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Trabalho 1º semestre_Hist do direito (3)

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Faculdade de Talentos Humanos - FACHUS
Ariel Borges
Fernanda Gabriela
Letícia Borges
Marco Túlio Marques Coelho
Maria Fernanda Maciel
Patrick Ribeiro
Ronaldo Rocha
Samuel Borges
Sarah Sthephanye
Direito Germânico
Uberaba – MG
2014
Ariel Borges
Fernanda Gabriela
Letícia Borges
Marco Túlio Marques Coelho
Maria Fernanda Maciel
Patrick Ribeiro
Ronaldo Rocha
Samuel Borges
Sarah Sthephanye
Direito Germânico
Trabalho acadêmico apresentado à disciplina História do Direito e do Pensamento Jurídico, ministrada pelo professor: Antônio Ricardo da Cunha, como requisito parcial para aprovação no 1º período noturno – turma A, do Curso de Direito – Bacharelado, da Faculdade de Talentos Humanos – FACTHUS.
Uberaba – MG
2014
Sumário
�
INTRODUÇÃO 
Os povos germânicos dividiam-se em numerosas tribos e receberam esse nome por habitarem a região da Germânia, que era uma região da Europa localizada além dos limites do Império Romano, mais precisamente entre os rios Reno, Vístula e Danúbio e os mares Báltico e do Norte.
Os aspectos culturais, político e econômicos dos germânicos indicam um povo que vivia em independentes e pequenas povoações e que possuíam uma economia muito baseada na pecuária e na agricultura de subsistência.
Também conhecida como Arte Bárbara, a Arte Germânica tem origem nos povos bárbaros: francos, alanos, vândalos, mongóis entre outros que após a queda do Império Romano se espalharam pelo velho continente. 
Um dos motivos que os impulsionava para as invasões dos territórios além dos seus domínios era o solo fraco para o plantio de cereais.
O sistema jurídico dos povos germânicos que viviam a leste do Reno e a norte dos Alpes na época romana era ainda um direito tribal arcaico e pouco desenvolvido. Alguns destes povos invadiram a parte ocidental do Império Romano, sobretudo no século V.
Os seus direitos continuam a evoluir, sobretudo no contato com civilizações romanizadas da Europa ocidental. A partir da fusão dos sistemas jurídicos, romano e germânico, passa a existir um novo quadro político e social, que dá origem a um sistema jurídico tipo feudal (séculos X a XII).
A contribuição do direito germânico arcaico para a formação dos direitos modernos foi relativamente reduzida, tal como aconteceu com o sistema jurídico dos povos celtas que viviam no ocidente europeu antes da sua ocupação pelos Romanos.
O DIREITO NA ALTA IDADE MÉDIA
Durante o século III os povos germânicos já haviam penetrado no Império Romano, instalando-se alguns deles no interior das fronteiras romanas. Porém, somente no século V o Império Romano do Ocidente ruiu, após várias invasões germânicas, das quais resultou numa apoderação quase que total do Império do Ocidente: os Visigodos na Península Ibérica e Sudoeste da Gália, os Burgúndios no Sudeste da Gália, os Ostrongodos na Itália, os Francos na Renânina e no norte da França. (Acrescentar Mapa da Pag. 129)
Cada um destes povos é governado por um rei, não sendo o reino povoado apenas por Germanos, mas também por Romanos e populações romanizadas, sobreviventes das invasões, onde se tem, por exemplo, os Gauleses e Belgas.
Apesar de o último imperador romano do Ocidente ter sido destituído na segunda metade do século V, a influência romana ainda foi vista por vários séculos, tanto no que tange organização administrativa quanto a religiosa, onde o direito romano permanece, bem como o direito das populações romanizadas, enquanto que os invasores germânicos mantêm os seus costumes. A personalidade do direito romano ainda foi aplicada durante alguns séculos.
O reino franco desempenhou um importante papel entre os séculos V e IX, quando os reis merovíngios, sobretudo Clóvis (aproximadamente 481 a 511), submeteram grande parte da Gália à sua autoridade, e os Carolíngios, sobretudo Carlos Magno (imperador entre os séculos VIII e IX), que estenderão seu poder sobre parte da Itália, Espanha e Germânia, a qual ainda não havia sido romanizada, constituindo assim um vasto império. A união deste império ajudou na formação de um direito ocidental de certa forma uniforme. Após dez séculos de evolução, o direito dos países originários do Império Carolíngio preservaram uma unidade considerável para poder ser atualmente distinguido do direito dos países eslavos (Leste), e do direito dos países anglo-saxônicos (Oeste), o common law. Esta unidade no direito europeu se cria na Europa dos Doze (União Européia).
