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DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
jadson.melo@bol.com.br 1 
Constitucionalismo - É um movimento político e 
jurídico, que visa estabelecer regimes 
constitucionais, ou seja, governos moderados, sem 
poderes ilimitados, traçados em constituições 
escritas. É o oposto do absolutismo, no qual sempre 
prevalece a vontade de um governante. Com a 
derrubada dos tronos europeus, ou pela outorga dos 
monarcas todos os Estados europeus adotaram a 
constituição. 
O constitucionalismo não se estendeu ao mundo 
inteiro, isso porque só um poder firmemente 
estabelecido é que pode assumir forma 
constitucional. Demais disso, depende esse regime 
da existência de uma opinião pública ativa e 
informada, o que só é possível alcançar dentro de 
um Estado em avançado grau de desenvolvimento. 
 
Origem - A origem formal do Constitucionalismo 
encontra-se nas constituições norte-americana de 
1787 e francesa de 1791, apresentando dois traços 
marcantes: organização do Estado e limitação do 
poder estatal, por meio de direitos e garantias 
fundamentais. 
 
Constituição - Constituição é a organização jurídica 
fundamental e suprema de um Estado. É o conjunto 
de regras relativo à forma de Estado, à forma de 
governo, ao modo de aquisição e exercício do 
poder, aos direitos e garantias fundamentais do 
indivíduo, bem como sobre quaisquer assuntos 
considerados relevantes para a sociedade. 
 
Concepções clássicas de Constituição 
Sentido sociológico - Ferdinand Lassale, seu 
principal defensor, observa que a Constituição deve 
ser o reflexo das forças sociais que estruturam o 
poder, sob pena de encontrar-se mera folha de 
papel. Deve haver coincidência entre a Constituição 
escrita e as forças determinantes do poder. 
Sentido político - Para Carl Schmitt, a Constituição 
é a decisão política fundamental. Há, no texto 
escrito, normas efetivamente constitucionais, que 
dizem respeito à decisão política fundamental e 
compõem a Constituição (estrutura do Estado, 
regime político, direitos individuais etc.), e leis 
constitucionais, que são normas que não se referem 
à mencionada decisão, mas integram o texto 
constitucional. 
Sentido jurídico - Para Hans Kelsen, a Constituição 
é a norma pura, puro dever-ser, caracterizando-se 
com fruto da vontade racional do homem e não das 
naturais. Kelsen a concebe em dois sentidos: 
Jurídico-positivo: é a norma positiva suprema, 
fundamento de validade de todas as outras, 
encontrando-se no vértice do ordenamento jurídico 
do Estado. 
 
Lógico-jurídico: norma fundamental hipotética 
servindo de fundamento lógico transcendental da 
validade da constituição jurídico-positiva. 
Ressalte-se que, além destas, existem outras 
concepções que procuram definir o termo 
“Constituição”, entretanto, o mais importante é 
saber que a Constituição deve conter os elementos 
componentes (integrantes) do Estado: soberania, 
povo, território, e finalidade, para alguns. 
 
Diferenças - Constituição / Carta Constitucional - 
A expressão “Carta Constitucional” por vezes é 
usada como sinônimo de Constituição. Todavia, em 
sentido escrito, não se trata de expressões 
sinônimas, pois, tecnicamente falando, a expressão 
“Carta Constitucional” significa que seu processo de 
positivação se deu por meio de outorga, de um ato 
arbitrário. Em sentido técnico, apenas a expressão 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
jadson.melo@bol.com.br 2 
“Constituição” que significa Lei Fundamental de 
origem democrática. 
Assim, por exemplo, é correto dizer que a 
Constituição de 1934 (positivada por Convenção) 
foi ab-rogada pela Carta Constitucional de 1937 
(positivada por outorga). 
 
Atenção: 
Constituição = promulgada 
Carta Constitucional = outorgada 
 
Regra materialmente constitucional - podem ou 
não integrar o texto Constitucional. O fato de não o 
integrarem não lhes retira a qualidade de norma 
constitucional, pois a matéria versada é matéria 
constitucional. 
 
Regra formalmente constitucional - podem ou não 
integrar o texto Constitucional. O fato de não o 
integrarem não lhes retira a qualidade de norma 
constitucional, pois a matéria versada é matéria 
constitucional. 
 
Constituição formal – é o conjunto de todas as 
regras que têm a forma de regras constitucionais; 
 
Constituição material – conjunto de regras que 
tratam de matérias constitucionais, que podem ter 
ou não a forma de regras constitucionais. 
 
