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TEORIA GERAL DO CRIME

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Vacatio Legis 
Direito Penal l 
Matéria Nota 01 
Aplicação da Lei Penal no Tempo: 
 
_________________________________________________________________ 
 
 
 
* Novatio Legis Incriminadora - Exemplo: Crime de Assédio Sexual. 
* Novatio Legis in Pejus - Quando um crime já foi julgado, o agente não pode ser julgado novamente 
pelo mesmo delito. 
* Novatio Legis in Mellius - a lei irá beneficiar o transgressor, que terá redução de pena. 
* Abolitio Criminis - retira por completo a conduta criminosa. 
 ≠ 
Princípio da Continuidade Típico Normativa é quando uma norma penal é revogada, porém, a 
mesma conduta continua sendo incriminada pelo tipo penal revogador. 
 
. A lei nova, editada posteriormente à conduta do agente, pode conter dispositivos que beneficiem ou 
que prejudiquem o mesmo. Se beneficiá-lo, será considerada uma novatio legis in mellius. Se 
prejudicá-lo será considerada uma novatio legis in pejus. 
A novatio legis in mellius terá sempre efeito retroativo, sendo aplicada aos fatos ocorridos 
anteriormente à sua vigência, ainda que já tenha havido sentença com trânsito em julgado. 
 
. Abolitio Criminis - É o fenômeno pelo qual o legislador, atento às mutações sociais, resolve não 
mais incriminar determinada conduta, retirando do ordenamento jurídico-penal a infração que a previa. 
 
Aplicação da novatio legis in pejus nos crimes permanentes e continuados: 
* CRIME INSTANTÂNEO - Exemplo: Matar uma pessoa e ser preso em flagrante. 
* CRIME PERMANENTE – é o crime onde a execução é prolongada. O agente, a cada instante, 
enquanto durar a permanência, está praticando atos de execução. A execução e a consumação do 
delito acabam se confundindo. Exemplo: Cárcere Privado. 
* CRIME CONTINUADO – ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e 
outras semelhantes, devem os crimes subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (art. 
71, do CP). Súmula 711 STF. 
 
Lei Intermediária 
É aquela que não era vigente à data do fato nem à data da sentença. Deve ser aplicada sempre que, 
comparadas, for mais benéfica, o que faz surgir uma retroatividade em relação à lei anterior e uma 
ultra atividade em relação a uma lei mais nova. 
 
Lei Penal Temporária e Lei Penal Excepcional (Art. 3º, CP) 
* TEMPORÁRIA – a lei traz expressamente em seu texto o dia do início, bem como o dia do término 
de sua vigência. 
* EXCEPCIONAL – editada em virtude de situações também excepcionais, cuja vigência é limitada 
pela própria duração da excepcionalidade. 
 
Extratividade de entendimento jurisprudencial - Súmula 174 - STJ (cancelada em 2001). 
 
 
 
 
Publicação 
da Lei 
Vigência 
da Lei 
 
COMBINAÇÃO DE LEIS 
Ocorre quando, para atender ao princípio da extra-atividade in mellius, é dado ao julgador extrair das 
normas conflitantes fragmentos que atendam aos interesses do agente, desprezando os dispositivos 
que o prejudiquem. 
 
* PRIMEIRA CORRENTE – IMPOSSIBILIDADE 
O julgador não faculta a combinação dos dispositivos de leis diferentes tendo em vista que, se assim 
procedesse, estaria criando um terceiro gênero de lei, o que lhe é vedado. 
* SEGUNDA CORRENTE – POSSIBILIDADE 
Em sentido oposto, em matéria de direito transitório não se pode estabelecer dogmas rígidos como 
esse da proibição da combinação de leis. Se de um lado estão tais dogmas absolutos, de outro estão 
os princípios da ultra-atividade e da retroatividade benéficas. 
 
Extratividade da Lei Penal: 
 
A Extra atividade pode se desdobrar no tempo para frente ou para trás, dando origem, 
respectivamente à ultraatividade ou à retroatividade. 
 
* Ultratividade – ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridos 
durante a sua vigência; 
* Retroatividade – possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos 
ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor. 
 
