PODER EXECUTIVO

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DO PODER EXECUTIVO
Definição:
Poder Executivo - é o Poder responsável pela administração, conferindo o preceituado na lei. O Presidente da República é o Chefe Supremo de todos os agentes públicos.
b) Competência - artigos 76 a 91.- De acordo com Celso Bastos “ cabe ao Poder Executivo, como parte interessada de uma relação jurídica executar atos infralegais destinados a atuar praticamente nas atividades descritas na Lei.
c) Função típica - administrar;
d) Função atípica - poderes inerentes ao legislativo - leis delegadas, medidas provisórias;
	poderes inerentes ao judiciário: Contencioso Administrativo (recurso tributário, processo administrativo contra funcionário)
e) Atribuições do Presidente da República - artigo 84, CF
 Principais: 
e-1) acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo;
e-2) Diferença entre o Presidencialismo (nosso sistema – acumula função de chefe de Estado e Chefe de Governo)) e o Parlamentarismo. Neste, a função de Chefe de Estado é exercida pelo Presidente ou Monarca, dependendo da adoção do Regime Republicano ou Monárquico, ao passo e o Chefe de Governo é Primeiro Ministro, que corresponde aos Ministros do Presidencialismo. 
	Chefe de Estado: Relações Internacionais, conforme art. 84, VII (manter relações com Estado estrangeiro), VIII (celebrar tratados, convenções e atos internarcionais) e XIX( declarar guerra e decretar mobilização nacional) e corporifica a unidade interna do Estado
	Chefe de Governo: Representação interna na gerência dos negócios internos, de natureza política, como participação no processo legislativo (iniciativas de projetos de lei, medidas provisórias, bem como participação de natureza administrativa ( nomeações de cargo do alto escalão, inclusive do Poder Judiciário, do Ministério Público Federal). Portanto, lidera a política nacional e a direção da máquina administrativa.
	O Instrumento de manifestação e governo do Presidente da República - é o Decreto - O artigo 84, inciso IV, segunda parte, da CF prevê que o Presidente expedirá decretos e regulamentos para o fiel cumprimento de Leis.
O REGULAMENTO são regras gerais, abstratas, impessoais, em desenvolvimento da lei, referentes à organização e ação do Estado, enquanto Poder Público, editados pelo Executivo, visando tornar efetivo o cumprimento da lei, propiciando facilidades para que a lei seja executada. São prescrições práticas que tem por fim PREPARAR A EXECUÇÃO DAS LEIS, completando-as em seus detalhes, sem alterar-se, todavia, nem o texto e nem o espírito.
	
regulamento de determinada Lei é veiculado, concretizado no mundo jurídico através de um ato administrativo, qual seja, o decreto. São os denominados de Decretos Regulamentares. Aqueles que não vierem regulamentar normas infraconstitucionais, são chamados de Decretos Inominados.
Portanto, as leis contém regras gerais, sem detalhes, os quais ficam a cargo do Regulamento, não podendo este alterar disposição legal e nem criar obrigações diversas das previstas nas leis, o que nem sempre ocorre na prática, ensejando medidas judiciais para sua correção.
O REGULAMENTO nunca pode extrapolar os limites legais, inovando a ordem jurídica. Não cabe ao Executivo interpretar a Lei, mas tão somente lhe dar operatividade. Ex : Um imposto foi criado pela Lei. Cabe ao executivo regulamentar como será feita sua cobrança, em que repartição pública será recolhido e qual a forma de pagamento.
	Se o Executivo exorbitar do Poder Regulamentar ou dos limites da delegação, o Congresso Nacional poderá sustar os atos normativos - artigo 49, V – POR DECRETO LEGISLATIVO (competência exclusiva do Congresso).
	Exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos (inciso XIII * Inciso com redação determinada pela Emenda Constitucional n.º 23, de 1999). Não é título honorífico, mas verdadeira função de comando e direção, típico de Estado Democrático de Direito.
