Características dos Revestimentos Cerâmicos

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Características dos Revestimentos Cerâmicos
 
	Tanto quanto a variabilidade de tipo de obras, as quais os materiais cerâmicos para revestimento podem adequar-se, também há uma variabilidade de revestimentos cerâmicos com características físicas e químicas diferenciadas; e para realizar uma correta especificação é necessário conhecer essa características.
	
	Revista Mundo Cerâmico
	
 
ABSORÇÃO DE ÁGUA
A absorção de água é uma propriedade do corpo cerâmico e está diretamente relacionada com a porosidade da peça. Outras características como a resistência ao impacto, a resistência mecânica, a resistência ao gelo, a resistência química estão associadas com a absorção de água. Os revestimentos cerâmicos possuem uma variação de absorção de água desde absorção quase zero para porcelanatos até cerca de 20% de absorção para azulejos.
 
GRUPOS DE ABSORÇÃO DE ÁGUA
	Grupos
	Absorção de água (%)
	Ia
Ib
	0 < Abs < 0,5
0,5 < Abs < 3,0
	
	
	IIa
IIb
	3,0 < Abs < 6,0
6,0 < Abs < 10,0
	
	
	III
	Abs acima de 10,0
 
CODIFICAÇÃO DOS GRUPOS DE ABSORÇÃO DE ÁGUA EM FUNÇÃO DOS MÉTODOS DE FABRICAÇÃO
	Absorção de água (%)
	Metódos de Fabricação
	
	Extrudado (A)
	Prensado (B)
	Outros (C)
	Abs < 0,5
	AI
	BIa
	CI
	0,5 < Abs < 3,0
	
	BIb
	
	3,0 < Abs < 6,0
	AIIa
	BIIa
	CIIa
	6,0 < Abs < 10,0
	AIIb
	BIIb
	CIIb
	Abs > 10
	AIII
	BIII
	CIII
 
RESISTÊNCIA À RUPTURA
A resistência à ruptura pode ser medida de duas maneiras: pelo módulo de resistência à flexão (N/mm2 ou Kgf/cm2), que é a resistência própria do material; ou pela carga de ruptura (N ou Kgf), a qual depende do material (quanto menor a porosidade, maior a resistência à compressão) e da espessura da peça
 
RELAÇÃO ENTRE ABSORÇÃO E RESISTÊNCIA À RUPTURA
	Nomenclatura usual
	Grupo ISO
	Absorção de água
	Carga de ruptura (Kgf )
	Módulo de resistência a flexão (N/mm²)
	Porcelanato
	BIa
	0 a 0,5%
	> 130
	> 35
	Grés
	BIb
	0,5 a 3%
	> 110
	> 30
	Semi-Grés
	BIIa
	3 a 6%
	>100
	> 22
	Semi-Poroso
	BIIb
	6 a 10%
	> 80
	> 18
	Poroso
	BIII
	10 a 20%
	> 60
	> 15
	Azulejo
	BIII
	10 a 20%
	> 40
	> 15
	Azulejo Fino
	BIII
	10 a 20%
	> 20
	> 15
 
RESISTÊNCIA MECÂNICA AO IMPACTO
A resistência mecânica ao impacto refere-se àquela necessária em locais sujeitos a fortes impactos, onde se trabalha com cargas pesadas.
 
RESISTÊNCIA À ABRASÃO
A resistência à abrasão está relacionada ao desgaste superficial do material em decorrência do trânsito de pessoas e do contato com objetos. Alguns revestimentos cerâmico suportam o tráfego intenso de uma indústria sem sofrer danos, outros suportam apenas pequeno fluxo, como em banheiros residenciais. A resistência à abrasão, associada principalmente à carga de ruptura e a outras características do esmalte,vai determinar onde cada revestimento deve ser melhor aplicado. A resistência à abrasão pode ser classificada em abrasão superficial, para produtos esmaltados; e em abrasão profunda, para produtos não esmaltados.
 
RESISTÊNCIA À ABRASÃO SUPERFICIAL
	Grupo
	Resistência à abrasão
	Recomendações de uso
	Grupo 0
	Baixíssima
	Paredes
	Grupo 1 / PEI-1
	Baixa
	Banheiros Residenciais
	Grupo 2 / PEI-2
	Média
	Ambientes residenciais sem porta para fora
	Grupo 3 / PEI-3
	Média Alta
	Ambientes residenciais com porta para fora
	Grupo 4 / PEI-4
	Alta
	Ambientes públicos sem porta para fora
	Grupo 5 / PEI-5
	Altíssima e sem encardido
	Ambientes públicos com porta para fora
O grupo 5 é o único que não permite a formação de trilhas de circulação.
 
