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relações de genero na engenharia

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RELAÇÕES DE GÊNERO NA ENGENHARIA1 
 
 
 
Rodrigo Salera Mesquita2 – rodrigosmesquita@yahoo.com.br 
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG. 
Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica 
Rua Jacumã, 185 apto 203 - Bairro Novo Eldorado. 
CEP: 32341-450 – Contagem - MG - Brasil 
 
 
 
Resumo: O presente artigo discute questões importantes para a sociedade contemporânea 
relacionadas às relações e equidade de gêneros no espaço educacional e no mundo do 
trabalho. Destaca a participação da mulher nos espaços públicos, sua crescente 
escolarização e a conquista de uma área de atuação pouco usual ao público feminino em 
décadas passadas: o mundo do trabalho da engenharia. Discussões teóricas e indicadores 
sociais denotam a crescente participação feminina nos processos de escolarização e no 
mundo do trabalho assalariado, porém, é necessário o aprofundamento na problematização 
de algumas áreas pouco usuais historicamente à atuação feminina, tais como as engenharias. 
 
Palavras chave: Mulher na engenharia. Relações de gênero. Equidade de gênero. Igualdade 
de gênero. 
 
1 INTRODUÇÃO 
As mulheres já representam mais da metade da população mundial e uma expressiva força de 
trabalho assalariada, para além de sua atuação no espaço doméstico. 
O presente artigo discute questões importantes para a sociedade contemporânea relacionadas 
às relações e equidade de gêneros nos espaços educacionais e no mundo do trabalho. Destaca 
                                                            
1 Pesquisa financiada pelo Programa Institucional de Fomento à Pesquisa do CEFET-MG (PROPESQ) e pela 
Fundação de Amparo á Pesquisa no Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. 
2 Mestrando em Educação Tecnológica – Bolsista CEFET-MG. 
 
 
 
a participação da mulher nos espaços públicos, sua crescente escolarização e a conquista de 
uma área de atuação pouco usual ao público feminino em décadas passadas: a engenharia. 
Estudos diversos, como os empreendidos por Quirino (2011), sobre a atuação de mulheres no 
segmento de mineração; Resende (2012) sobre o trabalho feminino na construção civil; 
Lombardi (2004) sobre a atuação feminina nas áreas de engenharia, evidenciam um avanço 
das pesquisas acadêmicas sobre as relações de gênero em áreas tradicionalmente masculinas. 
Porém, não obstante as discussões teóricas e os indicadores sociais que demonstram a 
crescente participação feminina nos processos de escolarização e no mundo do trabalho 
assalariado, a problematização de algumas áreas pouco usuais historicamente à atuação 
feminina ainda é de suma importância. 
Discussões acerca da equidade de gêneros na educação e no mundo do trabalho, sobretudo nas 
áreas tecnológicas, são de importantes para o desenvolvimento sustentável de qualquer país e 
trata-se de um problema de cunho universal, não somente para o público feminino. 
 
2 IGUALDADE E EQUIDADE DE GÊNEROS 
Em pleno século XXI não é raro o entendimento pelo senso comum de que as coisas são como 
são porque homem é homem e mulher é mulher. Essa divisão da sociedade por sexos é 
percebida como algo natural e biológico, mas, traz consequências psicológicas, sociais e 
comportamentais importantes. Estruturas sociais, valores, ideologias, crenças e culturas 
apresentam-se como possíveis explicações para essa diferenciação, que num contexto de 
prática social, converte-se em desigualdades (QUIRINO, 2015). 
Como seria uma sociedade na qual as desigualdades de gênero não fossem justificadas pela 
naturalização da inferioridade da mulher em relação ao homem? Possivelmente as diferenças 
seriam vistas com mais clareza e talvez não houvesse uma realidade socialmente construída 
baseada na desigualdade. Diferentes perspectivas poderiam coexistir, sem que houvesse uma 
realidade universal e as diferenças poderiam não significar desigualdades. 
 