A ultraatividade e a retroatividade da lei penal serão realizadas, sempre, em benefício do agente, e 
nunca em seu prejuízo, e pressupõem, necessariamente, a sucessão de leis no tempo. 
 
Exercícios 
1) Mévio em 10 de janeiro de 1999 pratica o delito de ocultação de cadáver tipificado no Art. 211 do 
CP, que prevê Pena de Reclusão de 1 a 3 anos. Se hipoteticamente o legislador alterasse a pena 
agravando a situação do transgressor da norma penal, e o corpo só fosse descoberto após esta 
alteração sendo sentenciado hoje, que lei deverá ser aplicada pelo magistrado prolator da decisão? 
Justifique. A lei é permanente porque foi sedimentada através da Súmula 711, criada pelo STF. 
Aplica-se então a lei posterior. 
 
2) Como é classificada a Lei 11.106/05 que revogou o Art. 240 do CP? Quais são os efeitos para os 
que já foram condenados pelo referido delito? Classificada como Abolitio Criminis, todos os 
efeitos desaparecem, mas não repara. 
 
3) Considerando que o atual CC não mais elenca em seu hall de hipóteses de anulação de 
casamento, o fato da mulher já ser deflorada. A norma incriminadora prevista no Art. 236 contempla 
uma hipótese que versa sobre erro essencial sobre a pessoa do uso contraente do casamento. Se 
uma mulher induzir o seu consorte no sentido de ser virgem, estaria hoje praticando o delito do Art. 
236? Ela não estaria praticando o delito. Fica caracterizada como Norma Penal em Branco 
Homogênea Heterovitelina. 
 
4) O que caracteriza o Princípio da Continuidade Típico Normativa? Apresente um exemplo presente 
recente ocorrido em nosso ordenamento. O princípio ocorre quando uma norma penal é revogada, 
porém, a mesma conduta continua sendo incriminada pelo tipo penal revogador. Exemplo de 
aplicação no ordenamento é o antigo crime de “atentado violento ao pudor”, a conduta não 
deixou de ser considerada crime, mas apenas migrou para o tipo penal do crime de estupro Art. 
213, CP. 
 
