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Lei de indução de Michael Faraday Michael Faraday (1791-1867) nasceu em Londres, na Inglaterra em 22/09/1791. Terceiro filho de um ferreiro de Newington, subúrbio de Londres, foi obrigado a abandonar os estudos para se dedicar ao trabalho aos treze anos. Trabalhou para o livreiro G. Ribeau. Neste intervalo de tempo, aproveitou o contato com os livros para estudar. Em algumas experiências,Faraday percebeu que ao introduzir um ímã em uma bobina esta acusava a presença de uma corrente elétrica(Um condutor metálico, que tem a característica de ter elétrons livres, quando é conectado a um pólo positivo, e em sua outra extremidade a um pólo negativo, esses elétrons inicialmente livre e desordenados iniciam um movimento ordenado e em um sentido - a corrente elétrica) na mesma. Este fenômeno foi caracterizado qualitativamente e quantitativamente e deu origem à Lei da Indução de Faraday que é expressa matematicamente como: Ou seja, a intensidade da força eletromotriz induzida (Em geral a força eletromotriz é representada pelas iniciais f.e.m. ou pela letra E (ou e). Sendo W a energia que o gerador fornece ao circuito durante o tempo t, e Q a carga elétrica que passa por qualquer secção transversal durante-o mesmo tempo) (ε) é igual a variação do fluxo magnético no interior da espira. Esta é uma das quatro equações de Maxwell para o Eletromagnetismo. Mas a unidade de indutância no SI é o henry (abreviação H) em homenagem ao americano Joseph Henry embora tenha publicado seus resultados para a indutância um pouco mais tarde que Faraday. Faraday introduziu o conceito de campo de força ou simplesmente campo. Mesmo sem ter recebido instrução escolar completa, Faraday recebeu o Diploma Honorário da Universidade de Oxford em 1832. Ainda recebeu logo em seguida a medalha de Copley da Royal Instituição. Em 1837 o físico percebeu que quando um capacitor recebe menos carga quando há vácuo entre as armaduras do que quando há um dielétrico entre elas. Então a unidade de capacitância foi chamada de Farad (abreviação F) em homenagem a ele 21 anos depois, começou a sofrer com uma doença que causava perda temporária de memória e acabou se afastando da vida pública. A partir de 1862, passou a maior parte de seu tempo em casa, onde veio a falecer em 25/08/1867. Einstein e Maxwell se apoiaram em seu trabalho para desenvolver o estudo do Eletromagnetismo e da Física Moderna. A experiência de Faraday Para a bobina faz-se um enrolamento de fios de cobre esmaltados ou fios de fiação elétrica residencial. O ímã pode ser retirado de um auto-falante sucateado, de potencia média ou alta, como os de toca CD’s. Usa-se um multímetro que será ajustado na função micro ampère, dependendo da quantidade de espiras da bobina e do potencial do ímã. Conectam-se os terminais do multímetro nas duas extremidades do enrolamento de fios de cobre. Aproxima-se o ímã da bobina, conforme mostra a figura 01: Observa-se o comportamento do ponteiro do multímetro. A experiência de Faraday é de extrema importância para o estudo do Eletromagnetismo, pois baseado na análise da interação entre campo elétrico e magnético podem ser explicado muitos outros fenômenos relacionados a esta importante parte da Física. A lei de Lenz A lei de Faraday expressa somente a intensidade da força eletromotriz induzida. Então em 1834 Heinrich E Lenz (1804-1865) define que a força eletromotriz é igual ao negativo da variação do fluxo magnético no interior da espira, assumindo a forma: Ou seja, esta lei especifica o sentido da força eletromotriz induzida. Neste caso, o sentido da corrente elétrica é anti-horário para quando o norte do ímã se aproxima da espira ou conjunto de espiras. Faraday e o motor elétrico Um motor elétrico simples é uma máquina que converte energia elétrica em energia mecânica - e também é um bom exemplo de aplicação prática da experiência de Öersted, na qual a corrente elétrica está associada a um campo magnético e pode provocar o movimento de um ímã. Observando o esquema abaixo, temos um exemplo de motor simples, constituído por uma base de madeira, na qual está apoiada uma pilha (fonte de energia) - e, sobre ela, foi fixado um ímã natural. Temos ainda duas hastes de fio condutor (mancal) acopladas, cada uma, a uma extremidade da pilha (uma no pólo positivo e outra no pólo