 
 
Idealismos à parte, o que se espera em uma sociedade dita organizada é uma equidade ou 
paridade entre os gêneros. Homens e mulheres como partes equilibradas de uma sociedade 
diferente, porém, não desigual. Mas o que podemos denominar como equidade de gêneros? 
Na definição aristotélica, reconhecida e utilizada pelo Direito Romano, equidade é um apelo 
que se faz à justiça para retificar a lei quando ela se revela insuficiente; é a justiça aplicada ao 
caso concreto (MAFFETONE e VECA, 2005). Os autores esclarecem que na criação das leis, 
consideram-se todos os indivíduos como iguais, tendo as leis caráter universal. É exatamente 
o caráter universal da lei que a faz estar sujeita ao erro, pois, sendo os indivíduos diferentes 
entre si, pode revelar uma imperfeição na lei gerando casos específicos em que a lei terá 
difícil aplicação. 
Para os casos em que a lei se mostra insuficiente, a equidade surge como forma de julgar com 
base na justiça do que a lei se propõe a realizar e, não, na lei em si. Na concepção de Kant, o 
conceito de equidade não está ligado ao direito e, sim, ao tribunal da consciência. 
(ALMEIDA, 2006, p. 209). 
Assim, a aplicação do princípio da equidade é inerente ao conceito da justiça que o direito se 
propõe a praticar. Enquanto a lei generaliza, considerando todos iguais, a equidade preenche 
possíveis lacunas na lei que poderiam causar injustiças devido ao fato de as pessoas serem 
diferentes (CORDEIRO, 2014). 
Segundo Cordeiro (2014), a aplicação da equidade deve ter como base os princípios gerais do 
Direito, o bem comum, a moral social vigente e o regime político adotado pelo Estado. É a 
equidade que garante que o alcance da lei seja suficiente para que a justiça realmente se faça, 
de acordo com as especificidades que a lei não contempla. 
Ao se referir à igualdade entre homens e mulheres, a Organização das Nações Unidas (ONU) 
define o termo equidade como à igualdade de direitos, responsabilidades e oportunidades de 
mulheres e homens, meninas e meninos. Igualdade não significa que as mulheres e os homens 
se tornarão iguais, mas que os direitos, responsabilidades e oportunidades não dependerão se 
eles nascem homem ou mulher. A igualdade de gênero implica, então, que os interesses, 
necessidades e prioridades das mulheres e dos homens são levados em consideração, 
reconhecendo a diversidade dos diferentes grupos. 
 
 
 
Ao comentar igualdade de gênero, Bartell (2003) salienta: 
[...] as mulheres devem ter as mesmas oportunidades na vida que os homens, 
incluindo a capacidade de participar da esfera pública. Isso expressa uma 
ideia feminista liberal, que removendo a discriminação de oportunidades 
contra as mulheres lhes permite alcançar um status iguais aos dos homens. 
[...] No entanto, esse foco que, às vezes, é chamado de igualdade formal, não 
necessariamente exige ou assegura igualdade de resultados. Assume-se que 
uma vez que as barreiras à participação são removidas, há condições de 
concorrência equitativas. (BARTELL, 2003). 
 
Assim, a igualdade ou equidade de gêneros não se constitui em um problema das mulheres, 
mas deve ser discutido e buscado plenamente por toda a sociedade, visto que, trata-se de uma 
questão de direitos humanos, condição prévia e indicador de desenvolvimento sustentável dos 
países. E é com o fortalecimento dos movimentos feministas que surge à bandeira de luta pela 
igualdade de gêneros de forma a ultrapassar os determinismos biológicos. 
Para Piazzolla (2008) o feminismo liberal reclama uma igualdade de gênero, por entender de 
que as mulheres também são cidadãs e por isso detém os mesmos direitos que os homens, 
portanto, deveriam ser incluídas no espaço público, do qual sempre estiveram subsumidas. 
 