Classificação Doutrinária dos Delitos 
 
* Comum - Qualquer pessoa pode praticar. Ex.: Art. 121 (Homicídio) ou 155 (Furto). 
* Próprio - A norma penal exige um status. Ex.: Art. 312 (Peculato) e 123 (Infanticídio). 
* De mão própria - Exige a atuação pessoal do sujeito ativo. Ex.: Art. 342 Delito de falso testemunho. 
* Infração de menor potencial ofensivo - São todos os crimes que a pena max. não seja maior que 2 
anos. 
* Infração de médio potencial ofensivo - Todo crime em que a pena min não seja inferior a 1 ano. 
* Infração de grande potencial ofensivo - Tudo que não se enquadrar nas duas anteriores. 
* Crime Hediondo - o estupro em todas as suas modalidades - ex.: Lei 8.072/90. 
* Crime de Dano - é porque há uma efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. Ex.: art. 121; Art. 213 
(Estupro) 
* Crime de Perigo - Quando há risco para lesão ao bem jurídico. Ex.: Porte ilegal de arma 
. Individual - Quando afetar uma pessoa ou um nº determinado de pessoas. Ex.: Art. 132 
. Comum - Coloca em risco uma coletividade. Ex.: 250 (Delito de Incêndio) 
. Concreto - Tem que ficar de fato comprovado que o perigo para o bem jurídico ocorreu. Art. 309 CTB 
. Abstrato - Basta a prática da conduta mesmo que não comprove o crime. Art. 14 da Lei 10.826/03. 
* Unissubjeitivo - Não exige a participação de mais de uma pessoa. Art. 121 
* Plurissubjetivo - A norma penal exige a participação de mais de um agente. Art. 288. (Assoc. 
criminosa) 
* Uniofensivo - um crime que só tutela um bem jurídico. Art. 121 (Tutela a vida) 
* Pluriofensivo - Tutela mais de um bem jurídico. Art. 157 § 3º Parte final. (Latrocínio) 
* Tipo misto - Toda vez em que a norma penal prevê mais de uma conduta. Art. 122 (alguém que 
contribui para um suicídio). 
. Alternativo - entende-se que as condutas são fundíveis, implica numa conduta só. 
. Cumulativo - Art. 242. Quatro condutas num só artigo, regra de cumulatividade de pena: quando as 
condutassão separadas por ponto e vírgula representa regra de cumulatividade. 
* Crimes de subjetividade Passiva única - O tipo penal prevê uma única vítima. Art. 129 (Lesão 
Corporal) 
* Crimes de dupla subjetividade Passiva - O tipo penal prevê mais de duas vítimas. Art.: 151 (Violação 
de correspondência - as vítimas são o remetente e o destinatário). 
* Crime Principal - Que não depende da existência de nenhum crime anterior. Art. 213 (Estupro). 
* Crime acessório - Que depende de outro crime praticado anteriormente. Art. 180 (Delito de 
receptação) 
* Crime de Forma livre - o legislador não vincula a forma de atuação do sujeito ativo. Art. 121 
* Crime de Forma Vinculada - o legislador vincula a forma de atuação do sujeito ativo. Art. 130 (Perigo 
de contagio venéreo). 
* Crime Habitual - Exige habitualidade no comportamento do sujeito ativo. Art. 282 (Exercício Ilegal da 
Medicina). 
* Crime Transeunte - Não deixa vestígios. Art. 140 (Injúria Verbal) 
* Crime não transeunte - Deixa vestígios materiais, necessitando de exame pericial. Art. 129 (Lesão 
Corporal) 
* Crimes Independentes - Não guarda dependência com qualquer outro crime. 
* Crime Conexos - Possui ligação com outro crime. 
. Conexão - Teleológica - Assegurar - Execução 
Consequencial - Assegurar (Ocultação, Impunidade e Vantagem) 
* Crime Condicionado - (exceção) O MP depende de uma manifestação da vítima. “Representação”. A 
manifestação deve ser dada em seis meses, caso contrário o MP não pode mais se manifestar. 
* Crime Incondicionado - (regra geral) O Estado como órgão acusador, o MP não precisa da 
manifestação da vítima. Ele entra com a petição acusadora. A maioria dos crimes são 
incondicionados. Não depende de nenhuma condição de procebilidade. 
 
 
Matéria Nota 02 
 
Lugar do Crime: 
Territorialidade (Art. 5º CP) 
a) atividade – o lugar do crime é o da ação ou omissão, ainda que outro seja o lugar da ocorrência do 
resultado. 
b) resultado – despreza o lugar da conduta e entende que lugar do crime será, tão somente, aquele 
em que ocorrer o resultado. 
c) da ubiquidade – adota as duas posições anteriores e diz que lugar do crime será o da ação ou 
omissão ou onde se produziu o resultado. 
 
Extensão do território nacional (Art. 5º, §1º CP) 
Exemplo: Um navio público brasileiro a serviço do país atracado num porto de outro país onde ocorre 
um crime no navio, será então aplicada a lei brasileira. 
 
Aplicação da Lei Penal brasileira (Art. 5º, §2º CP) 
Aplica-se a lei brasileira nos casos dos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, estando em território nacional sendo no litoral ou em voo. 
Princípio da Passagem Inocente 
Se um fato é cometido a bordo de um navio ou de uma aeronave estrangeira de propriedade privada, 
que esteja de passagem pelo território nacional, não será aplicada a nossa lei se o crime não afetar 
nada ao nosso interesse. 
 
Extraterritorialidade da Lei Penal 
* Detração – O tempo de pena será abatido. 
 
Incondicionada 
. Crimes contra a vida ou liberdade do Presidente da República 
. Crimes contra o Patrimônio ou a Fé Pública da União, do DF, do Estado de território, de município, 
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia, ou fundação instituída pelo poder público. 
. Crimes contra a ADM Pública, ou por quem está a seu serviço. 
. Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
 
Condicionada 
. Crimes que por tratados ou convecção o Brasil ser obrigou a reprimir. 
. Crimes praticados por brasileiros. 
. Crimes prestados em aeronaves ou embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada 
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
. Crimes praticados por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se reunidas as condições: 
a) não foi pedida ou negada a extradição. 
b) houve requisição do Ministério da Justiça. 
 
