Buscar

SISTEMA RENAL - RESUMÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 136 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 136 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 136 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Sistema Urinário 
Problema 1 
 
 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA URINÁRIO: 
- Inicia-se da terceira a quarta semana de desenvolvimento. 
- Origina dos seguintes folhetos embrionários: 
Rim- Mesoderma 
Uretra – endoderma 
Bexiga – mesênquima esplâncnico 
- O sistema urinário começa a se formar antes do sistema genital. Esse sistema consiste em: 
 Rins: órgãos produtores de urina 
 Ureteres: conduzem urina dos rins para a bexiga 
 Bexiga: estoca temporariamente a urina 
 Uretra: conduz a urina da bexiga para o exterior 
 
Obs: falar da crista!!! 
 Desenvolvimento dos rins e ureteres 
Nos embriões 3 conjuntos de rins se formam: 
 Pronefro: rins rudimentares e estruturas não funcionais 
 Mesonefro: bem desenvolvido e estruturas funcionam brevemente 
 Metanefro: rins permanentes 
 
 Pronefro 
- Aparecem no início da 4ª semana e são bilaterais. São representadas por poucos grupos de células e 
estruturas tubulares na região do pescoço. 
- Os ductos pronéfricos se abrem na cloaca. 
- O pronefro se degenera, porém os ductos pronéfricos são utilizados pelo próximo conjunto de rins. 
 
 Mesonefro 
- Surgem no fim da 4ª semana, caudalmente ao pronefro, são órgãos excretores, grandes e alongados. 
- São bem desenvolvidos e funcionam como rins provisórios até que os rins permanentes se 
desenvolvam. 
- Os túbulos se abrem nos ductos mesonéfricos, esses, por sua vez se abrem na cloaca. 
- O mesonefro se degenera no final do 1ª trimestre, porém seus ductos tornam os ductos eferentes dos 
testículos. 
 
2 
 
 
 
 
 Metanefro 
- Começam a se formar no início da 5ª semana, e começam a funcionar quatro semanas depois. 
- A urina é excretada na cavidade amniótica e mistura-se com o líquido amniótico. O feto deglute líquido 
amniótico, que é absorvido pelo intestino. 
- Os produtos de excreção são transferidos pela membrana placentária para o sangue materno, onde são 
excretados pelos rins maternos. 
- Os rins continuam a se desenvolver a partir de 2 fontes: 
 Divertículo metanéfrico (broto metanéfrico) 
 Massa metanéfrica de mesoderma intermediário (ou blastema metanefrogênico) 
- O divertículo metanéfrico é uma evaginação do ducto mesonéfrico, próximo à sua entrada na cloaca, e 
a massa metanéfrica de mesoderma intermediário é derivada da parte caudal do cordão nefrogênico. 
- O divertículo metanéfrico se alonga e penetra na massa metanéfrica. O pedículo do divertículo 
metanéfrico torna-se o ureter e sua extremidade cranial se ramifica e diferenciam-se em túbulos 
coletores do metanefro. 
3 
 
- Túbulos aumentam e formam os cálices maiores, e depois os cálices menores. A extremidade de cada 
túbulo coletor arqueado induz grupo de células mesenquimais da massa metanéfrica de mesoderma a 
formarem vesículas metanéfricas, que iram se alongar e formar os túbulos metanéfricos. 
- Os túbulos renais se desenvolvem e suas extremidades proximais são invaginadas pelos glomérulos. Os 
túbulos se diferenciam em túbulos contorcidos proximal e distal, e a alça de Henle com o glomérulo e 
sua cápsula formam o néfron. 
- Entre a 10 e 18ª semana, o número de glomérulos aumenta até atingir seu máximo na 32ª semana. 
- Os rins do feto são subdivididos em lobos. Geralmente a lobulação desaparece na infância quando os 
néfrons começam a crescer. Ao termo os rins já estão formados. A filtração glomerular começa na 9ª 
semana. 
- Um túbulo urinífero consiste em: 
 Um néfron: derivado da massa metanefrogênica de mesoderma intermediário. 
 Um túbulo coletor: derivado do divertículo metanéfrico (broto uretérico). 
- A ramificação do divertículo metanéfrico é dependente da indução pelo mesoderma metanefrogênico, 
e a diferenciação dos néfrons depende da indução pelos túbulos coletores. O divertículo 
metanefrogênico e a massa metanéfrica de mesoderma intermediário interagem e induzem a indução 
recíproca para formar os rins permanentes. 
 
4 
 
 
 Mudança de posição dos rins 
- No início os rins metanéfricos estão próximos, na pelve, ventralmente ao sacro. Vão se afastando um do outro 
quando a pelve e abdômen crescem. Atingem a posição adulta na 9ª semana. 
- O hilo do rim, por onde vasos e nervos entram e saem se direciona ântero-medialmente na 9ª semana. 
 
 Mudança no suprimento sanguíneo dos rins 
Inicialmente recebem suprimento das artérias renais, que são ramos da ilíaca comum. Quando os rins ascendem, 
recebem suprimento da parte distal da aorta. Quando os rins entram em contato com as suprarrenais na 9ª 
semana eles param de ascender. Recebem suprimento das partes craniais da aorta abdominal, que se tornam as 
artérias renais permanentes. A artéria renal direita é mais longa e mais superior. 
 
5 
 
 
 Desenvolvimento da bexiga: 
O seio urogenital é dividido em três partes: 
 Vesical cranial: forma a maior parte da bexiga e é contínua com a alantoide 
 Pélvica mediana: se torna a uretra no colo da bexiga e a parte prostática da uretra, nos homens, e toda a 
uretra, nas mulheres. 
 Fálica caudal: cresce em direção ao tubérculo genital (primórdio do clitóris e pênis) 
- A bexiga se forma basicamente pela parte vesical cranial, mas sua região do trígono vem dos ductos 
mesonéfricos. 
- Epitélio da bexiga: vem do endoderma da parte vesical do seio urogenital. 
- Outras partes de sua parede: vem do mesênquima esplâncnico adjacente. 
- Inicialmente a bexiga se continua com a alantoide, este, logo sofre constrição se torna o úraco (cordão espesso 
fibroso), que se estende do ápice da bexiga até o umbigo. No adulto o úraco consiste no ligamento umbilical 
mediano. 
- Quando a bexiga cresce, as partes distais dos ductos mesonéfricos são incorporadas a parede dorsal. Esses 
ductos participam da formação do tecido conjuntivo do trígono da bexiga. Eles são absorvidos e os ureteres 
abrem-se separadamente na bexiga. 
- Os orifícios dos ureteres movem-se súpero-lateralmente e os ureteres entram obliquamente através da base 
da bexiga. 
- Nos recém-nascidos e crianças a bexiga fica no abdômen. Ela começa a entrar na pelve maior aos 6 anos de 
idade, mas na pelve menor somente na puberdade. 
6 
 
 
 Desenvolvimento da uretra: 
O epitélio da maior parte da uretra masculina e de toda a uretra feminina é derivado do endoderma do seio 
urogenital. A parte distal da uretra na glande do pênis é derivada de um cordão sólido de células 
ectodérmicas que cresce a partir da extremidade da glande e se une com o restante da uretra esponjosa, 
consequentemente, o epitélio da parte terminal da uretra é derivado do ectoderma superficial. O tecido 
conjuntivo e o músculo liso da uretra são derivados do mesênquima esplâncnico em ambos os sexos. 
 
OBS1: A filtração glomerular começa na 9ª semana de desenvolvimento, porem depois ocorre a maturação dos rins 
e o aumento da taxa de filtração com o nascimento. 
OBS2: A formação de urina é contínua por toda a vida fetal. A urina é excretada na cavidade amniótica, onde se 
mistura com o líquido amniótico. Um feto maduro engole várias centenas de mililitros de líquido amniótico por dia, 
7 
 
que é absorvido pelo intestino. Os produtos de excreção são transferidos, através da membrana placentária, para o 
sangue materno para ser eliminado. 
OBS3: Ao nascer o rim já ta completamente formado (11ª a 12ª semana o metanefro já está pronto), em crianças a 
termo, porém a maturação ocorre após o nascimento. O aumento do rins após o nascimento resulta, sobretudo, do 
alongamento dos túbulos contorcidos proximais e alça de Henle, bem como de um aumento de tecido intersticial. 
 ANATOMIA DO RIM: 
Cada rim apresenta duas faces, duas bordas e duas extremidades. 
 Faces (2) - Anterior e Posterior. As duas são lisas, porém a anterior é mais abaulada e a posterior 
mais plana. 
 Bordas (2) - Medial (côncava) e Lateral(convexa). 
 Extremidades (2) - Superior (Glândula Supra-Renal) e Inferior (a nível de L3). 
 
 
- Na margem côncava de cada rim há uma fenda vertical, o hilo renal, que é a entrada de um espaço no rim, o 
seio renal. 
- No hilo renal encontram-se a artéria e veia renal, vasos linfáticos, plexos nervosos e o ureter. 
- Posteriormente as partes superiores dos rins situam-se profundamente a 11ª a 12ª costela. 
- O polo superior do rim direito é mais baixo o do que o esquerdo em razão a presença do fígado. 
- O polo inferior do rim direito está aproximadamente um dedo superior a crista ilíaca. 
- Os pólos superiores dos rins são mais próximos que os pólos inferiores. 
- Tem coloração marrom-avermelhada é mede cerda de 10 cm de comprimento, 5 de largura e 2,5 de espessura, 
pesando entre 125 e 170 gramas, no homem, e 115 e 155 gramas, na mulher e em recém-nascidos este peso 
varia de 13 a 44 gramas. Com o envelhecimento há uma diminuição do peso renal. 
- O rim situa-se entre T12 a L3. 
8 
 
- Situados no espaço retroperitoneal, um de cada lado da coluna vertebral, de tal forma que seu eixo 
longitudinal corre paralelamente ao músculo psoas maior. 
- Na posição ortostática, sua margem superior encontra-se ao nível da primeira vértebra lombar e a inferior, da 
quarta vértebra lombar. 
- Em decúbito dorsal, as margens superior e inferior dos rins elevam-se ao nível do bordo superior da 12ª 
vértebra torácica e da terceira vértebra lombar, respectivamente. 
- Com a respiração os rins podem deslocar-se cerca de 1,9 cm, chegando a 4,1 cm na inspiração profunda. 
- A margem lateral é convexa e a medial é côncava. 
 