Principais características das normas 
constitucionais 
 
Supremacia: as normas constitucionais são 
revestidas de um grau máximo de eficácia jurídica. 
Isso significa que todas as demais normas devem 
guardar uma relação de compatibilidade com as 
normas constitucionais. É a chamada Relação de 
Compatibilidade Vertical; 
 
Rigidez: significa que as normas constitucionais só 
podem ser alteradas por meio de um processo muito 
formal. 
 
Classificações da Constituição - Quanto ao 
conteúdo 
 
Constituição material (substancial) - trata-se do 
conjunto de regras que dispõem de matérias 
constitucionais (normas que regulam a forma e a 
estrutura do Estado, o sistema de governo, a divisão 
e o funcionamento dos poderes, o modelo 
econômico e os direitos, deveres e garantias 
fundamentais). São normas que, de alguma forma, 
ordenam o Poder. Ex.: O art. 2º da Constituição é 
norma material (de conteúdo) constitucional, 
enumerada as funções do Estado, garantindo 
independência e harmonia. 
 
Constituição formal - é o conjunto de todas as 
regras que têm a forma de regras constitucionais, é 
estabelecida de forma escrita, por meio de um 
documento solene em decorrência do poder 
constituinte originário. É a Constituição (texto) 
propriamente dita. Ex.: Art. 242, § 2º, da CF. trata-
se de norma formalmente constitucional, pois não 
trata de matéria (conteúdo) constitucional 
propriamente dita. 
 
Normas de eficácia plena – são aquelas que no 
memento de sua adição, ou seja, quando entram em 
vigor, estão aptas a produzir todos os efeitos 
jurídicos, não carecendo de nenhuma 
complementação. 
 
Normas de eficácia contida – estas normas 
precisam de uma regulação infraconstitucional que 
lhe restringirá os limites. São identificáveis no texto 
constitucional pelas expressões:nos termos da lei; 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
jadson.melo@bol.com.br 3 
na forma da lei; a lei regulará, entre outras 
expressões similares. 
 
Normas de eficácia limitada – são aquelas que não 
têm aplicabilidade imediata, não receberam do 
constituinte normatividade suficiente para sua 
aplicação, dependendo de complementação para 
serem aplicadas. 
 
Quanto à forma 
 
Escrita - conjunto de regras codificado e 
sistematizado em um único documento. É também 
chamada de Constituição legal, pois é tida como lei 
fundamental de uma sociedade. Ex.: CF/ 1988. 
 
Não escrita – é um conjunto de regras não 
codificado em um texto único, solene, mas baseado 
em leis esparsas, costumes, jurisprudência etc. Ex.: 
Constituição da Inglaterra. 
 
Quanto ao modo de elaboração 
 
Dogmática (escrita) - é fruto de um único 
momento. Apresenta-se como produto escrito, 
emendado do Poder Constituinte, a partir de 
princípios e ideias fundamentais da teoria política e 
do direito dominante em um dado momento. Ex.: 
CF/ 1988. 
 
Histórica (costumeira) - é fruto de um processo 
lento e contínuo da evolução histórica do povo de 
um Estado em cada etapa de sua evolução. Ex.: 
Constituição da Inglaterra. 
 
Quanto à origem (processo de positivação) 
Promulgada (convenção, ou democrática, ou, 
ainda, popular) - decorre de um processo 
democrático (convenção), deliberado por um órgão 
colegiado, como, por exemplo, a Assembléia 
Nacional Constituinte. Ex.: Constituição de 1891, 
1934, 1946 e 1988. 
Outorgada - decorre do autoritarismo, da vontade de 
uma única pessoa, ou de um pequeno grupo de 
pessoas que se encontram no Poder. Ex.: 
Constituição de 1824, 1937 e 1967. 
Cesarista (também chamada Napoleônica) - é a 
Constituição imposta pelo governante que convoca 
uma consulta popular para referendá-la a fim de dar 
a aparência de origem popular. Ex.: Plebiscitos 
Napoleônicos. 
Pactuada - surge por meio de um pacto entre rei e o 
Poder Legislativo, concentrando-se o poder 
constituinte originário nas mãos de um titular. Ex: 
Magna Carta de 1215. 
Quanto à estabilidade (mutabilidade ou 
alterabilidade) 
Imutável - é aquela em que se veda qualquer 
alteração. Ex.: Constituição da Finlândia. 
Rígida - é aquela que pode ser alterada mediante um 
processo legislativo muito mais rígido e solene do 
que o procedimento de modificação das normas 
infraconstitucionais. Ex.: CF/1988. 
Flexível - corresponde, em regra, à costumeira, 
podendo ser modificada pelo processo legislativo 
ordinário. Ex.: Constituição da Inglaterra. 
Semirrígida ou semiflexível - é aquela em que 
algumas regras podem ser modificadas por um 
processo legislativo ordinário enquanto outras 
apenas podem ser alteradas mediante processo 
legislativo complexo (mais dificultoso). Ex.: 
Constituição Imperial do Brasil de 1824. Cumpre 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
jadson.melo@bol.com.br 4 
destacar que alguns autores apontam, ainda, nessa 
classificação, a Super-rígida, que seria alterável por 
um processo legislativo diferenciado, mais imutável 
em alguns pontos (cláusulas pétreas), 
exemplificando com a própria Constituição 
Brasileira de 1988. 
Quanto à extensão 
Analítica - é a Constituição muita extensa. Trata e 
regulamenta todos os assuntos necessários à 
formação, destinação e funcionamento do Estado. 
Ex.: CF/1988. 
Sintética - é a Constituição concisa. Trata apenas 
dos princípios e normas gerais de regência do 
Estado, organizando-o bem como limitado o seu 
poder, por meio da enunciação de direitos e 
garantias fundamentais. Ex.: Constituição Federal 
dos Estados Unidos. 
 