No entanto, o Império Carolíngio teve uma curta existência, pois foi partilhado entre os três filhos de Luiz, o Debonário, firmada pelo Tratado de Verdum, em 843, originando a Francia Occidentalis, a oeste, Francia Orientalis, a leste, e o império de Lorário, entre os dois.
Após séculos de guerras motivadas pelos conflitos de sucessão, a Francia Orientalis agrega a seus domínios grande parte do império de Lorato, constituindo o Império Germânico, futuro Sacro Império Romano-Germânico. A autoridade do imperador é forte, desde os Otões (século X), passando pelos reinados de Frederico Barba-Ruiva (1152 a 1190), e de Frederico II (1211 a 1250), posteriormente, o Império desfaz-se, dando origem a diversos principados.
A partir do século X, toda a Europa Ocidental e Central se feudaliza, sendo a autoridade dividida para benefício da hierarquia dos senhores feudais, e o costume torna-se única forma do direito.
A evolução do direito na Europa Ocidental entre os séculos V e XII é dividida pela sobrevivência, após pelo desaparecimento progressivo do direito romano; pelo progresso do direito dos povos germânicos, em contato com populações romanizadas; pela atividade legislativa de reis e imperadores, sobretudo dos Carolíngios; e, por fim, pelo desmembramento do poder no quadro das instituições feudais.
Considera-se, também, nesse período também o direito canônico, ou seja, o direito da igreja, o qual tem papel considerável entre os séculos IV e XII.
Sobrevivência do direito romano – A personalidade do direito
A aplicação do princípio da pessoalidade do direito
Quando duas populações com sistemas jurídicos diferentes habitam o mesmo território, existem duas soluções teoricamente possíveis: o vencedor impõe seu sistema jurídico aos povos vencidos, aplicando-se o mesmo direito a todos os habitantes, independente de sua origem, sendo este o princípio da territorialidade do direito, como ocorreu nas províncias belgas entre 1795 a 1814, quando o direito francês foi imposto; ou então o vencedor permite que os vencidos permaneçam vivendo segundo seu próprio direito, aplicando seu sistema jurídico aos seus cidadãos originários. Esta aplicação denomina-se princípio da personalidade do direito, cujo exemplo claro se dá na maior parte das colônias da África, entre os séculos XIX e XX, onde os indígenas continuaram a viver seguindo o seu direito tradicional, ao passo que os Europeus estavam sujeitos ao modelo de direito de seu continente.
Esta segunda opção se impôs durante o século V, pois, a diferença evolutiva entre o direito romano e o direito dos povos germânicos era tamanha que os invasores germanos não conseguiram impor seu sistema jurídico, e também pelo fato de os reis germânicos encontrarem no direito público romano um reforço importante de sua autoridade.
Contudo, a aplicação da personalidade do direito não acontece em todo o Ocidente com a mesma intensidade, pois, em províncias menos romanizadas do norte do Império Romano do Ocidente (Bélgica, norte da França, etc) o direito germânico dominou, ao contrário de regiões profundamente romanizadas do sul da Gália, penínsulas Ibérica e Itálica, onde o direito germânico chegou enfraquecido, permitindo que o direito romano fosse soberano, mesmo ele sendo sobrevivente do império e ter sofrido algumas modificações pela germanização.
Entre as zonas de romanização e germanização, existiu uma zona intermediária, que perduroupor cerca de três séculos. Seu território se estendia pelo centro da França, norte da Itália, sudoeste da Alemanha, Suíça e Áustria, e ali se desenvolveu o princípio da personalidade do direito. Entretanto, devido a pressão sofrida de outras duas zonas, desapareceu progressivamente entre os séculos VII e XI, restando somente uma fronteira que se estendia da Ilha de Oléron à Áustria, passando por Charente, Auverge, Ródano e a cadeia setentrional dos Alpes.
Esta fronteira marca a Idade Média, pois separa os “países de direito consuetudinário”, influenciados pelo direito germânico, e os “países do direito escrito”, os quais permanecem sob influência romana, permanecendo assim até o século XVIII.
Esta mesma fronteira que divide a Europa Ocidental também é responsável pela divisão nos domínios linguísticos (regiões de língua “d’oc”, ou occitânica, e regiões de língua “d’oîl”, ou galo-romanas) e artístico (arte românica e arte gótica) durante o século XII.
No sistema da personalidade do direito, cada indivíduo vive segundo o direito do grupo social a qual pertence. Assim sendo, no século VI, um Franco Sálio vive segundo as leis salicanas, independente de onde se encontra, da mesma maneira, um Galo-Romano vive segundo as leis romanas. Este princípio aplica-se, sobretudo, ao direito civil e ao direito penal, todavia, no direito público, todos os habitantes do reino estão submetidos à autoridade do rei.
A aplicação do princípio da personalidade do direito implica a necessidade de determinar qual direito é aplicável a cada indivíduo e de resolver os conflitos que podem nascer entre pessoas pertencentes a sistemas jurídicos diferentes. As regras que nascem nesta época estão na origem dos princípios que sobrevivem no direito internacional privado moderno.
