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O texto e a construção do 
sentido
Comunicação e Expressão | EAD
01
 O texto e a construção do sentido - Aula 03
O texto e a construção do sentindo
Prezado(a) aluno(a), você sabe o que é o texto? Existem diversas classificações, 
como deve ser escrito, quais os elementos que o compõem. Mas já parou para 
pensar o que é o texto? Se procurarmos a etimologia, a origem da palavra “texto”, 
encontraremos que ele está relacionado ao ato de tecer, entrelaçar, construir sobre-
pondo. O texto faz parte da família das palavras textura, tessitura, tecido. Mas ele é 
constituído de quê? Será apenas de palavras?
Vamos considerar a definição de que o texto é uma unidade linguística concreta 
(que se percebe pela visão, audição ou tato), que é utilizada pelos usuários da 
língua (falante/ouvinte, escritor/leitor), em uma interação comunicativa. É ainda uma 
unidade de sentido, com uma função comunicativa reconhecível, independente de 
sua extensão.
Lembra-se do nosso estudo das funções da linguagem? Todo texto é construído 
com uma intenção e, consequentemente, terá uma função escolhida pelo emissor.
1. Texto verbal, texto não verbal e texto misto
É importante dizer que o texto pode ser uma palavra ou uma frase ou uma imagem, 
por exemplo. Texto não é apenas aquele conjunto de diversas frases, organizadas 
em parágrafos em uma folha com muitas linhas. É nessa diversidade de estruturas 
que diferenciamos o texto verbal e o texto não verbal.
Leia atentamente a matéria disponível no link http://sereduc.com/Dc7hky. O tex-
to que você leu é constituído apenas de linguagem verbal (palavras, pontuações, 
etc.), como acontece na carta, ou no e-mail, ou ainda em um memorando. Nesse 
caso ele é chamado de texto verbal. 
O texto pode ainda ser constituído (ou tecido) de linguagem visual como fotogra-
fias, desenhos e pintura; ou ainda de linguagem sonora como música, ou o apito do 
agente de trânsito. Nesse caso ele é chamado de texto não verbal. Para conver-
sarmos mais sobre esse assunto, assista ao curta metragem de animação “A Banda 
de um Homem só”, da Pixar, disponível no link http://www.viddler.com/v/8a1da704. 
A linguagem utilizada no curta metragem não apresenta nenhuma característica 
verbal. Exceto pelo título e pelos créditos ao final do filme, não há, no transcorrer da 
história, a presença de palavras. A percepção dos acontecimentos, do espaço, das 
personagens se dá pela imagem e pela música (som e silêncio). Assista novamente 
ao filme, ele será utilizado em uma das atividades desta aula!
REVEJA!
As funções da lingua-
gem foram estudadas 
na Aula 1. É uma boa 
hora para estudar 
novamente.
Comunicação e Expressão | EAD
02
 O texto e a construção do sentido - Aula 03
Você deve ter percebido que, muitas vezes, ocorre a utilização de várias linguagens 
em um mesmo texto. Observe a tira criada por Quino:
Figura 01- Fonte: http://sereduc.com/CNeMPw
O cruzamento da linguagem visual e da linguagem verbal – comumente utilizado 
em histórias em quadrinhos, em cartazes publicitários, em gráficos – constitui a 
linguagem mista, ou o texto misto (constituído de palavras, imagens, sons, etc.). 
O conhecimento destas linguagens possibilita que você possa escolher a melhor 
linguagem para transmitir sua mensagem e fazer com que o receptor entenda o que 
você deseja. Um relatório com uma lista enorme de dados pode ser melhor com-
preendido por um gráfico. A apresentação de uma pesquisa em uma reunião de tra-
balho será mais interessante se utilizar o texto misto, unindo o que você fala (texto 
verbal) às imagens (texto não verbal) que representem os dados pesquisados.
2. O texto e a intertextualidade
Todos nós trazemos um conhecimento adquirido com nossas vivências. Desde o 
nascimento até hoje você acumulou informações de todas as situações que viveu, 
de todas as leituras que fez. Esse conjunto de informações é precioso para inter-
pretarmos textos construídos por outras pessoas e produzirmos os nossos.
