Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR D. JOÃO VI CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS - 2014 LUCIANO GOMES TAVARES MONTEIRO – AL OF PM MOBILIDADE PENDULAR NA PMERJ: A CLASSIFICAÇÃO DE POLICIAIS MILITARES DO INTERIOR NAS UPPs Artigo Científico apresentado à Academia de Polícia Militar D. João VI como exigência curricular para aprovação no Curso de Formação de Oficiais. ORIENTADORA DE CONTEÚDO JÉSSICA MONTEIRO DA SILVA TAVARES – MESTRE Rio de Janeiro - RJ 2016 MOBILIDADE PENDULAR NA PMERJ: A CLASSIFICAÇÃO DE POLICIAIS MILITARES DO INTERIOR NAS UPPs LUCIANO GOMES TAVARES MONTEIRO – AL OF PM RESUMO Neste artigo é feita uma breve análise sobre o movimento pendular de policiais militares que residem no interior do estado do Rio de Janeiro e trabalham nas diversas UPPs localizadas na capital do estado. O objetivo desta pesquisa é conhecer as dificuldades intrínsecas a esse deslocamento, analisando seu impacto no aspecto motivacional e sua influência no desempenho das atividades desenvolvidas por esses policiais. A principal metodologia utilizada foi pesquisa de campo com a realização de entrevistas e aplicação de questionários, o que possibilitou a constatação da influência negativa que a distância do local de trabalho exerce no desempenho do trabalho policial militar. Palavras-chave: PMERJ; UPP ; movimento pendular; motivação policial. ABSTRACT In this article, a brief analysis is made of the pendular movement of military police officers who live in the interior of the state of Rio de Janeiro and work in the various UPPs located in the state capital. The objective of this research is to know the difficulties intrinsic to this displacement, analyzing its impact on the motivational aspect and its influence in the performance of the activities developed by these policemen. The main methodology used was field research with interviews and questionnaires, which made it possible to verify the negative influence that the distance from the workplace exerts on the performance of military police work. Keywords: ; PMERJ; UPP ; pendular movement; police motivation. 2 1. INTRODUÇÃO O tema a ser tratado nesta pesquisa refere-se ao movimento pendular de policiais militares que residem no interior do estado do Rio de Janeiro e são classificados 1 em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na capital. Este estudo assume a hipótese de que o fato de trabalharem distante de suas residências causa excessivo desgaste físico e mental nesses policiais, o que os afetaria no aspecto motivacional, influenciando negativamente o desempenho de suas funções durante a prestação do serviço. Além disso, pode causar alguns transtornos para a corporação, que encontra dificuldades para disponibilizar a esses policiais o suporte necessário como alimentação, transporte e alojamento. Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é analisar o desgaste físico e psicológico dos policiais militares do interior que trabalham em UPPs. Como desdobramento do objetivo geral, pretende-se também: descrever a influência desse desgaste no desempenho do serviço policial militar; entender os motivos que levam a administração a classificar na capital os policiais que moram no interior, bem como elencar os benefícios da classificação de policiais militares em unidades próximas às suas residências. A relevância do tema se dá devido ao fato de que o serviço policial militar é de extrema importância no atual Estado Democrático de Direito, por conseguinte se faz necessário compreender as dificuldades enfrentadas pelos profissionais que prestam esse serviço buscando soluções e melhorias nas condições de trabalho deles, acreditando-se que essas melhorias possam refletir positivamente no serviço dispensado à população. A relevância se dá ainda devido ao fato de não terem sido encontradas pesquisas sistemáticas anteriores que explorem esse aspecto. Para investigar o tema proposto e compreendê-lo de maneira mais aprofundada foram utilizadas informações da PM/1 2 e da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), bem como entrevistas com policiais por meio de aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas, constituindo-se também em uma proposta metodológica para coleta de informações, conforme os objetivos da pesquisa e seu desdobramento. 1 A expressão "classificação" é usada formalmente na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro para definir o que popularmente é conhecido como lotação. Indica a unidade na qual o militar serve. 2 PM/1 é a seção do Estado Maior da PMERJ responsável por controlar todo efetivo, está ligada diretamente ao comandante geral da corporação. 