Para determinação do direito aplicável, primeiramente, consideram-se os filhos legítimos como pertencentes ao grupo de seu pai, os filhos naturais ao grupo de sua mãe, a mulher que ainda não é casada ao grupo do pai, e ao pai do marido, caso seja. O liberto vê o seu estatuto determinado pelo processo, romano ou germânico, utilizado para a sua liberação.
Já para os conflitos de leis, em caso de conflito entre duas pessoas submetidas ao mesmo direito, aplicava-se este direito, mas, em caso de conflito entre pessoas submetidas a direitos diferentes, como regra geral, aplicava-se o direito do território de origem do réu, todavia, este princípio possuiu inúmeras exceções. Deste modo, em matéria de casamento, a lei aplicada é a do marido, em matéria de propriedade, a do proprietário, em matéria de sucessão, a do falecido.
OS BÁRBAROS 
Os povos bárbaros eram de origem germânica e habitavam as regiões norte e nordeste da Europa e noroeste da Ásia, na época do Império Romano. Viveram em relativa harmonia com os romanos até os séculos IV e V da nossa era. Chegaram até a realizar trocas e comércio com os romanos, através das fronteiras. Muitos germânicos eram contratados para integrarem o poderoso exército romano.
Os romanos usavam a palavra "bárbaros" para todos aqueles que habitavam fora das fronteiras do império e que não falavam a língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos durou até o século IV, quando uma horda de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma invasão, muitas vezes violenta que acabou por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar como outros motivos que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis.
Principais Povos Bárbaros
- Alanos: originários do nordeste do Cáucaso. Entraram no Império Romano entre os séculos IV e V. Ocuparam a região da Hispânia e o norte da África.
- Saxões: originários do norte da atual Alemanha e leste da Holanda. Penetraram e colonizaram as Ilhas Britânicas no século V.
- Francos: estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo de obra de arte abaixo)
- Lombardos: invadiram a região norte da Península Itálica
- Anglos e Saxões: penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra
- Burgúndios: estabeleceram-se na sudoeste da França
- Visigodos: instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da arte visigótica)
- Suevos: invadiram e habitaram a Península Ibérica
- Vândalos: estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica
- Ostrogodos: invadiram a região da atual Itália
Fonte: http://roberto-menezes.blogspot.com.br/2011_02_01_archive.html
	
Economia, Arte, Política e Cultura dos Bárbaros Germânicos. 
A maioria destes povos organizava-se em povoados rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e galhos de árvores. Faziam o cultivo de cereais e criavam gado para obter o couro, a carne e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam dele seu líder militar.
Eram praticantes de uma religião politeísta, uma vez que adoravam divindades representantes das forças da natureza. Odin era a principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos havia uma vida após a morte, onde os corajosos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso.
A combinação da cultura germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos permaneceram durante toda a Idade Média.
As “leges barbarorum”
Essas leges não são verdadeiros códigos, não são sequer leis, são registros escritos de certas regras jurídicas, com origem no costume próprias desde ou daquele povo. São compilações muito incompletas, um espécie de manuais oficiais para uso dos agentes da autoridade e dos membros dos tribunais.
Modo de redação das “leis bárbaras”
Estamos muito mal informados sobre a maneira como as leges foram redigidas. As leges não são como atos legislativos, na realidade são costumes reduzidos a escrito com a ajuda de “dizedores do direito” e por vezes aprovadas pela autoridade. 
Eram os anciãos com grande reputação, experiência e conhecimento aprofundado do costume, que desempenhavam um papel importante na redação das leges. Os reis junto com seus representantes tinham um papel limitado na composição das leges, porém frequentemente provocavam ou mesmo ordenavam que fossem registradas, para que pudessem ser aprovadas por ele.
Os bárbaros vindos da Germânia viveram segundo seus costumes, provavelmente misturados com velhos costumes celtas das etnias belgas anteriores à romanização. Nos reinos que se formavam, foram redigidos alguns textos de direito consuetudinário, ou seja, surgiu das tradições e não passou por um processo formal de criação de leis. Alguns reis preferiam não criar novas leis, mas registrava as regras jurídicas mais sábias dos antigos costumes. 
Conteúdo das “leges barbarorum”
Além das compilações de direito romano, pouco a pouco (séculos V a IX) os direitos clássicos dos povos germânicos vão sendo abreviados a escrito sob a qualificação de leges barbarorum (leis dos bárbaros): lex Salica, lex Ribuaria, lex Burgundionum, lex Frisionum etc.
Leges Barbarorum são as leis escritas durante a alta Idade Média, nos territórios tomados pelos reinos bárbaros, anteriormente pertencentes ao Império Romano. Essas leis foram escritas em latim, e geralmente em forma de códigos, seguindo o modelo romano.
