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1 POLÍMEROS P3 1) Estrutura: Molecular; Macromolecular; Supramacromolecular. 2) Processos: Extrusão e Injeção 3) Composição: Efeitos das variáveis composicionais ESTRUTURA DOS POLÍMEROS A muitos anos existem na terra polímeros que ocorrem naturalmente, como por exemplo, madeira, borracha, algodão, lã, couro e seda. Porém, depois da segunda guerra mundial o campo de materiais passou a ser revolucionado, pois materiais sintéticos podem ser produzidos a baixo custo e modelados de acordo com as propriedades necessárias. 1. Moléculas de Hidrocarboneto Uma vez que a maioria dos polímeros é de origem orgânica, é importante entender o que são hidrocarbonetos. Os Hidrocarbonetos são moléculas que contêm apenas carbono (C) e hidrogênio (H) em sua composição. São constituídos de um “esqueleto” de carbono no qual os átomos de hidrogênio se ligam. 2. Moléculas Poliméricas Macromoléculas: As moléculas poliméricas são muito grandes comparadas com as moléculas de hidrocarboneto, por isso são chamadas de macromoléculas. Possuem alta massa molecular, mas não tem necessariamente estrutura com unidade de repetição. Vários POLI MEROS Unidade química constituinte da macromolécula 2 Meros: Unidade de repetição da cadeia polimérica. São moléculas de baixa massa molecular, os quais a partir das reações de polimerização vêm a gerar macromoléculas poliméricas. Polímero: Macromolécula composta por muitos meros, ligados por ligação covalente. Grau de Polimerização(n): Numero de unidades de repetição da cadeia polimérica. Maiores graus de polimerização asseguram melhores propriedades físicas do produto. Nos polímeros, o valor de n normalmente é superior a 750. Massa molar do polímero: MM = GP x MMmero; Polímeros de interesse comercial geralmente apresentam MM>10000. Massa molar média (MMbarra): durante a reação de polimerização há a formação de cadeias poliméricas com tamanhos diferentes (umas crescem mais do que as outras). Pode-se estimar a massa molar media conhecendo o grau de polimerização médio: MM(barra)=GP(barra).MMmero. Resumo: Os polímeros são constituídos por moléculas grandes (macromoléculas), formadas por um conjunto de unidades químicas idênticas, denominadas mero. O número de meros que constitui uma dada macromolécula é denominado de grau de polimerização (n). O peso molecular (PM) ou massa molar (MM) é a grandeza que mede o tamanho das macromoléculas e justifica a existência de polímeros como materiais com certas propriedades particulares, como rigidez, flexibilidade, tenacidade, ductilidade, elasticidade, resistência, viscosidade. 3. Processos de Polimerização Polimerização por Adição São aqueles que durante a sua formação (reação dos monômeros), não há perda de massa na forma de compostos, assim o peso do polímero formado é igual ao peso do monômero adicionado. Normalmente esses polímeros tem cadeia carbônica. Ex: PE, PP, PVC, PMMA. 3 Polimerização por Condensação São aqueles originários da reação de dois grupos funcionais reativos com a eliminação de moléculas de baixo peso moléculas (água, amônio, HCl, etc.) Como exemplo podemos citar o nylon. 4. Classificação dos polímeros 4.1 Quanto a Ocorrência Os polímeros que podem ser extraídos diretamente da natureza são designados como polímeros naturais, esses podem ser, o látex extraído da seringueira, a celulose extraída da madeira ou do algodão ou amido. Muitos polímeros como a caseína possui celulose semissintética, pois são obtidos através de manufatura de substancias naturais. Os polímeros sintéticos por sua vez, são aqueles onde toda sua produção é feita através de ação do homem, pelo processo de transformação como reações químicas eles são, acrílico, polietileno, fibras sintéticas (nylon, poliéster etc.), polipropileno, poliamidas. 4.2 Quanto a Estrutura molecular Os polímeros sintéticos podem ser divididos entre: elastômeros, termoplásticos, e termofixos. Termoplástico O polietileno é o mais comum de todos os termoplásticos. Eles costumam ser descritos como polímeros lineares, ou seja, suas cadeias não têm ligações cruzadas (embora às vezes possam se ramificar). É por isso que elas amolecem se o polímero for aquecido e endurecem quando o polímero é resfriado (processos que são reversíveis e podem ser repetidos). Conforme a temperatura é elevada a força das ligações secundárias diminui, tal que o movimento das macromoléculas é facilitado o que facilita a conformação do polímero. A ramificação dos termoplásticos pode resultar de reações paralelas que ocorrem durante a síntese do polímero. A diferença entre o termoplástico ramificado e o linear é 4 a massa especifica do polímero, que reduz quando se torna ramificada, o que diminui a eficiência da compactação do polímero. Os polímeros que formam estruturas lineares também podem ser ramificados, como por exemplo, o polietileno de alta massa especifica (PEAD) é primariamente um polímero linear, enquanto o polietileno de baixa massa especifica (PEBD) contem ramificações curtas em sua cadeia. Uma degradação irreversível ocorre nesse tipo de polímero apenas se a temperatura de um termoplástico fundido for aumentada excessivamente. Cadeia linear: Cadeia ramificada: PEAD PEBD Tipo de cadeia Linear Ramificada Densidade (g/cm³) 0,95~0,96 0,92~0,93 Temperatura de Fusão (ºC) 135 110 Porcentagem de cristalinidade 90 60 Resistência à tração (Mpa) 20-38 4 – 16 Elongação na ruptura (%) 200-500 100-200 Termofixo Os termofixos são produzidos pela mistura de dois componentes (uma resina e um endurecedor) que reagem e endurecem, seja em temperatura ambiente, seja por aquecimento. O polímero resultante costuma ter um numero muito grande de ligações cruzadas, ou também polímeros com ligações em rede. As ligações cruzadas se formam durante a polimerização da resina liquida e do endurecedor, de modo que a estrutura é quase sempre amorfa. Eles se formam permanentemente rígidos e não amolecem sob aquecimento, durante tratamentos térmicos as ligações prendem as cadeias umas nas outras para resistir aos movimentos de vibração e da rotação da cadeia a temperaturas elevadas, dessa forma o material não amolece quando é aquecido. Ex: epóxis, poliéster, formaldeído. Ligações Cruzadas (Ramificado): 5 Elastômero Os elastômeros possuem elasticidade na temperatura ambiente, e podem se deformar diversas vezes retornando ao seu comprimento inicial após ter sido retirado o esforço. O elastômero geralmente possuem cadeias flexíveis amarradas uma nas outras (enoveladas), com baixa quantidade de ligações cruzadas. (Polímeros que à temperatura ambiente já se encontram no estado borrachoso). 4.3 Quando ao tipo de ligação Homopolímero Plástico resultante da polimerização de um único monômero. Ex: PE, PP, PVC. OBS: um PP polimerizado a partir de propeno é um polipropileno homopolímero. Um PP polimerizado a partir de propeno e eteno é um polipropileno copolímero. Copolímero: Plástico resultante da polimerização de dois ou mais monômeros. a) Copolímero aleatório: Não há uma sequencia definida de disposição dos diferentes meros. ~~~~~~A-A-B-A-B-B-B-A-B-A-B-B~~~~~~ b) Copolímero alternado: Os diferentes meros se dispõem de maneira alternada ~~~~~~A-B-A-B-A-B-A-B-A-B-A-B~~~~~~~ c) Copolímero em blocos: Há formação de grandes sequencias (blocos) de um dadomero se alternando com as outras sequencias de outro mero. ~~~~~BBB~~~~AAA-BBB~~~BBB-AAA~~~~BBB 6 d) Copolímero Enxertado: Sobre a cadeia de um homopolímero liga-se covalentemente outra cadeia polimerica. B~B~B~B~B~B~B~B~B~B~ A A 4.4 Quanto ao comportamento mecânico a) Plásticos É um material polímero solido na temperatura de utilização e normalmente no ambiente próximo a ela. Termoplásticos: plásticos que, quando sob um aumento elevado da temperatura e pressão, amolecem e fluem, podendo ser moldados. Retirada à solicitação (T e P) se solidificam adquirindo a forma do molde. Novas aplicações de temperatura e pressão reiniciam o processo. Portanto são recicláveis, são solúveis e possuem cadeia linear ou ramificada. Ex: PE, PP, PVC. Termofixos: plásticos que quando sujeitos a um aumento de temperatura e pressão, amolecem e fluem, adquirindo a forma do molde, reagem quimicamente formando ligações cruzadas e se solidificam. Subsequentes tratamentos de T e P não têm mais influencia, tornando-os insolúveis, infusíveis e não recicláveis. Assim eles devem ser moldados ainda na forma de pré- polimero (antes da cura, sem ligações cruzadas). Exemplo: resina, epóxi. b) Elastômeros Polímeros que na temperatura ambiente podem deformar-se no mínimo duas vezes o seu comprimento inicial, retornando ao comprimento inicial depois de retirado o esforço. Para apresentar essas características os elastômeros possuem cadeias flexíveis, amarradas uma as outras, com baixa densidade e ligação cruzada. Como principal exemplo temos a borracha vulcanizada. c) Fibras Termoplásticos orientados (com sentido longitudinal dito eixo principal da fibra) satisfazendo as condições geométricas de L/D>=100. A orientação das cadeias e dos cristais, feita de modo forçado durante a fiação, aumenta a resistência mecânica desses materiais, tornando-os