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Renascimento A percepção do homem sobre a arquitetura: visão x interação. PROVA VISUAL: RENASCIMENTO - Mudanças sociais que passava a Europa na transição da: Idade Média para a Idade Moderna; - Avanços técnicos obtidos durante o período; - Concepção do homem segundo a Arquitetura; - Conexões entre: Arte, Arquitetura e Urbanismo - Importância do pensamento humanista para a arquitetura e o espaço urbano contemporâneos. Definições: Humanistas • conjunto de indivíduos que se esforçava para modificar e renovar o padrão de estudos das Universidades medievais, dominados pela cultura da Igreja: direito, medicina e teologia • Esse sistema tradicional, transmitia uma concepção estática, hierárquica e dogmática da sociedade, preservando a ordem feudal. ► necessidade de alterar suas atitudes: • com relação a seu destino, • à sociedade, • à natureza , • ao próprio campo do sagrado. Humanismo origem do pensamento moderno ● movimento que buscou a atualização dos estudos tradicionais, que incluíam: poesia, filosofia, história, matemática ● reforma educacional baseada nos estudos humanísticos, ● centravam-se em textos da Antigüidade clássica, ► busca de raízes para uma nova cultura. Características • Crítica cultural, filolófica, histórica - atividade crítica • Voltada para a mudança e transformação dos costumes. • Valorização do divino existente em cada homem, induzindo-o a expandir suas forças, a criar e a produzir, agindo sobre o mundo para transformá-lo de acordo com sua vontade e seu interesse. Esse título em pouco tempo aplicou-se à todos que se dedicavam à crítica da cultura tradicional e à elaboração de um novo código de valores centrados no indivíduo e sua capacidade realizadora. Antropocentrismo • Desejo de reinterpretar o Evangelho à luz da experiência da Antigüidade. • Exaltavam a capacidade de ação do homem, sua liberdade de atuação e participação na vida das cidades. ► Esses ideais coincidiam com os propósitos das camadas burguesas em ascensão. Platonismo VIRTUDE: exaltação, a cultura, e a criação do belo, ATO HUMANO: produção do belo através da arte, • A arte não é imitação da natureza, e sim, sua superação no sentido da perfeição absoluta. • Essa superação somente seria possível através de um conhecimento rigoroso de suas leis e propriedades. Ciência • O desenvolvimento científico é um aspecto indissociável da cultura renascentista. Copérnico, Galileu, Kepler, Vesálio, William Harvey, Leonardo da Vinci , Brunelleschi. • Desenvolveram um pensamento e uma atividade voltada para o estudo e a observação da natureza, acompanhado de experimentos e de pesquisa empírica.. "O homem é a medida de todas as coisas." Renascimento • Trata-se de uma nova concepção do saber, voltada para o homem e para os problemas práticos. • A avidez intensa de: conhecimentos, poder e lucro *passam a estar indissociavelmente ligadas na nova sociedade. • Reflexão histórica social e ciência política • Essas comunidades contam com um poder centralizado, justo e racional = legítimo • Refletem modelos urbanos, arquitetura geométrica e rigor matemático, • A harmonia social deriva da perfeição geométrica do espaço público, ► desejo de abolir a imprevisibilidade da História e dos conflitos sociais. Múltiplos caminhos • diversidade, • postura crítica, • respeito à individualidade, • desejo de mudança. O homem não pode ser tolhido por regras, que limitem sua capacidade. Como a questão social é refletida no meio urbano? Era necessário construir uma nova imagem da sociedade, onde a camada burguesa, ocupasse o centro. IMPOSIÇÃO VISUAL Utilização da riqueza para a construção de: • palácios nos centros das cidades, • igrejas; catedrais; e capelas, em cuja entrada colocavam seus brasões e em cujo interior enterravam seus mortos; • estátuas em locais públicos, com as quais homenageavam seus fundadores e seus heróis; • quadros, gravuras, afrescos, que adornavam recintos particulares e alguns prédios públicos. Produção Artística • Acompanha a intenção da burguesia de ampliar seu domínio sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica. • os cientistas se engajam tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento. . arte renascentista = arte de pesquisa, invenções, inovação e aperfeiçoamento técnicos. Acompanha paralelamente as conquistas da física, matemática, geometria, anatomia, engenharia e filosofia. Mecenas Progresso Urbano e Comercial = Enriquecimento Financiar Artistas = Promoção através da Arte Reconhecimento / Respeito da Sociedade Arte + créditos + meio de divulgação = progresso. A Monarquia, legalizavam