O conteúdo das “leis bárbaras” é muito variável, tal como sua extensão. A Lei Sálica, o texto mais arcaico, contém disposições de direito penal; apenas alguns artigos são consagrados ao direito civil e ao processo. A Lei Ripuária retorna muitas vezes textualmente as disposições da Lei Sálica; nela se encontram algumas regras relativas ao direito público. Pelo contrário, as Leis de alguns povos contêm especialmente odireito civil e processo; mas, profundamente romanizadas, refletem pouco o antigo direito germânico.
A instabilidade e a curta duração de muitos desses Reinos também se ligaram ao fato de os germanos desconhecerem a noção de Estado. A própria concepção que tinham da Monarquia em nada contribuiu para a consolidação dos Reinos. Concebiam-na como "uma Realeza absoluta apoiada na força militar (...) Os Reis do povo franco, godo, vândalo etc, não tinham nenhuma ideia de um Estado cuja responsabilidade lhes cabia. Eram proprietários de suas conquistas e as partilhavam entre seus sucessores, em geral seus filhos. A ideia de explorar metodicamente suas riquezas igualmente lhes escapava: viviam em um domínio até o esgotamento das reservas, depois procuravam outros recursos. Sua Corte era integrada pelos fiéis e parentes. A organização familiar (...) permaneceu idêntica após as invasões: `compra` da esposa, direito patemo de justiça, solidariedade familiar, divórcio excepcionalmente, mas concubinato muito comum, pelo menos entre os Reis. A organização judiciária permanecia caracterizada pelo famoso Wergeld."
( Texto extraído de História das Sociedades, Aquino, Denise, Oscar Editora Ao livro Técnico)
Wergeld
Palavra alemã que indica o preço da culpa. No antigo Direito Germânico representava o pagamento devido pelo agressor ao ofendido, ou parentes deste como forma de reparação do dano causado.
O direito nos reinos bárbaros
Nos séculos V e VI os bárbaros disputam o ocidente, tendo os francos dominado o norte da França, os ostrogodos a Itália e os visigodos o sul da França. 
Neste período coexistem dois direitos: o direito dos bárbaros e o direito romano dos bárbaros.
O direito costumeiro dos bárbaros
Os bárbaros tinham como direito a estabilização dos costumes. A sua primeira expressão de concretização destes costumes foi a Lei Sálica (481-511 d.C) que em sua primeira versão apresentou 70 títulos, e em sua segunda versão, denominada Lei Sálica Emendata (802 d.C) apresentou 100 títulos. Tal concretização representou a concordância pelo povo e pelo rei da lei como declaração do costume.
Nesta época, conforme a Lei Sálica, a violência não era reprimida com a prisão, mas com castigos, sobretudo multas e indenizações, pagas diretamente à vítima e sua família, não ao Estado. 
A sofisticação conceitual do direito cede passo à coleção de casos especiais e aos costumes. As referências da Lei Sálica ao furto e roubo chegam a corresponder a 1/3 da lei. Vimos desaparecer o Estado e ressurgir a vingança privada. 
O direito romano dos bárbaros
Os bárbaros ainda conservavam o valor do direito romano para os romanos em seu território como garantia de legalidade política e aceitação. 
A tentativa de conservação, do direito romano, mais famosa nesta época foi a Lex Romana Visigothorum (506 d.C). Esta lei é de grande importância porque valeu por muito tempo e porque foi guiada inteiramente no Codex Theodosianus (438), sustentando relação bastante direta com a memória romana. 
A Lex Romana Visigothorum também foi chamada de Breviário de Alarico. Foi verificada entre 572 e 586 (Código de Leovigildo). Continha as constituições pós-teotosianas até 463, bem como o Líber Gaii (uma adequação das institutas de Gaio), as sentenças de Paulo, Respostas de Papiniano e Constituições anteriormente constantes nos códigos Herogeniano e Gregoriano. Inicialmente era aplicável aos hispano-romanos católicos, não as visigodos arianos. A conversão dos visigodos ao catolicismo deu-se em 587, colaborando para tornar a Leis dos Visigodos de aproveitamento geral.
 	Em 624 foi totalmente reformado, como Líber Ludiciorum. Essa coleção será revogada apenas em 1250 por Afonso X, por força das Sete Partidas. O Líber Ludiciorum terá a finalidade de valer territorialmente, para todos os habitantes do reino. Todavia, apesar da sua formal vigência e validade, tornou-se cada vez mais raro haver gente e juízes que o admitissem ou arrumassem de alguma cópia. 
É somente a partir dos séculos XI e XII que se começa a recuperar progressivamente os textos e os monumentos do mundo antigo.