3 2. ASPECTOS CONCEITUAIS DOS MOVIMENTOS PENDULARES E AS PARTICULARIDADES DA POLÍCIA MILITAR O deslocamento frequente realizado por esses policiais constitui o chamado movimento pendular definido por Silva (2012, p. 97) como “aquele que ocorre para fins de trabalho ou estudo com retorno ao município de origem”, diferente do termo migração que implica mudança de residência. Esse tipo de deslocamento populacional recebe esse nome, pois se associa ao pêndulo, objeto que se move de um lado para o outro periodicamente (TAVARES, 2016). Para Jardim (2011), a mobilidade pendular: Envolve distintas dimensões e diversas práticas cotidianas da população no território referentes à mudança de lugar. Neste sentido, refere-se aos percursos entre o domicílio e o lugar de trabalho, medidos em termos de tempo e espaço, que pode variar de uma hora ou mais, um dia de trabalho, uma semana ou um mês, mas também envolve vários meses (migrações sazonais) ou mudança de residência sem retornar ao mesmo lugar (migrações) (JARDIM, 2011, p. 62). A maior parte desses deslocamentos ocorre por motivos econômicos e laborais. De acordo com Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, 11,8% da população ocupada (10,1 milhões em números absolutos), trabalhavam em município diferente ao de sua residência, ou seja, realizavam movimento pendular para trabalho. Em todo estado do Rio de Janeiro, esse número é de 1.219.499. Santos Júnior et al. (2005), relatam que a atração que motiva o indivíduo a se deslocar pelo espaço, pode ter caráter político, religioso, natural, cultural ou econômico. No caso da polícia militar, esse deslocamento, por vezes, é uma exigência laboral, intrínseca ao exercício da profissão. Diferente do que ocorre com a maioria dos trabalhadores pendulares, que aceitam ir para outros municípios em busca de emprego, o policial militar não tem escolha, ele é obrigado a trabalhar em qualquer município do Rio de Janeiro, uma que vez que a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) é uma corporação de âmbito estadual. Por mais que ele queira trabalhar próximo a sua residência, isso pode ser-lhe tolhido mediante a necessidade da corporação, como é o caso do que vem ocorrendo com a questão das UPPs que será abordado mais adiante. A PMERJ, assim como as demais Polícias Militares do Brasil tem como missão precípua, de acordo com o parágrafo 5º do artigo 144 da Constituição Federal, a preservação da ordem pública e o policiamento ostensivo. É uma instituição que tem suas bases pautadas 4 na hierarquia e disciplina, os seus membros compõem uma categoria especial de agentes públicos, denominados militares estaduais quesão sujeitos a um estatuto próprio, o Estatuto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (EPMERJ). Os militares estaduais têm algumas prerrogativas e obrigações próprias, diferente dos demais agentes públicos. Os policias militares estão também sujeitos a um regulamento disciplinar extremamente rígido, o Regulamento Disciplinar da Policia Militar do Rio de Janeiro (RDPMERJ), e ao Código Penal Militar, que é uma norma penal específica voltada para a vida castrense. Essa breve apresentação da Polícia Militar foi feita para demonstrar as suas peculiaridades, que fazem do Policial Militar um agente público especial, garantindo-lhe algumas prerrogativas como aposentadoria especial e algumas restrições como a vedação do direito de greve. Dessa forma, há pouca flexibilidade quanto à opção do local de trabalho para o Policial Militar, estando ele obrigado a servir na organização policial militar (OPM) que for designado de acordo com a necessidade da corporação. Este é o cerne da problemática deste trabalho: por vezes, o policial militar é classificado numa OPM muito distante de sua residência o que traz diversas dificuldades tanto para ele quanto para a Corporação. O advento das UPPs ocasionou uma maior demanda de policias na capital concorrendo para um aumento desse fenômeno, uma vez que os policiais recém-formados foram sendo sistematicamente classificados nas UPPs, sem levar em conta seu local de residência, o que contribuiu para a formação de um cenário que é o objeto de estudo deste trabalho, ou seja, um grande número de policiais que trabalham longe do seu local de moradia. A maior parte desse público é formada por policiais de UPPs que residem em municípios do interior. Segundo dados obtidos junto à PM/1 e P/1 3 da CPP, a PMERJ, no ano de 2016, conta com um efetivo total de 45.164 policiais na ativa distribuídos por todo estado, sendo a maioria deles classificados na região metropolitana. Apenas nas UPPs, são mais de 9.000, parte do efetivo das UPPs reside em cidades do interior do estado, alguns chegam a viajar mais de 400 quilômetros até quatro vezes por semana, dependendo da escala, para chegarem até seu local de trabalho. O policial militar do interior classificado na capital, sobretudo nas UPPs, enfrenta muitas dificuldades como, por exemplo, não estar habituado à realidade violenta da capital, o desconhecimento da geografia local e longas viagens no deslocamento até o local de trabalho. 3 A P/1 está para a OPM como a PM/1 está para a PMERJ. A P/1 é o setor de uma OPM que é responsável pelo controle do efetivo e confecção de escalas. Equipara-se ao setor de pessoal de uma empresa privada. 