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Universidade Federal da Grande Dourados Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia Química Licenciatura e Bacharelado Disciplina: Química Geral I Ligações Químicas 1 Ligações Químicas Profª. Drª. Bárbara Tirloni Dourados, agosto de 2013. Por que se forma uma ligação química??? Porque a energia do sistema diminui Ligação Química 2 Porque a energia do sistema diminui Quando uma molécula será formada??? • Uma molécula será formada somente se for mais estável e tiver Ligação Química 3 • Uma molécula será formada somente se for mais estável e tiver menor energia do que os átomos individuais. • A formação de ligações químicas envolve normalmente só os elétrons do nível mais externo do átomo e, através da formação de ligações, cada átomo adquire uma configuração eletrônica estável. Os átomos adquirem configuração estável de 3 formas: Tipos de Ligações 4 Perdendo, recebendo ou compartilhando par de elétrons • Eletropositivos: cujos átomos perdem um ou mais elétrons com facilidade; Os elementos podem ser classificados em: 5 • Eletronegativos: cujos átomos recebem elétrons com facilidade; • Elementos com reduzida tendência de receber ou doar elétrons. • elemento eletropositivo + elemento eletronegativo = Ligação Iônica Os elementos podem ser classificados em: Dependendo do caráter eletropositivo ou eletronegativo dos átomos envolvidos, 3 tipos de ligações químicas podem ser formadas: 6 • elemento eletronegativo + elemento eletronegativo = Ligação Covalente • elemento eletropositivo + elemento eletropositivo = Ligação Metálica • Envolve a transferência completa de um ou mais elétrons de um átomo para outro. Ex.: NaCl Os elementos podem ser classificados em:Ligação Iônica 7 • Envolve o compartilhamento de um par de elétrons entre dois átomos. Ex.: NH3 Os elementos podem ser classificados em:Ligação Covalente 8 • Os elétrons de valência são livres para se moverem livremente por todo o cristal. Os elementos podem ser classificados em:Ligação Metálica 9 Poucas ligações são totalmente iônicas, covalentes ou metálicas. A maioria das ligações são intermediárias entre esses três tipos e possuem algumas características de duas delas, às vezes das três. • É consequência da atração eletrostática entre íons com cargas opostas; Quando se formam ligações iônicas? • Formam-se ligações iônicas quando elementos eletropositivos reagem com elementos eletronegativos; Os elementos podem ser classificados em: LIGAÇÃO IÔNICA 10 Exemplo: • Quando sódio e cloro reagem entre si, o elétron do nível mais externo do átomo de sódio (1s2 2s2 2p6 3s1) é transferido para o átomo de cloro (que apresenta configuração eletrônica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5), de modo a formar íons sódio, Na+, e íons cloreto, Cl-. • A atração eletrostática entre os íons positivos e negativos os mantém juntos num retículo cristalino. O processo é favorecido pois os dois átomos atingem configuração eletrônica estável de gás nobre, tal que NaCl é formado. • Pode ser ilustrado por diagrama de Lewis, no qual os elétrons externos são representados por pontos: Ligação Iônica 11 externos são representados por pontos: Na + Cl [Na]+ [ Cl ]- átomo de sódio átomo de cloro íon sódio íon cloreto • A energia necessária para a formação de ligações iônicas é favorecida, em sua maior parte, pela atração coulômbica entre íons de cargas opostas. Os elementos podem ser classificados em: Ligação Iônica Ligação Iônica 12 • Forte atração coulômbica explica as propriedades típicas dos sólidos iônicos: - Altos pontos de fusão - Fragilidade • Os metais são efetivamente grandes e apresentam uma quantidade muito grande de orbitais atômicos que interagem para produzir orbitais moleculares que se estendem por toda a amostra; Ligação Metálica LIGAÇÃO METÁLICA 13 • As propriedades mais conhecidas