O DIREITO ENTRE OS POVOS NÓRDICOS NA CHAMADA “ERA VIKING” (SÉCS. VIII A XI).
Os vikings eram povos que habitavam a região da Península da Escandinávia nas épocas Antiga e Medieval. A palavra viking origina-se do normando “vik” cujo significado mais provável é “homens do norte”.
Não eram cristãos (somente por volta do ano 1000, com o contato com os europeus, começaram a aderir ao cristianismo), pois acreditavam em vários deuses (religião politeísta) ligados às forças da natureza. Acreditavam também na existência de Valquírias que para eles eram mulheres valentes que carregavam os bravos guerreiros, mortos em batalhas, para a Valhalla (céu dos vikings).
As Mais Antigas Fontes do Direito Escandinavo 
Apesar do grande impacto causado pela incursão dos povos nórdicos nos mais diversos recantos da Europa continental, ainda muito pouco se sabe acerca das características gerais que perfizeram seus direitos.
O maior problema reside na insuficiência de fontes escritas que tratam de matéria jurídica. Os antigos vikings usavam um vocabulário baseado em símbolos (runas) na qual registraram aspectos bem particulares da sua cultura, bem como sua cosmogonia, mitologia e seu sistema de crenças.
O Modelo de Organização Político-Social Nórdica e sua Extensão no Universo Jurídico
Para os vikings morrer em batalhas era algo absolutamente glorioso e natural já que consideravam a coragem uma virtude cardeal, uma característica de suma importância, verdadeiramente imprescindível na construção do caráter de um homem.
Além de que como já dito anteriormente seriam recepcionados após a morte nas nuvens por amazonas - as valkírias - como uma forma de retribuição no além-túmulo pelos seus feitos no campo de batalha.
O Direito Penal Entre os Nórdicos 
Do mesmo modo que em todas as sociedades tribais, o homicídio representava uma afronta contra os demais membros do clã. Se não fosse encontrado algum acordo em função da morte de alguém, cabia aos parentes da vítima o dever de imputar a pena capital a algum familiar do agressor.
Prescrevia-se ao homicida a necessidade de o mesmo assumir publicamente a autoria deste tipo de delito. Se este não procedesse da forma adequada, deixando de comunicar a todos o acontecimento em questão, seria sentenciado à morte, pois o silêncio, nestes casos, era considerado uma atitude vergonhosa. Igualmente, objetivando coibir a recorrente sistemática desses homicídios, introduziu-se entre os vikings a possibilidade do pagamento à família, sendo a mesma que ajustaria o valor da perda. Caso não houvesse acordo com relação à estipulação do valor pago, então, o caso seria prontamente remetido à apreciação de uma espécie de conselho ou assembleia chamado de Althig, onde a punição poderia ser muito severa.
 	O adultério, prática de bruxaria e furtos também eram considerados crimes graves e que o autor poderia ser conduzido à morte.
Os duelos eram uma alternativa usualmente aceita como modo de solução de controvérsias, não somente entre os vikings, como se sabe, mas também entre praticamente todos os demais povos de origem germânica.
O roubo era um crime perigoso porque o castigo era a forca – não por causa de um ponto de vista moral, mas sim por causa da suposição de que o culpado, evidentemente sendo natureza um homem pobre, somente poderia pagar com sua própria vida.
A punição mais pavorosa era o banimento, viver muito tempo como um proscrito da comunidade, isolado, privado dos direitos legais, rejeitado pelos companheiros; só havia duas escapatórias, fugir do país ou morrer.
A Mulher na Sociedade Nórdica e Seus Direitos
Assim como em outros lugares, as mulheres escandinavas encontravam-se totalmente submetidas à autoridade masculina. Em geral, elas cuidavam muito de perto de todos os afazeres domésticos e da educação das crianças. Em razão da ausência dos homensdurante longos períodos elas eram freqüentemente responsáveis pela comunidade. A condição de submissão na qual a mulher, obrigatoriamente, deveria se colocar perante o senhorio do homem, pelo menos na sociedade viking, não era de modo algum absoluta. 
Ela poderia, inclusive, pedir o divórcio. As motivações são variadas e extremamente curiosas. Uma delas poderia ocorrer quando o esposo, simplesmente, ousasse se vestir de forma inadequada, disfunção erétil também era uma das razões que permitia a mulher solicitar a dissolução do matrimônio.
O procedimento era bastante simplificado. Cabia à mulher, apenas, declarar à porta de sua casa, perante três testemunhas, que se divorciaria, desde que fosse especificado o motivo. Objetivando dar sequencia ao ato, o procedimento deveria ser repetido próximo à cama do casal. Os bens seriam, a partir daí, divididos pelos ex-cônjuges e a mulher poderia dar início a sua nova vida em sociedade, ao que parece livre de interferências ou maiores discriminações.