Auxiliares da Presidência da República - Ministros de Estado e Vice-Presidente da República: Os Ministros de Estado tem a função de exercer a orientação e coordenação do órgãos da administração pública federal, na área de suas pastas, e referendar atos e decretos expedidos pelo Presidente, bem como expedir instruções para a execução das Leis, Decretos e Regulamentos. – 
ATRIBUIÇÕES DOS MINISTROS estão elencadas no artigo 87 da CF e são privativos de brasileiro nato o cargo de Ministro de Estado da Defesa (EC 23/99 – os demais podem ser naturalizados), com pelo menos 21 anos e gozando de direitos políticos. 
Nomeação e exoneração ad nutum - cabe à vontade do Presidente da República a nomeação ou exoneração dos Ministros - artigo 84, inciso I, da CF.
	Serão nulos os atos do Presidente não assinados (referendados) pelo Ministro da respectiva pasta, inclusive Decreto.
Eleição do Presidente da República:
É eleito por votação majoritária, ou seja, por maioria de votos, para um mandato de 4 anos, permitindo uma reecondução ao mesmo cargo, por meio de reeleição, nos termos do artigo 14, parágrafo 5o., recentemente aprovado pela Emenda n. 16 de 04-06-98.
Eleição em dois turnos se não alcançar maioria de votos na primeira votação excluídos os votos brancos e nulos.
 
Eleição do segundo turno no último Domingo de outubro e não vinte dias após proclamação do primeiro resultado (artigo 77, § 3º), nos termos da Emenda Constitucional nº 16/97.
Requisitos para a presidência:
ser brasileiro nato (art. 12, § 3º);
estar no gozo dos direitos políticos;
ter mais de trinta e cinco anos;
não ser inelegível.
Vacância da Presidência:
torna-se vaga a presidência, nos seguintes casos:
-por morte;
-por incapacidade absoluta do seu titular;
-pela perda ou suspensão dos direitos políticos;
-pela condenação em processos de crime comum ou de responsabilidade;
-pela ausência do país por mais de quinze dias, sem permissão do Congresso;
-por não haver assumido o cargo , salvo por força maior, dentro de dez dias da data fixada para a posse;
-por renúncia.
Se ocorrer morte antes do segundo turno, convoca-se o candidato remanescente mais votado. No caso de empate de votos no remanescente, o mais idoso.
	Para o Presidente ser processado pelo delito de responsabilidade, há necessidade do juízo de admissibilidade de 2/3 da Câmara, correndo o processo no Senado (52, I), que será Presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, garantido independência e harmonia entre os Poderes.
	Nos crimes comuns, o Presidente não pode ser preso enquanto não sobrevier sentença condenatória (art. 86, § 3º), NÃO podendo, na vigência do mandato, ser RESPONSABILIZADO POR ATOS ESTRANHOS AO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES (relativamente irresponsável, não se aplicando em termos de responsabilidade civil, administrativa, fiscal ou tributária, havendo suspensão da prescrição dos crimes), tendo foro privativo no Supremo Tribunal Federal (102, I, b). 
	Agora há foro privilegiado para ações populares, ações civis públicas e ações por ato de improbidade administrativa movidas contra o Presidente da República ou qualquer outra autoridade, por atos praticados durante o mandato (Lei nº 10.628/02)
	Se o Procurador-Geral da República arquivar o Inquérito Policial não há como o Supremo Tribunal Federal negar o arquivamento, pois o Ministério Público Federal é o titular da ação penal nesse caso. Oferecida denúncia, haverá necessidade do juízo de admissibilidade pela Câmara, com ampla defesa do Presidente, sendo necessário 2/3 dos votos dos deputados para se obter a autorização para processá-lo, havendo afastamento das funções por 180 dias ou se o processo absolvendo-o terminar antes (artigo 86). Em relação a parlamentares federais, não há mais necessidade de autorização da casa para o recebimento da denúncia (artigo 53, § 3º).
	Mesmo que haja autorizaçãoda Câmara, se o crime do Presidente da República for fora do exercício do mandato, o presidente do Supremo Tribunal Federal pode não receber a denúncia, diferentemente do senado em relação ao crime de responsabilidade (art. 15, III e 52, I). 
