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8/9/2011 1 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . SINALIZAÇÃO S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . O termo sinalização, em inglês "signage" e em espanhol "señalización", é compreendido geralmente como sinalização viária (a indicação ou advertência destinada a orientar motoristas). Interpreta-se, também, como o suporte físico sobre o qual se aplicam informações de qualquer natureza, ou seja, a placa. O que é? 8/9/2011 2 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Sinalização é um termo muito amplo e genérico: pode-se dizer que gestos são utilizados para sinalizar. Uma simples dobra no canto superior de uma página é compreendida como um sinal, uma marca que pode ter um significado: retomar a leitura a partir deste ponto. Quando marcamos um ponto, o destacamos ou o diferenciamos no ambiente, estamos sinalizando aquele ponto. S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Algumas definições... "Há dois tipos de design ambiental, o de sinalização e o de ambientação. Projetos de sinalização costumam ser implantados em edifícios complexos, tais como shopping centers, supermercados, terminais de transporte, hospitais, museus. Sua principal tarefa é otimizar – por vezes até viabilizar – o funcionamento desses edifícios. Já os projetos de ambientação podem ser chamados de design total: são recintos inteiramente concebidos pelo designer, tais como uma exposição, um estande um local para abrigar um evento." (Guia ADG Brasil, 2004) 8/9/2011 3 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . "Environmental Design, compreende o planejamento do espaço físico para uma empresa, e o projeto de todos os espaços que a representam fisicamente: fábricas, áreas administrativas, áreas de produção, espaços comuns (refeitórios, recepções), espaços comerciais, (lojas, quiosques, corners de lojas de departamentos), exposições e stands." (MOZOTA, 2003). S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . “A Señalética nasce da ciência da comunicação social, ou da informação e da semiótica. Constitui uma disciplina técnica que colabora com a engenharia da organização, a arquitetura, o ambiente e a ergonomia, sob o vetor do design. A señalética responde à necessidade da informação ou orientação provocada e ampliada pelo fenômeno contemporâneo da mobilidade: deslocamento de grupos de indivíduos de diferentes procedências geográficas, condições sócio-econômicas e culturais distintas, implicando na idéia da circunstancialidade, gerando novas situações” (COSTA, 1992) 8/9/2011 4 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . No início a preocupação com a universalização da linguagem visual... HISTÓRICO S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . A teoria de Neurath de universalização da linguagem visual, era uma atitude muito comum a vários membros da vanguarda do pós-guerra e das escolas de design. Estavam convencidos de que a linguagem visual poderia funcionar independente da cultura ou da linguagem verbal, como um sistema independente de comunicação. Este pensamento reflete e remete ao conceito de “estilo internacional”, ou seja, uma linguagem única e universal. 8/9/2011 5 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Nos anos 40, Charles Bliss criou os símbolos semantográficos inspirando a crença de que o simbolismo é a melhor e a mais efetiva ferramenta para dar e receber a informação internacionalmente (FORMIGA,2002, p. 7). Aberto Fechado S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Os estudos para a unificação internacional da sinalização ocorreram primeiramente na área da sinalização rodoviária devido ao crescimento do turismo e com isso o uso constante de ruas e estradas por motoristas estrangeiros (FORMIGA, 2002, p.3). Em 1968, a Convenção da ONU realizada em Viena tratou da unificação internacional dos sinais de circulação viária, referendando propostas que vinham desde 1909. Nos anos 70, cerca de 30 sistemas de pictogramas estavam em uso no mundo (AICHER e KRAMPEN, 1981, p.109). A partir de 1971 se amplia a sinalização viária, com a inclusão da sinalização perpendicular, aérea e horizontal (piso) (COSTA, 1990 , p.61). 8/9/2011 6 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Em 1974, o American Institute of Graphic Arts (AIGA) comissionado pelo D.O.T. (U.S. Department of Transportation), estabeleceu um comitê para desenvolver um sistema uniforme, simples e de reconhecimento internacional. Exemplos de pictogramas do sistemas AIGA www.aiga.com S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . O objetivo era definir uma coleção de símbolos consistentes para ultrapassar a barreira da diferença de idiomas e culturas, simplificando a comunicação nos serviços de transportes mundial. Através de ampla divulgação, aceitação e uso, este sistema passou a ser o mais utilizado em todo o mundo. (FORMIGA, 2002, p. 30) Hoje exitem sistemas especiais e personalizados mas seguem regras ... 8/9/2011 7 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Os princípios estilísticos de Neurath, permaneceram sendo a base dos pictogramas internacionais ainda hoje: a “redução” (concisão) e a consistência. 