, depois do trânsito em julgado, obtiver prova nova capaz de por si só alterar o resultado da decisão rescindenda (art. 966, VII, CPC). É caso de ação rescisória para corrigir injustiça da decisão. A hipótese descrita no inciso VII do art. 966 do CPC não encerra caso de rescisória por defeito da sentença (invalidade). A sentença, na espécie, é válida, ostentando uma injustiça a ser eliminada pela ação rescisória.
A prova nova é aquela estranha à causa, ou seja, aquela ainda não pertencente à causa. A prova nova não é aquela constituída, formada ou produzida posteriormente; é a que não foi apresentada no curso do processo originário, destinada a provar fato já ocorrido. Prova nova, em outras palavras, é aquela que já existia antes do trânsito em julgado, mas não foi apresentada ou produzida oportunamente no processo originário. A prova não existente ou que não poderia ser produzida durante o curso do processo originário não possibilita a desconstituição do julgado.
Tanto isso é verdade que o art. 975, § 2°, do CPC, ao estabelecer o prazo para a ação rescisória por prova nova, indica como marco para o inicio de sua contagem a "descoberta", e não a "produção" ou "constituição", da prova nova. A prova já existia e foi "descoberta", começando a correr, a partir de então, o prazo para o ajuizamento da ação rescisória.
Numa interpretação mais restritiva do termo “prova nova” pode-se defender que o legislador passou a admitir como fundamento de ação rescisória, além da prova documental, também a prova documentada, ou seja, a prova pericial ou oral materializada em um documento (laudo pericial e termo de audiência). Nesse caso a prova a fundamentar a ação rescisória necessariamente já deve ter como amparo material um documento, que será juntado à petição inicial, não havendo dilação probatória na ação rescisória.
Não é prova nova aquela já produzida no processo originário, mas que não foi apreciada pelo órgão julgador. A omissão judicial quanto à prova produzida não é motivo para a ação rescisória fundada no inciso VII do art. 966 do CPC, podendo, na verdade, fundamentar a ação rescisória por manifesta violação à norma jurídica (art. 966, V, CPC).
Cumpre ao autor da ação rescisória demonstrar o momento em que obteve a prova nova ou o momento em que se tornou possível produzi-la. O momento, enfim, da "descoberta" da prova nova.
É que, nos termos do art. 966, VII, do CPC, a prova nova deve ser obtida "posteriormente ao trânsito em julgado". O momento da descoberta da prova nova deve ocorrer depois do trânsito em julgado. Se ainda era possível à parte produzir a prova no processo originário,e não o fez, não caberá a rescisória. Esta somente será cabível, se a prova foi obtida ou se tornou possível em momento a partir do qual não se permitia mais produzi-la no processo originário.
Para que se admita a ação rescisória fundada no art. 966, VII, do CPC, a prova nova deve referir-se a fatos controvertidos no processo originário. Se o fato não foi alegado nem objeto de controvérsia no processo, não cabe a rescisória. Ora, se é preciso, para o cabimento da rescisória fundada em prova nova, que o fato tenha sido alegado no processo originário, não há dúvidas de que ao revel - o qual, justamente por ser revel, não alegou qualquer fato - não se franqueia a possibilidade de valer-se da ação rescisória, com fundamento no art. 966, VII, do CPC.
Não se nega que o revel possa intentar ação rescisória; a ele é conferida essa possibilidade. O que se revela impossível é que sua rescisória tenha fundamento no art. 966, VII, do CPC, na exata medida em que a prova nova deve dizer respeito a fato alegado e o revel, por razões óbvias, não alegou qualquer fato no processo originário.
A prova nova, que irá render ensejo à propositura da ação rescisória, há de ser suficiente para modificar a conclusão a que se chegou na decisão rescindenda. Em outras palavras, é preciso que a prova nova, necessariamente e sozinha, gere um pronunciamento favorável ao autor da ação rescisória. O pronunciamento a ser obtido, com a prova, deve ser favorável, ainda que parcial.
7.2.8 Erro de fato (Art.966,VIII)
É possível rescindir decisão judicial fundada em erro de fato (art. 966, VIII, CPC).
Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido (art. 966, §1°, primeira parte, CPC). Trata-se, enfim, de uma suposição inexata, de um erro de percepção ou de uma falha que escapou à vista do juiz, ao compulsar os autos do processo, relativo a um ponto incontroverso. O erro de fato constitui um erro de percepção, e não de um critério interpretativo do juiz.