possíveis de serem usados na forma de fios finos. Ex: PAN, náilon, PET. 5. Configuração Molecular de Cadeias Poliméricas A configuração de uma cadeia polimérica são arranjos moleculares especiais fixados por ligações químicas. Para que haja mudança de configuração é necessário quebrar 7 essas ligações envolvendo a degradação do polímero. Assim, a configuração de um dado polímero é definida durante a sua polimerização, não podendo ser alterada posteriormente. Isomeria Cis, Trans Durante a polimerização comercial de dienos, normalmente as duplas tendem a reagir formando uma nova dupla ligação residual localizada no centro do mero. Na configuração cis, a cadeia cresce do mesmo lado da dupla ligação. Já na trans, a cadeia cresce de lados opostos a dupla ligação. A estrutura trans é mais regular, facilitando, sob condições propicias (por exemplo tração), a cristalização dos polímeros. Esse efeito é indesejado em elastômeros, pois o enrijece, reduzindo a elasticidade e distensibilidade. A borracha natura é o poliisopreno cis, pois possui baixa cristalinidade e pode ser facilmente vulcanizada e sintetizada. Taticidade Taticidade é a regularidade espacial com que os grupos laterais são alocados na cadeia polimérica. a) Isotático: Nesse caso, todos os grupos laterais são dispostos de um mesmo lado do plano definido pelos átomos da cadeia principal. b) Sindiotático: Os grupos laterais são dispostos de maneira alternada, ora pra cima, ora para baixo com relação ao plano da cadeia principal. 8 c) Atático: Não há regularidade nessa disposição. Nas configurações isotáticas e sindiotáticas são semi-cristalinos, enquanto atático são amorfos. 6. Conformação de cadeias poliméricas A maneira como uma cadeia polimérica vai se empacotar depende de suas características particulares (estrutura química) e do meio em que ela está inserida. De modo geral, podem-se identificar três tipos de conformações: Enrodilhada ou em novelo: considerando-se a condição de uma cadeia polimérica com total mobilidade, esta tende a se enrolar em um novelo por razões termodinâmicas. Normalmente, todos os polímeros em solução (sem agitação) ou no estado fundido (sem fluxo) apresentam esse tipo de conformação. A conformação de mais alta energia para uma cadeia polimérica é quando as suas duas pontas estão as mais afastadas possíveis. Neste caso, apenas uma conformação é possível, a de uma cadeia estendida. Com a aproximação das pontas, aumenta em muito o número de possibilidades da cadeia de adquirir novas conformações, aumentando a entropia e, portanto sendo o caminho natural. Assim, para ficar em um estado de baixa energia, a cadeia adquire a conformação enovelada. Zig Zag Planar: no estado sólido, cadeias lineares sem grupos laterais podem se empacotar de uma maneira regular, conformando-se em um tipo de zig- zag. Os átomos de carbono da cadeia principal se dispõem espacialmente, definindo um plano único, mantendo os ângulos e distancias entre as ligações constantes e característico para cada tipo de ligação. Ex: LDPE, HDPE, nylon, PET, PC. (Semi cristalino) Hélice, Helicoidal ou de Espiral: Também no estado sólido, a presença de grupos laterais na cadeia polimérica tendem a distorcer de forma gradativa a conformação zig zag planar. Se sua disposição for tática (iso ou sindiotática, ou 9 seja, regularmente disposta ao longo da cadeia) tem-se a formação de uma espiral ou hélice. (Semi Cristalino ) 7. Comportamento térmico dos polímeros A mobilidade de uma cadeia polimérica determina as características físicas do produto, seja esse um plástico duro e frágil, borrachoso e tenaz ou um fluído viscoso. A mobilidade é a função de agitação dos átomos nas moléculas, sendo esta diretamente proporcional à temperatura. Portanto, o conhecimento das características físico- químicas inerentes a um polimeto é fundamental para a compreensão de seu desempenho termomecânico: normalmente, o polímero é processado em temperaturas altas quando apresenta um comportamento de um fluído viscoso, e é utilizado em aplicações práticas com característica flexível ou rígida. Tal variabilidade de comportamento é uma característica sabiamente usada na indústria para a seleção do melhor material para uma determinada aplicação. Temperatura de Transição Vítrea (Tg) É o valor médio da faixa de temperatura que, durante o aquecimento de um material polimérico, permite que as cadeias da fase amorfa adquiram mobilidade, ou seja, adquiram possibilidade de mudança de conformação. Abaixo da Tg o polímero não tem energia suficiente para deslocar uma cadeia em relação à outra, ele se encontra no estado vítreo caracterizado por ser duro rígido e quebradiço como um vidro. Temperatura de cristalização (Tc) Durante o resfriamento de um polímero semicristalino a partir de seu estado fundido, ou seja, de uma temperatura acima de Tf, ele atingirá uma temperatura baixa o suficiente para que em um dado ponto dentro da massa polimérica fundida, um número grande de cadeias poliméricas se organizem espacialmente de forma regular. Essa ordenação espacial permite a formação de uma estrutura cristalina. Cadeias em outros pontos também estarão aptas a se ordenarem, formando novos cristais. Temperatura de fusão cristalina (Tf) É o valor médio da faixa de temperatura onde, durante o aquecimento desaparecem as regiões cristalinas com a fusão dos cristalitos. Nesse ponto, a energia atinge um nível necessário para vencer as forças intermoleculares secundárias entre as cadeias da fase cristalina, mudando doestado borrachoso para o estado viscoso. Essa transição só ocorre na fase cristalina, portanto, só tem sentido se aplicada para polímeros semicristalinos. 10 Para acompanhar experimentalmente a temperatura de transição é comum acompanhar a variação do volume especifico, pois ele é uma propriedade que mede o volume total ocupado pelas cadeias poliméricas. Um aumento na temperatura causara aumento no volume devido a expansão térmica. Influência da estrutura química sobre Tg e Tf Como essas duas temperaturas de transição se referem a vencer forças e dar mobilidade a cadeia polimérica, todo e qualquer fator que leve a um aumento das forças intermoleculares e a rigidez da cadeia, aumentará Tg e Tf. Ex: Um material que fique exposto exclusivamente a temperatura ambiente e não requerem alta resistência mecânica, podem ser produzidos por poliolefinas cuja Tf é 100ºC<Tf<200ºC, considerada uma baixa faixa de temperatura de fusão; Por outro lado materiais que estão sujeitos ao uso constante a 100ºC deve ter sua Tf 200ºC<Tf<300ºC, faixa considerada média-alta de temperatura de fusão, exigindo o uso de termoplásticos. a) Simetria A maioria dos polímeros possui uma diferença entre a Tg e Tf de 110ºC, porém quanto maior a simetria da cadeia com relação aos seus grupos laterais, maior é a diferença entre a Tg e a Tf. Ex: Polímeros simétricos – PE, POM, PTFE, PVDC. Polímeros assimétricos – PS, PMMA, PVC. Polímero Mero Tg Tm Tg/Tm PVC Assimétrico 87 212 0,74 PVDC Simétrico -19 198 0,53 Se grupos laterais forem dispostos de maneira simétrica com relação ao eixo da cadeia principal, essa terá movimentos mais equilibrados da molécula, não exigindo altos níveis de energia para que o estado de mobilidade seja atingido. Esse efeito é confirmado pelo valor da TG do PVDC ser inferior ao do PVC, apesar do PVDC apresentar o dobro de átomos de cloro (volume lateral maior), mas nesse caso estão dispostos simetricamente. 11 b) Rigidez / Flexibilidade da cadeia principal A presença de grupamentos rígidos dentro da cadeia principal vai aumentar a rigidez da mesma, tendendo a aumentar Tg e Tf, como por exemplo um anel aromático. Ex: PET (com anel benzênico: Tg=69ºC e Tf=265ºC) PEA (sem anel benzênico: Tg =-46ºC e Tf=45ºC) Por outro lado, alguns elementos podem gerar flexibilidade da cadeia, caso do oxigênio e do enxofre, pois formam ligações flexíveis com o carbono, abaixando os valores de Tg e Tf. Ex: Polietileno óxido: Tg=66ºC; Polietileno normal: Tg = 135ºC c) Polaridade Quanto mais alta a polaridade maior a Tg e a Tm. d) Grupo Lateral A presença de um grupo lateral volumoso tende a ancorar a cadeia polimérica, exigindo maiores níveis de energia para que a cadeia adquira mobilidade, aumentando a Tg e Tf do polímero proporcionalmente ao seu volume. Por outro lado, isso gera dificuldade na cristalização, podendo até impedi-la. 12 e) Comprimento Com o acréscimo de grupos laterais no polímero, aumenta a distancia entre as cadeias principais, reduzindo as forças secundarias e assim a temperatura de fusão. Polímero Grupo Tf (ºC) Polipropileno Metil -CH3 165 Polibuteno Etil -CH2-CH3 125 Polipenteno Propil -CH2-CH2-CH3 75 Polihexeno Butil -CH2-CH2-CH2-CH3 -55 f) Copolimerização Em copolímeros alternados e aleatórios, onde existe uma forçada mistura íntima a nível molecular das unidades monoméricas, o nível de energia exigido para que a molécula adquira mobilidade terá uma contribuição ponderada de cada constituinte. Assim, o valor da Tg e Tf do copolímero normalmente se situa ponderado entre os valores de Tg apresentado pelos homopolímeros individuais. g) Massa Molecular Por Tg se