	Essas imunidades, guardadas as peculiaridades constitucionais do respectivo Estado, também se aplicam à GOVERNADORES, SÓ QUE SERÃO JULGADOS PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, ficando suspensa a prescrição desde o momento do pedido, não havendo imunidade relativa dos Governadores dos Estados e do Distrito Federal nos crimes comuns e nem proibição de prisão. 
	A Constituição do Estado de São Paulo estendia ao Governador a imunidade do Presidente, mas foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
	Crime de responsabilidade (art. 85 Rol exemplificativo, pois todo atentado à CF seria crime de responsabilidade).
CONCEITO: são infrações político-administrativas, cometidas no desempenho da função e previstas em lei, ATENTANDO CONTRA A EXISTÊNCIA DA UNIÃO, LIVRE EXERCÍCIO DOS PODERES, SEGURANÇA INTERNA DO PAÍS, PROBIDADE ADMINISTRATIVA, LEI ORÇAMENTÁRIA, EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS, INDIVIDUAIS E SOCIAIS E O CUMPRIMENTO DAS LEIS E DAS DECISÕES JUDICIAIS. 
	A Definição de tais crimes é de competência exclusiva da União, regulado pela Lei nº 1.079/50 (a lei não fala em perda de cargo).
	Conseqüências: Perda de Cargo e inabilitação, por oito anos, para o exercício da função pública (por concurso e eletivos). ART. 52 CF – (IMPEACHMENT)
	Para requerer o impeachment todo cidadão (eleitor) é parte legítima, sendo que qualquer político ou autoridade, na condição de cidadão, também o é.
	Para a ADMISSIBILIDADE DO IMPEACHMENT, a Câmara dos Deputados terá duas fases: 1) Ser ou não a denúncia objeto de deliberação (ato não discricionário, analisado segundo as provas) e 2) Proceder ou não à acusação da denúncia (ato político de conveniência e oportunidade, ainda que contrário à prova dos autos), devendo o Presidente ter direito a ampla defesa, como em qualquer processo administrativo.
	São necessário 2/3 para a admissibilidade da acusação. Após admitida, Presidente é afastado das funções por 180 dias ou se antes houver absolvição (86, §§ 1º e 2º). O senado não pode recusar o processo por crime de responsabilidade, após a admissibilidade na Câmara (STF pode rejeitar denúncia em caso de crime comum), porque haveria usurpação de competência legislativa.
	STF decidiu, no caso de Collor, que a renúncia ao cargo após iniciado o processo no Senado não paralisaria o processo e o julgamento do crime de responsabilidade deve continuar, pois bastaria renunciar no final do mandato e concorrer num próximo ou voltar a exercer outro cargo público (artigo 55, § 4º, em relação a parlamentares). O Supremo, por maioria de votos, nessa ocasião, decidiu não poder reformar decisão do Senado pelo impeachment, não por ser questão política ou “interna corporis” mas porque a jurisdição seria toda do Senado, sendo vedada a análise pelo Poder Judiciário. 
Sucessão e Substituição Presidencial (artigo 80 CF):
Substituição:
regra: na vacância do cargo de presidente, assumirá o vice;
não havendo ou não podendo assumir o vice-Presidente, assumirá o Presidente da Câmara, Pres. do Senado, Presidente do STF- estes assumirão o cargo provisoriamente, até que sejam realizadas as eleições, enquanto o vice-Presidente de forma permanente e independentemente do lapso de tempo faltante.
	Posse em sessão conjunta do congresso
	Pode haver uma reeleição (art. 14, § 5º)
Sucessão: - vacância nos dois primeiros anos: eleições diretas em 90 dias após a abertura da última vaga; ( artigo 81 da CF)
 Ainda existe eleição indireta para Presidente da Republica, na hipótese de vacância nos dois últimos anos: eleição indireta pelo Congresso Nacional.
	Poder Legislativo declara vacância por ser tratar de ato político (artigo 81, § 1º - Congresso Nacional).