Condições Cumulativas 
. Entre o agente em território nacional. 
. Ser o fato punível também o país em que o ato foi praticado. 
. Estar o crime incluído entre aqueles pelas quais a lei brasileira autoriza a extradição. 
. Não ter sido agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena. 
. Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, 
segundo a lei mais favorável. 
 
Exercícios 
 
1) A Organização Não Governamental Holandesa, que detém um navio que navega ao redor do 
mundo conclamando a prática de aborto. Quando de passagem pelo Brasil ingressa a bordo Maria, 
grávida de 3 meses, em alto mar, permite que o médico holandês promovesse a interrupção de sua 
gravidez. Sabendo que o Brasil pune a conduta de Maria conforme previsão no Art. 124 do CP e que a 
Holanda permite a prática de aborto pergunta-se: Maria deve ser punida pela Lei Penal brasileira? 
Justifique. 
Não. Maria não será punida pela Lei Penal brasileira pois a partir do momento do ato do aborto 
o navio já se encontrava em alto mar, não fazendo mais parte do território nacional, sendo 
então indiferente para o Brasil. 
 
2) Um avião de carreira (privado) parte do aeroporto de Montevidel no Uruguai com destino ao EUA, 
sobrevoando o espaço aéreo brasileiro, um cidadão francês causa lesões corporais de natureza grave 
em um cidadão albanês. Deve ser aplicada a lei penal brasileira ao caso? Justifique. 
Não. Considera-se o Princípio de Passagem Inocente, o avião é privado, o crime é cometido por 
pessoas de nacionalidades distintas e não interfere no interesse da Lei Penal brasileira. 
 
Eficácia da sentença Penal estrangeira (Art 9º CP) 
 
A sentença judicial emanada de poder constituído pelo Estado, é ato de sua soberania. Para uma 
eficaz valoração de sua autoridade, contudo, deve ser a mesma executada. E essa execução deveria 
ser feita via de regra no país em que foi prolatada. 
 
Súmula 420 STF (Transito em julgado – a decisão não pode mais ser modificada) 
 
Necessidade de Homologação – Pelo STJ 
Art. 105, I, alínea “i” da CF/88; Emenda Constitucional 45/2004; antes era atribuição exclusividade do 
STF 
 
Contagem do Prazo em Direito Penal Art 10 CP 
≠ 
Contagem do prazo no Processo Penal 
 
 
 
____________________________________..._______________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Termo Inicial (Dia “A Quo”) Exemplo: o fato ocorre no dia 05/05/2015 
A contagem inicia no dia da descoberta da autoria, contando em meses 
Termo Final (Dia “AD Quem”) Exemplo: no prazo de 06 meses chega ao fim no dia 04/11/2015 
 
Regra: Art 798, §1º CPP – Começa a contar do dia seguinte da descoberta. 
(Súmula 310 STF) 
Frações não computáveis na pena: 
 Exemplo: Uma pena de 10 dias + 1/3 = 3 dias e 8 horas; ignora-se as horas restantes. 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal ll 
 
Teoria Geral do Crime 
Crime 
*Material ou Substancial – Para o critério material, crime é toda a ação ou omissão humana que leva 
ou expõem a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. 
*Legal – Considera-se infração penal tudo aquilo que o legislador descreve como tal, pouco 
importando seu conteúdo. Considerar a existência de um crime sem levar em conta sua essência ou 
lesividade material afronta o princípio constitucional da dignidade humana. 
*Analítico – O conceito de crime é: 
 
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL = CRITÉRIO TRIPARTIDO 
 
Fato Típico 
. Resultado naturalístico 
. Relação de causalidade (nexo causal) 
. Tipicidade: 
. Conduta – é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária dirigida a um fim consciente em 
produzir um resultado tipificado em lei ou infração penal. 
 
 
Formas de CondutaAção - Movimento corpóreo exterior 
Omissão – Deixar de fazer algo 
 
 
Exclusão da conduta – (Fato atípico: Quando não há crime.) 
. Caso fortuito ou força maior: São acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis que fogem do domínio 
da vontade do ser humano. 
. Atos ou movimentos reflexos: Consiste na reação motora ou secretora em consequência de uma 
excitação dos sentidos. 
. Coação física irresistível: Ocorre quando o coagido não detém força para resistir. 
. Sonambulismo e hipnose: Não há conduta por falta de vontade nos comportamentos praticados em 
completo estado de inconsciência. 
 