sua autoridade, através dos “humanistas” que justificavam e divulgavam seus atos e idéias. Princípios artisticos orientadores das obras renascentistas: • espaço cênico, suportado por princípios matemáticos e pela perspectiva linear científica; • representação realista da Natureza, animais e do Homem; • grande naturalidade e realismo anatómicos. Nos elementos estéticos incluem-se: • equilíbrio e a harmonia dados pelo rigor científico, para transmitirem maior harmonia; • realismo representação da realidade tal como a observam, • valorização da personalidade retratada. Mudanças necessárias • a composição de uma obra envolvia necessariamente o domínio de noções de matemática, geometria e óptica. • a representação da figura humana, exigia um domínio de anatomia, recursos do movimento e psicologia da expressão. • Brunelleschi foi o primeiro a exigir que as artes plásticas saíssem do universo do artesanato e entrassem para o círculo da cultura superior. • O desenvolvimento artístico acompanhava o desenvolvimento científico. • Não havia mais como separar a arte da ciência, ambas representavam a vanguarda da burguesa na conquista de um mundo aberto e de riquezas PERSPECTIVA INTUITIVA «ver através» • Construção matemática dos sistemas de visão. • O espaço pictórico, era o principal efeito buscado pelos novos artistas. • Essa arte impressionava muito mais os sentidos do que a imaginação. • Induzia o homem a uma identificação maior com seu meio urbano e natural, Desenho: principais aspectos • A obra é pensada e analisada antes de ser pintada, esculpida ou construída. • O “Desenho” adquire status de teoria. • O desenvolvimento do processo intelectual desarticula- se da execução manual. […] o desenho é toda idéia separada da matéria; é a imagem da obra independentemente dos processos técnicos e dos materiais necessários para realizá-la; dada a invenção, buscam-se os modos de realizá-la. (ALBERTI apud ARGAN, 1973, p24) Nova forma de pensar • criação do espaço criado pela perspectiva, • a pintura aparece como uma janela aberta para o mundo, A criação torna-se livre e cada artista torna-se um criador individualizado. O Renascimento - fenômeno histórico: • expressão e personificação, do movimento humanista: artes, letras, ciências, filosofia e música. Itália • O principal berço do Humanismo e do Renascimento e no passado como centro da Civilização Romana, detinha: monumentos, construções e obras de arte da Antigüidade ►Influencia regional que posteriormente espalha o movimento por toda a Europa. Para refletir • Porque a opção humanista pelo classicismo Greco-romano? • O que leva uma cultura calcada no universo cristão a escolher um modelo a ser seguido, fruto da herança das civilizações pagãs? Instrumento compositivo básicoPROPORÇÃO “Harmonia inteligível entre as partes” Análise visão - estético – social • A linguagem arquitetônica do Renascimento evoluiu junto com a visão estética da sociedade. • A arte e a arquitetura incorporaram a visão humanista do mundo: Os ideais estéticos estavam materializados nos elementos arquitetônicos e na articulação espacial através do ritmo, proporção e simetria. • A arte foi responsável pela mundança do gosto estético social e este colaborou para a afirmação dos princícios estéticos da arquitetura. O Trecento : pré-renascimento • Período que representa a fase inicial de elaboração da nova cultura renascentista, quando terão início alguns dos princípios mais importantes da nova forma artística e de pensamento Humanista, O Quattrocento • Época das grandes realizações, quando ocorre o florescimento das cidades-estado italianas independentes, como Florença, Veneza e Milão O Cinquecento • Fase final do Renascimento, quando o movimento renascentista ganhou grandes proporções, dominando várias regiões do continente europeu através do maneirismo Quais os reflexos estéticos no meio Urbano? O cenário é inserido no contexto na medida em que passava a valorizar a estética dos edifícios e suas conexões com o traçado urbano. Cidade e Arquitetura • Uma relação necessária pode ser evidenciada desde o Renascimento no dizer de Giulio Carlo Argan: “a arquitetura do Renascimento consagrou o edifício como monumento, como obra de arte instauradora do espaço urbano.” Estudo de caso Para Alberti: • Na imagem da cidade, cada elemento contido em sua estrutura deve participar de forma indissociável da condição unitária do objeto artístico. • Desta forma cada parte deve se inserir em uma situação de composição hierárquica. A Cúpula de Sta. Maria Del Fiore • Propõe uma revolução no desenho da cidade, passando a compor com a paisagem urbana