A configuração dessa hipótese de rescindibilidade exige a conjugação de vários pressupostos.
a) É preciso que a decisão seja fundada no erro de fato, isto é, que sem o erro de fato a conclusão do juiz houvesse de ser diferente. É necessário "que a sentença esteja baseada em erro de fato"; ou seja, "o erro deve ser a causa da conclusão a que chegou a sentença"; "é necessária a existência de nexo de causalidade entre o erro de fato e a conclusão do juiz prolator do decisum rescindendo";
b) O erro de fato deve ser apurável mediante o simples exame dos documentos e das demais peças dos autos, não se admitindo, na rescisória, a produção de quaisquer outras provas tendentes a demonstrar que não existia o fato admitido pelo juiz, ou que ocorrera o fato por ele considerado inexistente;
c) O fato sobre o qual recaiu o erro não pode ser ponto controvertido; ou seja, é preciso que em relação ao fato não tenha havido controvérsia (CPC, art. 966, § 10). Se se trata de ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado, não se admite a rescisão da decisão.
PRESCRIÇÃO
Segundo prevê o art. 975 do Novo CPC, o prazo para a propositura de ação rescisória é de dois anos, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. Em razão da expressa previsão legal é irrelevante a data em que a parte tomou conhecimento dos fatos que possibilitariam a propositura da ação rescisória, valendo sempre, para qualquer situação e para qualquer legitimado, inclusive o terceiro juridicamente prejudicado, o termo inicial do trânsito em julgado. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o trânsito em julgado conta-se da última decisão proferida no processo, ainda que tal decisão seja de inadmissão de recurso. A decisão de inadmissibilidade não produz efeitos retroativos, ressalvados os casos de manifesta intempestividade ou manifesto descabimento do recurso. Assim, caso a última decisão proferida seja uma decisão de inadmissibilidade do recurso, o prazo para a ação rescisória conta-se do respectivo trânsito em julgado, ressalvadas as duas exceções apontadas (intempestividade e manifesto descabimento; nesses dois casos, o prazo para a ação rescisória já se teria iniciado desde a data em que a decisão transitou em julgado, pelo decurso do prazo, ou desde a data que o recurso manifestamente incabível foi ajuizado.)
Termos iniciais diferenciados
Quando fundada na hipótese prevista no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de cinco anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo (art. 975, § 2.º). Nessa hipótese o prazo continua a ser tecnicamente de dois anos, mas com a modificação do termo inicial de sua contagem na prática a parte passa a ter até cinco anos da prolação da última decisão no processo para a propositura da ação rescisória.
Outra regra especial é a que, na hipótese de rescisória baseada em simulação ou colusão das partes, prevê a contagem do prazo em cogitação a partir do momento em que se tem ciência da fraude. Mas essa alteração do dies a quo aplica-se apenas ao terceiro prejudicado, e ao Ministério Público, quando não tenha intervindo no processo (art. 975, § 3º). Àquele que figurou como parte ou interveniente no feito em que se pronunciou a decisão rescindenda (inclusive o MP) não se estende a contagem privilegiada.
A lei nova não repetiu, no § 3º, a estipulação de prazo máximo, tal como havia feito no § 2º, relativamente à descoberta da prova nova. A razão de deixar aberto ilimitadamente o prazo para a rescisória, enquanto os estranhos ao processo não têm ciência da simulação ou da colusão para fraudar a lei, prendesse à circunstância de se deparar com atos contaminados por nulidade e não apenas por anulabilidade (Código Civil, arts. 166, VI, e 167), agravados ainda, pelos reflexos nocivos produzidos para além dos interesses dos sujeitos da relação processual.
Há também um termo inicial para o prazo da rescisória consagrado nos arts. 525, § 15, e 535, § 8º, do Novo CPC. Sendo a ação rescisória fundada em inconstitucionalidade da norma que fundamentou a decisão rescindenda, o termo inicial do prazo de dois anos da rescisória será a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal declarando tal inconstitucionalidade. Novamente tem-se um termo inicial fluido, que dependerá da data da decisão da Corte Constitucional. É mais um caso de admissão de ação rescisória mesmo depois de transcorridos vários anos da última decisão proferida no processo.
PROCEDIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA
Trata-se de procedimento de competência originária dos tribunais. Seu julgamento se dá, portanto, em uma única instância.