3 ESCOLHAS EDUCACIONAIS DAS MULHERES NO BRASIL 
Em se tratando do mundo da educação, uma mudança no perfil das trabalhadoras brasileiras 
nasúltimas décadas foi o aumento da escolaridade. Dados do Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), entidade pública federal vinculada ao 
Ministério da Educação (MEC), demonstram também a maior escolaridade feminina no 
ensino superior, no quesito ingressante, matrículas e concluintes. (Brasil, 2010). Entre os anos 
de 2010 e 2014, as mulheres já representam a maior fração entre os estudantes matriculados 
nas universidades brasileiras. Em 2010, elas representavam 56,3% do total de matrículas e 
62,4% do total de graduados no ensino universitário. 
As pesquisas do INEP indicam que o percentual médio de ingresso de mulheres até 2013 foi 
de 55% do total em cursos de graduação presenciais. Se o recorte for feito por concluintes, o 
índice sobe para 60%. Desse total aproximado de 7,2 milhões de matrículas, 3,9 milhões 
foram de mulheres, contra 3,2 milhões do sexo oposto. (Brasil, 2013) 
 
 
 
Todavia, a despeito do espaço alcançado pelas mulheres nas ciências e da crescente presença 
feminina do ensino superior, dados do Censo da Educação Superior (INEP, 2014), indicam a 
tendência das alunas de se concentrarem em determinadas áreas de estereótipos femininas, 
mais ligadas ao cuidado, em detrimento às ciências duras, mais relacionadas às áreas de 
exatas. 
Melo, Lastres e Marques (2004) ao traçarem um quadro da inserção das mulheres no sistema 
científico, tecnológico e de inovação no Brasil, evidenciam que, a despeito do crescimento 
expressivo de mulheres com nível universitário, a participação feminina na produção do 
conhecimento e no ensino, relacionados ao campo da tecnologia e da inovação ainda está 
aquém da presença feminina na Universidade. Há um crescente número de mulheres 
profissionais engajadas em atividades científicas e este contingente de pesquisadores avança 
na direção da maior qualificação profissional embora, por razões históricas, permaneça menor 
a presença feminina em áreas tradicionalmente ocupadas por homens, especialmente nos 
setores das engenharias e na pesquisa tecnológica aplicada. 
As dificuldades para as mulheres inserirem-se nessas áreas são históricas e culturais e 
demandam estudos mais específicos. No entanto, autores como Hirata (2002), Carvalho 
(2003), Lombardi (2010), Quirino (2011), dentre outros/as, ao estudarem a inserção das 
mulheres nas áreas tecnológicas e nas engenharias afirmam que a tecnologia ainda é 
conjugada no masculino. No entanto, tais pesquisas constatam que é crescente o número de 
mulheres que ingressam nessas áreas majoritariamente masculinas. 
Na pós-graduação stricto sensu, o Brasil é um país pioneiro entre aqueles que conseguiram 
alcançar esse marco histórico da igualdade de gênero no nível mais elevado da formação 
educacional. Entretanto, as mulheres brasileiras são maioria apenas no campo das ciências 
sociais e humanidades em geral e têm uma participação igualitária ou levemente maior na 
química, biotecnologia e ciências da saúde. Já nas ciências exatas, em particular na física, 
matemática, computação e engenharias, sua participação ainda é baixa, constatando que as 
áreas tecnológicas das engenharias e das ciências exatas ainda continuam sendo um reduto 
masculino. (INEP, 2014). 
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, nas profissões da Ciência 
e Tecnologia, profissionais e técnicos do sexo masculino representam 81,5% do total, sendo 
 
 
 
que, no nível técnico a discrepância é ainda maior, 89% são homens e apenas 11% são 
mulheres. (BRASIL, 2010). 
Tais escolhas das mulheres, consequentemente, resultam em menor remuneração, menor 
ascensão social e perpetuam o entendimento do senso comum de que Ciência & Tecnologia 
“não é coisa para mulher”. 
Entre as profissões menos procuradas pelas mulheres estão aquelas das áreas da engenharia. 
No Brasil, até 2002, por exemplo, apenas 14% dos empregos formais nessa área eram 
ocupados por mulheres, ao passo que nas áreas de saúde, tais como odontologia, 51% eram 
ocupados por elas. (OLINTO, 2009). 
Para se compreender melhor a disparidade de gênero nas áreas científicas e tecnológicas é 
oportuno investigar como essas mulheres veem e se relacionam com sua identidade feminina, 
sua formação profissional, perspectivas de inserção e atuação no mercado de trabalho, entre 
outros aspectos. 
 
