Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I COOPERAÇÃO INTERNACIONAL E MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA Prof. Ana Paula L. Sakauie 1 COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL (26/27) • PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO: OBJETIVA A SIMPLIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS, FACILITAÇÃO PARA O ALCANCE DE SOLUÇÕES JUSTAS, CRIAR DIÁOLOGOS PRODUTIVOS ENTRE AS PARTES, ENTRE OS ÓRGÃOS JURISDICIONAIS NACIONAIS E ESTRANGEIROS; • MODALIDADES: 1. COOPERAÇÃO ATIVA (PLEITEADA PELO BRASIL EM RELAÇÃO A UM PAÍS ESTRANGEIRO); 2. COOPERAÇÃO PASSIVA (PEDIDO AO BRASIL POR UM ESTADO ESTRANGEIRO); Prof. Ana Paula L. Sakauie 2 • REQUISITOS: 1. DEVIDO PROCESSO LEGAL 2. IGUALDADE DE TRATAMENTO AOS BRASILEIROS E ESTRANGEIROS RESIDENTES OU NÃO NO TERRITÓRIO NACIONAL, NO QUE PERTINE ÀS CONDIÇÕES DE ACESSO À JUSTIÇA E À TRAMITAÇÃO DOS PROCESSOS; 3. NECESSIDADE DE AUTORIDADE CENTRAL (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA – DE FORMA NÃO EXCLUSIVA) PARA QUE A COOPERAÇÃO SEJA REALIZADA DE FORMA EFICIENTE, POR MEIO DA CONCENTRAÇÃO DOS PEDIDOS DE COOPERAÇÃO PERANTE UM SÓ ÓRGÃO; 4. A COOPERAÇÃO SE DARÁ DE MODO INFORMAL E TRANSPARENTE. Prof. Ana Paula L. Sakauie 3 OBJETO DA COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; II - colheita de provas e obtenção de informações; III - homologação e cumprimento de decisão; IV - concessão de medida judicial de urgência; V - assistência jurídica internacional; VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Prof. Ana Paula L. Sakauie 4 COOPERAÇÃO ATIVA - COMO SOLICITAR COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL? As informações que devem constar no pedido podem variar de acordo com as leis e os costumes do Estado requerido, o tratado que o fundamenta e a medida solicitada. Em geral, contudo, devem ser fornecidos: (a) breve resumo da ação em que se baseia o pedido, inclusive com informações que identifiquem o juízo perante o qual corre o procedimento; (b) descrição completa da medida de cooperação solicitada; (c) indicação de que a parte interessada é beneficiária de justiça gratuita (acompanhada da decisão que lhe concede o benefício) ou do responsável pelo eventual pagamento de custas processuais no Estado Requerido e residente naquele outro país, salvo se tratado dispensar tal requisito; e (d) procedimentos especiais a serem observados pela autoridade requerida. Prof. Ana Paula L. Sakauie 5 Prof. Ana Paula L. Sakauie 6 Relatório Estatístico de Pedidos de Cooperação – MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Prof. Ana Paula L. Sakauie 7 2016 QUANTIDADE TOTAL JANEIRO 288 100% FEVEREIRO 354 100% MARÇO 437 100% ABRIL 399 100% MAIO 470 100% JUNHO 467 100% JULHO 474 100% MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA Prof. Ana Paula L. Sakauie 8 MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA • CABIMENTO: somente a competência relativa é passível de modificação DPC I - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 9 CAUSAS DE MODICAÇÃO DE COMPETÊNCIA ELEIÇÃO DE FORO CONEXÃO CONTINÊNCIA • MOMENTO DA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA • Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. • Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. (PERPETUATIO JURISDICTIONIS) Prof. Ana Paula L. Sakauie 10 ELEIÇÃO DE FORO Prof. Ana Paula L. Sakauie 11 Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. VALIDADE DA CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO • REQUISITOS: 1. MATERIALIZAR-SE EM INSTRUMENTO CONTRATUAL (SOB A FORMA ESCRITA); 2. INSERIDO DENTRO DE UM NEGÓCIO JURÍDICO PRINCIPAL, SENDO DEFESO POR LEI QUE A ELEIÇÃO DE FORO SUBSISTA POR SI SÓ; 3. VINCULA HERDEIROS E SUCESSORES DAS PARTES. Prof. Ana Paula L. Sakauie 12 INEFICÁCIA DA CLÁUSULA ABUSIVA DE FORO DE ELEIÇÃO • FORO DE ELEIÇÃO E CONTRATO DE CONSUMO - RECONHECIMENTO DA ABUSIVIDADE: 1. SE, NO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO, O CONSUMIDOR NÃO DISPUNHA DE INTELECÇÃO SUFICIENTE PARA COMPREENDER O SENTIDO E AS CONSEQUÊNCIAS DA ESTIPULAÇÃO CONTRATUAL; 2. SE RESULTAR INVIABILIDADE OU DIFICULDADE DE ACESSO AO PODER JUDICIÁRIO; 3. SE TRATAR DE CONTRATO DE OBRIGATÓRIA ADESÃO, OU SEJA, AQUELE QUE TENHA OBJETO PRODUTO OU SERVIÇO FORNECIDO COM EXCLUSIVIDADE POR DETERMINADA EMPRESA. Prof. Ana Paula L. Sakauie 13 ALEGAÇÃO DE OFÍCIO DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA • RECONHECIDA A ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA, O JUIZ SÓ PODERÁ RECONHECÊ-LA DE OFÍCIO ATÉ A CITAÇÃO, POIS, UMA VEZ CITADO, CABERÁ AO RÉU ALEGAR, NA CONTESTAÇÃO, A ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA, SOB PENA DE PRECLUSÃO (ART. 63, PAR. 4); • NOS TERMOS DO ART. 10, O JUIZ SÓ PODERÁ DETERMINAR A REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE APÓS A INTIMAÇÃO DO AUTOR PARA MANIFESTAR ACERCA DESSA DECISÃO, POIS NÃO É POSSÍVEL DECISÃO NA QUAL NÃO FOI DADA OPORTUNIDADE DE A PARTE MANIFESTAR-SE. Prof. Ana Paula L. Sakauie 14 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. CONEXÃO Prof. Ana Paula L. Sakauie 15 Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2o Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. CONTINÊNCIA Prof. Ana Paula L. Sakauie 16 Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. CARACTERISTICAS • OS DOIS INSTITUTOS DEVERÃO SER ESTUDADOS CONJUNTAMENTE; • O OBJETIVO DA CONEXÃO É PROMOVER A EFICIÊNCIA PROCESSUALE EVITAR A PROLAÇÃO DE SENTENÇAS CONFLITANTES; • O ART. 55, PAR 1, MANDA QUE O JUIZ REÚNA QUANDO PREENCHIDOS OS REQUISITOS LEGAIS, POIS SE TRATA DE REGRA PROCESSUAL COGENTE; Prof. Ana Paula L. Sakauie 17 • EXEMPLOS DE CONEXÃO: • AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. ATROPELAMENTO DE DUAS PESSOAS. • AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL. CONTRATANTES ALMEJAM O MESMO PEDIDO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL E AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL • AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – PROPOSTA PELO LOCATÁRIO – E AÇÃO DE DESPEJO – PROPOSTA PELO LOCADOR, NA PRIMEIRA OFERTANDO OS ALUGUÉIS; NA SEGUNDA PLEITEANDO-SE A RESCISÃO DO CONTRATO PELA SUPOSTA FALTA DE PAGAMENTO DOS MESMOS ALUGUÉIS • AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS E AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS Prof. Ana Paula L. Sakauie 18 CONTINÊNCIA • O CONCEITO DE CONTINÊNCIA ESTÁ CONTIDO NO CONCEITO DE CONEXÃO, POIS, PARA QUE HAJA CONTINÊNCIA É NECESSÁRIA A IDENTIDADE DE CAUSA DE PEDIR, E SE ISSO OCORRER, JÁ É CONEXÃO; A CONTINÊNCIA É EXEMPLO DE CONEXÃO. • EXEMPLO: • SE PEDE A ANULAÇÃO DE UM CONTRATO, EM UMA DEMANDA, E A ANULAÇÃO DE UMA CLÁUSULA DO MESMO CONTRATO, EMBORA DIFERENTES OS PEDIDOS, O PRIMEIRO ENGLOBA O SEGUNDO; Prof. Ana Paula L. Sakauie 19 FORMA E MOMENTO DE