dos metais resultam deste tipo de ligação e da deslocalização dos elétrons por todo o sólido; • É característica dos elementos com baixas energias de ionização. O que é a Energia de Ionização? • É a energia necessária para arrancar 1 elétron de um átomo no estado gasoso Grupo A(g) A + (g) + e - (g) Ligação Metálica Período 14 D i m i n u i • Nesse sentido aumenta o tamanho do átomo, diminuindo a atração nuclear sobre os elétrons. Diminui • Nesse sentido diminui a carga nuclear (número atômico) dos átomos, portanto, diminui a atração do núcleo sobre os elétrons. Propriedades Gerais dos Metais • Condutores de eletricidade e calor; • Apresentam brilho metálico característico – altos índices de reflexão; Ligação Metálica 15 • São maleáveis e dúcteis; • Formam ligas com facilidade. Condutividade • Todos os metais são condutores de eletricidade e calor; Fatores que explicam a condutividade e as ligações nos metais Nº de elétrons na CV Presença de orbitais Ligação Metálica 16 Presença de orbitais desocupados na CV • A condutividade dos metais decresce com o aumento da temperatura; Condutividade dos Sólidos Inorgânicos • A condutividade elétrica origina-se da mobilidade dos elétrons em resposta ao campo elétrico oscilante de um feixe de luz incidente ou a uma diferença de potencial; • A alta condutividade térmica também é consequência da mobilidade eletrônica; Ligação Metálica 17 Critério para distinguir entre um condutor metálico e um semicondutor Dependência de sua condutividade elétrica em relação à temperatura Condutor Metálico: Condutividade elétrica decresce com o aumento da temperatura; Semicondutor: Condutividade elétrica aumenta com o aumento da temperatura; Ligação Metálica 18 Sólido Isolante: Condutividade elétrica muito baixa; Supercondutores: É uma classe especial de materiais que têm resistência elétrica zero abaixo de uma temperatura crítica. A explicação sobre propriedades características dos metais TEORIA DAS BANDAS Ligação Metálica 19 Formação de Bandas pela Sobreposição de Orbitais Atômicos A sobreposição de um grande nº de OAs em um sólido produz um grande nº de OMs com energias muito próximas BANDA – praticamente contínua de níveis de energia Ligação Metálica 20 As bandas são separadas por falhas, que são valores de energia para os quais não há orbitais moleculares Banda s – formada a partir de orbitais s Banda p – formada a partir da sobreposição de orbitais p Ligação Metálica 21 Banda d – formada pela sobreposição de orbitais d (a) Pelo fato dos orbitais p terem uma energia maior que os orbitais s da mesma CV, frequentemente temos uma separação de energia entre as bandas s e p (a) Ligação Metálica 22 (b) (b) Se as bandas se espalham por uma ampla faixa de energia e as energias dos OAs s e p são similares ���� Sobreposição das bandas • A sobreposição dos orbitais s, p e d pode ocorrer em muitos compostos sólidos, particularmente para os orbitais de valência mais espalhados espacialmente, formando bandas. Ligação Metálica 23 A descrição dos níveis de energia em qualquer material sólido pode ser expressa em termos de BANDAS O que é o Nível de Fermi? É o orbital mais alto ocupado a T = 0; ele encontra-se próximo ao centro da banda Quando a banda não está completamente preenchida, os elétrons próximos ao nível de Fermi podem ser facilmente promovidos para níveis vazios vizinhos. Ligação Metálica 24 Eles são móveis e podem deslocar-se com uma relativa liberdade através do sólido E a substância um condutor elétrico Isolante: Um sólido é um isolante se uma quantidade suficiente de elétrons está presente para preencher completamente uma banda e existeuma grande separação de energia até o próximo orbital vazio disponível Ligação Metálica 25 • A discussão mais elementar da ligação covalente se baseia no compartilhamento de pares de elétrons; LIGAÇÃO COVALENTE 26 • Essa abordagem foi