	Substituto exerce todos as atribuições do Presidente, sem restrições. 
) FUNÇÕES DO VICE-PRESIDENTE: 
Próprias: Substituição (art. 79), sucessão (art. 80), participação nos Conselhos da República (89, I) e de Defesa Nacional (91, I)
Impróprias (auxílio): Atribuições da Lei complementar previstas no artigo 79, a serem criadas.
h) Órgãos de Apoio ao Presidente da República:
	-CONSELHO DA REPÚBLICA - definição - órgão superior de consulta da Presidência da República -artigo 89 - Integrantes - Atribuições - artigo 90 (consultas sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio e sobre questões relevantes para estabilidade das instituições democráticas) 
	-CONSELHO DE DEFESA NACIONAL - artigo 91 - Definição - Órgão Superior de Consulta da Presidência da República, com a função de assessorar a Presidência nas questões de soberania nacional e a defesa do Estado democrático. 
	- Integrantes - incisos I a VII – 
Competência - artigo 91, par. 1o.:
Opinar sobre declaração de guerra e celebração de paz
Opinar sobre decretação de estado de defesa, estado de sítio e estado de intervenção
Propor critérios para intervenção em áreas indispensáveis à segurança nacional
Estudar, propor e acompanhar iniciativas para garantir a independência nacional e a defesa do Estado Democrático
	Regulamentado pela Lei nº 8.183/91.
Estado de Defesa (artigo 136): Visa preservar ou restabelecer (em locais restritos e determinados) a ordem pública ou a paz social, ameaçadas por grave e iminente instabilidade social ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
	Há RESTRIÇÕES quanto à liberdade de reunião, sigilo, possibilidade de prisão sem ordem judicial, mas com comunicação do juízo, com duração de trinta dias, prorrogáveis por igual período.
	Há necessidade de prévia oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, com parecer apenas opinativo.
ESTADO DE SÍTIO (artigo 137): Utilizado em casos de:
grave repercussão nacional ou ineficácia do Estado de Defesa
declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira
	Características do Estado de Sítio (artigos 137 a 139): 
Possibilidade de suspensão de garantias constitucionais
Duração de trinta dias, prorrogados por iguais períodos e por quantas vezes for necessário
Necessidade de prévia aprovação do Congresso Nacional, por maioria absoluta, que se em recesso será convocado para deliberar em cinco dias, ficando de prontidão durante o período de vigência do mesmo.
Obrigatoriedade de permanência das pessoas em locais determinados (artigo 139)
Possibilidade de detenção em locais que não sejam estabelecimento carcerário
RESTRIÇÕES à liberdade de correspondência, sigilo de comunicações, liberdade de imprensa, suspensão da liberdade de reunião
Busca e apreensão em domicílio sem ordem judicial
Intervenção nas empresas de serviços públicos
Requisição de bens
FISCALIZAÇÃO: A fiscalização do Estado de Defesa e do Estado de sítio é tarefa de cinco membros da mesa do Congresso Nacional (artigo 140), pois a situação jurídica é de legalidade extraordinária e não de arbitrariedade, sendo que cessado o estado anormal cessam também os efeitos, devendo o Presidente da República enviar mensagem ao Congresso com especificação e justificação (artigo 141).
	FORÇAS ARMADAS – artigo 142.
Composição: Exército, Marinha e Aeronáutica
Características: Hierarquia e Disciplina:
Chefia: Chefe Supremo é o Presidente da República
Objetivos (artigo 142):
 	- Defesa da pátria
Garantia dos poderes constitucionais
Defesa da lei e da ordem (ação requisitada por qualquer um dos poderes)
Serviço Militar: É obrigatório (artigo 143), podendo as forças armadas atribuírem serviço auternativo aqueles que alegarem como impeditivo crença regiliosa, convicção filosófica ou política, desde que em tempo de paz, havendo isenção para mulheres e eclesiásticos (também em tempo de paz) e ficam sujeito a eventuais outros encargos previstosem lei.
	SEGURANÇA PÚBLICA – Artigo 144 da CF
Funções da Polícia Federal 
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