Apesar de todos estes avanços do direito nórdico, elas encontravam-se impedidas de votar no Althing ou de herdar se tivessem irmãos. Também não lhes era permitido vender ou comprar uma propriedade sem a aprovação de um parente do sexo masculino. O estupro e assassinato de mulheres eram muito raros entre os nórdicos.
 	Interessante notar que a consciência jurídica da necessidade da publicidade do ato no universo nórdico era algo absolutamente imprescindível. Tanto o divórcio, como a adoção, para que de fato fossem formalizadas, era necessário um anúncio público diante de testemunhas.
Os Vikings e o Dever Legal da Hospitalidade
Um ato considerado gravíssimo e passível de punição para os nórdicos era descuidar da hospitalidade. Acredita-se que extremada consideração pela hospitalidade entre os vikings se deva à instabilidade das condições climáticas nas gélidas terras da Escandinávia, onde o visitante deveria ser tratado com total zelo.
Uma vez condenado não poderia receber, sob nenhuma hipótese, qualquer forma de auxílio ou abrigo por parte de ninguém. 
Por sua vez o hóspede não poderia cometer excessos, o mesmo deveria partir no tempo certo evitando assim abusar da boa acolhida.
O DIREITO CELTA
Os celtas eram um povo sem escrita, pois não a conheciam. Não formavam um Estado, mas possuíam um território que protegiam quando eram atacados. Aparentemente cada povo teria um chefe, a categoria superior da população formava uma aristocracia que participava em discussões com os chefes sobre as medidas a serem adotadas.
Na realidade, se sabe muito pouco ou quase nada do direito dos antigos Belgas. Mas, outros Celtas puderam escapar à romanização e à germanização e deixaram documentos que pode se utilizar, com cautela, para tentativa de reconstituição do velho direto celta.
No antigo direito celta, o poder jurídico pertencia à classe sacerdotal, os druidas; uma das suas doutrinas principais era a proibição absoluta de confiar a tradição, jurídica ou religiosa, à escrita. A interdição druídica da escrita não desapareceu senão pela cristianização que se efetuou na Irlanda do século VI ao século VIII. A tradição jurídica foi então objeto de redações, mas estas não sobreviveram, não são conhecidas senão por cópias posteriores.
As procedências desta civilização recordam a arte de desenvolvimento da Época do Ferro, quando teriam se tornado os responsáveis pela introdução do manuseio do ferro e da metalurgia no continente europeu. A importância do povo celta pode se definir tanto pela partilha de uma cultura material específica, quanto pelo uso da língua céltica.
O DIREITO DOS FRANCOS
A História dos Francos
	
Depois de um longo processo, em que se alternaram migrações e invasões, os povos germanos se instalaram nas terras antes pertencentes aos romanos e lá fundaram vários reinos independentes. 
Quase todos os reinos tiveram vida curta e uma história tumultuada por disputas internas e assassinatos. Suas fronteiras se deslocavam quase constantemente devido às lutas entre vizinhanças. 
Alguns desses reinos, como o dos vândalos e dos ostrogodos, logo desapareceram. Um desses reinos, no entanto, prosperou e destacou-se dos demais por sua longevidade e poder: o Reino Franco
Depois de atravessar o rio Reno, os francos se estabeleceram na Gália trazendo com eles suas crenças e seus hábitos guerreiros. Nos primeiros anos do século V, houve uma disputa armada entre os próprios francos que levou ao poder um chefe militar chamado Clóvis.
No poder, o rei Clóvis estabeleceu a capital do seu reino onde hoje fica Paris e à frente de seus guerreiros, conquistou o Reino de Burgúndia e tomou terras dos visigodos e dos ostrogodos.
O sucesso do expansionismo franco não se deveu apenas à peripécia dos seus guerreiros, mas também à aliança do rei Clóvis com a Igreja Cristã, solidificada em 496, quando ele se converteu ao cristianismo.
Este foi um dos reinos mais duradouros e poderosos da Idade Média.
A legislação dos Francos
Não se deve cometer o erro de dizer que não havia leis na Alta Idade Média. Ao contrário, elas existiam e eram destinadas a todos os súditos, com o intuito de se obter uma disciplina social.
Entre os francos existia a Lex Salica (Lei Sálica) que contém disposições de Direito Penal e que era destinada a todos os súditos porém suas disposições legais eram, em grande maioria, de caráter privado. 
As leis germânicas inconscientemente confundiam domínio público e domínio privado e elas foram elaboradas ao longo das peregrinações dos francos, visigodos que eram povos desprovidos de escrita.
Os juízes francos se preocupavam tanto com o roubo de um cão quanto seus colegas romanos com a responsabilidade fiscal dos conselheiros municipais. Era uma consequência inevitável da preferência por uma sociedade guerreira pelos bens pessoais.