Exercícios (12/05/2015) 
1) Considerando que Caio foi vítima do delito tipificado no Art 147 CP, e que se trata de delito 
Condicionado a representação do ofendido. Indique o termo “AD Quem” do prazo de representação 
sabendo que o momento representativo ocorrera em 19/04/2015 que a descoberta da autoria seja 
hoje. O prazo segundo o termo “AD Quem” e pela contagem a partir da data de hoje (12/05/2015) 
será no dia 11/11/2015. (Se porventura a data final cair no domingo, ela não pode ser prorrogada, 
deve ser antecipada.) 
 
2) Considerando a regra processual de contagem, tendo a defesa sido intimada na última sexta feira de 
uma sentença condenatória, e desejando impugnar a referida decisão com recurso de apelação que a 
Lei Processual e ser Art 593 prevê o prazo de 5 dias, informe o último dia do prazo para a interposição 
para o referido recurso. De acordo com a Súmula 310 do STF a contagem inicia-se na segunda-feira, 
quando a intimação for feita na sexta, sendo que aos finais de semana não tem expediente por isso 
não são incluídos na contagem. O último dia da contagem será na sexta da semana seguinte. 
 
3) Uma Associação Criminosa composta por brasileiros falsifica e põem em circulação reais na cidade 
de Buenos Aires. Ao serem descobertos foram presos e processados, e finalmente condenados. 
Cumprindo pena privativa de liberdade na Argentina por um período de 1 ano, após sendo expulsos 
para o Brasil. Considerando os princípios que regem a aplicação da Lei Penal como fica a situação 
jurídica desses brasileiros ao regressar ao seu país? (Extraterritorialidade Incondicionada. Art 7º; 
Alínea “b” CP) 
Ao regressar ao Brasil, eles serão julgados novamente e deverão cumprir a pena imposta pela Lei 
Penal brasileira tendo abatimento na pena pelo tempo que já haviam cumprido na Argentina. 
 
Resultado 
É a consequência da conduta praticada pelo agente. 
 
Espécies: 
Naturalístico/Materiais - é a modificação do mundo exterior. Exemplo: Homicídio (a morte da 
vítima). 
Jurídico/Normativo - Todo crime tem resultado normativo, lesão ou perigo de lesão a um bem 
jurídico protegido por uma norma penal. 
 
Nexo Causalidade 
É o vínculo formado entre a conduta praticada por seu autor e o resultado por ele pretendido. 
 
Teoria da Equivalência dos Antecedentes (Art 13, Caput, CP). Von Buri e Stuart Mill (1873) 
Causa 
É todo comportamento humano, comissivo ou omissivo, que de qualquer modo concorre para a 
produção do resultado naturalístico. 
 
Processo de eliminação de Thyrén 
Causas dependentes 
É aquela que emana da conduta do agente, dela se origina, razão pela qual se insere no curso 
normal de desenvolvimento causal. 
Causas independentes 
São aquelas que não originam na conduta do agente, isto é, são absolutamente desvinculadas da 
sua ação ou omissão ilícita. Por serem independentes, produzem por si sós o resultado, rompendo o 
nexo causal. 
Absolutamente independente 
a) preexistente - é a conduta que já foi praticada pelo agente. 
b) concomitante - é aquela que ocorre ao mesmo tempo. 
c) superveniente – é uma causa que acontece posterior a conduta do agente. 
 
Relativamente independente 
a) preexistente – Diz-se a causa que somente tem possibilidade de produzir o resultado se for 
conjugada com a conduta do agente. 
b) concomitante – acontece de forma simultânea 
c) superveniente (que por si só produz o resultado) – o sujeito só responde pela tentativa. 
d) superveniente (não produz por si só o resultado) – o sujeito não responde somente pela tentativa e 
sim pela forma consumada do crime. (Infecção Hospitalar). 
 