5 É presumível que todas essas dificuldades tragam reflexos negativos no desempenho do serviço, pois se acredita que a soma desses fatores concorrem para a desmotivação do policial. De acordo com Bossi (2011), a motivação é um fator importante para o bom desenvolvimento do trabalho. Segundo ela: "motivação para o trabalho é um estado psicológico de disposição, interesse ou vontade de perseguir ou realizar uma tarefa ou meta. Dizer que uma pessoa está motivada para o trabalho significa que esta pessoa apresenta disposição favorável ou positiva para realizá-lo" (BOSSI, 2011, p.1). Estando o policial disposto a realizar o trabalho, ele será muito melhor aproveitado. Entre 2005 e 2007, três pesquisadoras da Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) coordenaram uma pesquisa de campo sobre as condições de trabalho e qualidade de vida dos policiais militares da PMERJ que deu origem ao livro Missão prevenir e proteger. Na obra as autoras sugerem mudanças no trabalho policial, mostrando o lado humano do trabalhador policial militar. O resultado da pesquisa, em sua essência, humaniza o „trabalhador policial militar‟ quando expõe sua condição de trabalho, saúde, risco e qualidade de vida. Derruba o mito do militar superior ao tempo e às adversidades que o meio ambiente lhe impõe. Mostra que, estabelecendo a „missão‟ como meta a ser atingida a „qualquer preço‟, distorce a realidade e nos faz esquecer que estamos tratando de pessoas. São trabalhadores – pais, mães, filhos e filhas – pagos para executar um serviço, como qualquer outro em qualquer lugar do país: o trabalho de prevenir e proteger outras pessoas. Na verdade, de nos proteger (MINAYO et al., 2008, p.12). Sendo assim, não se pode descartar a questão da motivação e das condições de trabalho, saúde e qualidade de vida dos policiais militares, dada a importância desses temas e seus reflexos sobre essa categoria de agentes públicos que exercem uma função de extrema relevância para a sociedade como um todo. 3. A QUESTÃO POLICIAL NA CAPITAL DO ESTADO: O SURGIMENTO DAS UPPs E A DEMANDA POR NOVOS POLICIAIS O Rio de Janeiro é uma das principais capitais do Brasil, com características particulares que a tornam especial. Famosa pelas suas belas praias e pontos turísticos encantadores com fama internacional, essa metrópole também é assolada de forma especial pelo tráfico de drogas que se tornou um dos maiores desafios para os governos atuais. A geografia do Rio de Janeiro, formada por morros e praias distribuídos entre duas baías, criam um espaço geográfico único que associado ao crescimento urbano desordenado e 6 sem planejamento, favoreceu a formação de favelas 4 que são áreas com habitações precárias, sem serviços públicos regulares. A ausência do poder público nessas áreas fez com que as favelas se tornassem verdadeiros redutos dos narcotraficantes que passaram a exercer o domínio territorial desses locais. Divididos em facções, os traficantes de drogas recorrem ao poder das armas para proteger seus territórios. No final do ano de 2008 o governo estadual deu início a um programa de segurança pública que foi elaborado com base nos princípios de polícia de proximidade (UPP-RJ, 2016). Surgem assim as UPPs, cujo principal objetivo seria a retomada dos territórios que vinham sendo dominados por narcotraficantes. À medida que esse programa foi avançando, novas UPPs foram sendo instaladas nas favelas do Rio, o que demandava grande parte do efetivo. Essa expansão das UPPs contribuiu de forma significativa para o aumento de policiais do interior classificados na capital, sobretudo a partir de 2010, época em que a política estadual de pacificação das comunidades na cidade do Rio de Janeiro se intensificou. Cabe ressaltar que, desde o seu início, o programa previa que as UPPs deveriam ter seus quadros compostos por policiais recém-formados, o que mais tarde foi ratificado pelo decreto 42.787 de 06 de janeiro de 2011 que dispõe sobre a implantação, estrutura, atuação e funcionamento das UPPs. Neste decreto está previsto que os policiais que fossem integrar o efetivo das UPPs deveriam ser recém-formados: “Art. 6º § 2º - Os policiais militares classificados nas unidades de polícia pacificadora deverão ter formação especial, com ênfase em Direitos Humanos e na doutrina de Polícia Comunitária, e os soldados deverão, obrigatoriamente, ser policiais militares recém-formados.” (grifo nosso) Assim, visando atender as demandas das UPPs, quase todos os soldados que se formam são classificados em UPPs, inclusive os policiais que residem em cidades do interior. O Centro de Segurança e Cidadania (CESeC) elaborou um projeto de pesquisa que analisou algumas questões relacionadas ao trabalho do policial nas UPPs. A pesquisa foi desenvolvida em três fases, nos anos de 2010, 2012 e 2014. Em 2014, foi feito um levantamento, por meio da aplicação de questionário, que abrangeu 2002 policiais de 36 UPPs, dentre os resultados,destaca-se as respostas dadas para a pergunta “Motivos para preferir outro tipo de policiamento, fora da UPP”, o principal motivo eleito pelos policiais 4 O IBGE (2010) classifica favela como aglomerado subnormal, dando a seguinte definição: um conjunto constituído por 51 ou mais unidades habitacionais caracterizadas por ausência de título de propriedade e pelo menos uma das seguintes características: irregularidade das vias de circulação e do tamanho e forma dos lotes; carência de serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública). 