tratar da temperatura onde o nível energético para a movimentação da cadeia é atingido, o aumento da massa molecular da cadeia polimérica tende a aumentar Tg, pois assim o nivel necessário de energia se torna mais alto para dar mobilidade as cadeias. h) Ramificações A presença de ramificações implica um aumento de pontas da cadeia gerando um aumento de volumes livres. Isso facilita a movimentação das cadeias, reduzindo o nível energético para se atingir mobilidade da cadeia e, portanto reduzindo a Tg. Influência de fatores externos sobre Tg e Tf O fator externo mais importante é a presença de líquidos plastificantes intencionalmente adicionados ou naturalmente absorvidos pelo polímero. Essas moléculas geralmente são pequenas, se alojando entre as cadeias poliméricas, afastando- 13 as uma das outras. Esse afastamento reduz as forças de atração intermolecular, aumentando mobilidade das cadeias, reduzindo o nível energético necessário para dar mobilidade à cadeia toda, por conseguinte reduzindo a Tg. Ex: A absorção da água pelo Náilon acontece naturalmente quando exposto ao meio-ambiente, porém essa reação reduz a Tg do material de 87ºC para 0ºC. As moléculas de água se alojam nas pontes de hidrogênio, quanto maior o numero das pontes de hidrogênio, maior será o nível de absorção de água. Se o material nessa condição for aquecido, a molécula de água pode evaporar, secando o nylon. Por outro lado, caso a amida reaja com a água o material ira sofrer hidrolise, o que provocará a cisão da cadeia e consequentemente a redução de sua massa molar. Esse efeito de degradação pode ser evitado secando o nylon úmido, que é usar baixa temperatura e vácuo antes do processamento do material. 8. Cristalinidade dos Polímeros O estado cristalino pode existir em materiais poliméricos, ela pode ser considerada como uma compactação de cadeias moleculares a fim de produzir um arranjo ordenado. As substancias moleculares com moléculas pequenas (ex: agua, metano) são em geral totalmente cristalinas (como sólidos) ou totalmente amorfas (como líquidos). Em consequência do seus tamanhos e da sua complexidade, as moléculas dos polímeros são normalmente semi cristalinas (com regiões cristalinas dispersas no meio amorfo), qualquer desordem ou falta de alinhamento das moléculas pode gerar região amorfa. O grau de cristalinidade pode variar desde completamente amorfo até quase totalmente cristalino (95%), e depende da taxa de resfriamento durante a solidificação. Durante a cristalização, o resfriamento das cadeias fundidas (que são altamente aleatórias e entrelaçadas no liquido viscoso, devem adquirir uma configuração ordenada. Para que isso ocorra, deve ser dado tempo suficiente para que as cadeias se movam e se alinhem umas com as outras. 14 Fatores que afetam a cristalinidade a) Fatores estruturais Linearidade: Cadeias lineares facilitam o empacotamento, favorecendo a cristalinidade. Assim, o polietileno de alta densidade com cadeias lineares possui aproximadamente 90% de cristalinidade, e o polietileno de baixa densidade com cadeias ramificadas só atingem 40%. Taticidade: Polímeros que apresentam uma regularidade tendem a apresentar cristalinidade. Polímeros atáticos normalmente são amorfos. Grupo lateral: A presença de grupos laterais na cadeia principal diminui a capacidade de cristalização. Comparando grupos laterais de 3 polímeros. H para PE, Cl para PVC e fenila para OS, temos que a porcentagem de cristalização para esses diminui sendo, 90% PE; 15% PVC e o PS totalmente amorfo. Configuração em torno das duplas ligações: Polímeros dienos com isomeria trans tendem a apresentar uma cadeia polimérica próxima a zig-zag planar, quando a cadeia estaestirada. Assim, borrachas trans podem, durante a deformação sofrer cristalização. Esse efeito não é desejado pois muda as propriedades da borracha, reduzindo sua elasticidade e flexibilidade. O mesmo efeito não ocorre para polímeros com isomeria cis, pois ela é enrodilhada, mantendo as características da borracha mesmo em deformação. Polaridade: A polaridade aumenta a cristalinidade Rigidez/Flexibilidade da cadeia principal: Quanto mais rígido maior o tamanho dos cristais formados. Copolimerização: O copolímero, por possuir dois meros diferentes na cadeia principal, tende a ter dificuldade de empacotamento e portanto apresenta baixa ou nenhuma cristalinidade. 15 Cinética de Cristalização Nos polímeros com regularidade espacial, existe possibilidade de organização formando-se regiões cristalinas. Esse processo de formação de cristais ocorre em duas etapas. Primeiro a nucleação (formação de embriões) onde são formados os primeiros núcleos de onde crescerá todo o cristal. Segundo a partir desses núcleos dá-se o crescimento dos embriões, com a formação do cristal ou região cristalina. Para que seja realizada a nucleação e crescimento é necessário avaliar as taxas de resfriamento e de cristalização do polímero. A taxa de resfriamento é uma variável do processo que determina o tamanho médio dos cristais poliméricos. A taxa de cristalização depende da rigidez macromolecular, que determina se haverá ou não a formação de cristais. Quanto maior for à rigidez da cadeia menor será a taxa de cristalização. Nucleação: Ocorre quando os polímeros no estado fundido ou liquido é resfriado rapidamente (taxa de resfriamento alta), formando cristais pequenos, que não crescem devido ao aumento abrupto da viscosidade, cristais pequeno são menos rígidos, mais dúcteis e menos tenazes. Crescimento do Grão: Ocorre quando o polímero no estado fundido ou liquido é resfriado lentamente (taxa de resfriamento baixa), formando cristais grandes, que crescem devido à viscosidade ser mais baixa. Cristais grandes são mais rígidos, menos dúcteis e tenazes. 16 T1, T2, T3 – temperatura do molde. Tp – Temperatura do polímero fundido ou liquido Tc < T1 < Tf – crescimento Tg < T2 < Tc – nucleação T3 < Tg – depende 9. Modelos de morfologia de polímeros semicristalinos Miscela Franjada Cadeias Dobradas ou Lamelaas 17 10. Síntese de polímeros Polimerização é uma reação onde moléculas simples reagem entre si formando uma macromolécula de alta massa molar. Durante esse processo algumas variáveis são importantes como temperatura de reação, pressão, tempo, presença de iniciador, inibidor, retardador, catalisador. Temperatura / tempo de reação O aumento do tempo de reação permite obter polímeros com massas molares maiores. O aumento da temperatura inicialmente irá produzir uma taxa de reação maior devido ao fornecimento de mais energia ao sistema. Por outro lado, a longo prazo o grau de polimerização tende a ser menor. Plastificantes Os plastificantes são líquidos oleosos que forçam a abertura da cadeia que se lubrifica, facilitando o deslizamento de umas sobre as outras. Portanto, o plastificador torna os polímeros mais flexíveis. Isso é possível reduzindo a Tg, o que também reduz a resistência a tração. O plastificante deve ter baixa pressão de vapor, ou evaporará deixando o polímero frágil. Em polímeros como nylon, poliuretanas e plásticos a base de celulose, a presença de água absorvida pode proporcionar um grande efeito sobre suas propriedades mecânicas. A absorção preferencial de agua nesses polímeros ocorre em função da possibilidade de formação de ligações de hidrogênio entre as moléculas de água e os grupos oxigenados, funcionando como plastificante. Aumenta: Ductilidade, tenacidade, flexibilidade Diminui: Dureza e Rigidez Propriedades 0,2% água 2,5% água Resistência a tração (Mpa) 81,4 77,3 Deformação a Ruptura (%) 60 300 Resistência a escoamento (Mpa) 81,4 58,6 Deformação no Escoamento (%) 5 25 Módulo sob Flexão (Gpa) 2,8 1,2 Vulcanização O processo de formação de ligações cruzadas no elastômero é chamado de vulcanização, e é realizado por meio de uma reação química irreversível, conduzida normalmente a uma temperatura elevada. Na maioria das reações de vulcanização, compostos de enxofre são adicionados ao elastômero aquecido. 18 Corantes Os corantes conferem uma cor especifica a um polímero, podem ser dissolvidos no polímero ou não. Os pigmentos são os corantes que não se dissolvem, e permanecem no polímero com uma fase distinta. Catalisador A presença de um catalisador normalmente reduz as barreiras de energia de ativação, facilitando a reação e assim obtendo moléculas de maior massa molar, do que uma formada na reação não catalisada. Inibidor e retardador A presença de um retardador reduz a taxa de polimerização, reduzindo a conversão do monômero em polímero em um dado intervalo de tempo. Esse efeito é usado quando se quer reduzir a exotermia da reação. Quando o retardador é excepcionalmente eficiente, a reação de polimerização não acontece enquanto esse reagente estiver presente, nesse caso ele passa a ser chamado de inibidor. A presença de inibidor impede completamente a reação, aumentando o tempo para o seu inicio. Esse intervalo de tempo é chamado de tempo de indução. Esse efeito é utilizado para permitir que o polímero seja armazenado antes de começar a reação. Degradação A degradação é um conjunto de reações que envolvem quebra de ligações primarias da cadeia principal do polímero e formação de outras, com mudança na estrutura química e redução na massa molar. a) Despolimerização Tipo de degradação que segue o caminho inverso da polimerização, onde os polímeros sofrem mudanças químicas que o transformam em meros. Poucos polímeros permitem a regeneração do mero dessa forma. Ex: PMMA b) Cisão da Cadeia Ocorre quando uma cadeia é termicamente atacada por uma molécula de baixa massa molar (oxigênio, água etc.) e gera a quebra da cadeia principal nesse ponto (cisão). Considerando-se a cadeia como um todo, esses ataques podem ser distribuídos de forma aleatória, gerando uma degradação térmica. O que é comum na hidrolise de nylon e poliésteres. 