Atenção 
A Constituição da República federativa do Brasil é 
 Formal 
 Escrita 
 Dogmática 
 Promulgada (convenção ou votada) 
 Rígida 
 Analítica 
 
 
A constituição ainda pode ser classificada de 
três tipos: 
 
1ª) Constituição-garantia: é aquela que visa 
garantir a liberdade, por meio da limitação do 
poder; 
2ª) Constituição-balanço: diferentemente da 
constituição-garantia, defensora da limitação do 
poder, esta reflete um estágio do compromisso 
socialista. Assim, haveria uma nova 
Constituição na medida em que o socialismo 
fosse evoluindo; 
3ª) Constituição-dirigente: é aquela que 
estabelece as diretrizes, os programas a serem 
seguidos pelo Estado. Ela não se limita a 
organizar o poder, mas também preordena a 
forma como será exercido, por meio de 
programas. Daí surge a expressão normas 
constitucionais pragmáticas, que são aquelas 
que estabelecem as diretrizes políticas e 
permanentes a serem seguidas, especialmente 
pelo legislador quando da elaboração das 
normas. 
 
Organização político-administrativo do Estado 
brasileiro 
O Brasil é uma República Federativa que adota o 
sistema de governo presidencialista, nos termos dos 
arts. 1º e 76 da Constituição. 
 