7 entrevistados (24,2%) foi “Ficaria mais perto de casa”, conforme pode ser constatado no gráfico abaixo. Esse dado demonstra que a distância entre o local de moradia e o local de trabalho é crucial para a satisfação do policial. Cabe ressaltar que a pesquisa em tela foi realizada, de forma aleatória, sem levar em conta o local de residência dos policiais, ou seja, vários participantes, a maioria, provavelmente, residia na região metropolitana e sinalizaram a insatisfação com essa distância. Se os policiais que moram na região metropolitana se dizem insatisfeitos com a distância entre o local de trabalho e sua casa, acredita-se que aqueles que moram no interior, sejam ainda mais assolados por essa dificuldade, o que será verificado mais adiante quando da análise dos resultados dos questionários que serviram de base para este artigo. Figura 1: Motivos para preferir outro tipo de policiamento, fora da UPP, conforme pesquisa realizada pelo CESeC Fonte: CESeC. 8 4. ANÁLISE DE RESULTADOS: POLICIAIS MILITARES RESIDENTES NO INTERIOR QUE EXERCEM SUAS ATIVIDADES NAS UPPs A presente seção tem como escopo apresentar os resultados obtidos por meio de questionários com perguntas abertas e fechadas que foram aplicados a policiais militares do interior que exercem suas atividades nas diversas UPPs na capital do estado. Os entrevistados tiveram suas identidades preservadas, o que os deixou mais a vontade para se expressarem de forma sincera. De acordo com a P/1 da CPP, o número de policiais residentes no interior que trabalham nas UPPs é exatamente 1.700. Ainda de acordo com a P/1, o programa de polícia pacificadora conta com um efetivo atual de 9.034 policiais. O questionário foi elaborado com a utilização da ferramenta “Google Forms” e enviado virtualmente por meio de e-mail, de maneira aleatória a diversos policiais que residem no interior e trabalham em UPPs. Ao todo, 50 policiais participaram da pesquisa, respondendo aos questionários. Todos são soldados, sendo 90% do sexo masculino e 10% do sexo feminino. Cabe ressaltar que este é um estudo exploratório que utilizou amostra não probabilística, com uso de voluntários. Segundo Curwin e Slater (1991 apud Oliveira, 2001, p.6), "uma pesquisa com amostragem não probabilística bem conduzida pode produzir resultados satisfatórios mais rápidos e com menor custo que uma pesquisa com amostragem probabilística". Optou-se pelo uso da amostragem não probabilística pela necessidade de maior facilidade operacional, limitação de tempo e recursos, além de seu uso ser favorável por se tratar de uma população homogênea. Foram selecionadas 19 perguntas abrangendo os seguintes temas: perfil dos policiais, condições de trabalho, grau de satisfação, anseios, entre outros. Os resultados apresentados a seguir referem-se às respostas obtidas. 4.1 PERFIL DOS POLICIAIS Com objetivo de melhor conhecer o perfil dos policias, foi perguntado sobre o tempo de serviço na PMERJ. Verificou-se que 80% pertencem à corporação há mais de dois anos, o que é importante para mostrar que a maior parte dos policiais ouvidos possui certa experiência e puderam responder as perguntas com propriedade. 9 Figura 2: Tempo de serviço na PMERJ Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. Com objetivo de conhecer a faixa etária dos policias entrevistados, foi perguntado a idade dos entrevistados com cinco opções de respostas. Constatou-se que quase metade dos entrevistados (48%) se encontra na faixa etária entre 31 e 35 anos de idade. Figura 3: Faixa etária Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. Ainda no intuito de conhecer dados da vida pessoal dos policias ouvidos, foi perguntado a respeito da prole, se tinha filhos (as). Foi constado que 50% do público tem pelo menos um filho(a). 10 Figura 4: Número de filhos Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. Complementando a pergunta anterior, de forma a entender o perfil familiar dos entrevistados, foi feita uma pergunta sobre o estado civil, o que possibilitou a verificação de que mais da metade dos participantes da pesquisa (58%) são casados. Cabe ressaltar que esse número pode ser maior, uma vez que dos 10% responderam “outros”, podem estar se referindo a alguma forma de matrimônio informal, ou seja, moram com o cônjuge sem estar casado civilmente. Figura 5: Estado Civil Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. 11 4.2 DIFICULDADES NO DESLOCAMENTO ENTRE A RESIDÊNCIA E A OPM Com o fito de investigar melhor as dificuldades enfrentadas pelos policias, foi questionado a cerca da distância entre a sua residência e a OPM de trabalho. Apenas 4% percorre uma distância menor que 100 km, ao passo que 40% viajam mais de 300 km. Figura 6: Distância entre a residência e a OPM Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. Ainda sobre o deslocamento, foi perguntado a respeito do tempo gasto nas viagens até os locais de trabalho. Percebe-se que apenas 16% dos entrevistados gastam menos que 2h nas viagens e que alguns (20%) chegam a gastar mais de 6h durante as viagens. Vale salientar que esses 20% gastam, em cada plantão, considerando uma viagem de ida e uma de volta, mais de 12h o que pode equivaler a um turno de serviço dependendo da escala do policial. Figura 7: Tempo de deslocamento entre a residência e a OPM Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. 