Relevância da Omissão 
O sujeito fica em condição de agente garantidor 
 
Crimes Omissivos Impróprios (Comissivo por omissão/omissivo impuro) 
 
Inação do agente 
+ 
Poder de agir 
+ 
Dever jurídico de agir 
(Art 13, §2º alíneas a, b e c, CP) 
 
Diferença entre os crimes omissivos: 
 
Omissivo Impróprio Omissivo Próprio 
O tipo descreve uma ação O tipo descreve uma omissão 
São crimes materiais São crimes de mera conduta 
Admitem tentativa Não admitem tentativa 
Podem ser culposos ou dolosos São sempre dolosos 
 
Tipicidade (adequação típica) – Tipo Penal 
Quando a conduta se adequar a norma Penal ela é chamada de tipicidade. 
. Formal 
Toda vez em que a conduta praticada do agente se amolda pelo modelo da norma Penal é chamada 
de Tipicidade Formal. 
. Material 
Leva em consideração ao grau de relevância ao bem jurídico. 
 
Exercícios 
1) Caio desejando ceifar a vida de seu desafeto Tício, contrata os serviços de um pistoleiro, combinando 
o preço e a forma de execução. 
Ao retornar para sua residência, Caio se arrepende entrando em contato com o pistoleiro 
informando-o que não haveria mais a necessidade dele praticar o homicídio, e como forma de 
compensação o mesmo poderia ficar com o adiantamento, que correspondia a metade do valor 
combinado. Todavia o pistoleiro recusa a proposta afirmando tratar-se de um profissional de palavra e 
que faria um abatimento no preço executando o serviço pelo valor referente a entrada. Caio então, 
nada faz voltando ao seu cotidiano. No dia e hora marcados o pistoleiro executa a vítima. Diante da 
narrativa fática, há responsabilidade de Caio? Sim. Pois como descrito no art. 13 §2º, alínea c : “A 
omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agira para evitar o resultado”; 
Caio com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado, como descrito na 
alínea “c”. Caracteriza-se como Crime de Omissão Imprópria. 
 
2) Tício desejando a morte de seu desafeto, ministra certa dose de veneno na refeição que o mesmo 
tomaria. Mévio igualmente desejando a morte da vítima, aplica também uma dose de veneno na 
refeição. Sabendo que os agentes não agiram em concurso, ou seja, que uma desconhecia a conduta e 
intensão do outro, e que a perícia constatou que a morte da vitima só ocorrera com a conjugação das 
duas doses, ou seja, isoladamente elas não seriam capazes de matar a vitíma, qual a responsabilidade 
penal dos agentes? Os agentes responderão pela forma consumada do crime. Trata-se de uma causa 
absolutamente independente superveniente. Art 13 Caput, CP. 
 
3) A e B agentes penitenciários estão transportando dois presos do sistema ao fórum para audiência 
em processo criminal. Durante o trajeto um dos presos portava instrumento perfurante e em razão de 
desavenças desfere diversos golpes matando o outro detento. 
Os agentes penitenciários assistem a tudo desde o início e nada fazem. Com este comportamento 
poderão ser responsabilizados pela morte do preso? Justifique. Sim, segundo o Art 13 §2º, alínea a, os 
agentes penitenciários estão caracterizados como agentes garantidores e pela inação os agentes 
respondem por homicídio. (Art. 121 combinado com o Art. 13 §2 º “a”) 
 
Tipicidade: É considerada um indício do crime. 
. Adequação Típica 
É o procedimento pelo qual se enquadra uma conduta individual e concreta na descrição genérica e 
abstrata da Lei Penal. 
. Espécies: 
 Adequação típica de subordinaçãoimediata: 
É uma conduta de perfeito encaixe. 
Ex: Quando uma pessoa mata alguém, logo se enquadra no Art. 121 CP. 
A conduta humana se enquadra diretamente na Lei Penal incriminadora, sem a necessidade de 
interposição de qualquer outro dispositivo legal. 
 Adequação típica de subordinação mediata: 
A conduta humana não se enquadra prontamente na Lei Penal Incriminadora, reclamando-se para 
complementar a tipicidade, a interposição de um dispositivo contido na parte geral do CP. 
Ex: Tentativa, Participação, Crimes Omissivos Impróprios. 
 