- Macroscopicamente, pode ser dividido em córtex e medula. 
 O córtex, com cerca de um centímetro de espessura, contém túbulos contorcidos proximais e distais 
e glomérulos. Nele observam-se, intervalos regulares, estriações denominadas raios medulares 
(projeção dos túbulos no córtex), estes raios originam-se das bases das pirâmides. 
 Medula contém as alças de Henle e os túbulos coletores, os quais se abrem nas papilas dos cálices 
menores. Nessa região observa-se várias projeções cônicas, as pirâmides renais, com as bases 
voltadas para o córtex, e entre elas encontra-se as colunas renais com tecido semelhante ao do 
córtex. 
Obs: O conjunto, pirâmide renal e seu córtex associado, denomina-se lobo renal. 
- Envolvido em toda sua superfície por membrana fibroelástica muito fina e brilhante, denominada cápsula 
renal. Esta adere à pelve e aos vasos sanguíneos na região do hilo. 
- Ao redor dos rins, no espaço retroperitoneal, tem-se uma condensação de tecido conjuntivo, que representa a 
fáscia renal. Ela divide-se em fáscias renais anterior e posterior, envolvendo um tecido adiposo, denominado 
gordura perirrenal, que contorna o rim e a glândula adrenal de cada lado, constituindo o espaço perirrenal. 
- A fáscia renal determina a divisão do retroperitônio em três compartimentos: espaços pararrenal anterior, 
perirrenal e pararrenal posterior. 
9 
 
- Alguns dos túbulos se unem para formar ductos coletores. Os ductos coletores maiores, ou ductos de Bellini, 
abrem- se no ápice da pirâmide, na papila renal, região que contém a área crivosa com cerca de 10 a 25 
perfurações. A urina, que daí drena, cai num receptáculo chamado cálice menor. 
- A porção do cálice menor que se projeta para cima, ao redor da papila, é chamada de fórnix e é importante 
porque os primeiros sinais de infecção ou obstrução ocorrem a este nível. 
- Os cálices menores unem-se para formar os cálices maiores, que são em número de dois a quatro. 
Comumente, apenas três cálices são vistos no urograma excretor. Os cálices maiores, por sua vez, unem-se para 
formar um funil curvo, chamado pelve renal, que se curva no sentido medial e caudal, para tornar-se o ureter a 
um ponto denominado junção ureteropélvica. 
 
 
10 
 
 
Relações anatômicas: 
- Superiormente: diafragma 
- Inferiormente: as faces posteriores têm relação com o músculo psoas maior medialmente e quadrado do 
lombo. 
- Posteriormente: nervos e vasos subcostais e os nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal. 
- Anteriormente no rim direito: fígado, duodeno e o colo ascendente. Separado do fígado pelo recesso 
hepatorrenal. 
- Anteriormente no rim esquerdo: estômago, baço, pâncreas, jejuno e colo descendente. 
 
OBS: Rim em ferradura: unidos pelo pólo superior. Localizado na região pélvica. A artéria mesentérica inferior 
impede o rim de ascender. 
11 
 
 
 
 
12 
 
 
 
13 
 
 
 IRRIGAÇÃO DOS RINS: 
- Cada rim recebe uma artéria renal principal, que se origina da aorta ao nível da primeira ou da segunda 
vértebra lombar. 
- A artéria renal direita geralmente se origina da aorta a um nível mais inferior em relação à esquerda e passa 
posteriormente à veia cava inferior. Em 20 a 30% dos casos, podemos ter artérias renais acessórias que, 
usualmente, nutrem os pólos inferiores dos rins. 
- De um modo geral, a artéria renal divide-se, no hilo, em um ramo anterior que passa diante da pelve e em um 
ramo posterior que passa por trás. Estes ramos — anterior e posterior — dividem-se por sua vez em várias 
artérias segmentares, que nutrirão os vários segmentos do rim. 
- O ramo anterior divide-se em quatro artérias segmentares, que irrigarão o ápice do rim, os segmentos superior 
e médio da superfície anterior e todo o pólo inferior, respectivamente. 
- O ramo posterior nutre o restante do órgão. 
- Estas artérias segmentares são artérias terminais, pois não há anastomoses entre seus ramos. 
- Os ramos anteriores não se comunicam com os posteriores, oferecendo ao cirurgião uma linha de incisão no 
rim que sangra muito pouco. 
- As artérias segmentares sofrem nova divisão, originando as artérias interlobares. As artérias interlobares 
correm ao lado das pirâmides medulares e dentro das colunas renais. 
- Na junção córtico-medular, os vasos interlobares dividem-se para formar os vasos arqueados, que correm ao 
longo da base da pirâmide medular e dão origem às artérias interlobulares. 
14 
 
- Essas artérias interlobulares dirigem-se perpendicularmente em direção à cápsula do rim, e delas originam-se 
as arteríolas aferentes que nutrem um ou mais glomérulos. 
- As arteríolas aferentes dividem-se dentro de cada glomérulo formando uma rede capilar. Em seguida, 
confluem-se e emergem do tufo capilar para formar as arteríolas eferentes que deixam o glomérulo e formam 
os capilares peritubulares, no caso dos néfrons corticais, ou as arteríolas retas (vasa recta), no caso dos néfrons 
justamedulares. 
- As arteríolas retas são vasos paralelos, relativamente sem ramos colaterais, que se estendem até a medula 
renal, onde originam os plexos capilares. 
 
Resumindo: 
 
15 
 
 
 
16 
 
 
 DRENAGEM VENOSA DOS RINS: 
A circulação venosa costuma seguir paralelamente o trajeto do sistema arterial. As veias são formadas perto da 
superfície do rim por confluência dos capilares do córtex. 
Elas drenam nas veias interlobulares e tornam-se veias arqueadas na junção do córtex com a medula. As vênulas 
retas na medula também drenam nas veias arqueadas, que então formam as veias interlobares. Estas veias 
interlobares drenam em veias segmentares, as quais, eventualmente, formam as veias renais. 
A veia renal esquerda recebe a veia adrenal esquerda e a veia gonadal esquerda e passa inferiormente à artéria 
mesentérica superior antes de entrar na veia cava inferior. As veias adrenal e gonadal direita entram 
diretamente na veia cava inferior. A veia renal direita é menor e situa-se dorsalmente ao duodeno. 
OBS: é mais fácil retirar o rim direito do que o esquerdo por esses motivos. 
 
 DRENAGEM LINFÁTICA DOS RINS E URETER: 
- Os linfáticos corticais originam-se ao nível do tecido conjuntivo que envolve as artérias interlobulares, drenam 
nos linfáticosarqueados na junção córtico-medular e atingem os linfáticos do hilo através dos linfáticos 
interlobares. Há também uma rede linfática no interior e sob a cápsula renal, comunicando-se com os linfáticos 
intra-renais. 
- Os vasos linfáticos renais acompanham as veias renais e drenam para os linfonodos lombares direito e 
esquerdo. 
- Os vasos linfáticos da parte superior do ureter podem se unir ao dos rins ou seguir diretamente para os 
linfonodos lombares. 
17 
 
- Os da parte média do ureter, geralmente, drenam para os linfonos ilíacos comuns, e a parte inferior, drena para 
os linfonodos ilíacos comuns internos ou externos. 
 
 INERVAÇÃO DOS ÓRGÃOS DO SISTEMA URINÁRIO: 
- A inervação dos rins origina-se do plexo nervoso renal, formado por fibras simpáticas e parassimpáticas. 
- O plexo nervoso renal é suprido por fibras do nervo esplâncnicos abdominopélvicos. 
- Os nervos da parte abdominal do ureteres provêm dos plexos renal, aórtico abdominal e hipogástrico superior. 
- As fibras aferentes viscerais que conduzem a sensação de dor acompanham as fibras simpáticos retrógradas 
até os gânglios sensitivos espinhais e segmentos medulares, de T11 a T12. 
OBS: Dor referida: dor sentida em uma região cutânea que recebe no mesmo segmento medular daquela região 
somática inervada, aferencias simpáticas ou parassimpáticas de um determinado órgão. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 FUNÇÃO DOS RINS: 
Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, com as outras partes do sistema atuando, 
principalmente, como vias de passagem e áreas de armazenamento. Com a filtração do plasma e a formação da 
urina, os rins contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias maneiras. As funções dos rins 
incluem: 
 Regulação da composição iônica do sangue; 
 Manutenção da osmolaridade do sangue; 
 Regulação do volume sangüíneo; 
 Regulação da pressão arterial; 
 Regulação do pH do sangue; 
 Liberação de hormônios (eritropoetina e renina); 
 Regulação do nível de glicose no sangue; 
 Excreção de resíduos e substâncias estranhas. 
 
