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FICHAMENTOCONDIÇOES E POSSIBILIDADES EFICACIAIS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS (fichamento)

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ALUNO
MAÍRA CARVALHO DE MIRANDA
	TURMA
Direito/ VI/ CAL
FICHAMENTO
CONDIÇOES E POSSIBILIDADES EFICACIAIS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS
OS DESAFIOS DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL
PARIPIRANGA/BA
2016.1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEAL, Rogério Gesta, Condições e Possibilidades Eficácias dos Direitos Fundamentais Sociais: Os Desafios do Poder Judiciário no Brasil/ Rogério Gesta Leal. - Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, POA- 2009.
RESUMO
A obra discerne os aspectos políticos e culturais dos Direitos Fundamentais e sociais, Rogério Gesta Leal, levanta nesta obra a questão sobre a possibilidade da sua realização concretamente num Estado Democrático Social de direito e qual o papel do Poder Judiciário em tal concreção da mesma. A finalidade do autor é a fornir subsídios aos profissionais do direito, no sentido de melhor refletir e argumentar tal problemática dando-lhe efetividade ao que está expresso na Constituição de 1988 com foco aos Direitos Fundamentais Sociais, então protegidos e positivados que é o direito dos cidadãos de um Estado particular, estes elencados correspondem às transformações econômicas e sociais, finalmente foram proclamados, que expressam o amadurecimento das novas exigências e pode-se mesmo dizer dos novos valores e de uma Constituição que diz respeito a um projeto político, um arquétipo de desenvolvimento para o futuro, com alcance universal do tecido social pelos seus direitos.
CONDIÇOES E POSSIBILIDADES EFICACIAIS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS
OS DESAFIOS DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL
PARTE I
ASPÉCTOS TEÓRICOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS
"Ato contínuo, passo a enfrentar, os aspectos políticos e culturais dos Direitos Fundamentais e Sociais, para, enfim, fazer uma crítica às possibilidades de suas concreções num Estado Democrático de Direito." (p.13)
"Os principais direitos constitucionais do século XX são os que dizem com liberdades básicas (direito subjetivo), enquanto que o tema do mínimo social, (aqui entendo como aquele necessário à satisfação de necessidades básicas do ser humano, equivalentes aos direitos sociais fundamentais e aos chamados conteúdos constitucionais essenciais), circunscrevia -se às competências legislativas próprias ao Estado de Direito." (p.23) 
"A presente concepção de direitos subjetivos públicos, pois, em meu sentir, requer a assimilação de dois referenciais indispensáveis: a constitucionalização e a fundamentalização desses direitos." (p.32)
" De qualquer sorte, em face do desenvolvimento altamente qualificado do debate filosófico, político e jurídico dos Direitos Fundamentais no Brasil, um dos grandes desafios que se põem a eles hoje é o do âmbito de suas concretizações." (p.38) 
"Não tenho dúvidas de que a natureza dos direitos fundamentais sociais é absoluta, em face do bem da vida que ele alcança, indisponível e necessária ao exercício de uma vida digna, possibilitando ainda a efetividade dos direitos individuais em máxima extensão." (p.51)
"De qualquer sorte, no plano interno e infraconstitucional brasileiro, tem-se hoje no país uma série de instrumentos normativos explicadores de políticas públicas associadas às diretrizes internacionais recém-vistas." (p. 69)
Os direitos positivos de acordo com o autor são exigidos nos ordenamentos para defender dificuldades de argumentação e institucionalizar vias de fundamentação dos próprios sistemas jurídicos, o que vai ocorrer evidentemente é o entrelaçamento concomitante de moral e direito. No entanto, esse entrelaçamento deve ser operado pela hermenêutica, tendo como ponto de partida o pressuposto de que toda expressão dotada de sentido possa ser identificada numa perspectiva bifocal, tanto como uma ocorrência observável , quanto como a objetivação inteligível de um significado polissêmico e aberta às instâncias cognitivas. 
Ao fomentar sobre os Direitos Fundamentais levanta-se uma abordagem que mostra uma noção do que os direitos sociais em perspectivas mais liberal. A Teoria da Justiça e os principais do direito constitucional do século XX equivalente aos direitos fundamentais sociais entendidos como o mínimo social, o necessário às necessidades básicas do homem e que se circunscrevem às competências legislativa próprias do Estado de Direito e o Liberalismo Político com uma teoria de justiça que busca garantir a estabilidade das sociedades pluralistas e democráticas.
O pensamento do autor sobre direitos subjetivos públicos requer a constitucionalização e a fundamentação desses direitos, ou seja, devem ser incorporados na Constituição como também deve haver proteção desses direitos num sentido formal e num sentido material. Ao reconhecer que os Direitos Fundamentais estão presentes no sistema jurídico brasileiro, claramente no constitucional - como parâmetros hermenêuticos e valores superiores da Constituição brasileira. .
Para equalizar esses direitos, no Brasil é de competência dos Poderes Públicos, quanto aos direitos que colidam entre si, o ônus de provar se existe um interesse público relevante ou extraordinário, que deverá ser priorizado sobre o direito individual ou social postulado num caso concreto, deverá provar que existe uma ligação precisa entre esse interesse público ou extraordinário alegado e a proteção do mesmo no caso concreto, deverá ser observado também que de nenhuma outra forma poderia o legislador, o administrador ou o Judiciário proteger esse interesse por outra via de menor impacto discriminatório.
A concretização desses direitos precisa levar em conta o alcance universal e integral do tecido social, não gerando óbices que façam perecer interesses legítimos comunitários: direitos subjetivos coletivos ou difusos, em face de direitos legítimos subjetivos individuais. A Constituição deve confiar à discricionariedade dos poderes públicos, deixando abertas margens de ação.