A petição inicial é endereçada ao próprio tribunal que proferiu o acórdão rescindendo ou ao tribunal de segundo grau de jurisdição no caso de sentença de juiz de primeiro grau. E será escolhido um relator que, sempre que possível, será juiz que não haja participado do julgamento rescindendo (NCPC, art. 971, parágrafo único).
Verificando o relator que a petição inicial está em ordem ou que já foram sanadas as irregularidades eventualmente encontradas, mandará citar o réu, com observância das regras comuns de convocação do demandado (mandado, edital etc.). O prazo de resposta do réu é fixado pelo relator, mas não poderá ser inferior a quinze dias nem superior a trinta (NCPC, art. 970).
Findo o prazo de defesa, com ou sem resposta, o feito prosseguirá com observância do procedimento comum, funcionando o relator em posição equivalente ao juiz de primeiro grau (art. 970, in fine).
Aplica-se o sistema das “providências preliminares”, do “julgamento antecipado da lide” (arts. 347 a 356) e da improcedência liminar do pedido (art. 968, § 4º). Dentro dos poderes do relator de dirigir e ordenar o processo (art. 932, I), compreende-se, naturalmente, o de indeferir a petição inicial pelas razões elencadas no art. 330 e pela falta do depósito de cinco por cento sobre o valorda causa, determinado pelo art. 968, II (art. 968, § 3º). Prevendo, outrossim, o art. 968, § 4º, que se aplica à rescisória a improcedência liminar do pedido, na forma do art. 332, a qual pode ser decretada antes mesmo da citação do réu, fica o relator também autorizado a usar dito poder, para trancar o feito no nascedouro, em decisão singular, contra a qual, porém, caberá agravo interno para o colegiado (art. 1.021).
Os casos em que esse julgamento monocrático de improcedência liminar do pedido são autorizados ao relator constam dos incisos do art. 332 e são os seguintes:
a)	pedido contrário a enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça (inciso I);
 b) pedido contrário a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos (inciso II); ou
c) a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência (inciso III); ou, finalmente,
d) contrário a enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local (inciso IV).
Nos casos de extinção do processo sem resolução de mérito, verificado o manifesto descabimento da rescisória, por falta de possibilidade jurídica do pedido (falta de interesse) ou por ausência de outros pressupostos e condições da ação, também caberá decisão monocrática do relator, contra a qual será manejável agravo interno (art. 1.021).
A não contestação da ação rescisória, no prazo assinado ao réu pelo relator, acarretaria a presunção prevista no art. 344 e levaria ao julgamento antecipado da lide, nos termos do art. 355, II? A resposta deve ser negativa. Sendo a coisa julgada questão de ordem pública, a revelia do demandado em ação rescisória é inoperante e não dispensa o autor do ônus de provar o fato em que se baseia sua pretensão (art. 345, II).
É que o objeto imediato da ação rescisória não é propriamente a lide outrora existente entre as partes e que já foi composta pela decisão rescindenda. O que se ataca na ação rescisória é a decisão, ato oficial do Estado, e que se acha sob o manto da res iudicata. Apenas mediatamente, por reflexo, é que será atingida a situação jurídica das partes emergentes da antiga lide.
Sobre o objeto imediato da ação rescisória inexiste disponibilidade das partes. Logo, não pode ocorrer confissão, transação ou disposição de qualquer outra forma. Diante da indisponibilidade sobre o objeto da causa, não cabe, na rescisória, a audiência de conciliação ou de mediação de que trata o art. 334.
Pela mesma razão, não é admissível o reconhecimento da procedência do pedido rescisório pelo réu, com as consequências a que alude o art. 487, III, “a”, posto que o ato de vontade incidiria sobre bem jurídico indisponível.
Assim, o julgamento antecipado da lide, em ação rescisória, só será possível quando “não houver necessidade de produção de outras provas” (art. 355, I), tal como se dá nos casos em que a controvérsia gira apenas em torno de elementos documentais ou de questões puramente de direito.