 ANATOMIA DO URETER: 
- São ductos musculares (25-30 cm de comprimento) com luzes estreitas que conduzem a urina dos rins para a 
bexiga. 
- Seguem inferiormente, dos ápices das pelves renais nos hilos renais, passando sobre a margem da pelve na 
bifurcação das artérias ilíacas comuns. A seguir passam ao longo da parede lateral da pelve e entram na bexiga 
urinária. 
- Os ureteres possuem uma parte abdominal e uma parte pélvica: 
 Partes abdominais: 
- Aderem intimamente ao peritônio parietal e têm trajeto retroperitonial. 
- Ao exame radiológico, os ureteres normalmente apresentam constrições relativas em três locais: 
1. Junção dos ureteres e pelves renais (junção ureteropelvica). 
2. No cruzamento da artéria ilíaca externa e/ou margem da pelve. 
3. Durante sua passagem através da parede da bexiga urinária. 
Obs: essas áreas de constrição são possíveis locais de obstrução por cálculos ureterais. 
 Partes pélvicas: 
- Seguem nas paredes laterais da pelve, paralelas à margem anterior da incisura isquiática maior, entre o 
peritônio parietal da pelve e as artérias ilíacas internas. 
- Próximo à espinha isquiática, eles se curvam anteromedialmente, acima do músculo levantador do 
ânus, e entram na bexiga urinária. 
- As extremidades inferiores dos ureteres são circundadas pelo plexo venoso vesical. 
- Passam obliquamente através da parede muscular da bexiga urinária em direção inferomedial, 
entrando na face externa da bexiga urinária distantes um do outro cerca de 5cm, mas suas aberturas 
internas na luz da bexiga urinária vazia são separadas por apenas metade dessa distância. 
- Essa passagem obliqua forma a valva unidirecional, e a pressão interna causada pelo enchimento da 
bexiga, causam o fechamento da passagem intramural. 
19 
 
 
 
 ANATOMIA DA BEXIGA: 
É um órgão muscular oco, elástico que, nos homens situa-se diretamente anterior ao reto e, nas mulheres está à 
frente da vagina e abaixo do útero. 
- Localização: Quando vazia, está localizada inferiormente ao peritônio e posteriormente à sínfise púbica: 
quando cheia, ela se eleva para a cavidade abdominal. 
RN :encontra-se no abdome, mesmo que vazia. Entra na pelve por volta dos 6 anos de idade – completamente 
dentro da pelve depois da puberdade. 
- Forma: a forma da bexiga apresenta variações que dependem do sexo, da idade e da quantidade de urina que 
ela contém. Quando vazia a bexiga tem um formato quase tetraédrico e externamente tem ápice, corpo, fundo e 
colo. 
 Ápice: aponta em direção à margem superior da sínfise púbica quando está vazia. 
 Fundo: oposto ao ápice, formado pela parede posterior um pouco convexa. 
 Corpo: é a parte principal, entre o ápice e o fundo. 
 Colo: onde encontra-se o fundo e as faces inferolaterais. 
 
20 
 
 
 
 - Capacidade - a capacidade da bexiga varia segundo algumas condições. Em média é de 700-800 ml. 
- A bexiga urinária é revestida por tecido conjuntivo frouxo – fáscia visceral da bexiga. 
- Músculo Detrusor da Bexiga – compõem a parede da bexiga. 
 Suas fibras musculares se estendem em todas as direções. É este músculo que esvazia a bexiga. 
- Músculo Esfíncter Interno Involuntário – formado por fibras musculares que seguem em direção ao colo da 
bexiga urinária masculina – contínuas com o tecido fibromuscular da próstata. Esse esfíncter se contrai durante 
a ejaculação. 
 Algumas fibras correm radialmente e auxiliam na abertura do óstio interno da uretra. 
- Nas mulheres as fibras situadas no colo da bexiga urinária são contínuas com as fibras musculares situadas na 
parede da uretra. 
- Trígono da Bexiga; 
 Área triangular na superfície posterior da bexiga que não apresenta rugas. Delimitada por três vértices: 
óstio do ureter direito, óstio do ureter esquerdo e ponto de saída da uretra (óstio ureteral interno). 
 Sua importância é que as infecções costumam persistir nessa área. 
 A úvula da bexiga é uma pequena elevação do trígono. 
- Trígono vesical: 
 
21 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 Vascularização: 
-Principais: ramos das artérias ilíacas internas: Artérias vesicais superiores, Artérias Vesicais Inferiores 
(Homens) – Artérias Vaginais (Mulheres) 
 Drenagem: 
- Nomes das veias correspondentes aos das artérias e são tributárias das veias ilíacas internas. 
- Nos homens o plexo venoso vesical é contínuo com o plexo venoso prostático, e o conjunto de plexos 
associados envolve o fundo da bexiga e a próstata, as glândulas seminais, os ductos deferentes e as 
extremidades inferiores dos ureteres. Ele drena principalmente para as veias vesicais inferiores para as 
ilíacas internas; ou através das veias sacrais para o plexo venoso vertebral interno. 
- Nas mulheres, o plexo venoso vesical envolve a parte pélvica da uretra e colo da bexiga, recebe sangue da 
veia dorsal do clitóris e comunica-se com o plexo venoso vaginal ou uterovaginal. 
 
 Sistema linfático: 
Linfonodos ilíacos externos (face superior) e linfonodos ilíacos internos (fundo). 
 
 Inervação: 
- Fibras parassimpáticas derivadas dos nervos esplâncnicos pélvicos: Motoras para o músculo detrusor e 
inibidoras para o músculo esfíncter interno. 
-Fibras simpáticas derivadas dos nervos T11 a L2. 
- plexo nervoso vesical (formado por fibras simpáticas e parassimpáticas): contínuo com o plexo hipogástrico 
inferior. 
23 
 
O principal suprimento nervoso da bexiga é efetuado pelos nervos pélvicos, que estão ligados à medula 
espinhal pelo plexo sacro, conectando-se, principalmente, com os segmentos medulares de S2 e S3. 
 
 ANATOMIA DA URETRA: 
 Uretra masculina 
- É um tubo muscular com 18 a 22 cm de comprimento, que conduz urina do óstio interno da uretra da 
bexiga urinária até o óstio externo da uretra, localizado naextremidade da glande do pênis em homens. 
- Também é a via de saída do sêmen. 
- A uretra é dividida em 4 partes: 
1. Parte intramural (pré-prostática) da uretra 
2. Parte prostática da uretra 
3. Parte membranácea (intermédia) 
4. Parte esponjosa da uretra 
 
- Os ductos prostáticos secretores abrem-se nos seios prostáticos. 
- O colículo seminal é uma elevação arredondada no meio da crista uretral com o orifício semelhante a fenda 
que se abre em um fundo de saco pequeno, o utrículo prostático (vestígio do canal uterovaginal 
embrionário). 
- Os ductos ejaculatórios se abrem na parte prostática da uretra através de pequenas aberturas semelhantes 
a fendas localizadas adjacentes ao orifício do utrículo prostático e, às vezes, logo dentro dele. 
OBS: 
Fratura de bacia  lesão na uretra membranosa 
Fratura cavaleira lesão na uretra bulbar 
24 
 
 
 
25 
 
 
 Uretra feminina: 
- Cerda de 4 cm de comprimento e 6 mm de diâmetro. 
- Segue anteroinferiormente do óstio interno da uretra na bexiga urinária, posterior e depois inferior a 
sínfise púbica, até o óstio externo da uretra. 
- Nas mulheres o óstio externo da uretra está localizado no vestíbulo, a fenda entre os lábios menores dos 
órgãos genitais externo, diretamente anterior ao óstio da vagina. 
- Situa-se anteriormente a vagina, formando uma elevação na parede anterior da vagina. 
- Segue com a vagina através do diafragma da pelve, músculo esfíncter externo da uretra e membrana do 
períneo. 
- Há glândulas na uretra, sobretudo em sua parte superior. 
- Um grupo de glândulas laterais, as glândulas ureterais, é homologo à próstata. Essas glândulas têm um 
ducto parauretral comum, que se abre (um de cada lado) perto do óstio externo da uretra. 
 
 
 MECANISMO DA MICÇÃO: 
- À medida que a bexiga se enche, começa a aparecer contrações de micção, que resultam do reflexo de 
estiramento iniciado por receptores sensoriais de estiramento na parede vesical, particularmente na uretra 
posterior, quando essa parte começa a se encher de urina e sua pressão aumentar. 
- Os sinais de estiramento são conduzidos até os segmentos sacros na medula espinhal, pelos nervos pélvicos, e 
voltam para a bexiga por fibras simpáticas dos mesmos nervos. 
- Se a bexiga está apenas parcialmente cheia, os músculos detrusores relaxam e a pressão volta a seu nível basal. 
- O reflexo da micção é auto-regenerativo, ou seja, a contração da bexiga ativa, ainda mais, os receptores de 
estiramento. 
26 
 
- Ciclo do reflexo da micção: 
1) Aumento progressivo e rápido da pressão 
2) Período de pressão sustentada 
3) Retorno da pressão ao tônus basal da bexiga 
- Quando o reflexo da micção torna-se intenso o suficiente, provoca outro reflexo, que percorre os nervos 
pudendos até o esfíncter externo, para inibi-lo. Se essa inibição for mais potente, no cérebro, do que os sinais 
constritores voluntários para o esfíncter externo, ocorre micção. Caso contrário a micção só ocorrerá quando a 
bexiga se encher ainda mais e o reflexo de micção se tornar mais intenso. 
Facilitação ou Inibição da Micção pelo Cérebro 
O reflexo da micção é autonômico, mas pode ser facilitado ou inibido por pontos no encéfalo, são eles: 
1) Centros facilitadores e inibidores fortes do tronco cerebral, localizados principalmente na ponte. 
2) Vários centros localizados no córtex cerebral, que são principalmente inibitórios, mas podem se tornar 
excitatórios. 
O controle final da micção se dá pela seguinte maneira: 
 Os centros superiores mandam sinais parcialmente inibidos, exceto quando a micção é desejada. 
 Os centros superiores são capazes de impedir a micção, mesmo se ocorrer reflexo, pela contração do 
esfíncter externo. 
 Quando surge o momento de urinar, os centros corticais podem facilitar os centros sacros da micção 
para ajudar a iniciar o reflexo da micção e, ao mesmo tempo, inibir o esfíncter urinário externo, 
ocorrendo a micção. 
A micção voluntária é iniciada assim: 
 Indivíduo contrai, voluntariamente, os músculos abdominais, o que aumenta a pressão na bexiga e 
permite a entrada sob pressão de urina adicional no colo vesical e na uretra posterior, distendendo, 
assim, suas paredes. 
 Ocorre estímulo dos receptores de estiramento, o que excita o reflexo da micção e, ao mesmo tempo, 
inibe o esfíncter externo. 
 
 COMPONENTES DO NÉFRON: 
- A unidade funcional do rim é o néfron, formado pelos seguintes elementos: o corpúsculo renal, representado 
pelo glomérulo e pela cápsula de Bowman; o túbulo proximal; a alça de Henle; o túbulo distal e uma porção do 
ducto coletor. 
- Há aproximadamente 700.000 a 1,2 milhão de néfrons em cada rim. 
- Os néfrons podem ser classificados como superficiais, corticais e justamedulares. Existe uma segunda 
classificação que os divide segundo o comprimento da alça de Henle, existindo néfrons com alça curta e néfrons 
com alça longa. 
 A maior parte dos néfrons são corticais e possuem uma alça de Henle curta, com o ramo delgado curto 
ou praticamente não-existente. 
 Apenas um oitavo dos néfrons é justaglomerular, com os glomérulos na junção córtico-medular, e têm 
longas alças de Henle, as quais possuem longos ramos delgados 
27 
 
 
 
 
 HISTOLOGIA DOS ÓRGÃOS DO SISTEMA URINÁRIO: 
 RIM: 
- Cada rim é dividido em córtex e medula. 
 Região cortical: é subdividia em labirinto cortical e raios medulares. 
 Medula: 
- é composta de 10 a 18 pirâmides renais, cujo ápice de cada uma é perfurado por 15 a 20 ductos 
papilares na área crivosa. 
- Cada pirâmide mais sua coluna correspondente constitui um lobo renal. 
- Entre as pirâmides encontram-se as colunas renais, ocupada por material cortical. 
 