Um texto, costumeiramente, se relaciona com outros textos: um filme em relação a 
outro, um conto em relação a um programa de TV, uma fotografia em relação a uma 
pintura, uma poesia em relação a um texto jornalístico. Isso é o que chamamos de 
intertextualidade: a criação de um texto a partir de outro já existente.
Quando um texto faz referência a outro, tanto pode reforçar como subverter as 
ideias presentes no texto original. O autor utiliza com o objetivo de apoiar ou dizer 
algo totalmente diferente do que foi dito.
Assista ao clipe da canção Diariamente, de Marisa Monte, disponível em: 
http://sereduc.com/gswixJ
Comunicação e Expressão | EAD
03
 O texto e a construção do sentido - Aula 03
Em seguida veja este comercial veiculado em Teresina, no Piauí: 
http://sereduc.com/ENhuZ6
O segundo vídeo usa claramente a canção popular para criar uma propaganda que 
desperte rapidamente o interesse do público.
O famoso quadro renascentista de Leonardo Da Vinci, a Mona Lisa, foi utilizado 
como intertexto em diversas publicidades:
 
Figura 02: http://pubproparte.zip.net/images/monalisa.jpg.
A Bombril, a Coca-cola, a Colgate, a banda de rock KISS, a Lego, e até um salão 
de beleza norte-americano se utilizaram da intertextualidade ao fazer referência à 
imagem conhecida da Mona Lisa. É importante que você perceba que a intertex-
tualidade não é uma cópia de um texto pré-existente. Os autores dos novos textos 
fizeram uma referência explícita seja à canção de Marisa Monte, seja à tela de Da 
Vinci, recriando significados.
3. O texto e o contexto
A primeira informação importante para você considerar no momento da leitura ou 
da escrita é que todo texto está relacionado a uma situação concreta. Nós chama-
mos essa situação de contexto. Todos os aspectos sociais, culturais, políticos, etc. 
fazem parte do contexto. Para compreendermos melhor, vamos dividir o contexto 
em dois tipos: situacional e histórico.
Comunicação e Expressão | EAD
04
 O texto e a construção do sentido - Aula 03
3.1 Contexto situacional
Leia a propaganda do jornal O Estado de S. Paulo, veiculado na revista Veja.
http://sereduc.com/BqTul4
A frase “Tem um bonitão querendo levar você ao cinema.” Pode assumir diferentes 
interpretações, dependendo do contexto em que seja utilizada. Veja só:
A primeira interpretação seria a de que um homem muito bonito quer levar você 
para assistir a um filme. Provavelmente você receberá um convite, em breve. A se-
gunda interpretação, que é a desejada pelo Estadão, é a de que o próprio jornal, 
que tem uma diagramação bonita, apresenta a programação disponível nos cine-
mas.
O que nos faz compreender a informação que o jornal deseja passar é a situação 
na qual o texto foi empregado. O contexto situacional está relacionado com o co-
nhecimento sobre o que está sendo dito. Este conhecimento é complementado com 
o texto não verbal, a imagem do jornal. E é esse contexto que faz você entender 
o sentido correto. Vale esclarecer que o jornal se utilizou de um recurso linguístico 
chamado ambiguidade. O duplo sentido característico da ambiguidade foi utilizado 
pelo jornal propositalmente para você ter a curiosidade de quem seria esse “boni-
tão” citado no texto verbal. Trataremos da ambiguidade mais detalhadamente em 
outra aula.
Comunicação e Expressão | EAD
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 O texto e a construção do sentido - Aula 03
3.2 Contexto histórico
Muitos textos só podem ser interpretados pelo conhecimento da época em que fo-
ram produzidos. As charges, por exemplo, precisam ser analisadas considerando 
os acontecimentos relacionados a elas, para que você compreenda.
O cartunista Lailson fez a seguinte charge:
Na leitura superficial desse texto misto você pode identificar informações como o 
título “Limpeza étnica”, um homem tomando banho com uma água escura que cai 
deum chuveiro em forma de um crânio, onde está escrita a palavra Kosovo.