PARTE II
ESTUDOS DE CASOS CONCRETOS À LUZ DAS CONDIÇÕES E POSSIBILIDADES EFICACIAIS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS NO BRASIL 
" A saúde como condição de possibilidade da dignidade da pessoa humana, em verdade, passa a constituir o que chamo de indicador constitucional parametrizante do mínimo constitucional." (p. 151) 
"As ações públicas voltadas à classificação material deste direito de todos (saúde) integram um sistema único em todo o país ( art. 198 da CF/88), financiando com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados do Distrito Federal e dos Municípios, bem como de outras fontes." (p.152)
"Assim, o direito à saúde, não pode se concretizar, ou pelo menos não se concretiza somente através de uma política constitucional, eis que esta é, prima facie, uma projeção imperativa sobre órgãos constitucionais do Estado das contingências de várias esferas da sociedade." (p.164) 
Afirma-se nestas linhas que a saúde é o padrão constitucional do mínimo existencial como condição de tornar possível a dignidade do homem, é indispensável na construção de uma sociedade livre, justa e solidária; garante o desenvolvimento do país; extingue a pobreza e a marginalização; promove a redução das desigualdades sociais e regionais como também o bem de todos independentes de origens, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
 Postulados estes, dispostos na constituição, os quais os Poderes Estatais e a Sociedade Civil, por meio da cidadania ou por meio de representações institucionais, se encontram ligados a estes indicadores norteadores da República. Através de ações do Estado comprometidas com os indicadores parametrizados do mínimo existencial pode se tentar amenizar a tensão entre validade e fato que envolve o Estado e a Sociedade Constitucional e o Estado e a Sociedade Real do Brasil.
 Porém, no âmbito do Poder Público, o que se deve levar em consideração para a concretude dos meios necessários à preservação da saúde, são os critérios que irão definir quem realmente precisa da ajuda do Estado para prover suas demandas, motivo pelo qual cada caso que envolva saúde públicasubmetido ao estado deverá ser apreciado e ponderado com base nas variáveis normativa-constitucional e infraconstitucional, enquanto direito fundamental assegurado à nossa sociedade como também deverá ser apreciada a responsabilidade institucional e familiar, assentadas na normativa constitucional. Conclui que em nível de demandas judiciais concernentes a prestação de medicamentos, internações hospitalares, dentre outras, ocorrerá por via simétrica, ou seja, deve-se sempre respeitar a urgência e especificidade da matéria, a demonstração da necessidade do enfermo e a possibilidade de contribuição para o atendimento da demanda dos seus familiares. Por fim, a possibilidade de concreção do direito à saúde, não se dá apenas através de uma política constitucional, mas sim o envolvimento de toda a comunidade é fundamental para a concreção de todo e qualquer direito, principalmente do direito que se prestaciona à saúde, isto é, atender os princípios do assistencialismo social que tem a Supremacia do atendimento às necessidades sociais.
PARECER CRÍTICO
O desafio do Estado Social de Direito é garantir a justiça social efetiva ao homem, no sentido do seu desenvolvimento observando ao mesmo tempo o que determina a sua ordem jurídica, ou seja, o estado tem um compromisso ético voltado aos direitos e prerrogativas humanas fundamentais.
O que é vultoso na leitura dessa obra, é sobre a análise dos Direitos Fundamentais Sociais, inclusive até através de casos concretos, para melhor visualização do tema em tese. Embora, o Estado, garanta a efetividade da justiça social e a promoção da dignidade da pessoa humana, este deverá atuar conforme a ordem jurídica, norteado pela ética e focado a garantir os direitos fundamentais. Tal concreção não é necessariamente apenas de responsabilidade do Estado, a sociedade poderá ser solidária nessa causa também. 
Com relação ao atendimento do mínimo existencial, é necessário que se entenda que não se trata de sustentar a possibilidade da mera alegação de carência de recursos por parte do erário para minguar a concreção dos direitos fundamentais, devido a sua importância na vida dos homens e suas dignidades. A dignidade mínima aceitável, por si só, determina a sujeição dessas situações ao exame pelo Poder Judiciário, com a finalidade de que seja aferida a razoabilidade das condutas institucionais. 
Compactuando com o entendimento do autor, tudo isso é atribuído a falta de elaboração de critérios razoáveis e ponderados por parte da administração pública com o objetivo de escalonar minimamente o atendimento a um número cada vez maior de perquirições envolvendo internações hospitalares, tratamentos médico-ambulatoriais , oferecimento de remédios e cirurgias a população carente, tudo isso devendo ocorrer na prática através da judicialização do debate, claro que isso deverá ser somente aplicado nos casos em que a periclitação da vida é tamanha que se impões essa intervenção. 
Embora, amparados por essas condições formais, adotadas pela Constituição de 1988, a verdade é que elas não são suficientes para efetivar o que está garantido juridicamente, pela ausência da vontade de constituição ou patriotismo constitucional, traduzidos pelo número baixo de adesão e compromisso social em relação a esses direitos.
Ocorre explanações nesta segunda parte que trata de razões de justificação e fundamentação de constitucionalidade de políticas públicas concernentes ao chamado sistema de reserva de cotas para afrodescendentes no que se refere aos concursos públicos à Administração Pública brasileira; a prestação do serviço público essencial enquanto Direito Social e Fundamental e sua contraprestação por falta de recursos financeiros; competência do dever de saúde no Direito Brasileiro; elementos jurídico- argumentativos de proteção do meio ambiente como Direito Fundamental e possibilidades normativo-constitutivas de gestão da cidade no Brasil e suas dimensões eficácias

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