 Túbulos uriníferos: 
É a unidade funcional do rim, consiste em néfron e túbulo coletor. 
NÉFRON: 
- Existem dois tipos de néfrons: os corticais (mais curtos) e os justamedulares (mais longos). 
- Os corticais estão em maior quantidade e o justamedular tem em torno de 40mm de comprimento. 
 Corpúsculo renal: 
- Composto por um tufo de capilares, o glomérulo, o qual está invaginado dentro da cápsula de 
Bowman. 
- Espaço urinário: espaço dentro da capsula de Bowman. 
- A capsula de Bowman é dividida em um folheto parietal e um visceral: 
 Folheto visceral: está em íntimo contato com o Glomérulo, constituída por células epiteliais 
modificadas denominadas podócitos. 
 Folheto parietal: parede externa que envolve o espaço de Bowman, constituída por células 
epiteliais simples (que se assentam sobre uma delgada lâmina basal). 
28 
 
- A região na qual os vasos que irrigam e drenam o glomérulo entram e saem da cápsula de Bowman 
é denominada pólo vascular. 
- A região na qual há continuação do corpúsculo renal com o túbulo proximal, que drena o espaço de 
Bowman, é denominada pólo urinário. 
- Barreira de filtração: complexa, constituída pela parede endotelial do capilar, pela lâmina basal e 
pelo folheto visceral da cápsula de Bowman (podócitos). 
Glomérulo: 
- é formado por vários tufos de capilares anastomosados originários de ramos da arteríola 
glomerular aferente. As células normais do tecido conjuntivo das arteríolas são substituídas por um 
tipo especial de células denominadas células mesangiais. 
 Células mesangiais extraglomerulares, localizadas no pólo vascular 
 Células mesangiais intraglomerulares, semelhantes a pericitos, situadas dentro do 
corpúsculo renal. 
- Os capilares que constituem o glomérulo são semelhantes aos capilares do tipo fenestrado. Suas 
células endoteliais são muito delgadas, exceto na região que contém o núcleo, e, usualmente, os 
poros não estão cobertos por um diafragma. Os poros são grandes com um diâmetro variando entre 
70 e 90 nm; 
 
 
Acer
Typewriter
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
HighlightAcer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
29 
 
 
 
Lâmina Basal: 
 Uma lâmina basal envolve o glomérulo (-300nm de espessura) e é constituída por três camadas: 
 A camada densa do meio, a lâmina densa, tem cerca de 100 nm de espessura e é constituída 
por colágeno do tipo IV. 
 Camadas menos eletrondensas, as lâminas raras, que contêm laminina, fibronectina e um 
proteoglicano polianiônico rico em sulfato de heparan, estão situadas em ambos os lados da 
lâmina densa. Alguns autores denominam lâmina rara interna àquela situada entre as 
células endoteliais do capilar e a lâmina densa. 
 Lâmina rara externa àquela situada entre a lâmina densa e o folheto visceral da cápsula de 
Bowman. A fibronectina e a laminina auxiliam os prolongamentos secundários e as células 
endoteliais a manterem sua ligação com a lâmina densa. 
 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
30 
 
 
Folheto visceral da cápsula de Bowman: 
- é constituído por células endoteliais altamente modificadas para exercer a função de filtração. Estas 
células grandes, denominadas podócitos, possuem numerosos prolongamentos citoplasmáticos 
primários longos. 
- Cada prolongamento primário possui muitos prolongamentos secundários, os pedicelos, dispostos 
de modo ordenado. 
- Os prolongamentos secundários envolvem completamente a maior parte dos capilares 
glomerulares e se entrelaçam com prolongamentos secundários de prolongamentos primários de 
outros podócitos. 
- Os entrelaçamentos se dispõem de tal modo que entre prolongamentos secundários adjacentes 
existem fendas estreitas, com 20 a 40 nm de largura, denominadas fendas de filtração. Estas fendas 
de filtração não são totalmente abertas; elas são cobertas pelo diafragma da fenda, delgado (6 nm 
de espessura), que se estende entre prolongamentos secundários vizinhos e age como parte da 
barreira de filtração. 
- O diafragma da fenda tem poros circulares atravessados por estruturas que se irradiam de uma 
densidade central. Estes raios estão separados um do outro por espaços de 3 a 5 nm. 
 
Processo de filtração: 
- A lâmina densa prende as moléculas maiores (> 69.000 Da), enquanto os poliânions das lâminas 
raras impedem a passagem das moléculas com carga negativa e das moléculas incapazes de se 
deformarem. 
- Como a lâmina basal prende as macromoléculas maiores, esta tornar-se-ia entupida se não fosse 
continuamente fagocitadas pelas células mesangiais intraglomerulares e reposta pelo folheto 
visceral da cápsula de Bowman (podócitos) e pelas células endoteliais glomerulares. 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
31 
 
 
 Túbulo proximal: 
- O espaço de Bowman drena para o túbulo proximal no pólo urinário. 
- Os túbulos proximais constituem grande parte do córtex renal. Cada túbulo tem aproximadamente 
60 µm de diâmetro e cerca de 14 mm de comprimento. 
- constituído por uma região altamente contorcida, a pars convoluta (túbulo contorcido proximal), 
localizada perto do corpúsculo renal e uma parte reta, a pars recta (ramo espesso descendente da 
alça de Henle), que desce por um raio medular do córtex e depois pela medula tornando-se contínua 
com a alça de Henle na junção das estrias externa e interna. 
 A porção contorcida do túbulo proximal: 
- constituída por epitélio cubóide simples com citoplasma eosinófilo granuloso. 
- células possuem uma borda estriada elaborada e um sistema complexo de prolongamentos 
celulares laterais entrelaçados. 
- A altura destas células varia com seu estado funcional — de epitélio cubóide baixo a 
cubóide quase alto. 
- luz ocluída; bordas estiladas com dobras e esgarçadas; poucos núcleos basais por corte 
transversais por túbulo; e células com ausência de membranas laterais distintas. 
- Baseando-se nas características ultra-estruturais das células que o compõem, o túbulo 
proximal pode ser subdividido em três regiões: 
1) Os primeiros dois terços da porção contorcida são denominados S1. 
2) O restante da porção contorcida e grande quantidade da parte reta são 
denominados S2. 
3) O restante da parte reta é denominado S3. 
 
 Ramos finos da alça de Henle: 
- A parte reta do túbulo proximal se continua como o ramo fino da alça de Henle. 
- Este túbulo fino, cujo diâmetro geral é de cerca de 15 a 20 µm, é constituído por células epiteliais 
pavimentosas com uma altura média de 1,5 a 2 µm. 
- O comprimento dos segmentos finos varia com a localização do néfron. Nos néfrons corticais são 
mais curtos e néfrons justamedulares têm segmentos finos, muito mais compridos que formam uma 
alça com uma curva fechada. 
- A região da alça contínua com a parte reta do túbulo proximal é denominada ramo descendente 
fino (da alça de Henle), enquanto a curva fechada forma a alça de Henle, e a região que liga a alça 
de Henle com a parte reta do túbulo distal é denominada ramo ascendente fino (da alça de Henle). 
Acer
Highlight
32 
 
- Os núcleos das células que constituem os ramos finos fazem saliência na luz do túbulo; 
- Na sua superfície voltada para a luz elas apresentam algumas microvilosidades curtas e obtusas. 
- O ramo fino descendente é altamente permeável à água e razoavelmente permeável a uréia, 
cloreto de sódio e outros íons. 
 
 Túbulo distal: 
- O túbulo distal é subdividido em parte reta, que, sendo a continuação do ramo fino ascendente da 
alça de Henle, também é denominado ramo ascendente espesso da alça de Henle, e a parte 
contorcida distal (túbulo contorcido distai). 
- Uma região modificada do túbulo distal, denominada mácula densa, está interposta entre o ramo 
ascendente espesso e o túbulo contorcido distal. 
- As células epiteliais cubóides baixas, que constituem o segmento ascendente espesso, têm um 
núcleo central de redondo a levemente oval, e algumas microvilosidades curtas em forma de bastão. 
- O ramo ascendente espesso não é permeável à água ou uréia. Estas células também possuem 
bombas de cloreto (e, talvez, de sódio) que agem no transporte ativo retirando cloreto (e sódio) da 
luz do túbulo. 
- O ramo ascendente espesso da alça de Henle passa perto do corpúsculo renal do qual se originou 
colocando-se entre as arteríolas aferente e eferente. Esta região do túbulo distai é denominada 
mácula densa. 
- Como as células da mácula densa são altas e estreitas, os núcleos destas células parecem estar 
muito mais próximos do que os do restante do túbulo distal. 
- Os túbulos contorcidos distais são curtos (4 a 5 mm) com um diâmetro geral de 25 a 45 µm. 
- A luz destes túbulos está bem aberta, o citoplasma das células do epitélio de revestimento, cubóide 
baixo, tem aspecto granuloso e é mais claro do que o dos túbulos contorcidos proximais . 
- As células destes túbulos são mais estreitas, nos cortes transversais eles apresentam um maior 
número de núcleos. A ultra-estrutura destas células mostra um citoplasma claro e pálido com 
algumas microvilosidades apicais obtusas. 
- Geralmente os túbulos contorcidos distais sobem até um pouco de seu próprio corpúsculo renal e 
drenam para a porção arqueada dos túbulos coletores. 
- Do mesmo modo que os ramos ascendentes espessos, o túbulo contorcido distal é impermeável à 
água e uréia. Entretanto, no plasmalema basolateral de suas células, uma forte atividade de Na-K 
ATPase impulsiona bombas de troca sódio potássio. 
- Assim, respondendo ao hormônio aldosterona, estas células podem reabsorver ativamente todo o 
sódio restante (e, passivamente, cloreto) da luz do túbulo para o interstício renal. Além disso, os íons 
potássio e hidrogênio são secretados ativamente na luz do túbulo controlando, destamaneira, o 
potássio do fluido extracelular do corpo e a acidez da urina, respectivamente. 
 