19 c) Perda de grupos laterais Polímeros com grupos laterais fracamente ligados, isto é, com energia de ligação abaixo da sua ligação C-C, podem permitir a sua retirada com consequente mudança da estrutura do polímero. Isso ocorre no PVC e no PAN, onde HCl e HCN são eliminados deixando uma dupla ligação em seu lugar. 11. Comportamento Mecânico dos Polímeros As propriedades mecânicas dos polímeros são caracterizadas pelo modo como esse material responde as solicitações mecânicas aplicadas, podendo ser do tipo de tensão ou deformação. A estrutura molecular dos polímeros proporciona um comportamento viscoso, como os líquidos, e elástico como os sólidos hookeanos, esse fenômeno é denominado viscoelasticidade e ocorre para os plásticos e para as fibras. Outro parâmetro a ser considerado é a escala de tempo na qual o polímero é solicitado, os ensaios podem ser realizados em curta ou longa duração. Ensaio de impacto - São classificados como de curtíssima duração, nos quais os polímeros são submetidos a solicitaçõesnum espaço muito pequeno de tempo. Ensaio de fluência e relaxação por tensão – Caracterizam o comportamento mecânico dos polímeros numa escala de tempo muito maior (anos). A importância do tempo de duração da solicitação está relacionada com o intervalo de tempo que o polímero precisa para responder a ela. Além disso, a caracterização do comportamento mecânico pode ser feita atingindo-se ou não a ruptura do material. Por exemplo: módulos elásticos, tensão e deformação no escoamento, tensão máxima, etc. são parâmetros caracterizados sem atingir a ruptura do polímero. Por outro lado, tensão e deformação na ruptura, resistência ao impacto, numero de ciclos de vida sobre fadiga, etc. são propriedades mecânicas determinadas no limite da resistência destrutiva do polímero. 11.1 Viscoelasticidade de Polímeros É o fenômeno onde o polímero apresenta características fluidas e elásticas ao mesmo tempo. A fração elástica ocorre devido à variação do ângulo e a distância de ligações entre os átomos da cadeia polimérica. A fração plástica ocorre por causa do atrito das cadeias, o que faz com que o polímero demore um tempo finito para responder a solicitação. ANOTAÇÕES DE AULA: O caráter elástico prevalece, em relação ao escoamento, quando a estrutura da macromolécula do polímero é caracterizada como sendo uma rede com volumes livres. Por outro lado, o escoamento é favorecido, quando os nós físicos entre as macromoléculas se desfazem, tanto na presença quanto na ausência de volumes livres. Os nós físicos são formados pelo entrelaçamento entre as macromoléculas, sendo temporários, porém as ligações cruzadas presentes são permanentes. 20 Para analisar o comportamento físico-mecânico de um polímero devemos levar em conta a sua massa molar, suas temperaturas características (Tg e Tm) e a temperatura na qual a medida é feita. Com relação à temperatura é comum classificar um polímero semicristalino em três estados: Vítreo – acontece em temperaturas abaixo de Tg. Nesse baixo nível energético as cadeias poliméricas não tem energia suficiente para apresentar mobilidade, respondendo preferencialmente de forma elástica as solicitações. O polímero é rígido e frágil. Borrachoso – acontece na temperatura entre Tg e Tf. Nessa fase o nível energético é suficiente para dar mobilidade apenas à fase amorfa, mantendo a fase cristalina rígida. A flexibilidade da massa polimérica é função da mobilidade gerada pela fase amorfa, restrita pela rigidez da fase cristalina. Quanto maior a fração volumétrica cristalina, maior será a concentração elástica. O polímero apresenta comportamento semelhante ao da borracha vulcanizada. Viscoso – Acontece em temperaturas acima da Tf. Possui energia suficiente para que todas as cadeias sejam moveis com uma forte contribuição da resposta plástica a deformação. A contribuição elástica está presente, mas é minoritária. É nesse estado que os polímeros são processados, pois apresentam máxima capacidade de mudança de conformação. Os polímeros amorfos apresentam apenas estado vítreo e viscoso. 11.2 Um sólido Elástico Perfeito Um sólido elástico perfeito ao ser carregado deforma-se instantaneamente porque não há atrito interno. A alteração da energia potencial com o carregamento, nesse caso, ocorre associada às mudanças dos ângulos, no sentido de tração e torção das ligações e das distancias das ligações carbono-carbono. No descarregamento a recuperação elástica é espontânea porque há restituição dos ângulos, assumindo sua condição de energia potencial mínima. Sabe-se que o sistema, quando remove as restrições de ângulos buscando aumentar a sua energia potencial, busca espontaneamente atingir a menor energia possível. É dessa maneira, que o polímero consegue absorver energia e devolve-la, totalmente, sem produzir atrito interno, por isso se comporta como um solido elástico perfeito (mola de hooke). 11.3 Um líquido perfeito Confinado entre duas placas, sendo uma placa móvel e a outra fixa, desenvolve um perfil de velocidade laminar proporcional à velocidade da placa móvel. Newton demonstrou que a tensão cisalhante imposta para manter a placa móvel, numa dada velocidade, varia proporcionalmente em função da taxa de cisalhamento: 21 À medida que se afasta da placa móvel, as velocidades das camadas de liquido diminuem. O coeficiente angular entre a tensão cisalhante (F/A) e a taxa de cisalhamento (V/H) corresponde à viscosidade do fluido confinado entre as placas, o que significa que a viscosidade do liquido independe da taxa de cisalhamento. Quando a tensão cisalhante cessa, a velocidade da placa móvel se torna zero e o liquido deixa de fluir subitamente, pois o processo de escoamento desse fluido é totalmente irreversível, o que demonstra que toda energia absorvida no escoamento é consumida e pode ser considerado um liquido perfeito. 11.4 Modelos Viscoelásticos Para representar fisicamente o comportamento viscoelástico do polímero foram criados modelos que podem ser tratados matematicamente. A elasticidade é representada por uma mola, pois esse dispositivo possui deformação diretamente proporcional à tensão aplicada. A fração plástica é representada por um pistão com fluido, onde a tensão é diretamente proporcional à taxa de deformação. Comportamento elástico Comportamento Plástico Onde: = tensão; deformação; E = modulo de elasticidade; n = viscosidade do fluido dentro do pistão; de/dt = taxa de deformação do pistão. O modulo E está relacionado com a energia necessária para deformar os ângulos e a distancia entre aos átomos da cadeia polimérica (quanto mais rígida a cadeia, maior será o modulo de E). A viscosidade (n) está relacionada com o atrito entre as moléculas gerado durante a deformação (quanto mais atrito maior será o n). O de/dt indica a influencia do tempo na resposta de um polímero de uma determinada solicitação. A resposta mecânica dos polímeros em uma dada temperatura depende do tempo de relaxação conformacional e de escoamento. Relaxação por escoamento: As moléculas deslizam umas sobre as outras, caracterizando o que se conhece como deformação plástica ou deformação permanente ou escoamento do polímero. Esse movimento justifica a verdadeira deformação plástica que não desapareceu quando o polímero amorfo foi tratado termicamente, acima da TG. Relaxação conformacional: As macromoléculas mudam de conformação enovelada para conformação esticada e se tiver em uma condição térmica em que as ligações C-C girem livremente, elas enovelam novamente ao remover a tensão com perda de energia, devido ao atrito interno provocado por esse movimento. Se isso ocorre, a histerese está presente. A condição térmica favorável para as macromoléculas retornarem a sua conformação inicial enovelada, ocorre quando o ensaio é realizado acima da Tg do amorfo, justificando a razão pela qual o elastômero apresenta elasticidade fora do seu regime plástico. 22 Modelo de Hooke: Descreve o comportamento elástico perfeito, não há atrito interno, pois a energia absorvida é igual à energia devolvida. Modelo de Newton: Descreve o comportamento de um liquido perfeito, toda energia absorvida é consumida, ou seja, não há recuo elástico, pois não tem energia devolvida. A taxa de cisalhamento é linear em função do tempo - Taxa de cisalhamento: Mede o gradiente de velocidade da camada de um liquido que flui no fluxo laminar - Fluido Newtoniano: é o fluido que a viscosidade independe da taxa de cisalhamento ou da vazão (água).