Teoria do Tipo 
. Tipo - é o modelo genérico e abstrato, formulado pela Lei Penal, descritivo da conduta criminosa 
ou da conduta permitida. 
Tipos Incriminadores ou Legais - 
Tipos Permissivos ou Justificados - Ex: Legítima Defesa (Art. 23 CP) 
 
Tipo Penal (Estrutura) 
 
 
 
 
 
_______________________________________________________________________ 
a) Objetivos ou descritivos 
b) Subjetivos 
c) Normativos 
Núcleo 
(é o verbo) 
Elementos + 
d) Modais 
 
* Nem todo tipo penal é constituído por todos estes itens. 
 
a) Objetivos ou descritivos - são circunstâncias que não pertencem ao mundo anímico do agente. 
Possuem validade exterior, que podem ser constatados por qualquer pessoa. Ex: Art. 121 CP 
b) Subjetivos - São os que dizem respeito a esfera anímica do agente, isto é, ao dolo, especial 
finalidade de agir e demais tendências e intenções. Ex: Art. 140 CP (obs: No que tange o 
elemento subjetivo dolo a teoria adotada pelo CP foi a da vontade ao dizer “quis o resultado” e 
a teoria do assentimento no tocante a expressão assumiu o risco de produzi-lo - Art. 18, I CP) 
c) Normativos - são aqueles que necessitam de uma interpretação valorativa, um juízo de valor. Ex: 
Infanticídio Art. 123 CP. 
d) Modais - seriam os que expressam do Tipo Penal condições específicas de tempo (art. 155), local 
ou modo de execução. 
 
Iter Criminis (Caminho do Crime) 
Caminho percorrido pelo agente durante a sua empreitada criminosa. 
 
* Fases: 
 
 
 
 
 
 
Fase Interna: 
. Cogitação - quando o sujeito começa a pensar em praticar a ação. Ela não é punida pelo ordenamento 
jurídico. 
. Atos Preparatórios - Não é punido pelo ordenamento jurídico desde que o ato preparatório não 
constitua um crime autônomo. Momento em que se adquire algo para que o ato seja executado. 
 
Fase Externa: 
. Atos Executórios - Para o ordenamento jurídico será no mínimo punido por tentativa. 
▪ Teoria Objetiva Formal: Ato executório é aquele que se inicia com a realização da conduta descritiva 
no núcleo do tipo penal, porque seria o momento de início da ofensa ao bem jurídico. 
. Consumação - Basta que seja praticada a conduta, não precisa que haja resultado. 
 
* Tentativa (Conatus) - Art. 14, II, CP 
Quanto mais distante da consumação, maior será a diminuição da sua pena. 
▪ Teoria Objetiva: Com relação a tentativa, é aplicada a Teoria Objetiva, que significa que a mesma é 
punida em face do perigo proporcionado ao bem jurídico pela Norma Penal. 
. Branca/Incruenta - quando a vítima não foi atingida. 
. Vermelha/Cruenta - quando a vítima é atingida. 
. Perfeita - o sujeito exauriu todos os meios que estavam a seu alcance, porém não conseguiu alcançar 
a consumação Penal. 
 
Exercício (02/06/2015) 
 
Cogitação Atos 
Preparatórios 
Atos 
Executórios 
Consumação 
 Teoria 
Objetiva Formal 
1) Caio em viagem à Holanda faz uso de substância de entorpecente. Regressando ao Brasil e se 
tratando de cidadão brasileiro e sabendo que a Holanda tolera o uso de substâncias. É possível a 
punição deste nacional? Não. Esta conduta não diz respeito ao Brasil, sendo extraterritorialidade 
condicionada. 
 
Desistência voluntaria e arrependimento eficaz (art. 15 CP) 
. Desistência voluntaria - tentativa inacabada ou imperfeita quando o sujeito tem todas as 
possibilidades de praticar o ato até o final (matar a vítima), mas por vontade própria ele desiste do ato. 
. Arrependimento eficaz - seria uma hipótese da tentativa perfeita. O sujeito pratica todos os atos 
executórios, porém faz com que o resultado não seja consumado. 
 
 
 
 
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Conceito - são formas de tentativa abandonada assim rotuladas porque a consumação do crime não 
ocorre em razão da vontade do agente, que não chega ao resultado inicial desejado por interromper o 
processo executório do delito ou esgotar a execução, emprega dirigências eficazes para evitar o 
resultado. 
 