 Aparelho justaglomerular: 
- É constituído pela mácula densa do túbulo distal, células justaglomerulares da arteríola aferente 
adjacente (e, ocasionalmente, da eferente), e as células mesangiais extraglomerulares. 
- As células da mácula densa são altas, estreitas, claras, com núcleo central. Como essas células são 
bastante estreitas, seus núcleos, fortemente corados, estão perto uns dos outros; 
- As células justaglomerulares (JG) são células musculares lisas modificadas, localizadas na túnica 
média das arteríolas glomerulares aferentes (e, ocasionalmente, das eferentes). Os núcleos destas 
células são redondos em vez de alongados. As células JG contêm grânulos específicos, que se 
demonstrou serem a enzima proteolítica renina. A enzima conversora da angiotensina, a 
angiotensina I e a angiotensina II também estão presentes nestas células. 
- As células mesangiais extraglomerulares, o terceiro membro do aparelho justaglomerular, ocupam 
o espaço delimitado pela arteríola aferente, mácula densa, arteríola eferente e pelo pólo vascular do 
corpúsculo renal. Ocasionalmente, estas células podem conter grânulos e, provavelmente, são 
contíguas com as células mesangiais intraglomerulares. 
 
 TÚBULOS COLETORES 
- Não fazem parte do néfron. 
- Eles têm origem embriológica diferente e é somente em uma fase posterior do desenvolvimento que eles 
se unem ao néfron formando uma estrutura contínua. 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
33 
 
- Os túbulos contorcidos distais de vários néfrons unem-se formando um curto túbulo arqueado, que se une 
com o túbulo coletor. 
- O ultrafiltrado glomerular que chega ao túbulo coletor é modificado e levado para a papila medular. Os 
túbulos coletores têm cerca de 20 mm de comprimento e possuem três regiões reconhecíveis: 
 Cortical 
 Medular 
 Papilar 
- Os túbulos coletores corticais estão situados nos raios medulares e são constituídos por dois tipos de 
células cubóides: 
1) As células principais com núcleos ovais, centrais, alguns mitocôndrios pequenos e microvilosidades 
curtas dispersas. A membrana basal destas células possui numerosas invaginações. 
2) As células intercalares apresentam numerosas vesículas apicais com 50 a 200 nm de diâmetro, 
micropregas no plasmalema apical e mitocôndrios abundantes. O núcleo destas células é redondo e 
central. 
- As funções das células principais são desconhecidas, mas as células intercalares transportam e secretam 
ativamente íons hidrogênio contra um alto gradiente de concentração, modulando, desta maneira, o 
equilíbrio ácido-base do corpo. 
- Os túbulos coletores medulares têm um calibre maior, pois são formados pela união de vários túbulos 
coletores corticais . Os túbulos da zona externa da medula são semelhantes aos túbulos coletores corticais 
apresentando células principais e intercalares, enquanto os túbulos da zona interna da medula têm somente 
células principais. 
- Os túbulos coletores papilares (dutos de Bellini) são formados pela confluência de vários túbulos coletores 
medulares. Desembocam na área crivosa da papila renal lançando no cálice menor do rim a urina que 
transportam. Estes dutos são revestidos somente por células principais colunares. 
- Os túbulos coletores são impermeáveis à água. Entretanto, na presença do hormônio antidiurético (ADH), 
eles tornam- se permeáveis à água (e, em certo grau, à uréia). Desta maneira, na ausência de ADH, a urina é 
copiosa e hipotônica e, na presença de ADH, o volume da urina é baixo e concentrado. 
 
 PELVE: 
- É subdividida em cálices maiores e menores, constitui o início do principal ducto excretor do rim. 
- O epitélio de transição do cálice menor é refletido na papila renal. 
- Os cálices são revestidos por epitélio de transição. O tecido conjuntivo subepitelial de ambos é 
frouxamente arranjado e limita-se com a muscular, composta de uma camada longitudinal interna e uma 
circular externa, de músculo liso. Uma adventícia de tecido conjuntivo frouxo circunda a muscular. 
 
 URETER: 
- Possui uma luz em forma de estrela que é revestida por epitélio de transição. 
- Tecido conjuntivo subepitelial é composto de tecido conjuntivo fibroelástico. 
- A muscular é também composta por camada de músculo liso, uma longitudinal interna e uma circular 
externa, embora na sua porção inferior, próxima a bexiga, esteja presente uma terceira camada de músculo 
liso, a longitudinal mais externa. 
- A muscular é circundada por uma adventícia fibroelástica. 
 
 BEXIGA: 
- A bexiga é, essencialmente, um órgão de armazenamento da urina até a pressão tornar-se suficientemente 
alta para induzir o impulso da micção. Sua mucosa também age como barreira osmótica entre a urina e a 
lâmina própria. 
- A mucosa da bexiga apresenta numerosas dobras, que desaparecem quando a bexiga fica distendida pela 
urina. 
- Quando a bexiga está distendida, as células do epitélio de transição, grandes, redondas e em forma de 
domo, se estendem e mudam sua forma tornando-se achatadas. 
- A acomodação da forma da célula é feita por uma característica exclusiva do plasmalema da célula do 
epitélio de transição que possui um mosaico de regiões especializadas, rígidas, espessadas, as placas, 
espalhadas entre regiões interplacas, normais, da membrana celular. 
- Quando a bexiga está vazia, as regiões das placas ficam dobradas formando contornos angulares, 
irregulares, que desaparecem quando a célula é distendida. 
34 
 
- Estas placas parecem ser impermeáveis à água e sais; portanto, estas células agem como uma barreira 
osmótica entre a urina e a lâmina própria subjacente. 
- As células superficiais do epitélio de transição são unidas por desmossomos e, possivelmente, por junções 
de oclusão, que também ajudam a estabelecer a barreira osmótica impedindo a passagem de fluido entre as 
células. 
- A região triangular da bexiga, cujos ápices são os orifícios dos dois ureteres e da uretra, é denominada 
trígono. A mucosa do trígono sempre é lisa e nunca forma dobras. 
- A lâmina própria da bexiga pode ser subdividida em duas camadas: uma mais superficial, de tecido 
conjuntivo denso, não modelado, e uma camada mais profunda de tecido conjuntivo mais frouxo composto 
por uma mistura de fibras de colágeno e elásticas. A lâmina própria não contém glândulas, exceto na região 
que circunda o orifício da uretra, na qual podem ser encontradas glândulas mucosas. Geralmente estas 
glândulas estendem-se somente até a camada superficial da lâmina própria. Elas secretam um fluido claro, 
viscoso, que, aparentemente, lubrifica o orifício da uretra. 
- A capa muscular da bexiga é composta por três camadas de músculo liso, entrelaçadas, que somente 
podem ser dissociadas na região do colo da bexiga. Neste local, elas estão dispostas em uma camada 
longitudinal interna, delgada, uma camada circular média, espessa, e uma camada longitudinal externa, 
delgada. 
- A camada circular média forma o músculo do esfíncter interno em torno do orifício interno da uretra. 
- A adventícia da bexiga é composta por tecido conjuntivo denso não modelado contendo uma quantidade 
generosa de fibras elásticas. Algumas regiões da adventícia estão cobertas por uma serosa, uma dobra do 
peritônio sobre a parede da bexiga, enquanto as outras regiões podem estar envolvidas por gordura. 
 
Problema 2 
 
 QUANTIDADE DE URINA PRODUZIDA POR DIA: 
- Cerca de 25% do plasma que atinge o rim são ultrafiltrados pelos glomérulos, levando a formação de 100 a 120 
ml/min de ultrafiltrado em média no homem. Entretanto, apenas 1,2% desse volume é eliminado, e o restante 
reabsorvido da luz tubular para o espaço peritubular. 
- São produzidos cerca de 1800 à 2000mlde urina por dia. 
 
 QUANTIDADE DE URINA QUE A BEXIGA COMPORTA: 
- Quando não há urina na bexiga, a pressão intravesical é de 0, mas, após o enchimento com 30 a 50 mL de 
urina, a pressão se eleva para 5 a 10 cm de água. 
- Urina adicional- 200 a 300 mL pode se acumular, originando pequena elevação na pressão; esse nível constante 
de pressão é gerado pelo tônus intrínseco da própria parede vesical. Além de 300 a 400 ml, o acúmulo de mais 
urina na bexiga causa maior elevação da pressão. 
- A bexiga comporta de 400 a 600 ml de urina. 
 
 CAMINHO DA URINA: 
- Espaço urinário -> túbulo proximal (que possui 3 segmentos) -> Alça de Henle (porção fina descendente, porção 
fina ascendente, porção espessa ascendente medular e porção espessa ascendente cortical) ->Túbulo 
contornado distal -> Túbulo coletor -> Ducto coletor -> cálice menor -> cálice maior -> pelve renal -> ureter -> 
bexiga urinária -> uretra -> meato uretral externo. 
 
 COMPONENTES DA BARREIRA DE FILTRAÇÃO: 
A barreira de filtração glomerular é constituída de: 
1) Células endoteliais que formam a porção mais interna e representam uma continuação direta do 
endotélio da arteríola aferente. Este prolongamento é também denominado lâmina fenestrada, pela 
característica peculiar dos citoplasmas das células endoteliais. 
2) Uma membrana basal contínua que constitui a camada média; 
3) Uma camada mais externa, formada de células epiteliais (podócitos), que constitui o folheto visceral da 
cápsula de Bowman. 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
35 
 
 
 PRESSÃO HIDROSTÁTICA E PRESSÃO ONCÓTICA: 
Pressão hidrostática: pressão exercida pela presença física do líquido. 
Pressão oncótica: é a força de atração de água exercida pelas proteínas. 
 