- Fluído Não newtoniano: é o fluído que a viscosidade depende da taxa de cisalhamento ou da vazão (ketchup, maionese, sangue). Modelo de Maxwell: Maxwell sugeriu que o polímero pudesse ser representado por uma associação em serie de uma mola de hooke e um amortecedor (pistão de Newton). Só se aplica a condições geométricas de altura sob deformação constante. Ex: Anel de Vedação 23 Modelo de Voigt-Kelvin: A mola é associada em paralelo com o pistão. Consegue explicar as condições de energia e geometria do material, pois imita o movimento de desenovelamento forçado e enovelamento espontâneo das macromoléculas. Portanto é o único modelo que possui carregamento e descarregamento. 12. Comportamento Viscoelastico em Modelos Mecânicos 12.1 Resposta Viscoelástica do Pneu A manifestação de deformação plástica (permanente) em borrachas vulcanizadas depende do tempo, temperatura e das magnitudes do carregamento e da deformação imposta. Por essa razão, os pneus tendem a deformar, se o veiculo permanecer parado por períodos longos a temperatura ambiente. Por outro lado, o coeficiente de atrito dinâmico da banda de rodagem (parte do pneu que tem contato com o chão) reduz em função da taxa de transferência de energia (velocidade), tornando a derrapagem mais provável. Já a banda lateral do pneu deve ser resiliente para que as deformações ocasionadas pelo contato com o pavimento sejam recuperadas rapidamente. A deformação compressiva máxima do pneu (D) é a diferença do raio do pneu (r1) com o raio de um pneu que possui deformação compressiva máxima (r2). Sendo assim D= r2- r1. A frequência com que essa deformação ocorre é determinada pelo perímetro do pneu (PI.D). A energia retida pela borracha vulcanizada aumenta em função da velocidade, é por isso que a energia recuperada diminui. A energia acumulada dentro do pneu, na forma de calor é descrita pela área preta do gráfico, ou seja, a área delimitada pela histerese produzida entre as curvas de carregamento e descarregamento compressivo do pneu. Já a energia recuperada é representada pela área branca, delimitada por r2 e r1, e avalia o quão elástico é a banda do pneu. Em outras palavras, quanto menor a histerese entre as curvas de carregamento e descarregamento do pneu mais elástico se torna a banda lateral. Com o aumento da velocidade, o pneu fica mais quente, e a transição de carregamento a descarregamento de energia se torna mais rápida em função do tempo, por isso podemos dizer que a histerese diminui a medida que a temperatura do pneu aumenta. Isso ocorre porque a elasticidade da banda lateral aumenta em função do aumento da temperatura. 24 12.2 Resposta Viscoelástica da Bola de Squach A bola de squash ao colidir contra uma superfície volta ao seu estado natural rapidamente, isso se da devido ao aumento da resiliencia da bolinha durante o jogo uma vez que ela sofre deformações cíclicas nas diversas colisões e aquece internamente, assim sua histerese diminui e ela se torna mais resiliente. Se as magnitudes da deformação do pneu e da bola estivessem dentro do regime elástico, ambas não aqueceriam em condições dinâmicas. 12.3 Resposta Viscoelástica do Anel de Vedação O objetivo do anel de vedação é evitar que fluido ou gás escape através de compressão mecânica com juntas e selos mecânicos. Desse modo, ao comprimir o equipamento de vedação a borracha vulcanizada reage contra essa compressão e assim há gradientes de tensão normal porque nas partes mais próximas da borda a tensão aplica é menor, e no centro se tem a tensão máxima. Quando a tensão normal se torna menor do que a pressão exercida pelo fluido contra o anel, ocorrera vazamento do fluido pela interface física formada entre o anel e a superfície que o comprime. A borracha vulcanizada, ao se deformar por compressão absorve energia através de dois movimentos moleculares: 1 – alteração de ângulo e das distancias da ligação carbono – carbono dos segmentos da rede sem produzir atrito interno, isto é sem perda de energia absorvida. 2– Sofre alterações da conformação da rede vulcanizada (desenovela) e tal mudança ocorre com perda de parte da energia absorvida, devido ao atrito interno. O aumento da temperatura reduz a viscosidade da borracha vulcanizada e acelera o processo de relaxação, já o aumento da densidade retarda o processo de relaxação porque as ligações cruzadas restringem os deslocamentos relativos entre os segmentos de rede reduzindo assim a taxa de escoamento lateral, consequentemente a resposta elástica é potencializada nesse caso. Ao descomprimir um anel de vedação já deformado plasticamente recupera apenas parte da sua altura inicial porque a outra parte escoou. Isso significa que nem toda deformação imposta, durante o uso, transformou em deformação plástica, porque o anel não se comportou como um líquido perfeito e sim como um solido viscoelástico. 12.4 Resposta Viscoelástica do fluído de amido É formada a temperatura ambiente uma mistura contendo 1/3 de água e 2/3 de amido de milho, comportando como uma massa viscoelastica. Quando um aluno (carregamento constante – peso) tenta travessar a massa devagar, isto é, numa condição de baixa transferência de energia, a referida massa comporta-se predominantemente como um liquido, e sua resposta elástica torna-se imperceptível. Por outro lado, se o mesmo aluno atravessar a piscina correndo (condição de alta transferência de energia) a massa comporta-se como um solido elástico, e sua resposta como liquido se torna 25 desprezível. A evidencia que a massa respondeu elasticamente é a marca impressa pelo pé (deformação local), através da compressão. Se fosse possível aumentar a taxa de transferência significativamente à região de contato entre a massa e o pé sofreria uma fratura instantânea, como se fosse um vidro. O mesmo resultado poderia ser conseguindo se a massa viscoelastica fosse resfriada abaixo da temperatura da Tg do amido plastificado, mantendo-se a taxa de transferência de energia constante. Conclusão: Consegue-se produzir uma resposta mecânica equivalente para o mesmo polímero se mantivermos a temperatura constante e aumentarmos a taxa de transferência de energia ou caso seja mantida a taxa de transferência de energia variando nesse caso a temperatura. Isso se justifica por a fração do volume livre varia em função do tempo e da temperatura. Outra variável que afeta a resposta mecânica da massa é a fração da água utilizada, uma vez que ela atua como plastificante e reduz a temperatura de transição vítrea do amido. 13. Comportamento Viscoelástico em ensaios mecânicos 13.1 Ensaio de Tração Quando a velocidade é aumentada de 50 para 500 mm/min. verifica-se que há redução da tenacidade (capacidade de absorver energia) e da ductilidade (deformação até quebrar) aumento a sua rigidez, isso pode ser constatado comparando a curva de tensão e deformação (nas duas velocidades). Esse comportamento é reflexo da viscoelasticidade, e se manifesta todas as vezes que há variação da velocidade de tração. Se um polímero for ensaiado em temperaturas muito abaixo de sua Tg, ele tende a se comportar como um sólido vítreo perfeito e suas propriedades mecânicas tornam-se insensíveis a velocidade de tração. Quando os compósitos de borracha natural vulcanizada fraturam no ensaio de tração, nota-se que há contração espontânea e imediata de grande parte da deformação 26 máxima (determinada no momento em que o corpo rompe).Se a recuperação geométrica não é imediata, existe deformação residual (que pode ser notada quando as duas partes do corpo são remontadas manualmente). Para saber se a deformação residual observada é ou não uma deformação plástica há necessidade de averiguar se o corpo de prova continua relaxando após a fratura. Como saber se é ou não deformação residual: 1) Elasticidade retardada 2) Parte da energia absorvida é consumida no deslizamento entre os segmentos de rede 3) Amolecimento de Mullins: Ocorre quando parte da energia absorvida na deformação é consumida a fim de romper o contato físico entre os segmentos de rede e a superfície dos particulados (negro de fumo). OBS: Gera histerese. 4) Parte da energia absorvida é gasta na quebra de ligações covalentes Essas contrações geométricas retardadas citadas acima podem ser geometricamente reversíveis ou totalmente irreversíveis. A única deformação reversível é o descrito no item 1, enquanto os demais são irreversíveis e podem explicar o aparecimento da deformação plástica. A possibilidade de observar relaxação após submeter o corpo de prova a uma deformação qualquer, é mais provável para todos os polímeros ensaiados acima de sua Tg. Porem a magnitude da deformação residual depende da taxa de transferência de energia (que depende da velocidade de tração), da deformação máxima ate a fratura e da temperatura do ensaio. Assim, existe uma combinação de fatores intrínsecos (tg) e extrínsecos ao material (temperatura, velocidade etc.) que são determinantes para observar a manifestação da deformação residual. 