Crime Impossível (Art. 17, CP) 
. Improbidade absoluta do objeto - o objeto material do crime. Por exemplo: o agente de um delito 
desfere tiros a um cadáver. Não há objeto próprio para que possa caracterizar homicídio. 
. Ineficácia absoluta do meio - quando o meio empregado não é eficaz, o crime é impossível. Ex: Arma 
desmunicionada. Exemplo: Açúcar no lugar do veneno. 
* Súmula 145 STF - “Flagrante Preparado”, o sujeito entra em flagrante estimulado por um policial. 
 
Dolo (Elementos) 
Consciência + Vontade 
. Dolo direto - é aquele em que a vontade do agente é voltada a determinado resultado. 
* 1º grau - Dolo com resultado direto desejado. 
* 2º grau - Dolo de consequências necessárias. 
Exemplo: Meu desafeto embarcou num avião e eu quero mata-lo, coloco uma bomba no avião para 
explodi-lo. Estarei agindo em 1º grau em relação a meu desafeto e em 2º grau em relação ao resultado 
às outras vidas. 
 
. Dolo indireto - é aquele em que o agente não tem a vontade dirigida a um determinado resultado 
* Eventual (Art 18, CP) - Um sujeito muito embora não tenha a vontade dirigida, mas ele assume à 
vontade pela produção. Ex: Uma pessoa que bebe e depois pega o carro e se envolve num acidente 
automotor, a legislação entende como homicídio doloso. 
Desistência 
Voluntária 
Arrependimento 
Eficaz 
Arrependimento 
Posterior 
Início da Execução Fim dos atos 
Executórios 
Iter Criminis 
Consumação do 
Crime 
Recebimento da 
Denúncia ou Queixa 
* Alternativo - o sujeito age desejando um ou outro resultado. O agente sempre responderá pelo 
resultado mais grave. 
 
Culpa (Elementos) 
* Conduta Voluntária - 
* Violação do dever de cuidado - 
* Resultado naturalístico involuntário - 
* Nexo Causal - 
* Tipicidade - 
* Previsibilidade - 
* Ausência de previsão - 
 
Elementos principais da culpa: 
1º IMPRUDÊNCIA – conduta positiva, praticada sem os cuidados necessários, que causa resultado lesivo 
previsível ao agente. É a prática de um ato perigoso sem os cuidados que o caso requer. É exteriorizada em um 
fazer. Ex: Excesso de velocidade. 
2º NEGLIGÊNCIA – é uma conduta negativa, uma omissão. É deixar de fazer o que a diligência normal impunha. 
3º IMPERÍCIA – é uma inaptidão, momentânea ou não, de o agente praticar exercer uma arte ou profissão. A 
imperícia deve necessariamente estar ligada a uma atividade profissional do agente. 
 
 
Crime Continuado - Art. 71 e Súmula 711 STF. 
 
Classificação doutrinária de delitos: 
Crime Comum (art. 121 e 155) 
Crime Próprio (art. 123 e 312) 
Crime de mão própria (art. 342 e 124) 
Infração de menor potencial ofensivo (art. 61 da Lei 9.099/95) 
Infração de médio potencial ofensivo (art. 155 CP) 
Infração de grande potencial ofensivo 
Crime Hediondo - art. 1º da Lei 8.072/90 
Crime de Dano (art. 213 e 121) 
Crime de Perigo 
. Individual (art. 132) 
. Comum (art. 250) 
. Concreto (art. 309 CTB) 
. Abstrato (art. 14 da Lei 10.826/03) 
Unissubjetivo (art. 121) 
Plurissubjetivo (art.288) 
Uniofensivo (art. 121) 
Pluriofensivo(art. 157) 
Tipo Misto: 
. Alternativo (art. 122) 
. Cumulativo (art. 242) 
Crimes de subjetividade Passiva única (art. 121 e 129) 
Crimes de dupla subjetividade Passiva (art. 125 e 151) 
Crime Principal (art. 213) 
Crime acessório (art. 180) 
Crime de forma livre (art. 121) 
Crime de Forma Vinculada (art. 130) 
Crime Habitual (art. 230) 
Crime Transeunte (art. 140) 
Crime não Transeunte (art.129) 
Crime Independente (art. 121)

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