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OTITE MÉDIA FONOAUDIOLOGIA

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OTITE MÉDIA
	É uma inflamação da orelha média que pode envolver outros três espaços também: mastoide, ápice petroso e células perilabirínticas.
	A orelha média ou cavidade timpânica consiste em um espaço oco no osso temporal, preenchido por ar, que vai da membrana timpânica à orelha interna. Dentro dessa cavidade existem três ossículos articulados entre si: martelo, bigorna e estribo, além da tuba auditiva. 
A função da orelha média é transmitir o som da membrana timpânica para a orelha interna: as ondas sonoras movem a membrana timpânica e esta move os ossículos que conduzem as vibrações para a orelha interna.
Estudos mostram que 2 ̸ 3 das crianças de 1 ano tiveram pelo menos 1 episódio de otite. Já aos 7 anos 75% teve 3 ou mais ocorrências. Os picos de incidência se dão aos 6 e 11 meses ̸ 4 e 5 anos. Geralmente no sexo masculino.
A otite média possui condições agudas e crônicas; todas envolvendo inflamação da membrana timpânica e, geralmente, associadas com o aparecimento de fluído no espaço atrás do tímpano que costumam ocorrer durante ou depois de uma gripe, resfriado, infecção na garganta ou doença respiratória que prejudicam o funcionamento da tuba auditiva, consequentemente há o acúmulo de líquidos facilitando a infecção das bactérias.
A otite média aguda é a inflamação e o acúmulo de líquido na orelha média. A falta de drenagem de líquido favorece a colonização do mesmo por bactérias, levando à infecção e aumento da pressão da orelha média. Mesmo sem tratamento, a otite média aguda tende à cura com a restituição total do órgão. Esta cura espontânea pode ocorrer a partir de qualquer fase da doença. Convém salientar que a introdução de um tratamento adequado abrevia o curso clínico natural da doença e minimiza as chances de complicações.
O diagnóstico da otite média aguda tem no exame físico sua arma principal, uma vez que os sintomas associados a essa condição são variáveis, idade-dependentes e, via de regra inespecíficos. O quadro clínico característico da OMA (otite média aguda) é o de uma criança com história de infecção de vias aéreas superiores (IVAS) antecedendo o início da febre e otalgia. A febre normalmente se situa em torno dos 38 graus centígrados nos casos não complicados. As manifestações clínicas, contudo, podem ser variáveis na dependência da interação de quatro fatores: virulência da bactéria, resistência do hospedeiro, extensão da infecção e tratamento instituído.
A OMA é descrita como uma doença que se manifesta por etapas consecutivas que seguem uma linearidade de alterações cumulativas, sendo possível, contudo, que em cada uma delas ocorra desvio em direção ao processo de resolução. Essas são as fases:
Fase hiperemia: esta fase tem duração de cerca de 1 a 2 dias, os pacientes costumam apresentar febre e otalgia de grau leve a moderado. Hipoacusia discreta é esperada como decorrência da alteração da pressão intratimpânica, a qual pode se apresentar aumentada ou diminuída.
Fase exsudativa: é caracterizada por otalgia e febre mais importantes, provavelmente em decorrência da absorção de toxinas geradas pelo processo inflamatório-infeccioso, em nível da mucosa da orelha média. Nessa fase não é incomum que neonatos ou crianças apresentem sintomas sistêmicos: recusa alimentar, vômitos e diarreia. A hipoacusia tem maior magnitude, sendo perceptível ao paciente. A hiperemia do mucoperiósteo da orelha média, característica também da fase inicial, passa a ser acompanhada de exsudação.
Fase de supuração: o pus acumulado sob pressão na orelha média conduz à perfuração timpânica, com consequente otorreia. A partir dessa fase, a OMA evolui, na maior parte dos casos, para a parte de resolução, embora possa continuar (raramente) com os estágios subsequentes que podem requerer cirurgia.
Estágio de complicação: caracteriza-se pela extensão da infecção além dos limites do mucoperiósteo da OM e das células pneumáticas mastoideas. Isso geralmente ocorre através de uma via pré-formada resultante da erosão óssea persistente.
Os principais sintomas da otite média aguda são febre, dor de ouvido e perda auditiva temporária. Estes sintomas habitualmente surgem de forma súbita. Em lactentes e crianças pequenas, o diagnóstico pode ser mais difícil, pois os sintomas são menos típicos, podendo incluir, irritabilidade, puxar orelha frequentemente, apatia, falta de apetite, vômitos, diarreia ou conjuntivite.
O tratamento consiste em aplicações de calor úmido e brando sobre o ouvido e analgésicos, ao mesmo tempo em que se recomenda ao paciente não assoar o nariz com força, de modo a evitar agravação da otite e repercussão dolorosa no interior do ouvido. Nos casos em que a audição não melhora após 3 meses é necessário verificar se há sinais de secreção atrás da orelha média para fazer um procedimento cirúrgico, no qual é feita uma pequena incisão no tímpano para retirada do líquido acumulado.
FATORES DE RISCO PARA OTITE MÉDIA
	O baixo nível sócio-econômico é um fator de risco para a ocorrência de otite, assim como os poluentes ambientais, incluindo o cigarro. 
Embora existam evidências epidemiológicas e terapêuticas demonstrando que a rinite alérgica contribui para a ocorrência de otite média, ainda existem muitas dúvidas sobre sua influência como fator de risco.
Em populações de pacientes especiais com anormalidades craniofaciais existe uma incidência aumentada de otite média que tem sido associada à função anormal da tuba auditiva. Nas crianças com fenda palatina, o principal fator para ocorrência da inflamação crônica de orelha média parece ser a disfunção do mecanismo de abertura da tuba auditiva, decorrente da complacência maior do que o normal da parede tubária.
Nos pacientes com outras anomalias craniofaciais ou com Síndrome de Down, a alta prevalência de otite média também tem sido atribuída a anormalidades estruturais e ou funcionais da tuba auditiva.
Como fator de proteção tem-se o aleitamento materno, que contribui muito para o desenvolvimento do bebê. 
OTITE MÉDIA CRÔNICA
	As otites médias crônicas são processos inflamatórios da mucosa da orelha média, geralmente infectados, cuja evolução se prolonga por mais de dois meses. Dividas em otite média secretora e otite média crônica supurativa. A perfuração do tímpano pode ser causada por uma otite média aguda, pela obstrução da tuba auditiva, por uma lesão causada por um objeto que entre no ouvido, pelas alterações bruscas da pressão atmosférica ou pelas queimaduras provocadas pelo calor ou por produtos químicos.
Otite média crônica simples: a otite média crônica simples é uma infecção crônica no ouvido médio com perfuração no tímpano. Segue-se na maioria das vezes à uma otite aguda com perfuração da membrana timpânica. Pode ser resultado também, de uma perfuração timpânica traumática.
	Quando se desenvolve uma otite média crônica, o médico limpa completamente o canal auditivo e o ouvido médio por meio de aspiração e zaragatoas (varetas com algodão) e depois instila uma solução de ácido acético com hidrocortisona no ouvido. 
	Existe também o tratamento cirúrgico que tem como objetivo fechar o tímpano através de uma cirurgia chamada timpanoplastia. Além de fechar a perfuração, a cirurgia pode também reconstruir a cadeia ossicular para melhorar a audição do paciente, muitas vezes fazendo uso de próteses de titânio que substituem os ossículos corroídos.
	Pode-se considerar também a inserção de um tubo de ventilação na orelha, que é um minúsculo cilindro colocado através do tímpano (membrana timpânica) para permitir que o ar entre no ouvido médio. Esse tubo pode ser chamado de tubo de timpanostomia.
	Existem dois tipos básicos de tubos de ventilação, os de curta e os de longa duração. Os de curta duração são menores e normalmente vão permanecer no local por 6 meses a 1 ano, antes de cair pra fora por conta própria. Tubos de longa duração são maiores e tem bordos que os prendem no lugar por um longo período de tempo, eles podem cair por conta própria ou a remoção por um otorrinolaringologista pode ser necessária.
Colesteatoma:é um tipo de otite crônica um pouco mais grave, pois nesse caso existe uma espécie de cisto de pele, que cresce pra dentro e para trás no ouvido. Ele precisa ser removido cirurgicamente. Nestes casos, é necessário raspar a mastóide para evitar que a doença volte. O nome dessa cirurgia é mastoidectomia.
	