13.2 Ensaio de dureza Há redução de dureza de um compósito de borracha vulcanizada medida instantaneamente e após 15 segundos, devido à ocorrência de relaxação, ou seja, a borracha vulcanizada resistiu em relaxar, quando a energia foi transferida instantaneamente através do penetrador. A magnitude dessa relaxação dependerá das condições de ensaio e das propriedades do polímero. 27 13.3 Ensaio de deformação Permanente Ensaio: O ensaio consiste em manter o corpo de prova sobre deformação compressiva constante em altas temperaturas por um longo período de tempo (24h a 70 ou 130º C). Este ensaio é importante para seleção de anéis de vedação, guarnições e pneus; Pois demonstra como a borracha reage após um longo tempo de uso. Se a deformação for mantida por curto período, não se observa escoamento e a recuperação elástica é geometricamente total (existindo porém atrito interno que se manifesta em calor). Se a deformação é mantida constante por um longo período (como é feito no ensaio) nota-se que haverá escoamento (deformação plástica) e menor resposta elástica. OBS: A temperatura pode aumentar a elasticidade quando estamos no intervalo de mínima %DPC (tg<tg<tf), porém se o tempo que a tensão estiver sendo aplicada não for breve favorecerá o escoamento (relaxação de tensão) e consequentemente a deformação plástica. Pode-se concluir que o desempenho nesse ensaio depende de duas variáveis: tempo e temperatura. O aumento de temperatura do ensaio de deformação permanente facilita o escoamento, devido à redução da sua viscosidade no estado sólido. A redução da temperatura reduz a elasticidade do elastômero. No ensaio de deformação permanente ocorre a relaxação por escoamento que é acelerada pelo aumento da temperatura de ensaio e, em consequência disso há uma redução da resposta elástica devido a deformação plástica. A magnitude da deformação imposta inicialmente, para deformar o corpo de prova em compressão, se encontra fora do regime elástico, isso significa que há histerese e, portanto perda de energia por atrito interno. Esse ensaio pode ser aplicado a todos os polímeros amorfos e reticulados com Tg abaixo da temperatura de ensaio. Ao manter a temperatura e deformação constante parte da energia é consumida pelo deslizamento relativo, e isto explica por que ocorre redução das tensões (relaxação) em função do tempo. 28 13.4 Ensaio do índice de fluidez do plastômero O polietileno fundido quando é extrusado observa-se um aumento no seu diâmetro radial, devido a sua resposta elástica. As macromoléculas confinadas, dentro do capilar, desenovelam e orientam-se na direção do fluxo. A orientação depende da pressão imposta ou da vazão. Ao sair do capilar ocorre relaxação (enovelamento espontâneo) que depende da taxa de resfriamento. Se a taxa de resfriamento for alta (resfriamento rápido). Quanto maior for a pressão imposta para extrusar o polietileno fundido contra o capilar metálico, maior será o aumento do diâmetro radial do extrusado. Desse modo, os polímeros fundidos comportam-se como líquidos viscoelástico, independentes se são ou não newtonianos. 13.5 Ensaio de resiliência Transfere-se certa quantidade de enérgica ao compósito de borracha natural vulcanizada, soltando-se um martelo de uma altura conhecida. Avalia-se o quanto dessa energia absorvida foi devolvida ou recuperada. Ensaio: O martelo colide com o corpo de prova e retorna a uma altura angular proporcional à energia dissipada. A altura que o martelo foi solto refere-se à energia absorvida. No momento da colisão há uma pequena deformação quase que instantânea, nesse tempo as macromoléculas desenovelam e enovelam-se espontaneamente, devolvendo a energia absorvida na colisão, como o movimento macromolecular associado a essa deformação gera atrito interno, então parte da energia absorvida fica dentro do corpo de prova, e são chamada de energia consumida, que também pode ser calculada pela diferença entre as duas alturas atingidas, conhecida como histerese. A resiliência é uma resposta inversa ao amortecimento, quanto maior a elasticidade do polímero, maior será a sua resiliência e menor será o seu amortecimento. A histerese entre as curvas de tensão e deformação ocorre, pois a taxa de deformação imposta no carregamento se torna maior comparada à taxa de contração espontânea do compósito de borracha vulcanizada no descarregamento. A diferença dessas taxas é atribuída ao atrito interno entre os segmentos de rede, retardando o seu movimento de enovelamento espontâneo, depois que foram previamente desenoveladas no carregamento. A histerese pode se manifestar diferentemente em condições térmicas variáveis, devido à tensão do ensaio, magnitude, frequência e taxa de transferência de energia. 29 14. Resposta Viscoelástica em diferentes condições térmicas Considerando a estrutura de ligações cruzadas e as fases apenas amorfa e cristalina dos polímeros é possível estudar sua resposta viscoelastica dependendo das condições térmicas. 1ª condição térmica: Temperatura de ensaio < Tg estática do polímero amorfo. A deformação produzida no carregamento do polímero é atribuída apenas à mudança conformacional (elástica). Isso ocorre, pois abaixo da Tg o atrito interno é muito alto devido à ausência de volumes livres para a rotação da ligação carbono- carbono, impedindo que as macromoléculas assumam uma conformação enovelada. A deformação plástica nessa condição desaparece se o polímero foi submetido previamente a tratamento térmico acima da Tg. Quanto maior for à temperatura do tratamento térmico, maior será a taxa para restituir a geometria inicial do polímero deformado plasticamente. Porém, caso ocorra deslizamento entre as macromoléculas a deformação plástica não desaparece nem com tratamento térmico acima da Tg. O deslizamento é irreversível, independente da condição térmica que ele é ensaiado, razão pela qual justifica a verdadeira presença da deformação plástica.2ª condição térmica: T do ensaio = ou próxima a Tg Se a temperatura do ensaio coincide com a Tg do polímero, a sua fração de volumes livres é pequena, o atrito interno se torna alto e a taxa de enovelamento baixa. Isso significa que haverá uma diferença significativa entre o estimulo e a resposta mecânica elástica do polímero. A deformação plástica produzida nesta, desaparece de forma mais lenta (pseudo-escoamento) Ex: Espumas e travesseiros. 3ª condição térmica: T do ensaio > Tg do polímero amorfo. Se a temperatura de ensaio de um polímero encontra-se acima da Tg o atrito interno entre as macromoléculas diminui quanto maior for à diferença entre essas temperaturas, o que aumenta a fração de volumes livres facilitando que as macromoléculas desenoveladas possam enovelar-se espontaneamente. Deformação temporária: Varia em função do tempo. Uma vez manifestada à deformação temporária, ela tende a diminuir mais rapidamente quanto maior for à temperatura, como consequência da redução do atrito interno, devido ao aumento da fração de volumes livres. Deformação Plástica: Está associado ao deslizamento relativo entre as macromoléculas e os segmentos de rede. O deslizamento relativo entre as macromoléculas, sendo um movimento irreversível, é que na realidade justifica a verdadeira deformação plástica, independente da condição térmica que se manifesta. 30 4ª condição térmica: T do ensaio >>> Tg do polímero amorfo Quanto maior for a temperatura de ensaio em relação à Tg do polímero, a resposta elástica imediata prevalece em relação à resposta elástica retardada. Se tal polímero se encontra reticulado ou vulcanizado, sua resposta elástica torna-se relativamente mais rápida, em relação às versões não vulcanizadas. Isso ocorre porque as ligações cruzadas, que definem a estrutura da rede restringem os deslocamentos relativos entre os segmentos, além disso, dificulta ou atrasa a deformação temporária e/ou plástica. Conclusão: Só é elástico se houver a presença de volumes livres, pois o enovelamento é espontâneo. Caso não exista volumes livres não existe enovelamento espontâneo (resposta elástica). Quanto maior for o escoamento, menor será o caráter elástico do material consequentemente menor a resposta elástica. Quanto mais próximo da Tg, o caráter elástico se trona ruim, pois terá a mínima fração de volumes livres, além disso, o atrito interno é maior quando a temperatura é mais próxima da Tg. Quando os nós começam a deslizar, ocorre a deformação plástica, que é um processo temporário no caso do nó físico, e irreversível no caso das redes poliméricas. 