Para articularmos essas informações, precisamos saber que Kosovo é uma pro-
víncia que se localiza no sudoeste da Sérvia, na antiga Iugoslávia, onde ocorreu o 
conflito conhecido como Guerra do Kosovo, que desencadeou o fim da Iugoslávia. 
Quem está sentado na banheira é o ditador sérvio Slobodan Milesovic, que man-
dou os soldados sérvios perseguirem e matarem membros de outras etnias. Muitas 
mulheres albanesas foram estupradas pelos soldados sérvios, a mando do ditador, 
para que engravidassem e tivessem filhos sérvios.
É com essas informações históricas e geográficas que você pode compreender 
os signos utilizados na sua totalidade. É o contexto histórico que deixa claro que a 
“limpeza” é a tentativa ética de retirar as atrocidades cometidas pelo ditador. Mas o 
banho de Milesovic é com o sangue que cai do chuveiro em forma de crânio, seme-
lhante ao de tantos que ele mandou matar.
Comunicação e Expressão | EAD
06
 O texto e a construção do sentido - Aula 03
 Ler completa o homem.
Francis Bacon
Percebeu como o contexto é necessário para você interpretar um texto? Por isso é 
tão importante a prática da leitura! Só com a leitura de textos verbais, não verbais 
e mistos é que poderemos conhecer o mundo em que vivemos. Cada leitura que 
você faz ajuda na leitura que fará depois. E o que é a leitura?
4. Leitura, leitores e a compreensão do mundo.
Segundo o escritor argentino Alberto Manguel, “todos lemos a nós e ao mundo à 
nossa volta para vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para compre-
ender, ou para começar a compreender. Ler, quase como respirar, é nossa função 
essencial”. 
Veja o que alguns escritores disseram sobre a leitura:
 
E para você? Qual a importância da leitura?
A linguagem é uma ferramenta utilizada pelo ser humano para se expressar e, con-
sequentemente, para se relacionar em comunidade, de entrar em comunhão. Como 
o texto pode ser construído pela escrita ou pela oralidade, também a leitura pode 
ser feita de um texto escrito, de um artigo científico, de uma matéria de jornal, de 
um e-mail, de uma cena de filme, de uma expressão facial... A competência de ler, 
portanto, exige de você a atenção aos detalhes do que está escrito e daquilo que 
não está escrito, mas subentendido. Quem escreve tem um propósito e produz 
Quando vier o Dia do Julgamento Final e os grandes conquistadores, advogados e estadistas 
vierem receber suas recompensas (...), o Todo-Poderoso olhará para Pedro e dirá, não sem certa 
inveja, quando Ele nos vir chegando com nossos livros sob o braço: “Veja, esses não precisam de 
recompensa. Nada temos para dar a eles aqui. Eles amam ler”.
 Virgínia Woolf
Acho a televisão muito educativa. Toda vez que alguém liga a TV, vou para o quarto e leio 
um livro.
 Groucho Marx
Comunicação e Expressão | EAD
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 O texto e a construção do sentido - Aula 03
seu texto considerando todos os elementos da comunicação, que já estudamos na 
primeira aula da disciplina. Quem lê precisa estar atento a todos esses elementos 
para identificar que mensagem o emissor deseja passar e, assim, compreender o 
texto. Não existe texto sem uma função, sem uma intenção. Logo, o leitor atento 
precisa ser crítico, precisa ler desconfiando até acreditar ou não no que está sendo 
dito. Só assim seremos leitores competentes e cidadãos prontos para o exercício 
profissional.
Você já se deparou com um texto sugerido por um amigo ou indicado por um pro-
fessor e, ao lê-lo, disse: “O que é que isso significa?” Quando nos deparamos com 
esses “desafios de leitura”, precisamos recorrer a algumas estratégias que nos aju-
dem a entender a mensagem. Os especialistas em psicolinguística (área do conhe-
cimento que estuda os processos mentais que executamos ao ler, ouvir e escrever) 
definiram cinco principais estratégias de leitura. Vamos conhecê-las!