RESISTÊNCIA À ABRASÃO PROFUNDA
	Classe
	Resistência à abrasão profunda
	BIa
	Menor ou igual a 175 ( altíssima )
	BIb
	Menor ou igual a 275 ( alta )
	BIIa
	Menor ou igual a 345 ( média )
	BIIb
	Menor ou igual a 540 ( baixa )
	BIII
	( baixíssima )
 
RESISTÊNCIA AO RISCO
A resistência ao risco (dureza Mohs) é uma característica ainda sem normalização no Brasil, mas de grande importância na especificação. Existem valores que designam classes para essa característica, tomando como referência a dureza do diamante na classe Mohs. É importante frisar que todos os pisos riscam, em proporções diferentes. Pisos brilhantes têm baixa resistência ao risco, logo riscam com mais facilidade que pisos rústicos, mais resistentes neste aspecto. Assim, em áreas externas e entradas pisos rústicos são mais recomendados. Os revestimentos lisos e brilhantes são mais indicados para áreas internas, quando a sujeira do sapato já foi deixada para trás. Se especificar pisos brilhantes para entradas ter o cuidado de colocar capachos nas entradas, para reter a sujeira dos sapatos.
 
RESISTÊNCIA AO ESCORREGAMENTO
A resistência ao escorregamento indica a segurança que o usuário possui ao caminhar pela superfície, principalmente em presença de água, óleo ou qualquer outra substância. O teste ao escorregamento é medido pelo coeficiente de atrito.
 
COEFICIENTE DE ATRITO
	Valor
	Indicações
	Características Básicas das Superfícies
	< 0,4
	Desaconselhável para áreas externas
	Brilhante e Lisa
	0,4 a 0,7
	Para áreas externas em nível
	Granilhada, Esmaltada acetinada não lisa, Esmaltada fosca e não lisa; esmaltada rústica
	> 0,7
	Para áreas externas em aclive ou declive
	Rústica não esmaltada; Esmaltada especial
 
DILATAÇÃO TÉRMICA E EXPANSÃO POR UMIDADE
A expansão pode ocorrer por dilatação térmica ou por expansão por umidade. A dilatação térmica ocorre principalmente em lugares sujeitos a aquecimentos como lareiras e churrasqueiras. A expansão por umidade ocorre com maior intensidade em lugares com altos índices de umidade, como banheiros e piscinas.
O coeficiente de expansão térmica linear para revestimentos cerâmicos está entre 4x10-6 e 10x10 -6 0C -1 e a expansão por umidade tem valor máximo aceitável de 0.6mm/m.
 
GRETAMENTO
O gretamento, aparecimento de fissuras na superfície esmaltada da peça, acontece principalmente em decorrência da expansão por umidade, quando o esmalte, não acompanhando esse movimento, fissura em forma semelhante a um fio de cabelo. O gretamento não é permitido.
 
RESISTÊNCIA AO GELO
A resistência ao gelo é importante para a escolha de revestimentos em lugares onde o clima esteja sujeito a baixas temperaturas. É uma característica a que depende da absorção de água da peça; quanto mais baixa a absorção de água desta, melhor será a resistência ao gelo.
 
RESISTÊNCIA À MANCHAS
A resistência à manchas aponta a facilidade de limpeza da superfície da placa. Quanto mais lisa for a superfície da peça, mais fácil é a limpeza.
 
RESISTÊNCIA À MANCHAS
	Classe
	Resistência
	1
	Impossibilidade de remoção
	2
	Removível com ácido clorídrico, acetona
	3
	Removível com produto de limpeza forte
	4
	Removível com produto de limpeza fraco
	5
	Máxima facilidade de remoção
 
RESISTÊNCIA AO ATAQUE QUÍMICO
A resistência ao ataque químico é dividida em duas classes: a residencial, que é a resist6encia a produtos domésticos, obrigatória a toda placa; e a industrial, que é a resistência à ácidos fortes, concentrados e quentes.
 