15. Reologia A reologia é a ciência que estuda o fluxo e a deformação de sólidos, líquidos e gases. Sólidos de Hooke e fluídos de Newton: comportamento ideal da matéria. Sólidos e fluidos reais: modelos reológicos. Elasticidade do polímero fundido: pode ser evidenciada pelo enovelamento das macromoléculas quando sai do orifício. Viscosidade do polímero fundido: depende da massa molar, taxa de cisalhamento e da temperatura. Para o processamento de polímeros no estado fundido, as temperaturas (Tp) impostas na zona de dosagem devem respeitar a seguinte condição: A temperatura de processamento para polímeros cristalizáveis deve ser: Tp> Tf A temperatura de processamento para polímeros não cristalizáveis deve ser: Tp>Tg ou Tp>Te (temperatura de escoamento). Índice de potência (n-1): mede o quanto o polímero desvia do comportamento newtoniano: 0<n<1 não newtoniano e n=1 newtoniano 31 PROCESSOS i taxa de cisa. σi (tensão de cisa.) ηi (viscosidade) moldagem por compressão 1 – 10 σ1 η1 Laminação 10 - 100 σ2 η2 Extrusão 100 - 1000 σ3 η3 Injeção 1000 - 10000 σ4 η4 (i): Abaixo da taxa de cisalhamento. Nesse trecho o polímero se comporta como fluido newtoniano, a conformação e o grau de entrelaçamento (numero de nós) se mantêm constantes. O polímero é isotrópico, as propriedades mecânicas independem das direções. (ii): Acima da taxa de cisalhamento, nesse o polímero se comporta como fluido não newtoniano (pseudoplástico) o grau de entrelaçamento começa a reduzir à medida que a taxa de cisalhamento aumenta, razão pela qual a viscosidade reduz. Simultaneamente, as macromoléculas vão se orientando na direção do fluxo, isto é, as macromoléculas desenovelam. Os polímeros são anisotrópicos, depende da direção para se ter as propriedades mecânicas como rigidez, resistência à tração. (iii): Quando a taxa de cisalhamento se torna muito alta, pode-se atingir o segundo trecho newtoniano (2º patamar), onde as macromoléculas se encontram orientadas com baixo grau de entrelaçamento que se mantém invariável. o polímero é isotrópico, as propriedades mecânicas independem das direções. - Quanto maior a taxa de cisalhamento menor será a viscosidade. - O polímero fundido normalmente é não newtoniano A viscosidade de polímeros fundidos depende da massa molar (MM). Quanto maior for a MM média, maior a viscosidade, aumentando também as propriedades mecânicas como: ductilidade, rigidez e tenacidade, porém diminui a fluidez. 32 Plastificar: passar o polímero do estado sólido ao estado líquido. Degradação: é provocada por efeitos individuais ou combinados de energia térmica e mecânica imposta para o polímero plastificar e fluir durante o seu processamento, Taxa de cisalhamento: mede o gradiente de velocidades das camadas em fluxo laminar na fonte do fluxo. A taxa de cisalhamento crítica é definida quando viscosidade do polímero fundido inicia seu desvio do comportamento newtoniano razão pela qual a viscosidade passa a depender da taxa de cisalhamento. Tensão de cisalhamento: é a tensão que sustenta o fluxo numa determinada vazão ou taxa de cisalhamento. Viscosidade: Mede a resistência ao escoamento de um fluido. Fluidez: mede a facilidade do fluxo sob certas condições, ou seja, a facilidade na qual o fluido consegue fluir. OBS: Polímeros fundidos comportam-se como pseudoplásticos. 16. Processamento de Polímeros Para definir qual técnica será usada para o processamento de um polímero deve-se levar em conta: 1. O material (termoplástico ou termofixo) 2. A temperatura em que ele amolece (no caso do termoplástico) 3. A estabilidade química (resistência a degradação) 4. Geometria do produto final Os termoplásticos amorfos são processados acima da TG e os semicristalinos acima da TF. Em ambos os casos a aplicação de pressão deve ser mantida durante o resfriamento da peça para que a mesma retenha sua forma. 16.1 Extrusora Um dos métodos mais importantes para a produção de materiais termoplásticos é o processo de extrusão. Nesse processo o polímero sólido se transforma em polímero fundido e alimenta continuamente a matriz do molde com uma vazão constante. O produto extrudado é resfriado progressivamente ate permanecer solido. 33 A extrusora é dividida em três zonas: Zona de alimentação (polímero no estado sólido); Zona de compressão (polímero sólido e fundido); Zona de dosagem. (polímero fundido) Caso ocorra a entrada de uma fase líquida na ZA ou uma fase sólida na ZD a eficiência do processo irá diminuir. Os elastômeros são mais viscosos porque geralmente possuem massas molares maiores, além disso sua temperatura de processamento é mais baixa, em relação aos termoplásticos, então necessita-se de uma pressão interna maior na extrusora. Sendo assim, uma extrusora para termoplásticos não serve para elastômeros, e vice-versa. A geometria da roscaempregada para extrusão em termoplásticos e elastômeros deve seguir conforme a tabela: Parâmetros Termoplástico Elastômeros (Borrachas) L/D 20 a 30 ou maior 15 a 20 ou menor Passo Constante ao longo da rosca Variável, (maior Z.A. e menor Z.D). Profundidade Variável, (maior Z.A. e menor Z.D). Constante ao longo da rosca - Os canais da rosca são mais profundos reduzindo a resistência viscosa oferecida pelo elastômero. - As roscas são mais curtas reduzindo o esforço aplicado na saída do elastômero fundido - A razão de compressão pode minimizar (para ambos) a resistência viscosa do polímero fundido. 34 Extrusora para termoplásticos: Uma extrusora que é alimentada com sólidos particulados é chamada de extrusora plastificante. Em sua maioria usam aquecimento elétrico A folga entre o filete da rosca e o cilindro da extrusora é muito pequena (0,001); O polímero atua como lubrificante; Roscas e cilindros são feitos de aço temperado para proteção ou revestidas com camadas especiais resistentes ao desgaste. Principais funções da extrusora plastificante: 1. Transporte de sólidos; 2. Plastificação dos polímeros; 3. Bombeamento ou transporte de fundidos; 4. Mistura e homogeneização; 5. Moldagem. Extrusoras para Borrachas: As primeiras extrusoras para borracha foram construídas para serem alimentadas a quente. Isso é, o material era fornecido quente de um misturador. Hoje em dia existem maquinas de extrusão a frio, que possuem custo menor, melhor controle da temperatura do material e possível manuseio de uma larga variedade de compostos. Características específicas: Comprimento reduzido da rosca; Aquecimento e resfriamento; zona de alimentação; desenho da rosca; O comprimento reduzido ocorre devido a viscosidade da borracha ser muito alta em comparação com termoplásticos. Consequentemente ocorre um aumento de calor gerado pelo processo de extrusão (cisalhamento do material). O comprimento reduzido mantém este aumento de temperatura dentro dos limites do composto (scorch). A energia especifica requerida pelas borrachas é geralmente muito baixa, porque elas são extrudadas em termperaturas mais baixas que os termoplásticos (20 a 120ºC). Elas podem ser aquecidas a vapor, com resistência elétrica ou a óleo, o óleo também é utilizado para o resfriamento, porem a maioria das extrusoras usam agua pois permite uma troca de calor mais efetiva. A zona de alimentação pode ser alimentada por compostos em forma de fitas ou granulares. Quando a borracha fica escorregadia, a zona de alimentação do cilindro é ranhurada para previnir o deslizamento. 35 As extrusoras de borracha possuem passo variável e profundidade constante para conseguirem atingir altas taxas de vazão, outra razão é devido a não alteração da densidade da borracha durante a extrusão, ao contrário dos termoplásticos. Parâmetros Termoplástico Elastômero Viscosidade menor viscosidade maior viscosidade Massa Molar menor MM maior MM Fluidez maior fluidez menor fluidez Tempo de residência maior tempo menor tempo Cabeçote e Matriz O cabeçote de uma extrusora tem como função equalizar a pressão da rosca e transportar o composto para a matriz. É importante que esse composto escoe bem, pois nos pontos onde não houver o escoamento necessário (pontos de estagnação) ocorrerá à vulcanização do composto, e de tempo em tempo essas porções se romperão e irão formar defeitos no extrudado. Tipos de Roscas: Para Termoplásticos – Passo constante e profundidade do canal variável. Para Borrachas – Passo variável e canal de grande profundidade e constante. Isso acontece, pois a borracha não tem alteração na densidade durante a extrusão, ao contrário dos termoplásticos semicristalinos, e também permite reduzir o cisalhamento da borracha e a geração de calor resultante do aquecimento viscoso. O volume reduzido no canal da rosca na zona de metering comparada com a zona de alimentação é para permitir uma compressão adequada, eliminando ar e também garantindo uma pressão constante no cabeçote da extrusora. Isso é obtido através da redução do passo da rosca, redução da profundidade da base da rosca e aumento no numero de voltas na rosca. As roscas requerem tratamentos superficiais para que os seus filetes sejam resistentes ao desgaste, tais como: nitretação, recobrimento da superfície com aço duro. Transporte de Sólidos na Extrusora (zona de alimentação): É a primeira zona de uma extrusora plastificante. Está próxima a abertura, e geralmente possui os canais de rosca profundos. A profundidade do canal, a distancia radial entre o cilindro e a base da rosca, e o comprimento de varias seções tem um forte efeito no rendimento da extrusora. 