Se houver necessidade de produção de provas (perícias, testemunhas, depoimentos pessoais etc.), o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, marcando prazo de um a três meses para a devolução dos autos (art. 972). A regra, que é um pouco diferente da que constava do art. 492 do CPC/1973, é facilmente compreensível quando se trata de rescisão em curso perante tribunal de segundo grau, sobre sentença prolatada em primeira instância. Quando, porém, o objeto da rescisória for acórdão de tribunal de segundo grau, a delegação de instrução ao “órgão que proferiu a decisão rescindenda” enfrentará dificuldades operacionais graves, pois dito órgão não dispõe, ordinariamente, de estrutura para colher depoimentos pessoais e realizar perícias. Melhor, porém, é ver no art. 972 do NCPC uma regra de possibilidade a ser aplicada conforme as particularidades do caso, sem, pois, imposição absoluta.
Releva notar, a propósito principalmente de provas orais, que as testemunhas, em regra, não estão sujeitas a deslocamentos onerosos para serem ouvidas fora do juízo de seu domicílio. O meio normal previsto pelo Código, para contornar o problema, é o mecanismo da cooperação nacional entre os órgãos jurisdicionais, por meio das cartas precatória ou de ordem, entre cujas destinações legais figura justamente “a obtenção de provas e a coleta de depoimentos”, fora da sede do juízo da causa (NCPC, art. 69, § 2º, II). Portanto, quando a instrução da rescisória envolver coleta de tais provas e os depoentes residirem fora da sede do tribunal, o instrumento a ser utilizado pelo relator haverá de ser a carta de ordem, endereçada ao juiz de primeiro grau que jurisdicione o local de residência da testemunha. O mesmo pode, em determinadas circunstâncias, ser aplicado à prova pericial.
A prova documental, contudo, deve sempre ser produzida perante o próprio tribunal da ação rescisória.
Encerrada a instrução, abre-se, no tribunal, um prazo de dez dias para cada parte apresentar suas razões finais (art. 973, caput).
Vencido o prazo supra, deve-se ouvir o Ministério Público nas demandas em que seja obrigatória a sua intervenção (art. 178). Depois os autos irão ao relator, que elaborará o relatório e, posteriormente, os levará a julgamento pelo colegiado competente (art. 973, parágrafo único). Antes, porém, a secretaria do tribunal expedirá cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para julgamento (art. 971, caput).
CONCLUSÃO
No julgamento da ação rescisória caberá ao tribunal, em primeiro lugar, a análise da admissibilidade da ação, o que passa necessariamente pelo enfrentamento dos pressupostos processuais e das condições da ação. Importante também a análise da causa de rescindibilidade, realizada à luz da causa de pedir alegada pelo autor. Caso a irresignação do autor da ação rescisória não esteja fundada nas causas de rescindibilidade previstas pelo art. 966 do Novo CPC, não se admite a ação rescisória, com extinção terminativa. Superada a admissibilidade, passa-se ao julgamento de mérito da ação.
Por questão de lógica o primeiro pedido analisado é o de rescisão da decisão impugnada (juízo rescindendo) e somente no caso de acolhimento desse pedido passará ao julgamento do pedido de novo julgamento (juízo rescisório).
Verificada a efetiva ocorrência da causa de rescindibilidade, o pedido será julgado procedente, estando o tribunal adstrito à causa indicada pelo autor em sua petição inicial, de forma que, mesmo entendendo pela existência de outra causa de rescindibilidade, ausente aquela indicada pelo autor em sua petição inicial, o pedido de rescisão deverá ser rejeitado. Eventuais equívocos na indicação do inciso do art. 966 do Novo CPC são irrelevantes, aplicando-se no caso o princípio iura novit curia.
Rejeitado o pedido de rescisão, o pedido de novo julgamento perderá o objeto (prejudicado), nem ao menos chegando a ser enfrentado. Acolhido o pedido de rescisão, cuja decisão terá natureza constitutiva negativa com efeitos ex nunc, o tribunal poderá: 
(a) encerrar o julgamento quando a decisão do pedido rescindendo esgotar a atividade jurisdicional necessária do tribunal, o que se verifica na ação rescisória fundada em ofensa à coisa julgada (art. 966, IV, do Novo CPC);
(b) determinar a remessa para outro órgão em razão da incompetência absoluta do tribunal que julgou a ação rescisória (art. 966, II, do Novo CPC); e
(c) realizar um novo julgamento (juízo rescisório), no qual poderá acolher ou rejeitar o pedido formulado pelo autor no processo originário: havendo rejeição, o capítulo da decisão terá natureza declaratória negativa; sendo acolhido, terá a natureza do pedido feito no processo originário, podendo ser meramente declaratório, constitutivo ou condenatório.
REFERÊNCIAS
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