Sistema de governo – Presidencialismo 
Forma de governo – República 
Forma de Estado – Federação 
Presidencialismo - é o sistema de governo em que o 
presidente é o chefe de Governo e do Estado. 
República - é a forma de governo em que o chefe 
do Estado é eleito pelo povo ou por seus 
representantes, para um mandato por tempo 
indeterminado. 
Federação - é a forma de governo de Estado em que 
o Estado Federal é constituído por entidades 
territoriais com governo próprios e autônomos, 
usualmente denominados de estados, com poderes 
definidos na Constituição Federal. 
Poder Constituinte - É o poder de elaborar e 
modificar normas constitucionais. É o instrumento 
ou meio legítimo de se estabelecer a constituição, a 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
jadson.melo@bol.com.br5 
forma de Estado, a organização e a estrutura da 
sociedade política. 
Espécies de Poder Constituinte 
Poder Constituinte Originário – pode-se dizer, num 
sentido geral, que é a expressão das decisões 
soberanas da maioria de um povo em determinado 
momento histórico. 
Características do Poder Constituinte Originário 
Inicial – porque inaugura, explicita uma nova 
ordem fundamental de uma sociedade, em razão 
disso, também, é chamada de Genuíno ou de 
Primeiro Grau. 
Ilimitado juridicamente – porque não se subordina 
a qualquer regra jurídica anterior, podendo 
desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento 
constitucional preexistente. 
Autônomo – não está subordinado à ordem jurídica 
anterior; não existe regra de direito que possa 
condicionar o seu exercício. 
Permanente – não se esgota com a realização da 
Constituição, pois seu titular pode, a qualquer 
momento, deliberar pela criação de outra ordem 
jurídica. 
Poder Constituinte Derivado 
 É o nome dado ao poder que é legado pelos 
cidadãos de determinada coletividade a um 
representante que terá a tarefa de atualizar ou 
então inovar a Ordem Jurídica Constitucional. Tal 
poder toma forma através da elaboração de nova 
constituição que substitui outra prévia e soberana, 
ou então modifica a atual por meio da Emenda 
Constitucional, mudando assim aquilo que, de 
acordo com a percepção da coletividade, não se 
encaixa na atual ordem social, jurídica e política 
daquele meio. É através deste poder que se 
elaboram ainda as constituições dos estados 
pertencentes à federação brasileira. O Poder 
Constituinte Derivado recebe ainda o nome de 
poder instituído, constituído, secundário ou poder 
de 2º grau. 
Características 
Limitado – porque a Constituição impõe limites 
para sua alteração, estabelecendo que determinadas 
matérias sejam imutáveis, como por exemplo, as 
clausulas pétreas. 
Condicionado – significa que a Constituição só 
pode ser alterada mediante emenda Constitucional. 
Derivado – é criado pelo Poder Constituinte 
Originário, não se funda em si mesmo. 
Espécies de Poder Constituinte Derivado 
Poder de Revisão – é o poder de reforma da 
Constituição. 
Poder Constituinte Derivado Decorrente – trata-se 
do Poder Constituinte dos Estados-Membros em 
criarem suas próprias constituições estatuais, desde 
que respeitada a Constituição Federal. 
Nova Constituição e Ordem Jurídica Anterior 
Institutos 
Recepção – adequação das normas 
infraconstitucionais com a nova ordem 
constitucional, pois, quando é editada uma nova 
Constituição, a anterior é revogada, porem nem 
todas as normas revogadas perdem sua validade, e 
no que for compatível com a nova deverão ser 
aproveitadas, e assim tendo um novo fundamento de 
validade. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
jadson.melo@bol.com.br 6 
Repristinação – lei revogada volta a viger quando 
lei revogadora perdeu sua vigência. (inadmissível no 
Brasil, salvo se a nova lei determinar a aplicação 
de lei antes revogada) 
Desconstitucionalização – fenômeno pelo qual uma 
norma constitucional passa a ter hierarquia de 
norma infraconstitucional com a vigência do novo 
ordenamento constitucional. (inadmissível no 
Brasil, poderá, no entanto, ser admitido se houver 
previsão constitucional) 
Normas exequíveis por si sós – são aquelas que não 
necessitam de qualquer complementação, são 
normas completas. 
Normas não exequíveis por si sós – são aquelas que 
necessitam de complementação, são normas 
incompletas. 
Preâmbulo – confere a legitimidade à Constituição, 
seja quanto à sua origem, seja quanto ao seu 
conteúdo, que será variável segundo circunstancias 
históricas e ideológicas que se verificam durante a 
atividade dos constituintes originários. 
 
Teoria Geral dos Direitos Humanos e 
Fundamentais 
Desde o início da evolução do racionalismo 
humano, a luta pelo Direito foi o objetivo maior de 
todas as sociedades. A variação do Direito Natural 
ao Direito positivado, somada a acontecimentos 
históricos que levaram o homem a modificar suas 
aspirações, fez eclodir um movimento de 
reconstrução do conceito de Estado, que renasceu 
com o propósito de atender aos anseios de seus 
cidadãos. 
Definição dos Direitos Fundamentais 
Os Direitos Fundamentais, sob uma perspectiva 
clássica, consistem em instrumentos de proteção do 
indivíduo frente à atuação do Estado. 
Sistematizados na Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988, há quem se limite ao 
elenco de seu artigo 5º, no qual estão previstos os 
direitos e deveres individuais e coletivos. De certa 
forma, ali está descrito um vasto rol de Direitos 
Fundamentais, mas a isso não se restringem, e nem 
sequer à Constituição Federal ou à sua 
contemporaneidade. 
 