 FUNÇÃO RENAL: 
- Sintese e catabolismo 
- Filtração gloemerular: Processo que água e solutos deixam o capilar glomerular, atravessam a barreira e vão 
para espaço urinário. 
- Reabsorção tubular: movimento do lúmen, através da camada epitelial para o interstício e depois sangue. 
 
- Secreção tubular: processo de transporte de substancias do citosol das células para o lúmen dos túbulos. 
- Sendo que os processos básicos são: filtração, reabsorção e secreção. 
 
 FILTRAÇÃO: 
- Ocorre no glomérulo renal. 
- É a primeira etapa da formação da urina e corresponde a 20% do fluxo plasmático renal. 
- No adulto em média a filtração glomerular é cerca de 120 ml/min ou 170 L/dia. 
- Os capilares glomerulares permitem a passagem livre de pequenas moléculas como a água, uréia, sódio, 
cloretos e glicose; mas não permitem a passagem de moléculas maiores como eritrócitos ou proteínas 
plasmáticas. 
 Determinantes da filtração: 
- É governada pelas mesmas forças que atuam em qualquer outro capilar do organismo. 
- O ritmo de ultrafiltração em um determinado ponto do capilar é dado pela equação: 
 
- Onde: 
 K= coeficiente de permeabilidade hidráulica do capilar glomerular; 
 ∆P= diferença entre a pressão hidrostática do capilar glomerular e a pressão hidrostática do fluido 
da capsula de Bowman, que é igual a pressão intratubular. 
 ∆π= é a diferença entre a pressão oncótica do capilar glomerular, que é uma força que se opõe à 
ultrafiltração, e a pressão oncótica do fluido da capsula de Bowman esta última igual a zero, uma vez 
que este fluido é um ultrafiltrado, portanto, isento de proteínas. Assim, a equação pode ser 
estendida para: 
 
 
Onde Pcg-Pt-πcg é igual à pressão de ultrafiltração (Puf). 
- Pressão capilar glomerular, em condições de hidropenia, tem um valor de 45 mmHg e se mantém 
praticamente constante ao longo do capilar glomerular. (pressão hidrostática do capilar) 
- Pressão intratubular é em torno de 10 mmHg. (pressão hidrostática do túbulo) 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
36 
 
- Pressão oncótica no início do capilar glomerular é de 20mmHg, sendo igual à pressão oncótica da 
artéria renal. (pressão oncótica do capilar) 
- Pressão oncótica do capilar glomerular ao nível da arteríola eferente está em torno de 35 mmHg. 
Obs: À medida que vai havendo saída de água ao longo do capilar glomerular, aumenta a 
concentração de proteína intracapilar, traduzindo-se por uma pressão oncótica mais elevada. A 
determinação direta da pressão de ultrafiltração pode, então, ser calculada em dois pontos: 
 Puf no início do capilar glomerular= 45 mmHg-10 mmHg- 20 mmHg=15 mmHg. 
 Puf no fim do capilar glomerular =45 mmHg -10mmHg -35 mmHg= 0 mmHg. 
 
 Filtração glomerular por nefro: 
- Considerando-se a filtração glomerular de um único glomérulo (RFGn), pode-se escrever: 
 
 Onde Kf, o coeficiente de permeabilidade glomerular, é igual ao produto de k e S, sendo k o 
coeficiente de permeabilidade hidráulica do capilar glomerular, anteriormente descrito, e S é a área, 
ou superfície filtrante de todo o glomérulo. 
 
OBS: 
- O aumento do coeficiente de filtração capilar glomerular (Kf) eleva a filtração glomerular. 
- A pressão hidrostática aumentada na cápsula de Bowman diminui a filtração glomerular. 
- A pressão coloidosmótica capilar aumentada, reduz a filtração glomerular. 
- A pressão hidrostática glomerular aumentada eleva a filtração glomerular. 
 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
37 
 
 Fração de filtração: 
- A fração do fluxo plasmático renal filtrado (fração de filtração) é em média 0,2; isso significa que cerca de 
20% do plasma que flui pelos rins são filtrados pelos capilares glomerulares. 
 
 
 
 
 Regulação hormonal da filtração: 
 Angiotensina II e o hormônio antidiurético: 
- Ligam-se às células mesangiais, causando contração destas células, pois elas possuem 
microfilamentos intracelulares contráteis, causando diminuição da superfície glomerular filtrante (S) 
e conseqüente redução do Kf e da própria filtração glomerular. 
 Hormônio da paratireóide e prostaglandina E2: 
- Não agem diretamente sobre a célula mesangial, porém aumentam, via AMP cíclico, a síntese local 
de angiotensina II. 
- O paratormônio pode reduzir a filtração glomerular por diminuição do Kf. 
- A prostaglandina E2, apesar de aumentar o fluxo plasmático glomerular, não altera a filtração 
glomerular devido à diminuição do Kf, efeito este devido à liberação local de angiotensina II induzida 
pela prostaglandina. 
 Hormônios glicocorticóides: 
- Aumentam a filtração glomerular no homem 
 Fator atrial nariurético: 
- promove vasodilatação renal com aumento do fluxo plasmático glomerular e conseqüente 
aumento da filtração glomerular. 
 O óxido nítrico: 
- É produzido pelas células mesangiais e é importante na manutenção do fluxo plasmático renal e da 
filtração glomerular. 
- O bloqueio da síntese de óxido nítrico aumenta a resistência das arteríolas aferente e eferente e 
diminui o Kf, causando queda da filtração glomerular. 
 Endotelina-1: 
- contrai a célula mesangial, diminuindo o Kf, e aumenta proporcionalmente as resistências das 
arteríolas aferente e eferente, reduzindo o fluxo plasmático renal sem alterar a pressão capilar 
glomerular. 
 Medicamentos: 
- A gentamicina diminui o Kf 
- A ciclosporina diminui o fluxo plasmático glomerular e o Kf 
 
 Permeabilidade seletiva glomerular: 
- Os capilares glomerulares permitem a passagem livre de pequenas moléculas como a água, uréia, sódio, 
cloretos e glicose; mas não permitem a passagem de moléculas maiores como eritrócitos ou proteínas 
plasmáticas. 
- O capilar glomerular comporta-se como uma membrana filtrantecontendo canais aquosos localizados 
entre as células e a membrana basal do capilar glomerular. Além destes componentes, as células epiteliais 
com seus podócitos também fazem parte desta barreira filtrante. 
- Estima-se que o diâmetro desses canais varie entre 75 e 100 Å devido à permeabilidade seletiva que eles 
apresentam. 
- A permeabilidade glomerular não depende só do tamanho da molécula, mas também da forma, 
flexibilidade, e especialmente da carga NEGATIVA. 
- Por isso, molécula como a albumina (molécula aniônica, carregada com carga negativa), de raio molecular 
de aproximadamente 36 Å, não é filtrada pelo rim. 
- Esta maior barreira às moléculas aniônicas ocorre devido à presença de glicoproteínas carregadas 
negativamente, as sialoproteínas, que revestem todos os componentes do capilar glomerular, 
especialmente o endotélio, membrana basal e os podócitos. 
 Endotélio: atua como um filtro grosseiro que separa as células e controla o acesso ao filtro principal, 
a membrana basal. 
 Epitélio: constitui em uma barreira adicional importante, podendo fagocitar macromoléculas que 
ultrapassarem a membrana basal. 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
38 
 
 Células mesangiais: envolvem as alças capilares podem influenciar o fluxo plasmático e 
conseqüentemente a filtração glomerular devido às suas propriedades contráteis. Também podem 
atuar na fagocitose. 
 
 AVALIAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR: 
- A função de filtração glomerular é avaliada através da concentração plasmática e capacidade de depuração 
renal (clearance) dessas substâncias. 
- Esta função renal de limpar, depurar, é conhecida como clearance.* 
- Considere uma substância que seja livremente filtrada pelos glomérulos, que não se ligue às proteínas 
plasmáticas e que não seja secretada ou reabsorvida pelos túbulos renais. 
- O clearance desta substância é igual à filtração glomerular, ou seja, é a quantidade removida do plasma 
dividida pela concentração plasmática média num determinado período de tempo. 
- O clearance é interpretado como o volume de plasma que pode ser depurado (limpo) de certa substância na 
unidade de tempo. 
 
 Creatinina plasmática e clearance da creatinina endógena: 
- A creatinina é um produto do metabolismo da creatina e fosfocreatina musculares. A sua produção e 
liberação pelo músculo são constantes e dependem pouco da atividade física, da ingesta e do catabolismo 
protéico usuais. 
- Normalmente, os níveis séricos de creatinina variam no homem de 0,8 a 1,3 mg/100 ml e na mulher de 0,6 
a 1,0 mg/100 ml. Há pouca variação durante o dia e de um dia para o outro. 
- Algumas circunstâncias podem elevar agudamente os níveis de creatinina no sangue, como, por exemplo, a 
ingesta de grande quantidade de carne numa refeição, ou a destruição muscular extensa, como na 
rabdomiólise, além de certos medicamentos. 
- Após sua liberação pelo músculo, a creatinina é excretada exclusivamente pelo rim. 
- Como esta substância é livremente filtrada (não se liga a proteínas), não é reabsorvida pelos túbulos renais 
e apenas uma pequena fração é secretada (15%); a quantidade filtrada será praticamente igual à quantidade 
excretada. 
- O clearance de creatinina reflete portanto, com bastante aproximação, a filtração glomerular. 
 
- Onde: 
 CrUr: creatinina urinária (mg/100 ml) 
 CrPl: creatinina plasmática ou sérica (mg/100 ml) 
 V: volume urinário por minuto (ml/min) 
 
- Outra fórmula pode ser utilizada à beira do leito para uma estimativa rápida da TFG, sem a necessidade da 
coleta de urina de 24 horas (fórmula de Cockcroft-Gault): 
 
 
- Em mulheres, pelo fato de a massa muscular ser proporcionalmente menor que nos homens, o resultado 
desta fórmula deve ser multiplicado por 0,85. 
Obs: a inulina é a melhor substância para avaliar a filtração glomerular, porém não é utilizada por ser uma 
substância que não é produzida pelo organismo, tem que ser injetada e é cara. 
 