COMPLICAÇÕES DA OTITE MÉDIA
	Uma perda auditiva leve e temporária é um sintoma comum das otites médias e costuma melhorar após a resolução do quadro. Todavia, otites crônicas ou não tratadas adequadamente podem causar perdas significativas e permanentes de audição, caso haja algum dano permanente ao tímpano ou a outras estruturas do ouvido médio.
TRATAMENTOS
	A maioria das otites médias não precisa ser tratada com antibióticos, pois boa parte se resolve espontaneamente em 1 ou 2 semanas. O uso indiscriminado de antibióticos é desnecessário. Muitos pacientes podem ser tratados apenas com anti-inflamatórios. Anti-histamínicos e descongestionantes nasais não estão indicados.
	Quando os antibióticos estão indicados, a amoxilina costuma ser a mais comum, outras opções são amoxilina + ácido clavulânico, cefuroxima ou ceftriaxona.
IMITANCIOMETRIA
	Pode ser usada para estudo da função ventilatória da tuba auditiva, entretanto, a condição indispensável para este fim é a ausência de perfuração timpânica. A presença de curva do tipo C, com membrana timpânica integra, revela disfunção tubária; assim como curva tipo B revela disfunção tubária com presença de secreção na orelha média
REFERÊNCIAS
KLIEGMAN, R. et al. Nelson Tratado de Pediatria, 2014.
FERREIRA BENTO, R. Tratado de Otologia.
<http://otorrinobrasilia.com/otite/otitecronica.html>. Acesso em 07 de setembro de 2017.
<http://otorrinocruzvermelha.com/tubos-de-ventilacao.php>. Acesso em 7 de setembro de 2017.

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