4 TETO DE VIDRO E LABIRINTO DE CRISTAL: DESAFIOS PARA A 
MULHER NO MERCADO DE TRABALHO 
As estatísticas demonstram que as mulheres, em especial a partir da década de 1970, 
adentraram com bastante força no mundo do trabalho assalariado. Dados dos censos 
demográficos do IBGE apontam que, em 1970, apenas 18,5% das mulheres eram 
economicamente ativas, j´[a em 2010, este índice foi de quase 50% (ALVES, 2013), 
chegando a 54,3% em 2014 (IBGE, 2015). Mas, não obstante à crescente inserção da força de 
trabalho feminina no trabalho assalariado, suas escolhas pelas áreas de humanidades, em 
detrimento das áreas de maior valor social e econômico agregado, tais como as engenharias - 
dentre outros fatores, têm comprometido sua ascensão a cargos de prestígio e poder. 
Um fenómeno discutido por vários autores na tentativa de explicar a discrepância no número 
de mulheres em cargos de chefia é o fenômeno Teto de vidro. A metáfora do teto de vidro 
tem sido utilizada para representar o obstáculo invisível, porém concreto, que impede a 
ascensão das mulheres às determinadas posições de prestígio nas profissões. 
 
 
 
Esse conceito surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos da América, para descrever uma 
barreira que impede as mulheres de ascenderem profissionalmente. Essa barreira afetaria as 
mulheres como um todo, impedindo que progridam na carreira, devido, exclusivamente, ao 
fator gênero e não pelo mérito ou competência. (BILY & MANOOCHECRI, 1995; POWELL 
& BUTTERFIELD, 1994; MORISON, 1992). 
Dois tipos principais de exclusões são enfrentados pelas mulheres: i) exclusão vertical: que 
se refere à sub-representação das mulheres em postos de prestígio e poder, mesmo nas 
carreiras consideradas femininas; ii) exclusão horizontal: que se refere ao reduzido número 
de mulheres em determinadas áreas do conhecimento, em geral, de maior reconhecimento 
para a economia capitalista, as consideradas ciências “duras” – exatas e engenharias. 
Outro conceito que corrobora a ideia da exclusão e discriminação feminina devido ao gênero 
é o conceito Labirinto de Cristal trazido por Betina Stefanello de Lima (2013). A autora 
aponta que é possível perceber barreiras, ainda que não formais, ao longo da carreira da 
mulher e não apenas no “topo”. Esse conceito contribui para o entendimento de duas 
importantes questões: 
a) Transparência do vidro: mesmo não havendo barreiras formais que impeçam 
a participação de mulheres em cargos e posições de poder, essas dificuldades 
enfrentadas pelas mulheres são reais e não podem ser avaliadas somente pela ausência 
de dispositivos legais contra a atuação profissional feminina; 
b) Posição do teto: existe uma barreira invisível, mas real, para ascensão das 
mulheres. Essa barreira, de certa forma, permite que elas transitem pelas posições 
próprias da carreira, mas somente até determinado ponto. 
Assim, a metáfora do labirinto de cristal contribui com o entendimento de que os obstáculos 
enfrentados pelas mulheres estão presentes ao longo da trajetória profissional feminina, e não 
somente em um determinado patamar. Também, aponta para uma inclusão subalterna e a sub-
representação feminina em determinadas profissões e nas posições de prestígio. 
 
5 PARTICIPAÇÃO FEMININA NAS ENGENHARIAS 
 
 
 