introduzida por Lewis em 1916; • Desde então, nosso entendimento de ligação tem sido muito enriquecido, experimental e teoricamente, em especial por meio do desenvolvimento da Teoria dos Orbitais Moleculares. • Lewis percebeu que ele poderia justificar a existência de um grande número de moléculas propondo a REGRA DO OCTETO Cada átomo compartilha elétrons com seus átomos Ligação Covalente 27 Cada átomo compartilha elétrons com seus átomos vizinhos para atingir um total de oito elétrons de valência O H H • A maioria dos átomos leves atinge uma configuração eletrônica estável quando estão rodeados por 8 elétrons; A Regra do Octeto Ligação Covalente 28 • Esse octeto pode ser formado por elétrons provenientes do próprio átomo e por elétrons “compartilhados” com outros átomos; • Assim, os átomos continuam a formar ligações até completarem um octeto de elétrons. Essa tendência é conhecida como Regra do Octeto. • Explica as VALÊNCIAS observadas em um grande número de casos; • Contudo há exceções, por exemplo, o hidrogênio torna-se estável com apenas dois elétrons; A Regra do Octeto Ligação Covalente 29 • O átomo de oxigênio completa o octeto compartilhando dois de seus elétrons, para formar a molécula de água (H2O): O H H O HH Diagrama de Lewis • Apesar das exceções, a regra do octeto é muito útil e EXPLICA satisfatoriamente o nº LIGAÇÕES FORMADAS em moléculas simples • Contudo NÃO fornece nenhuma explicação sobre a ESTRUTURA DAS MOLÉCULAS; A Regra do Octeto Ligação Covalente 30 • Os elementos do segundo período da tabela periódica obedecem muito bem a regra do octeto, mas os elementos dos períodos seguintes apresentam desvios em relação a ela. - Jeremy I. Musher (1969) MOLÉCULA HIPERVALENTE: contém um ou mais elementos que apresentam mais que 8 elétrons na camada de valência = Expansão do octeto Exemplos: PCl5: AX Ligação Covalente ClP Cl Cl P Cl Cl Cl 31 SF6: AX5 bipirâmide trigonal AX6 octaédrica 10 elétrons 12 elétrons ClP Cl Cl P Cl Cl Cl S F F F F F F S F F F F F F • A explicação da hipervalência e da expansão do octeto, geralmente, invoca a disponibilidade de orbitais “d” parcialmente preenchidos de baixa energia, os quais podem acomodar elétrons adicionais; • Entretanto, a verdadeira razão para a raridade da hipervalência no A Regra do Octeto Ligação Covalente 32 • Entretanto, a verdadeira razão para a raridade da hipervalência no segundo período: pode ser devido a dificuldade geométrica de se agregar mais do que quatro átomos ao redor de um único átomo central pequeno, podendo, de fato, ter pouco a ver com a disponibilidade de orbitais “d” . • O modelo RPECV é uma simples extensão das ideias de Lewis sendo surpreendentemente eficiente na previsão das FORMAS das moléculas poliatômicas Modelo da Repulsão dos Pares de Elétrons da Camada de Valência Ligação Covalente 33 • Foi proposta por Linus Pauling que recebeu o Prêmio Nobel em Química em 1954; Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente 34 • Foi a 1ª teoria quanto-mecânica a ser desenvolvida, e pode ser considerada como uma forma de expressar os conceitos de Lewis em termos de funções de onda; • Primeira descrição da ligação covalente em termos de orbitais atômicos; Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente 35 • Superposição de orbitais atômicos���� formação de ligação; • A força da ligação é proporcional à superposição dos orbitais atômicos; • Pela TLV, as ligações se formam quando elétrons desemparelhados de orbitais atômicos da camada de valência formam pares Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente 36 • Os orbitais atômicos que eles ocupam se superpõem frontalmente para formar ligações σσσσ ou lateralmente para formar ligações ππππ. σσσσ: ππππ : • Geralmente, o número de ligações formadas por um átomo é igual ao número de elétrons desemparelhados existentes no estado fundamental. • Contudo, em muitos casos os átomos podem formar mais ligações do que as previstas dessa maneira. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente 37 ligações do que as previstas dessa maneira. • Isso ocorre através da excitação do átomo (fornecendo-lhe energia), quando elétrons emparelhados no estado fundamental são desemparelhados e ocupam orbitais vazios adequados Aumenta o nº de elétrons desemparelhados e, consequentemente, o número de ligações Duas deficiências: Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente • a incapacidade de explicar a tetravalência do C; • ângulos de ligação. 38 Superadas pela introdução de dois aspectos novos: - PROMOÇÃO - HIBRIDIZAÇÃO Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente PROMOÇÃO: Excitação de um elétron para um nível de maior energia durante a formação da ligação. 39 1º) Promoção do elétron de um orbital de menor energia para um de energia mais alta (não espontâneo = requer energia); 2º) Esta energia consumida é compensada pela formação da ligação química (libera uma determinada quantidade de energia). Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente C no estado excitado: [He] 2s1 2px1 2py1 2pz1 2p C no estado fundamental: [He] 2s2 2px1 2py1 2p 40 2s Após a promoção de um elétron do orbital “2s” para um orbital “2p” vazio, o átomo de C fica com quatro elétrons desemparelhados disponíveis para a ligação!!! 2s Somente dois orbitais “2p” incompletos estão disponíveis para a ligação!!! Ligação Covalente HIBRIDIZAÇÃO: A combinação linear das funções de onda dos orbitais atômicos. Orbitais atômicos do mesmo átomo se combinam para formar orbitais híbridos que podem interagir mais efetivamente 41 que podem interagir mais efetivamente com os orbitais de outros átomos, produzindo ligações mais fortes. • Foi concebida para descrever algumas moléculas do tipo AXn (A = átomo central ligado a n átomos X) Ligação Covalente É um engano comum admitir que a hibridização é a causa de uma determinada estrutura molecular A razão pela qual uma dada estrutura é adotada é a sua energia HIBRIDIZAÇÃO 42 A razão pela qual uma dada estrutura é adotada é a sua energia • A hibridização é uma etapa teórica. O estado hibridizado não pode ser detectado nem mesmo espectroscopicamente; • As energias dos orbitais híbridos não podem ser medidas, apenas estimadas teoricamente. Ligação Covalente A combinação dos orbitais s e p é aceita sem reservas, mas o envolvimento de orbitais d na hibridização está sujeito à controvérsias Exemplo: BF3 HIBRIDIZAÇÃO 43 Para haver uma combinação efetiva as energias dos orbitais envolvidos devem ser aproximadamente iguais Por que? Para elementos do terceiro período em diante: Ligação Covalente Participação do Orbital d nas Ligações em Moléculas 44 Há a possibilidade de utilização dos orbitais d para formar ligações Ligação Covalente • Geralmente os orbitais d são muito volumosos e de energia muito elevada para permitir uma combinação efetiva com os orbitais s e p Participação do Orbital d nas Ligações em Moléculas 45 • Diversos fatores influenciam no tamanho dos orbitais. O mais importante é a carga do átomo. Exemplo: PCl5 PCl5 • Se o átomo de P estiver ligado a um elemento bastante eletronegativo, esse elemento atrai mais fortemente os elétrons da ligação introduzindoδ+ no P. • Os elétrons serão atraídos em direção ao núcleo provocando uma Ligação Covalente 46 • Os elétrons serão atraídos em direção ao núcleo provocando uma contração dos orbitais • De modo que os orbitais 3d fiquem com uma energia suficientemente próxima de 3s e 3p permitindo a hibridização FÓSFORO NO PCℓ5: ESTADO FUNDAMENTAL ESTADO EXCITADO 3d 3p 3p 3d Ligação Covalente 47 3s 3p 3s • Átomo de P depois de compartilhar 5 elétrons com átomos de Cl na molécula de PCl5: 3s 3p 3d Ligação Covalente 48 HIBRIDIZAÇÃO: sp3d • Fósforo: 5 ligações = 5 lóbulos (orbitais) ⇒⇒⇒⇒ 5 orbitais híbridos sp3d • Hibridização sp3d – geometria bipirâmide trigonal PCl5 Ligação Covalente ClP Cl Cl Cl P Cl Cl Cl Cl • Eletronegatividade →→→→ contração dos orbitais d→→→→ ligações !!! 