 REABSORÇÃO E SECREÇÃO: 
- Ocorre nos túbulos renais. 
- A formação da urina se deve à filtração glomerular e ao trabalho do epitélio tubular em processos de 
reabsorção e secreção. 
- O transporte tubular se faz pelas vias transcelular e paracelular através dos complexos juncionais. 
- O gradiente eletroquímico gerado pela Na+,K+ ATPase inserida na membrana basolateral é o responsável por 
diversos transportes que ocorrem na membrana luminal. 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
39 
 
- Nesse processo serão reabsorvida substâncias como: Sódio, bicarbonato, água, proteínas, Cl, Mg, K, Ca. 
- A secreção é caracterizado pelo transporte de substâncias do espaço peritubular (vaso e interstício) para luz 
tubular. 
 
 Transporte através da membrana epitelial: 
O transporte de uma substância através de uma membrana epitelial pode ser feito por mecanismo ativo e 
passivo. 
1) Mecanismo passivo 
- O movimento transepitelial (reabsorção ou secreção) se faz sem gasto de energia; 
- Obedece às forças físicas como: gradiente químico (reabsorção de uréia), pressão hidrostática (filtração 
glomerular), gradiente elétrico (reabsorção de cloretos no túbulo proximal) ou pela diferença de 
potencial eletroquímico ocorrido pelo transporte de algum íon, ou então pela força física resultante do 
movimento do arrasto do solvente (solvent drag). 
- O transporte passivo pode ser então por simples difusão ou por difusão facilitada através de poros, 
carregadores ou canais existentes na membrana. 
 
2) Mecanismo ativo 
- Ocorre com gasto de energia. 
- Pode ser primário ou secundário: 
 Primário: 
- utilizam diretamente a energia liberada pela hidrólise do ATP 
 Secundário: 
- A energia liberada por uma ATPase para o transporte de um íon pode induzir um gradiente 
eletroquímico que facilita o movimento desse íon a favor do gradiente gerado. A este transporte 
iônico pode-se acoplar um outro soluto que poderá ser na mesma direção, co-transporte, ou em 
sentido oposto, antiporte. 
- Como exemplo de co-transporte secundariamente ativo podemos citar o de Na-glicose que 
existe na face luminal das células do túbulo proximal. 
 Endocitose: 
- Macromoléculas são reabsorvidas através do seu envolvimento pela membrana apical, 
resultando em invaginações e formação de vacúolos. 
- Quando o conteúdo dos vacúolos é de substâncias sólidas, esse processo recebe o nome de 
fagocitose, e quando o vacúolo é formado por fluido, a denominação é de pinocitose. 
- No citoplasma, o material fagocitado pode sofrer ações de digestão. 
- A extrusão do conteúdo vacuolar para o extracelular recebe o nome de exocitose e consiste na 
fusão da membrana vacuolar à membrana basolateral da célula e conseqüente extrusão do 
conteúdo do vacúolo para o espaço extracelular. 
 
 Túbulo proximal: 
- Reabsorção da maior parte das substâncias que são filtradas pelo glomérulo. 
- 60 a 70% da água, sódio e cloro filtrados no glomérulo é absorvida pelo túbulo proximal. 
- São constituídos por três seguimentos. S1 e S2 correspondem à parte contorcida e o S3 a parte reta. 
- A concentração de Na permanece idêntica a do plasma, assim como a osmolaridade. 
- A entrada do Na+ pela membrana apical das células do túbulo proximal ocorre através de mecanismos 
passivos a favor de um gradiente eletroquímico gerado pelas Na+,K+ ATPases presentes na membrana 
basolateral. Esses mecanismos são secundariamente ativos, pois utilizam a energia liberada pela quebra do 
ATP. 
- O sódio pode entrar na célula por meio de: co-transporte que pode ser com a glicose, com o fosfato 
inorgânico, com os aminoácidos, com os sulfatos ou então com os outros ácidos orgânicos; trocador Na-H. 
 Segmento S1 e S2: 
- No início do túbulo proximal, a reabsorção de sódio é preferencialmente acompanhada pela 
reabsorção do bicarbonato.Dessa maneira, a concentração de cloro na luz tubular aumenta 
progressivamente ao longo deste túbulo, atingindo a concentração maior que a do plasma no 
segmento S3. 
- Trocador Na-H. Através da quebra da molécula da água o íon H+ é liberado e secretado para a 
luz tubular através de uma troca com o Na+. A hidroxila, por sua vez, em presença da anidrase 
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
Acer
Highlight
40 
 
carbônica, reage com o CO2 formando o HCO3 que sai da célula pela membrana basolateral por 
um co-transporte ligado ao Na+ na proporção de 1 cátion para 3 ânions. 
 
 
 Seguimento S3: 
- Ocorre reabsorção principalmente de Cl-, juntamente com o Na+ 
- A reabsorção de cloro se faz tanto pela via paracelular quanto pela transcelular. Neste último 
caso, o cloro entra pela membrana apical através de um trocador de Cl- acoplado a outro ânion, 
e através de gradiente eletroquímico favorável, o cloro se difunde pela membrana basolateral da 
célula. Em conseqüência à difusão passiva dos íons Cl-, o gradiente elétrico é gerado com lúmen 
positivo, favorecendo portanto a reabsorção passiva de cátions como Na+, K+ e Ca2+ neste 
segmento do néfron. 
- A reabsorção de sódio também se faz à custa da geração de gradiente eletroquímico induzido 
pelas Na+,K+,ATPases presentes na membrana basolateral. O gradiente elétrico e químico criado 
pelo transporte de Na+ é que determina a reabsorção passiva de Cl-, cuja concentração é elevada 
neste segmento. A reabsorção de Na+ também é do tipo isotônica, pois a mesma quantidade de 
água acompanha este cátion. 
- A pars recta tem maior capacidade em secretar ácido úrico, para-amino-hipurato e outros 
ácidos que os segmentos S1 e S2. 
- Tem a capacidade de secretar K+ e uréia. 
 
41 
 
OBS: quanto às proteínas, que eventualmente escapam no processo de ultrafiltração glomerular, são 
reabsorvidas através do mecanismo de endocitose. 
 
 Alça de Henle: 
- É dividida em porção fina descendente, porção fina ascendente, porção espessa ascendente medular e 
porção espessa ascendente cortical. 
 Porção fina descendente: 
- Altamente permeável à água e pouco permeável a solutos. Aproximadamente 20% da água 
filtrada é reabsorvida neste segmento. 
 
 Porção fina ascendente da alça de Henle: 
-Apresenta como característica ser impermeável à água, mas permeável a Cl- e a Na+, que são 
reabsorvidos por um processo passivo na sua maior parte. 
 
 Porção espessa ascendente da alça de Henle: 
- Também é impermeável à água é responsável pela reabsorção de 25% da carga filtrada de 
sódio. 
- A Na+, K+ ATPase presente na membrana basolateral gera um gradiente eletroquímico que 
favorece a entrada do Na pela membrana apical através de um co-transporte Na+ -K+-2Cl. 
- Uma vez intracelular, o Na+ é ativamente transportado para o interstício através da ação da 
Na+ -K+ -ATPase na membrana basal, mas o K+ e o Cl- são transportados passivamente. 
- O K+ retorna ao lúmen através de um canal específico (pertencente à família ROMK) na 
membrana apical e o Cl- sai da célula pela membrana basal através de um canal específico a este 
ânion. 
- A saída de carga positiva para o lúmen e de uma carga negativa para o interstício gera um 
potencial positivo luminal de cerca de 7 mV. Esta diferença de potencial permite que o Na+ e 
outros cátions como o próprio K+, Ca2+ e Mg sejam reabsorvidos passivamente pelos espaços 
intercelulares laterais. 
 
 Túbulo contorcido distal: 
- É impermeável à água e apresenta características especiais quanto ao transporte de sódio e cloro. Através 
de um cotransporte com o Cl-, o Na+ é transportado pela membrana luminal de maneira passiva. 
- A teoria do feedback túbulo-glomerular relaciona a quantidade de Na que chega aos segmentos distais do 
néfron e a regulação da filtração glomerular. De acordo com esta teoria, a quantidade de Na ao atingir o 
início do túbulo distal sensibiliza a mácula densa, que por sua vez ativa mecanismos efetores que irão 
42 
 
modular a resistência dos vasos pré-glomerulares. Portanto, se grande quantidade de Na atinge o início do 
túbulo distal, a renina é liberada, induzindo vasoconstrição da arteríola aferente com conseqüente redução 
do fluxo sanguíneo renal, pressão glomerular e filtração glomerular. 
 
 Túbulo de conexão: 
Neste segmento do néfron, o sódio pode ser reabsorvido através de um co-transporte acoplado ao Cl- 
semelhante ao acima descrito nas células do túbulo contornado distal. 
- Ocorre secreção de bicarbonato utilizando o trocador Cl--HCO3- presente na membrana apical. 
 
 Ducto coletor: 
- O ducto coletor é dividido em cortical, medular externo e medular interno, apresentando dois tipos de 
células: as principais e as intercaladas. 
- As células principais caracterizam-se na microscopia eletrônica por apresentarem um cílio central. O sódio 
é reabsorvido nestas células por mecanismo passivo através de canais na membrana luminal, denominados 
ENaC. É também através da Na,K ATPase que o transporte ativo de Na+ gera potencial negativo no lúmen na 
ordem de - 30 mV no coletor cortical. 
- A concentração de K+ no intracelular das células principais do ducto coletor é elevada devido à alta 
atividade das Na,K ATPases presentes na membrana basal. É através de canais específicos (ROMK) tanto na 
membrana apical quanto na basolateral que o K+ é transportado passivamente para fora da célula. A 
secreção de K+ está diretamente relacionada à diferença de potencial gerada pela quantidade de Na+ 
reabsorvida. 
Obs: Tanto a reabsorção de sódio quanto a secreção de potássio nas células principais do ducto coletor são 
moduladas pela aldosterona, que aumenta a expressão dos canais de sódio. 
- As células intercaladas estão relacionadas ao transporte ativo de H+ através de H+ -ATPases. Estas se 
localizam na membrana luminal nas células do tipo α e na membrana basal nas do tipo β. No caso das células 
intercaladas do tipo α a secreção luminal de H+ está acoplada ao sistema trocador Cl--HCO3 na membrana 
basal. O inverso é observado nas células intercaladas do tipo β, onde o H+ é transportado pela H-ATPase 
agora localizada na membrana basal da célula e o sistema trocador Cl-HCO3 tem localização na membrana 
apical. Acredita-se que as condições ácido-básicas determinam a quantidade dessas células. Na acidose 
predominam as células do tipo α e na alcalose, as do tipo β. 
- O ducto coletor medular interno é o último segmento do néfron e tem importante papel na regulação final 
da composição da urina pelo ajuste da reabsorção de sódio, potássio, uréia e água. Convém salientar que o 
ducto coletor medular interno é o único segmento do néfron que possui sítio de ação aos peptídios atriais 
natriuréticos, e também existem evidências da presença do co-transporte Na-K-2Cl. 
43 
 