O direito franco, ao contrário do Direito Romano, não fazia distinção entre o civil e o criminal: um único e mesmo procedimento se aplicava a todos os processos.
O resultado, e não a conduta em si, que balizava a reação penal no reino visigótico. Diante dessa característica, uma das penas mais graves aplicadas àqueles condenados pelo processo germânico era justamente o banimento, a exclusão do grupo pela “perda da paz”.
Os monarcas merovíngios e carolíngios tentaram unificar o direito por via legislativa e ficaram divididos em duas épocas:
Época merovíngia: A legislação real continua na tradição romana não só na terminologia mas igualmente no espírito. Os reis merovíngios legislaram muito pouco; muitas vezes eram pouco poderosos e não conseguiam por isso impor a sua vontade a todo reino.
Época carolíngia, as Capitulares: As capitulares tiravam a sua força obrigatória do poder real, era um efeito do bannum do rei ou imperador, isto é, seu direito de ordenar, proibir e punir.
O texto dos capitulares era geralmente preparado por conselheiros do monarca e em seguida examinado numa assembleia dos grandes do reino. Não era necessário o consenso dado pelo povo.
As capitulares contêm principalmente disposições de direito administrativo; a maior parte são apenas regulamentos de administração geral.
As leis se classificam em: 
Capitulares eclesiásticas: são as que interessam sobretudo à organização da Igreja e das instituições eclesiásticas.
Pro lege tenenda ou capitularia legibus addenda: textos destinados a um grupo de direitos nacionais ou a um único desses direitos, para os completar, os modificar ou os interpretar.
Capitula missorum: textos destinados aos delegados, funcionários reais ou imperiais. Estas instruções diziam sobretudo respeito à organização administrativa.
Capitularia per se scribenda: são conjuntos de artigos tendo a sua própria razão de ser.
Os francos compunham uma das várias tribos germânicas que adentraram o espaço do império romano e estabeleceram um reino duradouro na área que cobre a maior parte da Françados dias de hoje e parte da região da Alemanha, compondo a origem histórica de ambos esses países modernos.
Significou um dos reinos ao mesmo tempo duradouros e poderosos da Alta Idade Média. O molde administrativo que implantaram durante séculos, serviu de base para o próprio feudalismo.
De todos os povos bárbaros germânicos, os francos merecem especial atenção, pois conseguiram estruturar um poderoso Estado de grande significação na Alta Idade Média europeia. Esse Estado franco formou-se e expandiu-se sob o governo de duas dinastias:
Dinastia dos Reis Merovíngios (século V a VIII) - período da formação do reino franco, das suas primeiras expansões territoriais e da aliança estabelecida entre o rei e a Igreja Católica Romana.
Dinastia dos Reis Carolíngios (século VIII e IX) - período do apogeu dos francos, da sua máxima expansão territorial e da tentativa de se fazer ressurgir, sob o governo dos francos, a autoridade de um império universal. 
O reinado dos povos Francos modificou a forma e a repartição do império na Europa sendo efetivo para o poder dominante da Igreja Católica no mundo medieval. Seu legado permitiu marcas culturais no Ocidente que continuam até hoje em dia.
O DIREITO GERMÂNICO
O direito dos povos germânicos existente era essencialmente consuetudinário. Não havia um tipo apenas de Direito Germânico, mas sim um grande número de costumes, que eram do mesmo modo ou inferiormente diferenciados, assim cada povoado vivia a partir de seu oportuno direito habitual.
Os Germanos não deixaram qualquer apontamento anotado, fato que deixa muito mais difícil o estudo desses povos, tanto que para tentar se conhecer os Direitos Germânicos anteriores à época das invasões do século V, os historiadores empregaram quatro tipos de documentos históricos: a) As fontes literárias latinas; b) As fontes literárias germânicas; c) Os costumes germânicos redigidos depois das invasões; d) e as tradições escandinavas.
Passam a ser a fonte do direito na falta do direito romano. As normas nascem do costume e a lei nasce dos bárbaros
Direito Penal Germânico
É um direito composto apenas pelo caráter consuetudinário e não por leis escritas. Os bárbaros que compuseram os povos germânicos trouxeram para Europa ocidental seus costumes, tradições, religiões e também o sistema jurídico. Seu período inicial foi marcado por um sistema punitivo de caráter religioso. A perda da paz, representada pela expulsão do infrator do seu meio social, e sua consequente morte, marcou seguramente a prática punitiva das primeiras épocas do povo germânico. 
Com o fim das invasões e consolidação das regiões ocupadas, a vingança de sangue dá lugar à composição voluntária ou compulsória. A pena de paz admite um preço a ser pago pelo infrator. O Direito Penal Germânico, a partir de então, se transforma num sistema de sanções de características acentuadamente patrimoniais, em um cuidadoso tabelamento de taxas penais, variáveis segundo a gravidade das lesões e também a categoria do ofendido.