NÍVEIS DE RESISTÊNCIA QUÍMICA
	Produto
	Concentração
	A
	B
	C
	Ácidos
e
Álcalis
	H (alta )
L (baixa )
	HA
LA
	HB
LB
	HC
LC
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Produtos domésticos
	A
	B
	C
A - alta resistência; B - média resistência; C - baixa resistência
RESISTÊNCIA AO CHUMBO E AO CÁDMIO SOLÚVEIS
A resistência ao chumbo e ao cádmio solúveis são características fundamentais para locais que guardam alimentos, ambientes esses onde o material cerâmico não deve liberar o chumbo e o cádmio em presença de ácido acético (vinagre).
 
ESTABILIDADE E DIFERENÇA DE TONALIDADE
Sobre a estabilidade e diferença de tonalidade, a ação da luz, mesmo os raios ultravioleta, não provoca perda de cor nem desbotamento da superfície cerâmica mantendo estáveis sus cor.
 
RESISTÊNCIA AO FOGO
Comparado com outros materiais de um edifício,estudos apontam os revestimentos como um dos mais resistentes (e seguros) quando submetidos ao fogo. Os revestimentos cerâmicos são a prova de fogo em qualquer temperatura. A cerâmica não queima nem propaga o fogo, e sua superfície não exala qualquer tipo de gás tóxico ou vapores durante a presença do fogo. Essa é uma característica muito importante na hora de escolher qualquer material para uma casa. Também, pelo fato de ser resistente ao fogo, o revestimento cerâmico tem sido utilizado para proporcionar excelente proteção para as estruturas dos edifícios durante o fogo.
 
HIGIENE
A superfície dos revestimentos cerâmicos não retém líquidos, não absorvem vapores, odores nem fumaça. São portanto adequados a ambientes onde a higiene é essencial.
 
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
Materiais cerâmicos são isolantes elétricos. Entretanto, eles não acumulam cargas eletrostáticas substanciais. Consequentemente, choques devido a cargas eletrostáticas ocorrem raramente dos pisos cerâmicos. Em áreas onde cargas eletrostáticas podem ameaçar a segurança de pessoas ou o bom funcionamento de equipamentos eletrônicos delicados (tais como em salas cirúrgicas de hospitais ou salas de computadores), revestimentos cerâmicos eletro-condutores anti-estática, devem ser utilizados.
 
CONDUTIVIDADE TÉRMICA
Os revestimentos cerâmicos tem um desprezível coeficiente de condutividade térmica: (0.5 a 0.9 kcal/m.h.0C ) sendo portanto um excelente isolante térmico.
 
PESO
O peso varia de acordo com o material utilizado, estando numa faixa de 10 a 15 Kg/m2 para revestimento de parede e 19 a 24 km/m2 para pisos
 