existente, a partir da estrutura hierárquica do espaço. O Significado Segundo Vasari, este elemento não deveria ser relacionado apenas com o espaço da Catedral e aos respectivos volumes, mas ao “horizonte circular”; espaço de toda a cidade e território urbano. • A cúpula passou a fazer parte da “nova cidade”, e faz aliança entre desenho e realidade • A renovação urbana não investiu em nenhum “redesenho” da trama viária, ou mutilação do tecido urbano original. A composição equilibrada domina visualmente todo o ambiente medieval, tornando-o renascentista • Neste período, os desenhos da arquitetura e do espaço da cidade nasceriam conjuntamente do traço dos arquitetos, que concebiam o espaço real como: fruto da análise intelectual entre conhecimento e arte • A arquitetura e o desenho da cidade se encontravam relacionados à perspectiva e à racionalização proporcionada pela geometria e interpretação matemática da realidade, que constituíam as: bases e os fundamentos para a atuação do arquiteto Maneirismo • Surge para designar artistas que produzem a arte à maneira dos grandes mestres. “Maneirista” imitação da arte ≠ imitação da natureza Conceito humanista essência do Renascimento O objetivo da arte passa a ser a experiência individual, a interpretação e representação pessoal Concepções estéticas contemporâneas Princípios na Arquitetura VISÃO DE VITRÚVIO X VISÃO DE ALBERTI - Uso do desenho como ferramenta para concepção; - Reconhecimento de uma arquitetura dependente da ordem, da simetria, da propriedade, da economia e do ritmo; - Ter a natureza como fonte de inspiração para a arquitetura. Evolução do pensamento . • A visão, baseada em regras foi adotada e revisada por Alberti no Renascimento. Desenvolvendo uma nova forma de difusão do conhecimento, diferente do conhecimento oral medieval, favoreceu à percepção da arquitetura como ciência. • O tratado de arquitetura podia transmitir mais que regras e técnicas de construção, desde o edifício até a cidade. • A visão vitruviana de que há princípios racionais que devem basear o pensamento arquitetônico, levou Alberti a considerar a matemática e a geometria como a base dos “princípios do desenho” na arquitetura. • A separação entre construção e arquitetura surgia de maneira conceitual a partir de então, colaborando para concretização e conceituação de uma complexa teorização da arquitetura. Arquitetura se tornou, uma arte fundamentada em princípios. • É na relação entre ordem arquitetônica e módulo que se encontra a razão dos princípios da arquitetura do humanismo. • Fazendo uso de relações numéricas entre as partes, os primerios tratadistas do Renascimento, defenderam que o espaço urbano deveria estar relacionado com o edifício, e este com os seus espaços e medidas internas. Todos articulados em razão de um módulo pré-estabelecido. “A arquitetura não era mais a continuação de uma tradição prática, conservada nos galpões dos pedreiros; era uma tradição literária. O arquiteto não estava meramente erguendo uma edificação; ele estava seguindo uma teoria.” (NUTTGENS, 1984, p. 169;) Concepção estética Desenho Realização material Alberti: reflete sobre a gênese filosófica da arquitetura. Palladio: traduz a distribuição dos elementos construtivos no espaço e faz revisão tipológica do modelos da Antiguidade. Andrea Palladio • Pesquisa das características compositivas; • Busca formal na adaptação da linguagem das ordens à experiência tipológica dos edifícios; • Busca inspiração no caráter material dos edifícios. Exercício entre: regra e arbítrio Segundo Giulio Argan: • Classica é a arte que descende de uma teoria e se realiza da prática. • Anticlássica é a arte da prática que representa o plano do pensamento através da experiência. “Possibilita a experiência direta da arquitetura em seu contexto urbano, dando continuidade à modernização dos núcleos medievais preexistentes, iniciada no Renascimento, abrindo caminho para a consolidação da cidade humanista no período barroco.” Baeta, 2010, p.68 Maneirismo e Arquitetura No maneirismo a arquitetura vai retratar em suas tipologias o aspecto que viria a ter a cidade moderna. Cada elemento arquitetônico, de acordo com sua importância hierarquica e com sua posição geográfica no sítio, recebe uma função artística diferenciada. “ O espaço simbólico e estático da Arquitetura do Renascimento se transforma em uma conquista dinâmica do ambiente.” (Norberg-Schulz 1985, p.133) Estudo de caso: Restauração do Pallazo Della Ragione Vicenza • Promove a redefinição do eixo central da cidade; • Recupera do ema romano: transformação do Palácio Cívico em Fórum e Basilica; Vicenza • Desenvolve um sistema compositivo regular para as quatro fachadas; • Oferece ao ambiente luminosidade através do contraste Vicenza • O Edifício assume posição de destaque como centro no núcleo urbano citadino. Villas Palladianas Villas Palladianas Vicenza • Segue um esquema tipológico diferente da articulação urbana dos palácios; • A condição de isolamento no ambiente e na luz do campo gera composições arquitetônicas volumetricamente complexas; • Estende a idéia de renovação urbana para o território rural; • Constrói uma imagem organizada da nova estrutura física da região que compreende campo e cidade. A Cidade Contemporânea é necessário precisar os termos: cidade e arquitetura A produção do espaço urbano atual é fruto de um projeto coletivo e de um evidente individualismo e fragmentação. A cidade como sistema de fluxos e redes: “o lugar da arquitetura” Segundo Argan: • O Espaço urbano em geral é privado e objeto e especulação; • O mau urbanismoe a má arquitetura se deve ao fato do lucro não se dar através da construção e sim do terreno; • O valor é identificado com o preço da utilidade social e confundida com lucro privado; • A economia privatizante tem como resultado a não produção da arquitetura esticamente intencionada. • os referenciais conhecidos de um ponto de vista histórico para a análise dos espaços urbanos se transformaram. • novo imaginário que defina o espaço urbano contemporâneo, no qual a cidade, fonte histórica do assentamento e da permanência, constitui hoje: o espaço símbolo da mobilidade. Problemática • A sociedade constrói a imagem de si mesma e de suas relações com o espaço e o território. • A vida contemporânea torna-se acirradamente urbana, e expressa a coexistência das diversidades e das desigualdades. Definição • A cidade atual é um campo experimental: culturais, produtivas, teóricas, artísticas ou arquitetônicas • historicidade, • progresso, • emancipação, • evolução e desenvolvimento, * legados do século das luzes constituem ideário integrante do sistema de representação ou modelo da cidade contemporânea Qual a relação entre cidade e arquitetura contemporâneas? • Passa necessariamente pela geração de políticas públicas que enfrentem as diferenças e particularidades de cada um dos lugares. • Políticas que incorporem as manifestações da sociedade no processo de opção pelos bens culturais e arquitetônicos que devem ser inseridos no território Cabe à arquitetura dar forma a estes lugares, dotando-os de uma flexibilidade, uma fluidez capaz de moldar-se às exigências de um: ESPAÇO DINÂMICO MUTANTE A cidade contemporânea é bem mais do que sua arquitetura • O espaço público = elemento ordenador • A cidade = rede espacial • A arquitetura contemporânea espelha leveza, precisão e proporciona múltiplas percepções e visões. • Deseja respirar os mesmos conceitos de justaposição, simultaneidade e convivência voltada à cidade. • Está além da autonomia da concepção e do egocentrismo do arquiteto enquanto artista criador • responde às necessidades urbanas e sociais. • Os parâmetros e os meios de representação do espaço provindos das experiências clássica e moderna não mais são suficientes. • A megalópole contemporânea deixa de ser representada como o espaço de uma democracia: acesso e garantia ao mínimo necessário. Desafio: • O domínio urbano deve ser compreendido como um sistema capaz de abranger conexões que transcendem o espaço intra-urbano como: Transportes, telecomunicações, armazenagem, logística e localização industrial, serviços, cultura, lazer e turismo, eventos, negócios nacionais e internacionais, • Estes domínios e a visão integrada à arquitetura ainda parecem escapar a prática projetiva, e a cidade global necessita de uma nova abordagem Objeto Arquitetônico e Lugar • Arquitetura e cidade passam a instituir esta relação, explorando: cada projeto em sua condição particular • estudando as formas de inserção e criação de vínculos com a cidade real contemporânea. • Dar abertura para os objetos arquitetônicos e o ambiente urbano, relacionando: o entorno e criação arquitetônica • Reconstruir a paisagem urbana: forma - espaço - contexto. Um novo sistema de pensamento, admite flexibilidade nos espaços urbanos cuja harmonia se faz pela coexistência de um jogo de antagonismos, substitui aquele embasado nos ideais de unidade e equilíbrio. ReflexãoReflexão • As complexas transformações urbanas e metropolitanas que vem ocorrendo, trazem-nos a dualidade dialética entre: expansão X concentração totalidade X fragmento inovação X conservação, projeto X estratégia.
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