49 Cl Cl Cl Cl Geometria: bipirâmide trigonal Por que o PH5 não existe? • Átomos de H não são capazes de provocar uma CONTRAÇÃO tão acentuada nos orbitais d Ligação Covalente 50 Parece provável que os orbitais d realmente participem das ligações nos casos em que ocorre uma CONTRAÇÃO SIGNIFICATIVA dos mesmos Por que o PH5 não existe? • Átomos de H não são capazes de provocar uma CONTRAÇÃO tão acentuada nos orbitais d Ligação Covalente 51 Parece provável que os orbitais d realmente participem das ligações nos casos em que ocorre uma CONTRAÇÃO SIGNIFICATIVA dos mesmos ENXOFRE NO SF6: ESTADO FUNDAMENTAL ESTADO EXCITADO 3d 3p 3d Ligação Covalente 52 3s 3p 3s • Átomo de S depois de compartilhar 6 elétrons com átomos de F na molécula de SF6: Ligação Covalente 3s 3p 3d 53 HIBRIDIZAÇÃO: sp3d2 Ligação Covalente • Enxofre: 6 ligações = 6 lóbulos (orbitais) ⇒⇒⇒⇒ 6 orbitais híbridos sp3d2 • Hibridização sp3d2 – geometria octaédrica SF6 F F F FF F 54 Geometria: Octaédrica S F F F F F S F F F F F Nº de Orbitais mais externos Tipos de hibridização Distribuição dos orbitais híbridos no espaço Exemplos 2 sp Linear BeF2 3 sp2 Trigonal Plana BF3 4 sp3 Tetraédrica CCl Alguns conjuntos importantes de orbitais híbridos: Ligação Covalente 55 4 sp3 Tetraédrica CCl4 5 dsp3 Bipirâmide Trigonal PCl5 6 d2sp3 Octaédrica SF6 7 d3sp3 Bipirâmide Pentagonal IF7 4 dsp2 Quadrática [Ni(CN)4]2- • Ligação σσσσ: tem simetria cilíndrica ao redor do eixo internuclear. Os orbitais s e pz são os únicos que contém essa propriedade. A densidade se concentra entre os dois átomos e sobre o eixo que une os dois átomos. • Ligação ππππ: se origina da sobreposição lateral entre dois orbitais p Ligação Covalente 56 • Ligação ππππ: se origina da sobreposição lateral entre dois orbitais p (px ou py). A forma da molécula é determinada pela ligação σσσσ e pelos pares isolados, e não pelas ligações ππππ. As ligações ππππ simplesmente diminuem o comprimento das ligações. • Uma ligação simples é uma ligação σσσσ • Uma ligação dupla é uma ligação σσσσ mais uma ligação ππππ • Uma ligação tripla é uma ligação σσσσ mais duas ligações ππππ Ligação Covalente 57 Quantas ligações σσσσ e quantas ligações ππππ existem em: (a) CO2? duas σσσσ e duas ππππ (b) CO? uma σσσσ e duas ππππ Falhas da TLV: - Não fornece explicação dos espectros eletrônicos e nem porquê as propriedades magnéticas variam com a temperatura; - Há dúvidas sobre a participação de orbitais d na hibridização, o que tem contribuído para o declínio dessa teoria; Ligação Covalente 58 Vantagens da TLV: - Continua sendo muito usada, e ela fornece uma base para a descrição simples de moléculas inorgânicas pequenas. Teoria dos Orbitais Moleculares Ligação Covalente 59 Surgiu como um modelo aprimorado de ligação química, dentro do contínuo esforço para explicar de forma adequada certas propriedades moleculares (ex.: paramagnetismo do O2). Principais diferenças: Ligação Covalente 60 Teoria de Ligação pela Valência • Linus Pauling; • Os elétrons de valência estão localizados entre os átomos (ou são pares isolados); • Orbitais atômicos semi- preenchidos sobrepõe-se para formar ligações. Teoria dos Orbitais Moleculares • Robert Mulliken; • Os elétrons de valência são deslocalizados; • Os elétrons de valência estão em orbitais (chamados de orbitais moleculares) que se espalham por toda a molécula. • Os OA deixam de existir quando a molécula se forma; • Os OA de mesma simetria, energias similares e cujo recobrimento é significativo, combinam-se para formar um igual número de OM; Princípio da conservação: N orbitais atômicos ���� N orbitais moleculares Ligação Covalente 61 Princípio da conservação: N orbitais