12 Encerrando as perguntas sobre o deslocamento, foi questionado a cerca do gasto mensal despendido. Constatou-se que 78% gastam mais de R$ 300,00 por mês e que 30% chegam a gastar mais de R$ 600,00 mensalmente. Valor que poderia ser utilizado para outras finalidades como estudo, aperfeiçoamento, lazer, entre outros, o que proporcionaria uma melhor qualidade de vida para o policial. Figura 8: Gasto mensal com o deslocamento Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. 4.3 EXPECTATIVAS QUANTO AO LOCAL DE TRABALHO Ao serem indagados quanto à expectativa após a conclusão do curso de formação, se sabiam que iriam trabalhar na capital depois de formado, quase a totalidade do universo entrevistado (98%) afirmaram que sabiam ou pelo menos reconheciam a possibilidade. Figura 9: Expectativa de trabalhar na capital Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. 13 Contrastando com o que foi verificado no gráfico acima (figura 9), quase todos os entrevistados (96%) responderam "sim" quando foram indagados se gostariam de trabalhar na OPM de sua residência. O que pode demostrar que os candidatos do interior, quando se inscrevem no concurso para o Curso de Formação de Soldados (CFSd) têm ciência da possibilidade de trabalhar na capital, mas preferem trabalhar perto de suas residências. Figura 10: Desejo de trabalhar próximo àresidência Fonte: Questionários aplicados. Elaboração própria. 4.4 ANÁLISE DAS RESPOSTAS ABERTAS Foi pedido aos entrevistados que citassem algumas vantagens de trabalhar na OPM em que estavam atualmente. Foram sugeridas algumas opções de resposta como escala, gratificação, amigos, entre outras. Dos policiais participantes, 26% disseram que não notaram nenhuma vantagem de trabalhar na OPM em que estavam. Os outros 74% identificaram uma ou mais vantagens dentre as sugestionadas na pergunta, com exceção de um participante que disse: “Tenho bons amigos e uma ótima administração da minha UPP.” Destaca-se como resposta negativa a seguinte: “Nenhuma vantagem, é horrível! Fica distante de casa, sem estrutura.” Em uma pergunta totalmente aberta, na qual foi solicitado para citar uma ou mais desvantagens de trabalhar na OPM onde trabalham, as respostas foram bem variadas com destaque para o deslocamento (distância, tempo e custo). Outras desvantagens elencadas pelos 14 policiais ouvidos foram, escassez de passes BPRv 5 , local de trabalho de difícil acesso, condições de trabalho, periculosidade, escala e extras nas folgas. Diferente do que o correu na pergunta anterior, quanto às vantagens, aqui nenhum participante respondeu que não tinha nenhuma desvantagem. Para exemplificar, foi dado destaque para uma resposta que representa bem o conjunto de respostas dadas: “Demasiado gasto com alimentação e transporte, desgaste físico e psicológico devido ao trajeto, risco elevado no deslocamento vez que estou desarmado, mais de 12 horas gastas na estrada a cada folga. Alojamentos ruins.” Foi questionado aos participantes o motivo pelo qual eles não mudaram sua residência para a capital, tendo em vista seu local de trabalho. As respostas apontaram fatores como inviabilidade financeira (custo com aluguel, custo de vida, etc), dificuldade de trazer a família para a capital, cônjuge com emprego público no município de origem, perda de qualidade de vida, risco de vida e agitação urbana. Foi dado destaque para duas respostas que reúnem quase todos os motivos apontados pelos demais participantes: “Minha esposa tem emprego perto de casa, casa própria, filhos estudando em boas escolas e familiares que ajudam a olhar meus filhos enquanto trabalho, sem comentar que meus filhos brincam sem problemas em qualquer lugar do meu bairro, minhas janelas dormem abertas durante o verão...” “Pelo gasto que teria com aluguel, pela periculosidade da capital onde iria expor toda a minha família e quebrar toda tranquilidade que tenho no interior para criar meus filhos, e pela qualidade de vida que no interior tem se mostrado melhor para policiais e para população, ou seja, sensação de segurança onde fui nascido e criado é melhor!” A última pergunta teve o intuito de saber a opinião do policial militar a respeito da qualidade do serviço prestado por ele, caso trabalhasse próximo à sua residência, se seria melhor e o porquê da resposta dada. Apenas 12% dos participantes disseram que essa questão não interfere na forma como desempenha seu trabalho como podemos ver na reposta abaixo: “Não, procuro desenvolver meu trabalho da melhor maneira possível em qualquer lugar.” Porém, a maior parte deles (88%) respondeu no sentido de que se trabalhasse próximo da sua residência, desempenhariam melhor suas funções. Os motivos alegados foram bem variados, como: maior tempo de descanso, apoio familiar, qualidade de vida, maior motivação, menos gastos, vínculo com a população local, conhecimento da geografia local e 5 Esses passes são disponibilizados à PMERJ por meio do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), pela Autoviação 1001 Ltda, como forma de cortesia. 