Estabelecimento de Objetivos - Definir o que deseja com a leitura orienta que 
informações deve procurar, que ideias são importantes para serem guardadas e 
compreendidas. Estou lendo este texto para quê? Quero encontrar informações de 
como devo ler para entender um texto! Então, são essas informações que guiarão 
minha atenção.
Seleção - Escolher que informações são relevantes e quais podem ser desconside-
radas: seja por varredura (scanning), quando folheamos, por exemplo, uma revista 
antes de escolher a matéria a ser lida; ou por filtragem (skimming); quando lemos 
pedaços de um texto para encontrar uma citação, ou uma explicação sobre o as-
sunto que estudamos.
Antecipação - Identificar aspectos estruturais onde está construído o texto para 
levantar hipóteses sobre o que o emissor quer me dizer. O veículo (ou canal) é um 
aspecto importante. O meio físico em que está construído o texto nos dá várias in-
formações. Se lermos uma matéria de revista, qual é o público leitor? Essa matéria 
está escrita em que sessão? Se for uma revista feminina e a matéria estiver numa 
sessão de moda, certamente o autor deseja que as leitoras considerem as roupas e 
acessórios como as que devem ser usadas. Percebe como antecipar apenas o ve-
ículo já deu a você informações sobre o que está escrito? Vamos ver mais elemen-
tos de antecipação.
As imagens também são importante aspecto para nossa antecipação de leitura. A 
imagem de pessoas com roupas escuras e sem decotes antecipa uma ideia de for-
malidade, de assuntos mais sérios. Já se vemos as pessoas com roupas de banho, 
pressupomos a informalidade, a descontração, portanto, percebemos que o texto 
poderá ser mais voltado para o entretenimento.
Comunicação e Expressão | EAD
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 O texto e a construção do sentido - Aula 03
Assim como o veículo e as imagens, identificar a autoria do texto revela conside-
rações importantes. Identificando apenas a autoria, podemos perceber o tema (um 
texto de Ronaldinho Gaúcho, provavelmente, trataria de futebol); a abordagem (um 
texto escrito por Ivo Pitangui ou por Chico Anysio seria de humor? Certamente, o 
de Chico Anysio); o ponto de vista (diante do tema Pena de morte, a vítima tende 
a escrever favorável a ela, mas o criminoso, não); e a confiabilidade (um texto do 
dr. Dráuzio Varela com orientações sobre o que fazer após uma queimadura é mais 
confiável do que o texto de um vizinho que não é médico).
Outros aspectos como a data e o local em que o texto foi escrito e o gênero textual 
também nos dão alguns indícios do que quer o autor. Estudaremos mais detalhada-
mente os gêneros textuais em outra aula.
Inferência - Perceber até que ponto o autor se utiliza de implícitos – ideias suben-
tendidas que complementam o sentido do texto. Segundo CEREJA, 2009, “fazer 
inferências durante a leitura de um texto equivale a chegar a certas conclusões a 
partir de informações implícitas e explícitas.”. Dados estatísticos apresentados em 
uma reportagem sobre a distribuição de renda no Brasil, por exemplo, permitem fa-
zer inferências sobre a desigualdade social no país.
Verificação - Revisar o que foi encontrado nas estratégias anteriores. É necessário 
que você investigue se identificou corretamente os objetivos, se selecionou as infor-
mações relevantes, se fez a antecipação de todos os aspectos textuais e se conse-
guiu perceber as inferências do autor.
As cinco estratégias que estudamos aqui vão ajudar você na compreensão textual, 
porém é necessário que você saiba que são os conhecimentos adquiridos com a 
vivência e a prática da leitura que possibilitam uma interpretação textual eficiente.
Estudamos uma boa quantidade de conteúdos nesta aula.Agora realize o exercício 
com afinco para construir seu conhecimento e preparar-se para a avaliação presen-
cial.
Na próxima aula estudaremos como organizar nossas ideias com Coesão e Coe-
rência. Certamente você já ouviu falar e já deve ter estudado algumas característi-
cas dessa dupla essencial para a escrita de um bom texto. Releia as aulas anterio-
res. Elas ajudarão você a entender melhor o que estudaremos a seguir.
Até lá!

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