negativo); e, completando a máquina, uma espira também constituída de um fio condutor. Observe que essa espira pode ser substituída por várias espiras (bobinas). Um detalhe extremamente importante é que uma das extremidades da espira deve ser semi-raspada - e a outra, raspada por completo. O motor elétrico simples funciona, basicamente, pela repulsão entre dois ímãs, um natural e outro não natural (eletroímã). É conveniente o uso de imãs não naturais num motor elétrico, pois há a possibilidade de inversão dos pólos magnéticos, por meio da inversão do sentido da corrente elétrica. Como o motor funciona? Agora, utilizando esse exemplo, vamos entender os princípios básicos do funcionamento do motor elétrico simples. A pilha fornece energia elétrica quando as partes raspadas da espira estão em contato com a haste (mancal) - temos, assim, um circuito elétrico por onde passa uma corrente que, ao percorrer a espira, graças ao campo magnético associado a essa corrente (conforme o experimento de Öersted), transforma-a num pequeno ímã (ímã não natural). O ímã fixo na pilha (ímã natural) tem um de seus pólos voltados para a espira; e quando ela se torna um ímã, passa a existir uma interação entre eles. Quando a espira tiver o mesmo tipo de pólo ao qual está presa, teremos uma força de repulsão que movimentará a espira. Esse movimento depende, muitas vezes, de um empurrão inicial. Um detalhe importante: quando a espira tiver o pólo contrário ao do ímã ao qual está presa, a força que existirá será de atração e o movimento da espira será amortecido, podendo até resultar no fim de seu movimento. Para resolver esse problema e evitar que o motor pare, usamos uma extremidade da espira totalmente raspada, por onde a corrente sempre pode passar, e a outra semi- raspada, de forma que a corrente só passará nessa extremidade quando a parte raspada estiver em contato com a haste. Dessa maneira, quando as faces de mesmo pólo estiverem voltadas uma para a outra, a espira se movimentará por causa da força magnética de repulsão entre os ímãs. No momento em que as faces de pólos opostos estiverem voltadas uma para a outra, a corrente deixa de passar, pois a extremidade da espira que não está raspada impede a passagem da corrente. A espira deixa, assim, de ser um ímã natural, mas mantém seu movimento (giro), devido à inércia. No momento em que a parte raspada da espira entra em contato com a haste, o processo se reinicia, possibilitando o movimento constante da espira. Em motores um pouco mais sofisticados há comutadores, que têm a função de inverter o sentido da corrente no momento em que a espira fica com sua face de pólo oposto voltada para o ímã. Lembrando que, ao invertemos o sentido da corrente, também invertemos os pólos do ímã não natural. Dessa maneira, teremos sempre a espira com a face de mesmo pólo do ímã voltada para ele, resultando num movimento ininterrupto. No nosso exemplo, como não conseguimos inverter o sentido da corrente, utilizamos as idéias da interrupção da corrente e da continuidade do movimento por inércia. Dessa forma, temos a corrente produzindo o movimento da espira. Esse é o princípio básico do funcionamento dos motores elétricos - utilizados de um liquidificador até um motor de automóvel. Geradores e energia elétrica O gerador tem um funcionamento inverso ao do motor. Observando o esquema a seguir, verificamos que a corrente elétrica surge naespira graças ao movimento dos ímãs naturais - o que resulta numa variação de campo magnético. Surgindo corrente na espira, esta também se torna um ímã (ímã não natural) e passa a girar. Portanto, o gerador é um bom exemplo de aplicação prática do experimento de Faraday. Neste caso, com o movimento dos ímãs temos energia mecânica, o que resulta em energia elétrica na espira. Como no caso do motor, existem diversos tipos de geradores e o que apresentamos aqui é um exemplo básico, mas que serviu para importantes desenvolvimentos tecnológicos. Inúmeros pesquisadores merecem destaque no estudo do eletromagnetismo, mas, com certeza, Öersted e Faraday contribuíram - e muito - para o desenvolvimento do eletromagnetismo. Referências bibliográficas: HALLIDAY, David, RESNIK Robert, KRANE, Denneth S. Física 3, volume 2, 5 Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. 384 p.
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