 
 
OBS: 
 
 AUTORREGULAÇÃO DO FLUXO RENAL: 
O fenômeno da auto-regulação no rim é demonstrado com variações da pressão arterial entre 80 e 180 mmHg. 
Um aumento da pressão de perfusão é acompanhado por um equivalente aumento da resistência vascular, 
tornando-se inalterado o fluxo sanguíneo renal total. 
44 
 
 
 Teoria miogênica 
- Segundo esta teoria, a musculatura lisa arterial contrai-se e relaxa-se em resposta a um aumento ou 
redução da tensão na parede vascular, respectivamente. 
- Perante uma elevação abrupta da pressão de perfusão, há um aumento do raio do vaso. Entretanto, quase 
imediatamente, a musculatura lisa se contrai, permitindo que o fluxo sanguíneo se mantenha constante. 
- O mediador deste processo de relaxamento e constrição vascular, acredita-se que seja a entrada de cálcio 
nas células musculares lisas dos vasos. 
- O mecanismo miogênico baseia-se na lei de Laplace, pela equação: 
 
 onde T é a tensão na parede do vaso, R é o seu raio interno, Pi é a pressão hidrostática 
intravascular e Pe é apressão hidrostática extravascular. 
-Regulação miogênica só ocorre nos vasos pré-glomerulares, ou seja, ao nível da artéria interlobular e 
principalmente da arteríola aferente. 
 
 Teoria do Feedback Túbulo-Glomerular 
- O mecanismo túbulo-glomerular na auto-regulação do fluxo sanguíneo renal envolve também a taxa de 
filtração glomerular. Sugere-se que, quando ocorre uma elevação da pressão arterial, há um aumento do 
fluxo sanguíneo renal e da pressão hidráulica do capilar glomerular. Estas alterações causam um aumento na 
taxa de filtração glomerular, elevando-se o fluxo de fluido ao túbulo distal. O aumento de oferta de fluido a 
este segmento sensibilizaria a mácula densa, que ativaria mecanismos efetores, aumentando a resistência 
pré-glomerular, reduzindo o fluxo sanguíneo renal, a pressão glomerular e, por conseguinte, a taxa de 
filtração glomerular. 
- O principal soluto envolvido nesta resposta da mácula densa alterando o tônus da musculatura lisa das 
arteríolas aferentes talvez seja o cloreto de sódio. 
 
 Auto-regulação mediada por metabólitos: 
- A diminuição do fluxo sanguíneo a um órgão causa acúmulo de metabólitos locais, com a perfusão do órgão 
sendo mantida graças à ação vasodilatadora desses metabólitos gerados. 
- Nos rins esse efeito ocorre devido ao acúmulo de ATP, ADP e adenosina. 
 
 HORMÔNIO ANTI-DIURÉTICO (ADH) 
 Secreção: 
- É secretado pelos corpos celulares dos neurônios existentes nos núcleos supra-ópticos e paraventriculares 
do hipotálamo em forma de grânulos. 
- O hormônio antidiurético está como que “empacotado” nesses grânulos que percorrem o axoplasma dos 
nervos em direção à glândula pituitária posterior (neurohipófise). 
- O estímulo para exocitose de grânulos depende em parte de alterações da membrana plasmática pelo 
cálcio. Parece provável que a estimulação das áreas quimiossensitivas para produção de hormônio 
antidiurético no hipotálamo por fibras colinérgicas resulta numa excitação celular, despolarização parcial e 
45 
 
subseqüente potencial de ação. Esta despolarização da membrana aumentaria a permeabilidade ao cálcio, o 
qual, por mecanismo não identificado, ativaria a exocitose dos grânulos neurossecretores e a liberação de 
hormônio antidiurético e neurofisina na circulação. 
- A secreção de hormônio antidiurético pelo hipotálamo é determinada por dois fatores: tonicidade 
plasmática e volemia. 
 
 Liberação do ADH: 
- A liberação deste hormônio está condicionada a estímulos, que podem ser osmóticos ou não-osmóticos. 
- Estímulo osmótico refere-se a uma alteração da osmolaridade: 
 Quando ocorre déficit de água no organismo, há um aumento na osmolaridade, reduzindo o volume 
das células por desidratação celular (inclusive das células dos núcleos supra-óptico e 
paraventricular), estimulando assim a liberação do HAD. 
 É necessário ressaltar que os osmorreceptores são estimulados apenas por variações reais da 
tonicidade plasmática, isto é, por solutos que não atravessam as membranas. Solutos que 
atravessam as membranas celulares, como a uréia (e glicose nas células cerebrais), não aumentam a 
secreção de HAD. 
 Por outro lado, quando há excesso de água no organismo, a hiposmolaridade que se estabelece 
inibe a liberação do hormônio antidiurético. Tudo indica que a alteração do volume celular altera a 
atividade elétrica dos neurônios dos núcleos hipotalâmicos, afetando assim a liberação de 
vasopressina. 
- Estímulos não-osmóticos: 
 entre os quais destacamos: diminuição da pressão arterial; diminuição da tensão da parede do átrio 
esquerdo e das veias pulmonares; dor, náusea, hipóxia, hipercapnia, hipoglicemia, ação da 
angiotensina, estresse emocional; aumento da temperatura do sangue que perfunde o hipotálamo e 
drogas: colinérgicas e betadrenérgicas (acetilcolina e isoproterenol, respectivamente), morfina, 
nicotina, ciclofosfamida, barbitúricos etc. 
 Entre os estímulos não-osmóticos para a liberação do HAD, estão os provenientes de áreas onde se 
encontram receptores de pressão (barorreceptores): seio carotídeo, átrio esquerdo e veias 
pulmonares. Eles respondem a variações da pressão sobre a parede do órgão receptor, emitindo 
impulsos nervosos que modulam a liberação hipotalâmica de HAD. Quando há uma menor tensão na 
parede do órgão, há transmissão de estímulos para a liberação central de HAD. Isto pode ocorrer, 
por exemplo, na contração do volume extracelular ou volume circulante efetivo e hipotensão 
arterial. 
 
 Ação: 
- O hormônio antidiurético (ADH) interage com porções terminais do nefro, aumentando a permeabilidade 
destes segmentos à água, desta forma aumentando a conservação da água e a concentração urinária. 
Além do aumento da permeabilidade à água nos túbulos coletores, o ADH tem uma importante participação 
na recirculação da uréia entre o ducto papilar e a porção fina ascendente da alça de Henle, pois aumenta a 
permeabilidade do ducto coletor à uréia, e este mecanismo auxilia na manutenção da hipertonicidade da 
medula renal. 
- O ADH é um hormônio capaz de induzir alterações estruturais na parede luminal das células principais, 
determinando um aumento da permeabilidade à água e à uréia. 
- O ADH modifica a membrana luminal das células principais dos túbulos distal final e coletor, causando 
aumento da permeabilidade à água. 
- O ADH interage com receptores específicos da superfície (receptores V1 e V2), localizados na membrana 
basolateral. 
- Esta interação produz efeitos sobre o cálcio e o AMPc intracelulares, que por sua vez modificam a 
permeabilidade da membrana luminal à água. 
- O receptor V1 existe também no músculo liso vascular, sendo responsável pelo efeito vasoconstritor do 
ADH, que por isto também recebe o nome de vasopressina. 
- Nas células principais dos túbulos distais e ductos coletores, está presente a aquaporina 2, que é um canal 
de água sensível ao ADH. Na presença de ADH, o receptor V2 é estimulado e ativa a adenil ciclase e o AMP 
cíclico. Com isto, vesículas específicas no citoplasma se movem e se fundem com a membrana apical 
(luminal). Estas vesículas contêm a aquaporina 2, que, uma vez inserida na membrana luminal das células 
principais dos túbulos distais e coletores, permite a passagem de água para dentro da célula. 
46 
 
- No bordo basolateral das células principais, estão presentes as aquaporinas 3 e 4, que permitem o 
transporte de água de dentro da célula para o interstício, porém neste ponto sem a participação do ADH. As 
aquaporinas 1 e 6 estão relacionadas à absorção de água, mas em outros segmentos tubulares, também sem 
dependência do ADH. 
 
 Receptor V2: 
- O receptor V2 do ADH é uma estrutura inserida na membrana e que contém sete domínios 
intramembranosos, quatro extracelulares e quatro intracelulares formando quatro alças 
intracelulares. 
- O receptor, uma vez estimulado pela inserção do HAD, promove o estímulo do complexo da 
proteína G trimérica. A subunidade alfa da proteína G se liga ao GTP, formando a Gα-GTP que 
estimula a adenilciclase. 
- A adenilciclase tem ação de catalisar a passagem da adenosina trifosfato (ATP) para adenosina 
monofosfato cíclico (AMPc, 3',5',AMPc). 
- AMPc vai estimular a proteinoquinase A (PKA). A PKA vai então fosforilar canais de água que se 
encontram inseridos na superfície de microvesículas livres do citoplasma. 
 
 Receptor V1: 
- Quando ocupado pelo ADH, desencadearia uma reação em cascata da seguinte forma: ativação 
de uma fosfolipase C (PLC) de membrana que clivaria o fosfatidilinositol-bifosfato (PIP2) em dois 
segundos mensageiros — o diacilglicerol (DAG) e o inositol-trifosfato (ITP). 
- O DAG, junto com os Ca2+, ativaria uma proteinoquinase C (PKC), e o ITP estimularia a 
liberação de cálcio das organelas para o citosol. O aumento do cálcio intracelular mais a PKC 
regulariam a atividade da adenilciclase, exercendo sobre ele um efeito inibitório.

Outros materiais