atômicos ���� N orbitais moleculares • Somente os OA da camada de valência são usados para formar os orbitais moleculares • Quanto maior a sobreposição dos orbitais atômicos, mais forte a ligação formada. Ligação Covalente A ocupação dos orbitais moleculares segue a regra de Hund e o princípio de exclusão de Pauli: • Regra de Hund – a configuração mais estável, em orbitais de mesma energia, é aquela em que existe o maior número possível de elétrons com 62 energia, é aquela em que existe o maior número possível de elétrons com spins paralelos; • Princípio de Exclusão de Pauli – cada orbital molecular pode ser ocupado por até dois elétrons e devem estar emparelhados (↑↓). Princípio Básico: Combinação linear de orbitais atômicos dos átomos constituintes (CLOA) Formação de orbitais moleculares, deslocalizados sobre toda a molécula Função de onda que descreve os OMs formados através da CLOA Ligação Covalente 63 H1sa H1sb H1sa + H1sb Ψab = ca φφφφa + cb φφφφb Coeficiente “c” mostra o quanto cada OA contribui para cada OM Os sinais relativos dos coeficientes na CLOA têm papel muito importante na determinação das energias dos orbitais; Os sinais relativos determinam se os orbitais atômicos interferem Coeficientes (c) na CLOA: Ligação Covalente 64 Os sinais relativos determinam se os orbitais atômicos interferem construtiva ou destrutivamente em diferentes regiões da molécula e, portanto, conduz a um aumento ou a uma redução da densidade eletrônica nessas regiões. As funções de onda dos orbitais atômicos são combinados matematicamente para produzir as funções de onda dos OMs resultantes, que mostram a(s) região(ões) de maior probabilidade de encontrar o elétron. Funções de Onda (Ψ): Ligação Covalente 65 que mostram a(s) região(ões) de maior probabilidade de encontrar o elétron. O quadrado da função de onda (Ψ2) de um elétron nos dá informações acerca da distribuição de probabilidade para o elétron na molécula; Um elétron em um orbital molecular é provavelmente encontrado Ligação Covalente 66 Um elétron em um orbital molecular é provavelmente encontrado onde o orbital tem uma grande amplitude e não será encontrado em nenhum de seus nós. Distribuição Espacial dos Orbitais Moleculares: 1) mesma simetria A combinação entre dois OAs (da camada de valência) de átomos vizinhos levando a formação de dois OMs será efetiva se: Ligação Covalente 67 1) mesma simetria 2)os OAs tiver energias similares; 3) os OAs se sobrepor de maneira significativa. Consequências para a formação da ligação química: SOBREPOSIÇÃO Orbital Molecular Ligante (Ψ+) – se origina da interferência construtiva entre dois OA vizinhos. Ligação Covalente 68 Aumento na densidade eletrônica da região internuclear. Consequências para a formação da ligação química: SOBREPOSIÇÃO Orbital Molecular Antiligante(Ψ-) – se origina da interferência destrutiva entre dois OA vizinhos, que cancelam suas amplitudes, dando origem a um plano nodal entre os dois núcleos. Ligação Covalente 69 Diminuição da densidade eletrônica da região internuclear. Consequências para a formação da ligação química: SOBREPOSIÇÃO • Apresenta mesma energia que os OA originais; • A ocupação deste orbital não estabiliza nem desestabiliza a molécula; Orbital Molecular Não-Ligante Ligação Covalente 70 • É um OM que consiste em um único orbital em um átomo, talvez porque não exista um OA no átomo vizinho com a simetria correta para ele se sobrepor. Diagrama dos Níveis de Energia dos Orbitais Moleculares para a molécula de H2 Ligação Covalente 71 A molécula de H2 tem uma energia menor que a dos átomos separados porque os dois elétrons podem ocupar o orbital molecular ligante (Ψ+) Ambos elétrons contribuem para a redução da energia Tipos de Orbitais moleculares Orbitais σ: formados pela sobreposição dos orbitais atômicos que têm simetria cilíndrica em torno do eixo internuclear (z). Um