1. A redução diz respeito à forma de expressão mais simplificada de um elemento ex: técnica do desenho por meio de silhuetas; 2. A consistência diz respeito à uniformidade estilística de um conjunto de pictogramas. Ex: pictogramas criados para as olimpíadas de Munique S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . O sistema de pictogramas desenvolvido para as Olimpíadas de Munique em 1972, por Otl Aicher. 8/9/2011 8 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Depois um pouco de preocupação com a ergonomia... ... legibilidade, visibilidade, contraste, tipografia e cor aplicados no design de sinalização. S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Em 1970, escritórios ingleses de design, publicou o livro "A Sign Systems Manual" onde estas recomendações ergonômicas eram muito simples e claras, quase receita para o desenvolvimento de projetos de sinalização, onde que eram definidas algumas alturas de letra padrão em função da distância de leitura. 8/9/2011 9 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . As fontes tipográficas recomendadas no livro são os tipos sem serifa, apresentados por sua legibilidade comprovada: Grotesca, Futura, Gill Sans, Univers, Folio, Helvetica, Standard. S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Propõem também, um sistema onde as letras eram divididas na sua altura em 50 partes, o módulo era definido como a unidade de espacejamento e de entrelinha. 8/9/2011 10 SIN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . A Projeto de sinalização do Banco do Estado da Guanabara Por Aloísio Magalhães em 1965 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . As recomendações quanto ao uso de cores seguiam regras de contraste e conforto visual: Itiro Iida, em 1978, sugere: “(...) em letreiros, só se deve usar cores puras nos títulos principais, com um fundo mais claro. Os letreiros longos podem ter a mesma cor do fundo, em tom mais escuro de modo que, quanto menor a letra, maior deve ser o conteúdo do preto. Em letreiros curtos, usar uma cor complementar do fundo, como por exemplo, vermelho sobre verde e viceversa (...)”. 8/9/2011 11 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Já em 2005... ...em seu livro "Ergonomia: projeto e produção" em 2005, Iida revê as recomendações quanto ao uso de cores complementares, lado a lado, por serem desagradáveis e provocarem vibração, sugerindo sua separação através do uso de faixa preta ou cinza. Recomendação do uso das cores nos anos 70. S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Porém, mantém a classificação da visibilidade das cores indicada em 1978, em ordem decrescente: 1. Azul sobre a branca 2. Preta sobre a amarela 3. Verde sobre a branca 4. Preta sobre a branca 5. Verde sobre a vermelha 6. Vermelha sobre a amarela 7. Vermelha sobre a branca 8. Laranja sobre a preta 9. Preta sobre a magenta 10. Laranja sobre a branca Iida atenta para o fato de que as cores apresentam diferentes simbologias de acordo com a região e a cultura. 8/9/2011 12 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Durante muito tempo, especialmente nos anos 70, era comum o uso no design de sinalização de placas com fundo preto e letras brancas buscando uma eficiência máxima na leitura. Hoje, a cor também é definida levando em consideração seu uso como reforço da identidade visual e para estimular sensações, como bem- estar e conforto. S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Com o surgimento da teoria da Gestalt, por volta de 1910, onde a percepção não é a soma das partes, mas uma relação entre elas adquirindo significado próprio, o projeto gráfico de sinalização passa a ser considerado mais complexo. 8/9/2011 13 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Hoje uma preocupação maior com a ergonomia... ... legibilidade, visibilidade, contraste, tipografia e cor aplicados no design de sinalização + aspectos fisiológicos. S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Além de compreender a transmissão da informação e o processo da comunicação foi necessário entender como o ser humano lida com o ambiente físico-espacial e as teorias desenvolvidas sobre o assunto. 8/9/2011 14 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Surge o conceito de ruído na comunicação da informação. 1. ruídos ergonômicos que perturbam as comunicações, no que se refere à ergonomia informacional (avisos, advertências, manuais de instrução, sistemas de sinalização); 2. a apresentação das informações tipográficas, em termos de visibilidade, legibilidade, e leiturabilidade, dificulta a percepção e consequentemente o processamento das informações verbais; 3. a apresentação das informações pictográficas em termos de compreensibilidade e decodificação, dificulta a cognição e tomada de decisões pelos usuários. (NETTO in MORAES, 2002, p.27) S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Inicia-se estudos sobre os mapas mentais ou modelos mentais ou mapas cognitivos, isto é, o que e como as pessoas "registram" informações, na memória, sobre o ambiente. Quais os fatores que determinam a lembrança de alguns prédios ou edificações. 8/9/2011 15 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Quatro aspectos podem ser relevantes: 1. Características formais da edificação: forma , cor, complexidade de forma e originalidade de estilo arquitetônico, ou seja a sua distinção da paisagem urbana; 2. Visibilidade e acesso: se tem a entrada visível e fácil de localizar; 3. Função: se a edificação tem uma função importante ( ex: banco, shopping...); S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . 4. Significado simbólico:o sentido cultural ou histórico da edificação (ex: catedral da cidade) 8/9/2011 16 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Orientação espacial diz respeito à habilidade que uma pessoa tem em representar mentalmente as características espaciais de um arranjo físico e situar-se dentro desta representação (BINS ELY in MORAES, 2004). Em um projeto de sinalização deve- se considerar a orientação espacial... S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Mapa do metrô de Londres 1900 1990 Representação gráfica e capacidade de abstração dos indivíduos (isso moderniza a sinalização) 8/9/2011 17 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Dois níveis básicos interagem nesta ação: � A orientação espacial como abstração (fenômeno estático) que consiste em perceber e referenciar mentalmente das características do lugar para se situar em relação ao mesmo; � A orientação espacial como fenômeno dinâmico operacional, relacionado ao deslocamento do indivíduo no espaço. S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . 1. Briefing (definir os diferentes recintos a sinalizar, fazer levantamento de necessidades e situações específicas do objeto do projeto); 2. Análise da tarefa – problematização, sistematização, registros de comportamento (fotos e mapofluxograma), fluxograma ação- decisão e analise das plantas de arquitetura e determinação da distribuição das informações arquitetônicas; 3. Análise dos dados coletados – definição dos requisitos e restrições de projeto – focadas no usuário, espaço arquitetural e financeiro; METODOLOGIA DE PROJETO 8/9/2011 18 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . 4. Definir a linguagem visual que será utilizada (verbal, iconográfica, fotográfica); 5. Mapeamento da área – ficha de necessidades de sinalização e tabela de categorização; 6. Geração de alternativas; 7. Pré-seleção (pelos requisitos e restrições) – matriz de avaliação; 8. Desenho técnico, manual e modelos (Elaborar um manual de normas de sinalização que descreva as regras de aplicação do sistema); S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . 9. Avaliação e validação - teste de compreensão e pós-ocupação; 10. Calcular um orçamento estimativo dos custos dos componentes (materiais, produção e instalação). 8/9/2011 19 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . • Ouvir o usuários, conhecê-lo;• Evitar acúmulo de informações; • “nivelar” os usuários pelo nível mais baixo e nunca pela média; • Evitar possibilidade de supressões – as pessoas acham que sabem, daí interrompem o processo de comunicação com suas próprias conclusões; • Motive! A sinalização deve “atrair”; • Mantenha a hierarquia das informações. RECOMENDAÇÕES DE PROJETO S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . Valéria London Design, que são: estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo. Estas etapas de trabalho têm início após a contratação do projeto, e são assim descritas: Estudo Preliminar: . Levantamento de necessidades e situações específicas do objeto do projeto . Análise do projeto arquitetônico, das instalações e demais projetos relacionados. . Estabelecimento de critérios formais e conceituais do sistema/classificação e priorização da informação. . Apresentação preliminar de estudos, layouts, parâmetros para discussão e aprovação. Anteprojeto: . Desenvolvimento do estudo preliminar abrangendo todo o sistema. . Apresentação de layouts, maquetes, exemplos e estudos para discussão e aprovação . Amostras de material, modelos . Plantas com a locação dos elementos do sistema Projeto Executivo: . Definição dos conceitos referentes ao sistema de orientação e de informação. 8/9/2011 20 S IN A L IZ A Ç Ã O S IL V E IR A , C a ri n a ; M s. C . O exemplo de metodologia de design de sinalização apresentado por Gui Bonsiepe (1983), define: . Estabelecer uma lista dos diferentes recintos a sinalizar; . Estabelecer uma lista das indicações ( não fumar, sala de espera...); . Analisar as plantas de arquitetura e determinar a distribuição das informações arquitetônicas; . Determinar quais significados serão visualizados através de meio verbais (tipográficos) e meios pictogramáticos ou diagramáticos; . Desenhar e redesenhar os pictogramas e os diagramas; . Desenhar, adaptar ou selecionar a forma das letras; . Projetar os diferentes suportes dos sinais e seu modo de instalação; . Elaborar as tabelas de distribuição dos sinais ( com informação sobre, mensagem, medida, cor, modo de instalação e lugar de instalação); . Elaborar um manual de normas de sinalização que descreva as regras de aplicação do sistema; . Calcular um orçamento estimativo dos custos dos componentes ( materiais e instalação); . Preparar o material para a realização da concorrência. Este programa de trabalho foi publicado em 1983, e pode-se verificar a sua simplicidade, assim como mudaram as necessidades do produto e o processo de design. Para Bonsiepe, o produto final (sinalização) poderia ser utilizado em um prédio estatal independente dos diversos ambientes e
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