15 maior disposição. Para demonstrar as alegações dos policiais foram escolhidas algumas respostas que melhor contemplam os argumentos citados: “Com certeza, o desempenho no serviço seria impulsionado pelo fato de que estaria protegendo minha própria cidade. Chegaria no serviço menos desgastado e com isso teria um melhor rendimento e atenção (o que é vital na atividade policial). Teria mais tempo para me capacitar em coisas que me ajudariam na profissão como fazer lutas, esportes e etc. Teria menos gastos com alimentação e transporte, o que acarretaria em mais investimento na qualidade de vida (saúde) e equipamento pessoal para o serviço.” “Sim, porque não iria passar todo o serviço me arrastando de sono e cansaço, teria uma qualidade de vida melhor, pois não iria depender de caronas para ir pra casa e aproveitando melhor meus dias de folga, coisa que sem dúvida refletiria numa melhor prestação de serviços à população.” “Com certeza, são vários os motivos, o principal deles e que teria muito mais tempo para estar com a família e isso certamente refletiria no trabalho, além de conhecer a geografia dos lugares do interior.” 4.5 ENTREVISTA COM COMANDANTES DE UPP Com o objetivo de alcançar um melhor entendimento sobre o fenômeno pesquisado neste artigo, buscando uma visão imparcial do assunto, assim como um ponto de vista com interesses diferentes (e talvez até antagônicos) dos policiais que responderam aos questionários, foi realizada entrevistas com dois majores da PMERJ, um que exerce função de comandante de UPP há aproximadamente dois anos e outro que já exerceu a função por dois anos e meio. Na entrevista foram levantadas questões como a percepção que os comandantes têm do policial do interior que trabalha na UPP e uma possível regionalização do concurso para soldado: Pesquisador: Baseado na própria experiência, e na troca de informações com outros comandantes de UPPs, qual a percepção do senhor em relação aos policiais que residem no interior e trabalham em UPPs? Seria possível afirmar que esses policiais causam mais transtorno para administração? O senhor acredita que seria melhor para o policial, para a PMERJ e consequentemente para a sociedade que esses policiais (do interior) fossem classificados nas OPMs de suas residências? E quanto a realização de concursos regionalizados para o CFSd, qual sua opinião? 16 1º Entrevistado: “Há uma percepção geral de que os policiais do interior são desmotivados e pouco profissionais. Efetivamente, grande parte deles não têm qualquer iniciativa ou proatividade, se limitando a fazer estritamente o que lhes é determinado, procuram artifícios para se esquivarem do serviço. Tal é um problema comum e generalizado vivido pelos comandantes de UPP. Com essas posturas, esses policiais trazem muitos contratempos e imbróglios administrativos, tais como todo o processamento e julgamento de DRDs 6 , instauração de conselhos disciplinares 7 , recorrentes e infinitas submissões a juntas de saúde, sobrecarregando o sistema de saúde da corporação, interposição de ações judiciais questionando atos administrativos legítimos etc... Nitidamente os policiais do interior trazem mais transtornos para a administração do que os policiais da capital. Acredito que a classificação na OPM de residência seria melhor unicamente sob o ponto de vista pessoal dos próprios policiais. O melhor para a instituição e, consequentemente, para a sociedade é que ele seja lotado onde haja a necessidade de sua aplicação, conforme insculpido no Estatuto da Corporação. Uma vez ingressando no serviço público, o cidadão deve se adequar às necessidades públicas e não o contrário. Quanto à regionalização, creio que seja algo totalmente prejudicial à nossa organização e necessidade, tendo em vista a natureza estadual do concurso. Isso seria uma impossibilidade técnica para a corporação.”2º Entrevistado: “Tem alguns transtornos como: adequação de escala, uma vez que a escala 12hX24h 12hX48h, que é a escala padrão da PMERJ, não seria possível para esses policiais porque iria extenuar muito o trabalho deles, a maioria deles moram a uma distância muito longa que exige um bom tempo para o deslocamento, alguns tem que sair de casa um dia antes do serviço. Cheguei a adotar a escala de 12hX60h, mas essa escala demanda um maior efetivo para manter a quantidade de policiais escaldos por dia e eu não consegui suportar essa escala por muito tempo, aí eu colocava todos na 24hX72h; tem também a questão de alojamentos que tem que ser providenciados para esses policiais; outra dificuldade era para escala-los no RAS, tínhamos que escalar na primeira folga; temos também, a questão motivacional que é mais difícil de ser trabalhada com esse público. Os transtornos são inúmeros, eles geram mais transtornos que soluções. Mas já trabalhei com policiais do interior fantásticos, que eram comprometidos, abnegados, porém alguns se valiam desse empecilho da distância como desculpa para tudo. Era difícil, a gente tinha que administrar esses problemas, mas eu tinha em mente que esses problemas não eram causados pelos policiais, pois a PMERJ é que deveria classifica-los próximo a suas residências. Quanto à regionalização do concurso, concordo plenamente, acho que ideia deve ser essa mesmo, eu sou até a favor da municipalização do efetivo, embora eu saiba que isso seria complicado para a corporação que precisa movimentar seu efetivo de acordo com necessidade do serviço. Esse viés, da regionalização do efetivo, atende a filosofia de Polícia Comunitária que tem que ser adotada por toda a corporação, não tem muito que fugir disso. A PMERJ até tentou realizar concursos regionalizados né, mas não deu certo 6 Documento de razões de defesa. É um meio sumário, formal e legal pelo qual o policial militar se defende de alguma falta disciplinar que lhe esteja sendo imputada, garantindo assim, a ampla defesa e o contraditório. 