orbital σ pode ser formado de várias maneiras: Ligação Covalente 72 Tipos de Orbitais moleculares Orbitais π: formados pela sobreposição lateral dos orbitais atômicos px e py - contém um plano nodal no eixo interplanar. Ligação Covalente 73 Tipos de Orbitais moleculares Orbitais δ: formados pela sobreposição dos orbitais atômicos d. Ligação Covalente 74 Interação lateral de dois orbitais dx2-y2 Planos Nodais – regiões onde a densidade eletrônica (Ψ2) é nula, pois Ψ é nula (troca de sinal da função de onda); Plano Nodal Ligação Covalente 75 • Importante para definir as energias dos orbitais; • Quanto mais planos nodais ���� maior o caráter antiligante ���� maior a energia Combinação de Orbitais Atômicos s-s para formar Orbitais Moleculares σ São possíveis duas combinações lineares das funções de onda: 1) Aquela em que os sinais das duas funções de onda são iguais; 2) Aquela em que os sinais das duas funções de onda são diferentes; Ligação Covalente 76 Combinação de Orbitais Atômicos s-p para formar Orbitais Moleculares σ • Um orbital s pode se combinar com um orbital pz, desde que seus lóbulos estejam orientados ao longo do eixo que une os dois núcleos Ligação Covalente 77 pz pz Combinação de Orbitais Atômicos p-p para formar Orbitais Moleculares σ • Um orbital p pode se combinar com outro orbital p, desde que seus lóbulos estejam orientados ao longo do eixo que une os dois núcleos. Ligação Covalente 78 pz pz pz pz Combinação de Orbitais Atômicos p-p para formar Orbitais Moleculares π • Ocorre a sobreposição lateral entre os orbitais atômicos p. Ligação Covalente 79 Combinação de Orbitais Atômicos p-d para formar Orbitais Moleculares π • Como os orbitais não se encontram ao longo do eixo que une os dois núcleos, a interação deve ser do tipo π Ligação Covalente 80 Combinação não-ligante de orbitais • As simetrias dos orbitais atômicos são diferentes Ligação Covalente 81 Algumas combinações não-ligantes de OAs Orbitais de Fronteira: Homo e Lumo HOMO – orbital molecular ocupado de mais alta energia – é o último a ser ocupado LUMO – orbital molecular vazio de mais baixa energia Para a molécula de F2: Ligação Covalente 82 Lumo – σ*2p Homo – π*2p Propriedade de Ligação Ordem de Ligação: quantifica o número de ligações entre dois átomos. Quanto maior é a ordem de ligação entre um dado par de átomos, maior é a força da ligação. Ligação Covalente 83 O.L. = ½(nº de elétrons ligantes – nº de elétrons antiligantes) Ex. da aplicação da teoria de OMs para Moléculas Diatômicas Homonucleares A molécula de O2: Configuração Eletrônica: σ2s2, σ*2s2, σ2px2, π2py2, π2pz2, π*2py1, π*2pz1 O: 1s2, 2s2, 2p4 Para O2: 12 elétrons de valência podem ser acomodados em 8 OMs. Ligação Covalente 84 Ordem de Ligação = (8-4)/2 = 2 A existência de dois elétrons desemparelhados com spins paralelos explica porque o oxigênio é paramagnético Ex. da aplicação da teoria de OMs para Moléculas Diatômicas Homonucleares A molécula de He2: Ordem de Ligação = (2-2)/2 = 0 Configuração Eletrônica: σ1s2, σ*1s2 He: 1s2 Para He2: 4 elétrons de valência podem ser acomodados em 2 OMs. Ligação Covalente 85 Ordem de Ligação = (2-2)/2 = 0 Não há formação de ligações e essa molécula não deve existir!!! Ex. da aplicação da teoria de OMs para Moléculas Diatômicas Heteronucleares A molécula de CO: Configuração Eletrônica: 1σ2, 2σ2, 1π4, 3σ2 C: 1s2, 2s2, 2p2 O: 1s2, 2s2, 2p4 Para CO: 10 elétrons de valência podem ser acomodados em 8 OMs. Ligação Covalente 86 Ordem de Ligação = (8-2)/2 = 3 Em resumo, T.O.M. • Conservação do número de orbitais; • Energia O.M. ligante < Energia O.A. < Energia O.M. antiligante; • A ocupação dos orbitais moleculares segue a regra de Hund e o Ligação Covalente 87 Princípio da Exclusão de Pauli; • A combinação é mais eficaz quando as energias dos orbitais é similar; • Fornece informações à respeito das propriedades