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS
 
As características geométricas são três: a ortogonalidade determina se a peça está dentro do esquadro, ou seja, s seus lados são perpendiculares e seus ângulos retos; a retitude de lados da peça determina se os lados da peça não estão curvados para dentro ou para fora; a planaridade abrange três aspectos. A curvatura central consiste no desvio vertical do centro da peça (flecha) em relação a uma diagonal da placa. A curvatura lateral é determinada pela mesma deformação da anterior, sendo constatada no(s) lado(s) da placa. O empeno caracteriza o desvio de pelo menos um vértice em relação ao plano estabelecido pelos outros três.
http://www.iau.usp.br/pesquisa/grupos/arqtema/ceramica/principal4.htm
CARACTERíSTICAS E PROPRIEDADES
 15/07/2014  Postado: Buschinelli  Cerâmica
O revestimento cerâmico possui características próprias determinadas por suas propriedades, as quais podemos destacar: 
Dureza Superficial é a resistência a risco. Todo revestimento que tiver superfície com brilho, riscará com facilidade (inclusive as importadas). Essa propriedade é diretamente ligada ao esmalte da peça e não à cor da massa. Quanto ao Local de Uso definem-se algumas condições a serem seguidas pelo usuário; caso o ambiente não se enquadre nas classificações deve-se observar características semelhantes ao tipo de tráfego, de uso e de localização, definindo-se parâmetros para a especificação do revestimento. 
Resistência à Abrasão (PEI) é uma característica de extrema importância aos revestimentos cerâmicos. Representa a resistência ao desgaste, que ocorre na superfície esmaltada, causada pelo acesso,ou melhor, pela movimentação de pessoas e objetos; serve também como indicativo do ambiente em que se deve utilizar os revestimentos. 
OBS: a sujeira trazida nos sapatos (ou pelo ar), acelera o desgaste nas vias preferenciais de circulação. PEI é uma sigla que em inglês significa (Porcelain Enamel Institute) que é o órgão idealizador desse ensaio, a tradução da sigla é Instituto de Esmalte Porcelânico. 
Resistência à Manchamento é quando indica-se a facilidade de limpeza na superfície cerâmica e em relação a Ataque Químico existem duas classes: 1) Aplicações Civis - quando são utilizadas substâncias constituídas por líquidos de uso normal, isto é, solventes orgânicos, detergentes sólidos e líquidos ou alimentos; 2) Aplicações Industriais – quando são destinados há uma avaliação criteriosa do tipo de revestimento a ser utilizado; (laticínios, frigoríficos, ácidos fortes, concentrados e quentes). De uma forma geral, não ocorrem problemas na utilização de materiais decorados e vitrificados (esmaltados) quando utilizados em habitações civis, restaurantes, hotéis onde esses líquidos são moderadamente fracos e utilizados esporadicamente. 
Resistência Mecânica à Flexão é quando podemos definir a resistência de ruptura das peças, isto é, o peso suportado por uma placa com espessura maior ou igual a 7.5mm. Em revestimentos onde o tráfego é intenso com garagens ou calçadas, é recomendável um tipo que tenha índice maior ou igual a 800N. 
Expansão por Umidade (EPU) é quanto o tamanho da peça aumenta em exposição à umidade e calor, e é medida em milímetros por metro (mm/m), normalmente ocorre em locais com altos índices de umidade e é um Fenômeno Irreversível. 
A Dilatação Térmica também é relacionada à expansão da peça quando exposta à umidade e calor porém ocorrem em locais com grande fluxo de calor e é um Fenômeno Reversível. 
Resistência à Gretagem acontece em placas esmaltadas e dependem da relação expansão/dilatação da massa. Quando na queima essa relação não é perfeita aparecem fissuras na superfície do esmalte. Essas fissuras aparecem com o decorrer do tempo. Resistência à Choque Térmico é quando o revestimento cerâmico resiste a uma variação de temperatura. No Brasil as questões sobre o clima são pouco preocupantes, como exemplo situações de Resistência ao Gelo, só precisam ser consideradas no Sul do país (em áreas externas onde podem ocorrer baixas temperaturas). 
Resistência ao Gelo é quando a água penetra na base do revestimento cerâmico e ao congelar, aumenta o volume, danificando a placa. É mais uma característica que depende praticamente de baixa absorção d’água e conseqüentemente de baixa porosidade. Absorção de Água tem como função direta a relação da porosidade, isto é, corresponde a porcentagem de água retida nos poros da base do revestimento cerâmico após a queima. É considerada uma das principais propriedades como já vimos na tabela de Grupo de Absorção, pois podemos definir (de acordo com seus grupos) a resistência mecânica dos revestimentos. Quanto maior for a resistência mecânica, menor será a absorção de água. Dentro do grupo de Absorção, se obtém baixa absorção com alta prensagem e queima com alta temperatura. 
Derrapância é medido pelo Coeficiente de Atrito, isto é, é um teste de escorregamento. Atesta a segurança do usuário ao caminhar pela superfície esmaltada, principalmente no contato com água, óleo ou qualquer outra substância. Quanto mais áspera e rugosa for a superfície da placa, maior é a resistência ao escorregamento. Obs: quanto mais rugosa for a superfície, maior será a aderência de sujeira, dificultando a limpeza. 
Características Dimensionais (ou Geométricas) são variações que ocorrem em função do processo de fabricação (prensagem e queima) do revestimento cerâmico: 
- a Ortognalidade quando é definida se a placa está ou não dentro do esquadro, isto é, podemos dizer que seus lados são perpendiculares e ângulos internos são retos; 
- a Retitude de lados é a avaliação de quando os lados da peça não estão curvados para dentro ou para fora (côncavo e convexo); - a Planaridade envolve três aspectos: 
- a-) curvatura central, constitui-se no desvio vertical do centro da peça em relação a uma diagonal da placa; 
- b-) curvatura lateral, é definida pela mesma deformação da anterior, porém observa-se nos lados da placa; 
- c-) empeno, caracteriza o desvio de pelo menos um vértice (ponta) em relação ao plano estabelecido pelos outros desvios dimensionais. Os limites de variação de tamanho das peças são definidos e agrupados em calibres.
http://www.buschinelli.com.br/orientacao/ceramica/caracteristicas-e-propriedades/15