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TEORIA DO CRIME TCL – TIPICIDADE, CULPABILIDADE, LICITUDE O conhecimento do direito penal gira em torno do fato: • primeiro, saber se determinado fato é criminoso; • em caso positivo, saber qual a pena a ele aplicada, • e, ainda,saber, como se aplica essa pena. • Só é crime se estiver TIPIFICADO em Lei. • Principio da reserva legal: “não há crime sem prescrição legal”. O Direito de Punir é exclusivo do Estado DIREITO PENAL 01.CONCEITO – conjunto de normas que o Estado estabelece para combater o crime., através das penas e medidas de seguranças 02. FINALIDADE. Proteção dos bens jurídicos através da cominação, aplicação e execução da pena. 03 CARACTERÍSTICAS. a) Ciência cultural – indaga o DEVER-SER (diferente das ciências naturais) b) Ciência normativa – seu objeto de estudo é a lei. O direito positivo c) Ciência valorativa - tutela os valores mais elevados da sociedade – numa escala de valores, quanto mais grave o crime, mais severa a sanção. d) Ciência finalista – finalidade de tutelar os bens jurídicos e estabelecer sanções e) Ciência dogmática – fundamentada no direito positivo, exigindo o cumprimento de suas normas 04. DIREITO PENAL OBJETIVO E SUBJETIVO Objetivo: são as normsa que regulam a ação do estado (definindo crimes e sanções). Subjetivo: só o estado tem o direito de aplicar e estabelecer sanções. 05. DIREITO PENAL COMUM E ESPECIAL COMUM – aplicado a todos atos delituosos em geral ESPECIAL – dirigido a uma classe de indivíduos e certos atos ilícitos (eleitoral, impeachment...) 06. DIREITO PENAL MATERIAL E FORMAL * MATERIAL (substantivo) – normas que definem penas e sanções * FORMAL (adjetivo) – processo penal – são preceitos de aplicação OBS: na atualidade não é mais assim, poiso do direito processual penal tornou-se autônomo. 07. RELAÇÕES DO DIREITO PENAL. a) Art. 5º. CF – princípios constitucionais b) Direito administrativo – a função de punir é administrativa, pelos agentes do estado (juízes, delegados...) c) Direito Processual Penal – pelo processo penal se decide sobre a devida punição. 08. DISCIPLINAS AUXILIARES * MEDICINA LEGAL – verifica a natureza e a extensão dos danos causados pelo crime * CRIMINALISTICA – (polícia científica), investigação criminal dos crimes e seus autores * PSIQUIATRIA FORENSE – estuda os problemas mentais, ajudando, por exemplo a definir a imputabilidade 09. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL 9.1. tempos primitivos - ações desproporcionais aos crimes cometidos, eram castigos para aplacar a ira dos deuses. 9.2 - fase da vingança a) vingança privada – para um crime ocorrido havia a sanção da vítima, da família... revidando a ofensa (um grupo poderia até exterminar o outro). * Lei de Talião – evitou a dizimação de grupos, mas era um crime pelo outro (dente por dente....) * composição – após a lei de talião, o infrator podia comprar a pena (a liberdade etc...) b) vingança divina – por influencia da religião, tinha que atender “ ordem divina” – a religião se confundia com direito. c) vingança pública - a sanção agora é dada pelo Estado (não mais pela religião). Pena de morte passou a ser amplamente utilizada e poderia ultrapassar a pessoa do criminoso. 9.3 – PERIODO HUMANÍSTICO (fim do SEC XVIII) - em pleno vigor do iluminismo - o homem toma consciência crítica do problema penal (filosoficamente e juridicamente) • MARQUES DE BECALLIA (Cesar Baresana), influenciado por Rousseau e Montesquieu. - obra “Dos delitos e das Penas”, livro símbolo da reação ao desumano sistema penal da época. - “só as leis podem fixar penas e outras sanções” A grande contribuição dos clássicos foi fazer o direito penal girar em torno da legalidade dos delitos e das penas, impondo limites ao poder de punir 9.4 – PERIODO CRIMINALISTICO E ESCOLA POSITIVA • CESAR LOMBROSO (médido Italiano), - obra “O homem delinquente” – - criou a figura do criminoso nato um indivíduo anormal, diferente e perigoso, que já nasce criminoso. Como proteger a sociedade diante dos perigos do criminoso nato? Embora o criminoso nato não seja criminoso porque quer, a sociedade não pode ficar à mercê do crime. Pensando assim, como adaptar o direito penal a fim de se permitir uma eficaz defesa da sociedade? • HENRIQUE FERRI - obra “Sociologia Criminal” A solução encontrada por FERRI, foi reinventar a responsabilidade penal, que deveria deixar de ser uma responsabilidade pessoal (fundada no livre arbítrio e decorrente do fato praticado), para ser uma responsabilidade social, decorrente do fato de se viver em sociedade. Considerava-se que mais importante que defender os direitos dos indivíduos, era defender os direitos da sociedade. A pena passou a ser uma medida de defesa social, decorrente não do fato praticado, mas da periculosidade do indivíduo Na Atualidade os penalistas se preocupam muito com a pessoa do condenado (humanistas). Dai fala-se em NOVA DEFESA SOCIAL. A sociedade é defendida quando se proporciona a a reposição do condenado ao convívio social. DIREITO PENAL NO BRASIL • Período colonial- o Brasil não tinha autonomia política - - Vigoraram Ordenações Afonsinas, Manuelinsa e Código de são Sebastião. Posteriormente vieram as ordenações Filipinas (esta refletia o direito penal medieval). Crime era tido como pecado. • Com a independendcia a constituição de 1824 previa a criação de uma legislação penal, sendo sancio nado em 1830 o Código Criminal do Império (de índole liberal) • Com a proclamação da república foi editado o Código Penal • Somente em 1942 entrou em vigor o CÓDIGO PENAL (Decreto Lei 2848/19400) que ainda é legislação penal brasileira fundamental. • Tentou-se a substituição do código de 1942 pelo decreto 1004/69, mas muito criticado após vários adiamentos para vigorar, foi revogado. • Reforma do sistema penal (Lei 7209/84) • É clara a necessidade de atualização da Lei penal brasileira. LEI PENAL (ou NORMA PENAL) A lei penal é composta de duas partes: • Comando principal (preceito primário) • Sanção (preceito secundário) CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL IMPERATIVA – a violação do pressuposto principal implica pena. GERAL – ela deve ser aplicada a todos (até as inimputáveis (medidas de segurança) IMPESSOAL – não se refere a uma determinada pessoa EXCLUSIVA – somente ela pode definir crimes e sanções REGULA FATOS FUTUROS – não alcança fatos passados, a não ser para beneficiar o réu. Lei Penal é: IGIEFF (imperativa, geral, impessoal, exclusiva, regula fatos futuros) CLASSIFICAÇAO DA LEI PENAL • GERAIS - vigoram em todo o território nacional • ESPECIAIS - vigoram somente em alguns seguimentos • ORDINÁRIAS – em qualquer circunstancias • EXCEPCIONAIS – em situação de emergência • INCRIMINADORAS – ART.121 – define tipo penal e comina a sanção • NÃO INCRIMINADORAS – - explicativas: explicam o conteúdo de outras - permissivas: não consideram como ilícito ou ausentam de pena o autor do fato (que em tese são típicos) (art.23,24 25, exemplo: legítima defesa) • NORMAS PENAIS EM BRANCO / ou primariamente remetidas - há necessidade de complementação para compreender o âmbito da aplicação do preceito primário. - homogênea> complemento oriundo da mesma fonte legal - heterogênea - complemente oriundo de fonte diversa daquela que a edita. • NORMAS PENAIS IMCOMPLETAS – ou secundariamente remetidas – para saber a sanção imposta, o legislador remete a outro texto de lei. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL – busca o lado significativo da norma penal QUANTO A ORIGEM - a) Autentica - é dado pela lei b) Doutrinária – pelos estudiosos c) Jurisprudencial – tribunais e juízes QUANTO AO MODO a) Gramatical– sentido literal da lei b) Teleológica - busca descobrir o significado da lei, a que se destina... c) Histórica – busca a origem da lei d) Sistemática - analisa o ordenamento juridico QUANTO AO RESULTADO a) Declarativa – quando a letra da lei corresponde ao que o legislador quis dizer b) Restritiva - quando se conclui que o texto legal abrange mais do que queria o legislador. ANALOGIA – na forma da lei aplica-se ao fato não regulado expressamente pela norma, um dispositivo que disciplina hipótese semelhante. Analogia é integração de norma. Na analogia não tem aquela referencia na Lei. ATENÇÃO: o princípio da legalidade impede a analogia para criar ilícitos penais. ESPÉCIES DE ANALOGIA: a) IN BONA PARTEM - em matéria penal só pode ser aplicada em favor do reú b) IM MALA PARTEM – é vedada se for violar o principio da legalidade.
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