magnéticas, pois deixa explícito o número de elétrons desemparelhados. Ressonância • Algumas moléculas têm estruturas que não podem ser expressas corretamente por uma única estrutura de Lewis. Ex.: íon nitrato, NO3-: 88 • As três estruturas de Lewis diferem somente na posição da dupla. Elas são igualmente válidas e possuem a mesma energia. A evidência experimental é que as ligações do íon nitrato são todas iguais. • Ressonância = fusão de estruturas que têm o mesmo arranjo de átomos e arranjos diferentes de elétrons. Ela distribui o caráter de ligação múltipla sobre uma molécula e diminui sua energia. Ressonância • A estrutura resultante da fusão é um híbrido de ressonância das estruturas de Lewis que contribuem; • Os elétrons que podem ocupar posições diferentes nas estruturas de 89 ressonância são chamados de elétrons deslocalizados; • Consequência importante da ressonância = estabiliza a molécula pelo abaixamento da energia total Carga Formal • A carga formal representa o número de elétrons que um átomo ganha ou perde quando participa de uma ligação perfeitamente covalente com outros átomos; • Exagera o caráter covalente das ligações, quando supõe que todos os elétrons são compartilhados igualmente; 90 • A soma das cargas formais em uma estrutura de Lewis é igual à carga total da espécie; Geralmente a estrutura de menor energia é aquela com: � a menor carga formal nos átomos; � a estrutura na qual ao elemento mais eletronegativo é atribuída uma carga formal negativa e ao menos eletronegativo é atribuída uma carga formal positiva. Carga Formal Carga Formal = nº de elétrons de valência do átomo isolado – nº de elétrons de valência do átomo ligado Exercício: Para o íon tiocianato (SCN-), escreva 3 estruturas de Lewis com arranjos diferentes e selecione a estrutura mais plausível (com carga formal mais próxima de zero). 91 NCS- CNS- CSN- N C S C N S C S N C = 4 e- cv N = 5 e- cv S = 6 e- cv carga -1 = 1e- 16 e- 5 - 6 = - 1 4 - 4 = 0 6 - 6 = 0 4 - 6 = - 2 5 - 4 = 1 6 - 6 = 0 4 - 6 = - 2 6 - 4 = 2 5 - 6 = - 1 -1 0 0 -2 1 0 -2 2 -1 Estrutura mais plausível. Apresenta carga formal mais próxima de zero! Eletronegatividade • A eletronegatividade é uma medida do poder de atração de um átomo sobre um par deelétrons de uma ligação • LIGAÇÃO COVALENTE POLAR = é uma ligação entre dois átomos com cargas elétricas parciais provenientes da diferença de eletronegatividade. EX.: δδδδ+H-Clδδδδ- 92 EX.: H-Cl • Cargas parciais dão origem a um momento de dipolo elétrico (µµµµ). •Dois átomos de uma ligação covalente polar formam um dipolo elétrico, uma carga parcial positiva próxima de uma carga parcial igual porém negativa. Eletronegatividade • Se a diferença de eletronegatividade é muito grande, como em NaCl e KF, é melhor considerar iônica a ligação; • Não existe uma linha divisória clara entre as ligações covalentes e iônicas. Entretanto, uma regra útil diz que, se a diferença de eletronegatividade é de cerca de 2 unidades, o caráter iônico é tão alto que é melhor considerar iônica a ligação. 93 Polarizabilidade • A polarizabilidade, αααα, de um átomo é a sua capacidade sofrer distorção na nuvem eletrônica. • Nos íons volumosos e muito polarizáveis, o núcleo do íon exerce um efeito relativamente pequeno sobre os elétrons mais externos, que estão muito distantes. 94 Como resultado a nuvem eletrônica de um ânion volumoso é facilmente distorcida • A ligação química dos compostos formados por cátions e ânions muito polarizáveis têm forte caráter covalente. Referências Bibliográficas: [1]. P. Atkins, L. Jones, Princípios de Química, 3ª edição, Editora Bookman, Porto alegre, 2006. [2]. M. Mahan, Química um curso universitário, 4ª edição, Editora Edgard Blüncher LTDA. 95 [3]. RUSSEL, J. B., Química Geral - Volume 1, 2ª Edição, Editora Makron Books, São Paulo, 1994.
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