7 Trata-se de um processo administrativo disciplinar, ao qual o policial é submetido para avaliar se ele deve ou não permanecer no quadro da corporação. 17 devido à criação das UPPs, o que demandou grande efetivo. Acho que isso é o certo a ser feito, esses policiais que trabalham longe de suas casas, sofrem muito e causam muita dor de cabeça para a gente administrar tudo isso.” Fazendo uma análise comparativa entre as respostas dos dois majores é possível notar que apesar de divergirem bastante, os dois entrevistados concordam no sentido de que o policial do interior, de fato, causa muitos transtornos para administração. O primeiro entrevistado atribui esse fato, única e exclusivamente, ao policial. Já o segundo entrevistado se mostra mais sensível à questão e entende que esses problemas não são apenas por causa do policial, mas também, e principalmente, da corporação que deveria tomar providências para que esses policiais trabalhassem próximos às suas residências. 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Analisando o que foi pesquisado sobre o movimento pendular que os policiais militares do interior realizam para se deslocarem até seus locais de trabalho, é possível concluir que esse deslocamento é um fator importante no que tange, não só o aspecto motivacional, mas também na forma como o policial desempenha seu trabalho, uma vez que este está diretamente relacionado àquele. Por meio das entrevistas realizadas, foi possível elencar os principais problemas que atingem o público pesquisado, a saber: distância (longas viagens e gasto excessivos com o deslocamento), o local de trabalho em si (por se tratar de uma realidade totalmente diversa daquela a que o policial está habituado), escala de serviço inadequada e estrutura de apoio (alojamentos, armários, etc.) aquém do necessário. Através dos relatos obtidos, evidenciou-se que a hipótese assumida nesse estudo é verdadeira, ou seja, todas essas dificuldades intrínsecas a mobilidade pendular realizada por esses policiais, contribuem para torná-los desmotivados, afetando diretamente o serviço por eles prestado. Analisando as entrevistas com os majores comandantes de UPPs, pode-se concluir que, realmente, os policias do interior trazem mais transtornos para a administração. Acredita- se que esse fato não pode ser atribuído única e exclusivamente ao policial militar, tendo vista todas as dificuldades enfrentadas por ele, que foram esplanadas. Em pesquisas futuras, pretende-se investigar a conduta e o desempenho de policias do interior que trabalham próximo de sua residência, mas que outrora trabalhavam em UPPs, ouvindo os policiais e seus comandantes para comparar o com os resultados obtidos nessa pesquisa. 18 Sabe-se que a PMERJ é uma corporação militar de âmbito estadual e possui necessidades diferentes de qualquer outro órgão, porém é perceptível que a classificação de policiais militares em locais muito distantes de suas residências é prejudicial para o policial, para corporação e principalmente para a sociedade que recebe os serviços prestados pela PMERJ. Diante de tudo que foi analisado neste estudo, acredita-se que possíveis soluções ou amenização para os problemas apresentados seriam a alteração do regulamento de movimentações, vedando a transferência de praças entre CPAs, salvo a pedido; e a realização de concursos para o CFSd regionalizados por CPA 8 . Como cada CPA possui pelo menos quatro batalhões, a instituição seria capaz de proporcionar melhores condições de trabalho para o policial sem ter seu efetivo totalmente “engessado”, o que seria um fator positivo, pois policiais com melhores condições trabalho são mais motivados e prestam um melhor serviço para a população. 8 Comando de Policiamento de Área, é uma divisão territorial adotada pela PMERJ que dividido o estado em seis CPAs, o 6º CPA por exemplo, é responsável pela região Norte-noroeste compreendendo as áreas dos seguintes batalhões: 8º BPM (Campos dos Goytacazes), 29º BPM (Itaperuna), 32º BPM (Macaé) e 36º BPM (Santo Antônio de Pádua). 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BOSSI, Aline. Motivação para o trabalho. 2011. Disponível em: <http://alinebossi.com/2011/07/26/motivacao-para-o-trabalho/>. Acesso em: 15 nov. 2016. CENTRO DE ESTUDOS DE SEGURANÇA E CIDADANIA (CESeC). Unidades de polícia pacificadora (UPPs): o que pensam os policiais. 2016. Disponível em: < http://www.ucamcesec.com.br/projeto/unidades-de-policia-pacificadora-o-que-pensam-os- policiais/> . Acesso em: 18 nov. 2016 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA). Censo Demográfico 2010. Banco de Dados Agregados. Tabela 3602. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=3602&z=cd&o=16>. Acesso em 14 nov. 2016. ______. Aglomerados Subnormais Informações Territoriais. DGC/CGEO, DGC/CETE, DPE/COPIS, COC/CNEFE. 2010. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000015164811202013480 105748802.pdf>. Acesso em 14 nov.2016 JARDIM, Antonio de Ponte. Movimentos pendulares: Reflexões sobre a mobilidade pendular. In: Reflexões sobre os deslocamentos populacionais no Brasil. OLIVEIRA, Luiz Antonio Pinto de; OLIVEIRA, Antônio Tadeu Ribeiro de (Orgs.). IBGE. Estudos e Análises, nº1. 2011. p. 58-70. MINAYO, Maria Cecília de Souza; SOUZA,Edinilsa Ramos de; CONSTANTINO, Patrícia (Coords.) Missão Prevenir e Proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008. OLIVEIRA, Tânia Modesto Veludo de. Amostragem não Probabilística: Adequação de Situações para uso e Limitações de amostras por Conveniência, Julgamento e Quotas. In: Administração On Line Prática - Pesquisa - Ensino. Volume 2 - Número 3, julho/agosto/setembro, 2001. ISSN 1517-7912. RIO DE JANEIRO (Estado). Decreto n. 42.787, de 06 de janeiro de 2011. Dispõe sobre a implantação, estrutura, atuação e funcionamento das unidades de polícia pacificadora (UPP) no estado do rio de janeiro e dá outras providências. Disponível em: <http://arquivos.proderj.rj.gov.br/isp_imagens/Uploads/DecretoSeseg42.787Upp.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2016. SANTOS JÚNIOR, E. da R. dos; MENEZES FILHO; N. A.; FERREIRA, P. C. G.. Migração, Seleção e Diferenças Regionais de Renda no Brasil. Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v. 35, n.3, p. 299-331, 2005. 20 SILVA, Érica Tavares. Estrutura urbana e mobilidade espacial nas metrópoles. Rio de Janeiro: Letra capital, 2012. TAVARES. Jéssica Monteiro da Silva. Movimentos Pendulares de Estudantes na Região Norte Fluminense. 2016. 110f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal Fluminense (UFF), Campos dos Goytacazes/RJ, 2016. UNIDADE DE POLÍCIA PACIFICADORA (UPP). Governo do Rio de Janeiro. Site oficial. 2016. O que é? Disponível em: <http://www.upprj.com/index.php/o_que_e_upp>. Acesso em: 15 nov. 2016. 21 APÊNDICE Questionário aplicado aos Policiais Militares. 22 APM D. JOÃO VI CFO Trabalho de Conclusão de Curso " Mobilidade pendular na PMERJ: a classificação de policiais militares do interior nas UPPs" Prezado (a) policial, este questionário tem o objetivo de fazer um levantamento de dados sobre alguns aspectos de vida dos policias militares que residem no interior do estado do Rio de Janeiro e trabalham na capital. Precisamos de sua colaboração para que possamos fazer uma análise sobre esse deslocamento populacional. Os policiais não serão identificados nos resultados da pesquisa. 1. Qual é a sua graduação? ( ) Soldado ( ) Cabo ( ) Sargento ( ) Subtenente 2. Qual é o seu sexo? ( ) Masculino ( ) Feminino 3. Qual é a sua idade? ( ) Até 20 anos. ( ) Entre 21 e 25 anos. ( ) Entre 26 e 30 anos. ( ) Entre 31 e 35 anos. ( ) Mais que 36 anos. 4. Qual é o seu estado civil? ( ) Solteiro(a). ( ) Casado(a). ( ) Divorciado(a), desquitado(a), separado(a). ( ) Viúvo(a). ( ) Outro: ____________________________ 23 5. Você tem filhos (as)? ( ) Não tenho. ( ) 1 filho(a). ( ) 2 filhos(as). ( ) 3 ou mais filhos(as). 6. Em que unidade da PMERJ você está lotado (a) /classificado (a) atualmente? __________________________________________ 7. Há quanto tempo você está na PMERJ? ( ) Há menos de 1 ano. ( ) Entre 1 e 2 anos. ( ) Entre 2 e 3 anos. ( ) Entre 3 e 4 anos. ( ) Há mais de 4 anos. 8. Onde você realizou o seu curso de formação? ( ) CFAP. ( ) Companhia Pedagógica num Batalhão do interior do estado. ( ) Outro: __________________________________ 9. Você sabia que iria trabalhar na capital quando realizou o concurso? ( ) Sim, eu sabia. ( ) Não, eu não sabia. ( ) Sabia que existia essa possibilidade. 10. Qual a distância entre a sua residência e a sua OPM? ( ) Menos de 100 Km. ( ) Entre 100 Km e 200 Km. ( ) Entre 200 Km e 300 Km. ( ) Mais de 300 km. 11. Quanto tempo você leva para se deslocar da sua residência até o seu local de trabalho? 24 ( ) Até 2h. ( ) Entre 2h e 4h. ( ) Entre 4h e 6h. ( ) Mais de 6h. 12. Quanto você gasta, em média, mensalmente para se deslocar até o seu local de trabalho? ( ) Até R$ 100,00. ( ) Entre R$ 100,00 e R$ 200,00. ( ) Entre R$ 200,00 e R$ 300,00. ( ) Entre R$ 300,00 e R$ 400,00. ( ) Entre R$ 400,00 e R$ 600,00. ( ) Acima de R$ 600,00. 13. Cite uma ou mais vantagens de trabalhar onde você trabalha (gratificação, escala, o local em si, a função, amigos, etc). ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 14. Cite uma ou mais desvantagens de trabalhar onde você trabalha. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 15. Porque você não mudou sua residência para a capital? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 16. Você gostaria de trabalhar na OPM de sua residência? ( ) Sim. ( ) Não. 17. Você acredita que se trabalhasse próximo a sua residência, você desempenharia melhor seu trabalho? Por que? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
Compartilhar