ALEGAÇÃO • QUALQUER DAS PARTES, INCLUSIVE EX OFFICIO; • O AUTOR, REGRA GERAL, PEDE NA PETIÇÃO INICIAL (DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA); • AO RÉU CABE ALEGAR EM PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO; Prof. Ana Paula L. Sakauie 20 PREVENÇÃO • A PREVENÇÃO É CRITÉRIO PARA EXCLUSÃO DOS DEMAIS JUÍZOS COMPETENTES DE UM MESMO FORO OU TRIBUNAL; • ART. 59: A PREVENÇÃO DECORRE DO REGISTRO OU DA DISTRIBUIÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL; Prof. Ana Paula L. Sakauie 21 CASO SEJA COMARCA DE VARA ÚNICA SE HOUVER MAIS DE UMA VARA NA COMARCA CONFLITO DE COMPETÊNCIA Prof. Ana Paula L. Sakauie 22 Art. 66. Há conflito de competência quando: I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; (CONFLITO POSITIVO) II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; (CONFLITO NEGATIVO) III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. COMPETÊNCIA PARA RESOLUÇÃO DO CONFLITO • SERÁ SEMPRE DE UM TRIBUNAL; • STF: ART. 102, I, “o”, CF: OS CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE O STJ E QUAISQUER TRIBUNAIS, ENTRE TRIBUNAIS SUPERIORES, OU ENTRE ESTES E QUALQUER OUTRO TRIBUNAL (COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA: PRESENÇA DE UM TRIBUNAL); • STJ: ART. 105, I, “d”, CF: RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE TRIBUNAIS DIVERSOS. • TRIBUNAIS DE JUSTIÇA E TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS: RESOLUÇÃO DE CONFLITOS GERADOS ENTRE JUÍZES A ELES VINCULADOS; SE DE TRIBUNAIS DIVERSOS, A COMPETÊNCIA SERÁ DO STJ; Prof. Ana Paula L. Sakauie 23 • 1ª Questão. Joana e Marcos viviam em união estável há 10 anos, na cidade de Curitiba nunca fizeram uma declaração em cartório, durante esse período construíram por esforço mútuo um patrimônio considerável. Entretanto Marcos saiu de casa há aproximadamente dois meses e vem dilapidando o patrimônio do casal. Joana contratou um advogado para ajuizar ação de reconhecimento de união estável cumula com a partilha de bens. O advogado contratado por Joana distribuiu a ação de reconhecimento de união estável c/c partilha bens para uma das Varas Cíveis da Comarca de Curitiba/PR. O advogado de Marcos ao apresentar a sua contestação alegou a incompetência absoluta do juízo. Indaga-se. A) Está correto o critério de competência adotado pelo advogado de Joana? Fundamente e explique a sua resposta. B) Como deverá agir o magistrado diante da incompetência absoluta suscitada pelos réus? Prof. Ana Paula L. Sakauie 24 2ª Questão. Sobre a competência relativa é correto afirmar: a) Todos os critérios de competência de natureza territorial consagrados no CPC são considerados de competência relativa. b) A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência. c) A competência relativa somente se modificará pela conexão. d) A competência relativa somente se modificará pela continência. Prof. Ana Paula L. Sakauie 25 3ª Questão. Marque a alternativa correta. De acordo com o CPC, não há que se falar em conflito de competência quando: I- 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes. II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência. III- Verificada a incompetência absoluta do juízo A – somente a resposta I está correta B- somente a resposta II está correta C- somente a reposta III está correta D- as repostas I e II estão corretas E- as respostas I e III estão corretas Prof. Ana Paula L. Sakauie 26
Compartilhar