Origem e evolução dos Direitos Fundamentais 
Partindo-se de uma observação restrita e atual, 
poderíamos chegar ao entendimento de que os 
Direitos Fundamentais são derivados da 
constitucionalização. Entretanto, através de uma 
análise histórica da evolução do pensamento 
humano, concluímos que a origem de tais direitos 
encontra-se muito antes, e que os Direitos 
Fundamentais positivados hodiernamente nas 
Constituições são produto de diversas 
transformações ocorridas no decorrer da História. 
Experiência brasileira 
Desde a sua primeira Constituição, o Brasil já se 
preocupava com a defesa dos Direitos 
Fundamentais. A Carta de 1924 previa, em seu 
artigo 179, um rol de 35 (trinta e cinco) direitos 
destinados aos cidadãos brasileiros. Entretanto, a 
verdadeira garantia dos Direitos Fundamentais foi 
instituída com a Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988, na qual estão 
previstos, além do vasto rol de direitos e garantias 
individuais contidos em seu artigo 5º, uma enorme 
gama de Direitos Fundamentais espalhados pelo 
texto constitucional. É em decorrência dessa 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
jadson.melo@bol.com.br 7 
imensidão de direitos que a Carta de 1988 é hoje 
denominada "Constituição Cidadã". 
Nacionalidade 
Conceito – é o vinculo jurídico-político ligando o 
individuo a um Estado, gerando a pessoa direitos e 
obrigações. 
Espécies 
Primaria (nata/originária) 
Origem: nascimento 
Jus sanguinis = descendentes de nacionais.Jus solis = nascidos no território do país (regra 
geral). 
Jus solis – art. 12, I, da CF 
Nascidos no território brasileiro + pais estrangeiro + 
não a serviço de seu país. 
Nascidos no estrangeiro + pais brasileiros + pelo 
menos um a serviço do Brasil. 
Nascidos no estrangeiro + pais brasileiros + não a 
serviço do Brasil + registrados em repartição 
brasileira ou residência no Brasil + maioridade 
OPÇÃO pela nacionalidade. 
Secundaria (adquirida/derivada) 
Origem – ato voluntário do indivíduo, do Estado 
concedente (oficial) ou de ambos (o Estado aprecia 
o pedido de naturalização). 
Formas de aquisição (naturalização) 
Naturalização ordinária 
 Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes no País, preencham os requisitos 
previstos no Estatuto do Estrangeiro. 
Os estrangeiros originários de países de língua 
portuguesa com residência no Brasil por um ano 
ininterrupto e com idoneidade moral. 
Naturalização extraordinária 
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterrupto 
e sem condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira, exigindo-lhes tão somente 
prova de que não tenha condenação penal. 
 
Radicação precoce 
A naturalização do estrangeiro de ate cincos anos de 
idade radicado definitivamente no território 
nacional, desde que requeira a naturalização ate dois 
anos após de atingir a maioridade. 
Conclusão de curso superior 
Estrangeiro que tenha vinda residir no Brasil antes 
de atingir a maioridade e haja feito curso superior 
em estabelecimento nacional de ensino, se requerida 
a naturalização até um ano depois da formatura. 
Distinção entre brasileiro nato e naturalizado 
Somente a Constituição pode estabelecer tratamento 
diferenciado para o naturalizado, prevendo 
taxativamente quais são as hipóteses: cargos, 
função, extradição e propriedade de empresa 
jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e 
imagens (arts. 5º, LI, 12, § 3º, 89, VII, e 222, todos 
da CF). 
Perda da nacionalidade 
Cancelamento da naturalização (art. 12, § 4º), por 
sentença judicial, em face de atividade nociva ao 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
jadson.melo@bol.com.br 8 
interesse nacional (a reaquisição só se dá por meio 
de ação rescisória, com efeitos ex nunc). 
Condição jurídica do estrangeiro 
O Estado que acolhe estrangeiros em seu território 
deve reconhecer-lhes certos direitos e deles exigir 
certas obrigações. 
Direitos conferidos aos portugueses 
O português, em razão da reciprocidade, é 
equiparado quanto ao brasileiro naturalizado (art. 
12, § 1º, da CF). 
Cargos privativos de brasileiro nato 
 Presidente e Vice-Presidente da Republica 
 Presidente da Câmara dos Deputados 
 Presidente do Senado Federal 
 Ministro do Supremo Tribunal Federal 
 Da carreira diplomática 
 De oficial das Forças Armadas 
 De Ministro de Estado da Defesa 
 Os seis cargos de membros do Conselho da 
República mencionados no art. 89, VII, da 
CF. 
 
Medidas administrativas a que se sujeita o 
estrangeiro 
Impedimento – o estrangeiro não entrará no 
território nacional se houver passaporte 
irregular, inválido ou sem visto necessário, 
sendo, neste caso, impedido de ultrapassar a 
barreira policial da fronteira. 
Deportação – é forma de exclusão compulsória 
do estrangeiro que se recusa a sair 
voluntariamente do território nacional, por 
iniciativa das autoridades locais, nas hipóteses 
de entrada ou estadia irregular. 
Expulsão – é forma de exclusão compulsória do 
estrangeiro do território nacional, por iniciativa 
das autoridades locais, e sem destino 
determinado. 
Extradição – é o instituto por meio do qual um 
Estado entrega para outro Estado, em razão de 
solicitação deste, uma pessoa para responder a 
processo penal ou cumprir pena. 
Asilo – o direito de asilo visa amparar o 
indivíduo vítima de perseguição. 
 
Espécies de asilo 
 Asilo territorial ou externo, ou 
internacional, e; 
 Asilo diplomático, ou interno, ou 
político, ou internacional, ou 
extraterritorial.

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