36 O coeficiente de atrito entre o polímero solido e as superfícies metálicas da rosca e do cilindro são muito importantes: - se o polímero adere na rosca e desliza no cilindro, a rosca obtura-se progressivamente e após alguns minutos de operação a vazão é nula, para que isso seja evitado o coeficiente de atrito do polímero sólido com a superfície do cilindro deve ser relativamente alto. - se o polímero desliza na rosca e adere ao cilindro, à vazão é muito alta, mas o torque requerido para girar a rosca pode, também, ser muito alto e em alguns casos o sistema pode ser bloqueado. Para que isso seja evitado é necessário que o atrito do polímero sólido com a superfície da rosca seja baixo, razão pela qual a rosca é polida. Cilindros com ranhuras: Resfriamento é importante para reduzir o calor gerado pelo atrito na superfície do cilindro. Principais benefícios dos cilindros com ranhura: - Aumenta a vazão. - Estabilidade na extrusão - Vazão menos sensível a pressão Ao fazer ranhuras na zona de alimentação, o atrito entre o polímero e o cilindro aumenta, provocando uma elevação significativa da pressão interna da extrusora, desde a zona de alimentação até a dosagem. Esta pressão atinge um valor máximo na zona de compressão e depois reduz na zona de dosagem, tornando o gradiente de pressão negativo. O fato do ser negativo, faz com que o segundo termo da equação da vazão (vazão de contra-pressão) se some à vazão de arraste, aumentando a vazão da extrusora. 37 Plastificação do polímero, zona de compressão: A segunda zona funcional a uma extrusora é a zona de compressão. Usualmente é iniciada após 3 a 5 diâmetros de abertura da alimentação, onde o polímero começa a fundir. A transformação de polímero sólido em polímero fundido inicia-se na superfície interna do cilindro. Quando a folga (∂f) for totalmente preenchida pela camada de polímero fundido a pressão desenvolvida se torna máxima. Em função disso, a camada de polímero, ao preencher a folga é empurrada para o canal frontal criando uma poça de polímero fundido as custas da deformação do leito solido. Isso ocorre varias vezes e quando todo o canal estiver preenchido com polímero fundido inicia-se a zona de dosagem. Roscas com zona de compressão longa são usadas para processar polímeros sensíveis a degradação, através do aquecimento viscoso, seja: devido a sua limitada estabilidade térmica, ou devido a sua alta viscosidade. (Ex: PVC, ABS). Roscas por compressão, curtas são usadas para processar polímeros de baixa viscosidadeno estado fundido. (ex: PA, PMMA) 38 Zona de dosagem: Na dosagem, só existe polímero fundido e as equações de vazão podem ser aplicadas se a pressão desenvolvida na zona de dosagem for considerada constante, a vazão da extrusora a principio só depende do fluxo de arraste. Contudo, isso não é verdade, pois existe variações de pressão e vazão pela qual há necessidade de considerar o fluxo de contra pressão. Mecanismo de fusão do polímero: Zona de atraso: Uma película de fundido é formada na interface entre o cilindro e o leito solido no canal da rosca. Como a folga radial entre o cilindro e o filete da rosca é muito pequena, é formada uma película de polímero fundido de espessura menor que a folga. Zona de Plastificação: Após algumas voltas da rosca a espessura da película aumenta alem das dimensões da folga, um perfil de pressão surge na película. Então, o filete começa a remover o fundido da superfície do cilindro e o fundido começa a se acumular próximo ao filete frontal, formando uma poça fundida então a pressão diminui. A combinação da transferência de calor por convecção do polímero solido e líquido aumenta a taxa de plastificação. Se a plastificação fosse apenas por transferência de calor por condução o tempo de residência seria excessivamente longo. Roscas com zona de compressão longa: São usadas para processar polímeros sensitivos ao aquecimento viscoso, seja por causa da sua limitada estabilidade térmica, ou devido a sua alta viscosidade. Roscas com zona de compressão curtas: São usadas para processar polímeros de baixa viscosidade no estado fundido. 39 Balanço de massa numa extrusora de rosca simples. O polímero entra na zona de alimentação com uma densidade aparente baixa (sólido + ar) e a medida que é compactado, ele se transforma num polimero fundido e sua densidade atinge um valor máximo na zona de dosagem. Para garantir que a massa que entra na zona de alimentação da extrusora é igual a massa na zona de dosagem, a capacidade volumétrica do canal ao longo da rosca vai diminuindo em função do aumento da densidade do polímero. A massa de polímero transportada ao longo da rosca só será mantida constante. Deste modo, se a densidade do polímero aumenta ao longo da rosca, a capacidade volumétrica diminui para manter a massa transportada constante. A vazão da extrusora pode ser escrita como: p = numero de filetes ou canais em paralelo velocidade do polímero fundido ao longo do canal H = profundidade do canal W = largura do canal = viscosidade Newtoniana = gradiente de pressão 16.2 Injetora O material termoplástico granulado é forçado a altas temperaturas, acima da sua de fusão e a pressões a fim de preencher e assumir a forma das cavidades do molde. A moldagem por injeção é empregada quando a quantidade de peças termoplásticas a serem produzidas é de grande quantidade e é necessária uma boa exatidão dimensional. As vantagens em relação a moldagem por compressão é a ausência de rebarbas nas peças moldadas, reduzindo o retrabalho. Na moldagem por compressão o material é inserido em forma ainda solida na cavidade do molde, o aquecimento é realizado nas regiões periféricas do material, quando dentro do molde, reduzindo a viscosidade do polímero que pode vazar pelas frestas do molde e podem surgir rebarbas. O ciclo da moldagem por injeção: 1 Plastificação e dosagem do polímero fundido; 2 A rosca para de girar e avança para injetar o fundido no molde sob pressão; 3 Preenchimento do molde; 4 Compressão do polímero no molde; 40 5 Recalque: realizado para corrigir a contração do fundido injetando uma quantidade adicional de polímero ao molde; 6 Resfriamento: com o molde fechado é realizado o resfriamento, essa etapa é a mais longa de todo o ciclo de moldagem de injeção e portanto muito significativo na produtividade do processo; 7 Abertura do molde para extração da peça; OBS: a pressão e o tempo de recalque são importantes para a exatidão dimensional das peças moldadas, compensando ou corrigindo a contração do polímero durante o seu resfriamento no interior do molde. A pressão, o tempo e a velocidade da injeção afetam a taxa de fluxo do polímero A temperatura do molde afeta a taxa de resfriamento A pressão de recalque e o tempo de recalque afetam a exatidão dimensional dos componentes. O tempo do molde fechado afeta a produtividade da maquina A velocidade da rosca e a pressão de retorno da rosca afetam a temperatura do fundido, e portanto a sua viscosidade. Polímeros termoplásticos são injetados aquente no molde frio, o resfriamento e a solidificação ocorrem durante o preenchimento do molde, isso leva a efeitos de orientação do polímero. Como o coeficiente de expansão térmicas dos polímeros é muito alto, é necessário realizar o empacotamento sob pressão (em contra partida ao encolhimento que ocorre no resfriamento) do molde para que as dimensões das peças moldadas e os defeitos sejam diminuídos. Diagrama de moldagem 1) Curta injeção – pressão é muito baixa, o molde abaixo dessa temperatura esfriam antes que a cavidade seja preenchida. 2) Degradação – temperatura muito alta e o polímero degrada termicamente 3) Rebarba – pressão da injeção é muito alta 4) Fusão – O polímero não consegue plastificar totalmente – temperaturas baixas. 41 Tempo Mínimo de ciclo: Menor tempo – Máxima o rendimento: a minimização é obtida com uma pressão de injeção próxima ao mínimo do diagrama Tempo mín.: Tempo de injeção + Tempo de recalque + Tempo do molde fechado Duração do ciclo de moldagem: N = Cp/G (ciclos/hora) Cp: capacidade de plastificação; quantidade que a injetora tem capacidade de levar o polímero a temperatura de moldagem em 1 hr. (N/h) G: peso do material: volume da peça moldada e o peso especifico. A duração do ciclo de moldagem é afetada por: Características geométricas da peça Características térmicas do material moldado Características térmicas do molde Capacidade de injeção Ci de uma maquina injetora É o máximo peso de material que pode ser injetado de uma vez. 42 TERMOLOGIA Oligômero – Polimero de baixa massa molar (<10000) Homopolímero – Polimero cuja cadeia principal é fornada por um único mero. Copolímero – Polímero cuja cadeia principal é formada por 2 meros diferentes. Terpolimero – Polimero em que a cadeia principal é formada por 3 meros diferentes. Polimerização – Conjunto de reações químicas que provocam a união de pequenas moléculas por ligação covalente com a formação de um polímero. Polimero de Cadeia Carbônica – Polímeros que apresentam somente átomos de carbono na cadeia principal. Polímero de Cadeia Heterogênea – Polimeros que apresentam, alem de carbono, outros átomos na cadeia principal. Cura – Mudança das propriedades físicas de uma resina por reação química, pela ação de um catalisador e ou calor e um agente de cura. A cura gera a formação de ligações cruzadas entre as cadeias poliméricas. Antes da cura o termofixo é um oligômero, apresentando-se como liquido viscoso ou pó. Vulcanização – Processo que introduz a elasticidade e melhora a resistência mecânica de
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