Surgiram três tipos de penas baseadas na composição:
1. Wehrgeld, que consistia no pagamento de uma indenização, mas principalmente na submissão do infrator, obrigado a dar o seu trabalho em favor da vítima ou de seu grupo;
2. Busse, uma verdadeira pena de multa, paga ao ofendido, para se livrar da vingança privada;
3. Friedensgeld ou Fredum, consistente no pagamento ao soberano de uma soma em dinheiro pela violação da paz.
As três penas evidenciam o caráter pecuniário das penas criminais, que constituíram o sistema repressivo dos povos germânicos. Mesmo assim eles não deixaram de praticar a pena de morte e as demais penas em geral, como as mutilações. A composição, com suas penas patrimoniais bem definidas, constituía-se num Direito Penal de homens livres, da nobreza proprietária das terras. Aos servos se aplicavam as penas corporais mais severas. Não distinguia dolo, culpa e caso fortuito, determinando punição do autor sempre em relação ao dano por ele causado e não de acordo com o aspecto subjetivo do seu ato.
Contemplava o direito penal germânico o que é considerado inadmissível nos dias de hoje: a responsabilidade sem culpabilidade o que, equivale dizer, acarretava ao indivíduo punição pelo simples resultado que causava, sem que a pena variasse quando da involuntariedade ou não do ato.
Houve penas extremamente severas. As adúlteras eram sepultadas vivas em pântanos e os covardes eram lançados a animais para serem devorados. Se o condenado morresse antes de cumprir toda pena, um dos membros da família devia substitui-lo pelo resto do tempo que faltava.
Exemplos de institutos
-Duelo: forma primitiva de resolução de conflitos, força física
-Faida: vingança coletiva, tomando como partida a ofença familiar. Vingança a partir de um problema a um próximo.
-Ordália: Tinha a finalidade de se averiguar a inocência ou culpa do acusado, esperando pela intervenção divina que deveria intervir, favorecendo aquele que estivesse de posse da razão, resolvendo-se então o conflito.
-Juramento: o suspeito de um crime devia jurar em nome de Deus sua inocência. Tal juramento podia contar com testemunhas.
-Gridigildo: o valor da indenização paga pelo ofensor à vítima. O agressor, além de cumprir a pena, devia pagar oara indenizar a vítima. Dano moral.
CONCLUSÃO
O direito dos povos antigos, incluindo os germânicos, não possuíam legislação, uma vez que as populações não conheciam a escritura formal e suas regras de regulamentação mantinham-se e conservavam-se pela tradição, ou seja, os costumes eram transmitidos verbalmente, de uma geração para outra. Cada organização social possuía um direito único, que não se confundia com o de outras formas de associação, com seus próprios códigos, vivendo com autonomia e tendo pouco contato com outros povos (exceto nos casos de guerras), fato explicado talvez pelas longas distâncias e, também pelas características geográficas de cada lugar. A verdade dessa possibilidade é que há uma diversidade destes direitos não escritos diante de uma gama de sociedades atuantes, ocorrida dos costumes jurídicos específicos.
No Direito Germânico o sistema de verificação ainda não existia, as questões entre as pessoas eram regulamentados pela alternativa da prova. Assim, a primeira condição para que houvesse ação penal no direito germânico era a existência de dois personagens e nunca de três. Em segundo lugar, o Direito Germânico era uma maneira regulamentada de fazer guerra, ou melhor, era a forma ritual da guerra. Por fim, a interrupção da guerra ritual era o terceiro ato ou ato terminal do Direito Germânico. O vitorioso é aquele que continuar a viver à luta ou que não abandona-la. Como havia o luta de duas verdades, a confusão era decidida por um terceiro envolvimento, alheio ao debate, que pronunciará uma sentença sobre qual verdade prevaleceu. Assim sendo, não se trata de decidir qual verdade é efetivamente correta, mas sim de determinar qual verdade utilizar-se.
Conclui-se que mesmo não havendo a formalidade da escrita das “leis bárbaras” havia mecanismos que permitiam a aplicação de punições àqueles que cometiam falhas dentro das sociedades dos povos germânicos, inclusive levando em conta as posições sociais dentro dos clãs.
BIBLIOGRAFIA
Livro “História – Sociedade e Cidadania”. Autor: Alfredo Boulos Júnior Ano: 2011
Livro “Introdução Histórica ao Direito”. Autor: John Gilissen Ano: 2008
Livro “Mitologia dos Povos Germânicos” (Coleção Fundamentos) Autor: Meleiro, Maria ucilia F. Editora: Presença.
http://www.fumec.br/revistas/index.php/meritum/article/view/873/656 (acessado em 10/03/2014).
http://seminariomedieval.blogspot.com.br/2012/11/direito-germanico-e-direito-romanista.html (acessado em 05/03/2014)
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