Segundo Rossi (1965), a partir dos séculos XVIII e XIX, com a Revolução Industrial e o 
Iluminismo, surgiu à engenhariamoderna, que num contexto histórico próprio, estimulou o 
desenvolvimento de tecnologias em busca de soluções para os problemas de produção, 
impulsionando o estudo e a pesquisa das ciências exatas e sua aplicação prática. 
Conforme a mesma autora, a Europa experimentava nesse período grandes descobertas, o que 
trazia consigo o despertar da concepção contemporânea de ciência, tecnologia e progresso. 
Nesse contexto, as intervenções e técnicas aplicadas ao trabalho se revalorizavam, juntamente 
com o estudo das ciências físicas e naturais. 
A engenharia moderna surge primeiramente no ambiente militar, em face das novas 
necessidades de defesa, transporte e comunicação dos Estados. Os oficiais-engenheiros eram 
aplicados na construção de armamentos, fortificações e pontes, na abertura de estradas, entre 
outras atividades (LOMBARDI, 2004). 
Como esclarece Silva Telles (1984), “a engenharia moderna nasce dentro dos exércitos”; a 
descoberta da pólvora e o progresso da artilharia obrigaram a uma completa modificação nas 
obras de fortificação, que, principalmente a partir do século XVII, passaram a exigir dos 
profissionais novo planejamento e execução. A necessidade de construir estradas, pontes e 
portos para fins militares, forçaram o surgimento dos oficiais-engenheiros e a criação de 
corpos especializados de engenharia nos exércitos. 
O elemento militar, característico da profissão no seu primórdio, será associado a ela e 
perdurará por mais de um século, contribuindo para que a profissão de engenheiro esteja, 
historicamente, associada ao campo de atuação do sexo masculino. (WAJCMAN, 1996, 
p.146). 
Existem instituições na sociedade que assumem a ideologia masculina hegemônica, e que isso 
ocorre de forma marcante nas instituições militares: “a guerra provê o teste final da 
masculinidade e é a expressão legitimada da violência masculina”. Ainda explica a autora, se 
a guerra e as armas são vistos como assuntos “de homem”, essas representações sociais 
identificam os homens como bravos guerreiros e as mulheres como seres indefesos que eles, 
então, protegeriam. Essas imagens estereotipadas do feminino e do masculino corroboram a 
 
 
 
concepção de que as mulheres são “naturalmente” pacíficas e responsáveis pelo cuidado com 
os outros, ou seja, assumindo indistintamente o seu papel de mães. 
Segundo Kawamura (1981), a profissão de engenheiro e sua formação profissional passaram 
por três grandes fases que acarretaram mudanças importantes na organização da produção 
capitalista e na sociedade brasileira. 
c) A primeira fase, de fins do império até 1930, baseou-se na cafeicultura e agro exportação, 
que foi denominada pela autora de “fase de transição”, em direção à industrialização. 
d) A segunda fase, de 1930 ao final da Segunda Grande Guerra, coincide com a fase da 
industrialização por substituição das importações, centrada na produção de bens de 
consumo. 
e) A terceira fase, que se estende de 1945 até a década de 1970, período de intensiva 
industrialização, com a crescente internacionalização de mercado. 
A inserção de mulheres nas escolas de engenharia aconteceu de forma muito tímida, 
acontecendo apenas a partir da década de 1920. (SILVA TELLES, 1984; PORTINHO, 1999). 
A primeira mulher a se diplomar na Escola de Minas de Ouro Preto, como Engenheira de 
Minas, Metalurgia e Civil foi Aimée Barbosa da Silva, em 1947, quando a instituição já 
contava mais de 70 anos de existência. Na década de 1970, o ingresso de mulheres nas 
engenharias se torna mais visível e se consolida na década de 1990 (FACCIOTTI; SAMARA, 
2004). 
Todavia, a presença de mulheres nas engenharias demorou a se concretizar. Dentre as 38 
engenheiras mulheres formadas na Escola de Minas de Ouro Preto, desde a sua fundação, 
84%, ocorreu somente nas décadas de 1980 e 1990. Mais da metade delas, contudo, (55% ou 
21 engenheiras) se formaram nos anos de 1990 (LOMBARDI, 2004). 
Estudos do mercado de trabalho brasileiro na década de 1990 indica a participação das 
mulheres engenheiras praticamente estacionada, porém após o início do novo milênio, ocorre 
um crescimento contínuo do número de mulheres que ingressaram nos cursos de engenharia 
no Brasil (FACCIOTTI; SAMARA, 2004). 
Em 2004, as ocupações da engenharia no Brasil somavam 147.231, tendo variado 39,6% no 
 
 
 
período entre 2004 e 2009, alcançando 205.604 em 2009. (BRASIL, 2004, 2009). As vagas 
no mercado formal de trabalho ocupadas por mulheres representavam 14,6%. Essa 
participação evoluiu para, em 2009, 17,8% das ocupações totais da engenharia – 3,2% pontos 
percentuais maior que em 2004. Esses indicativos sinalizam um processo de feminização no 
mercado da engenharia em nível nacional. 
Segundo os dados da Relação Anual de Informações – RAIS, do Ministério do Trabalho e 
Providência Social3, em 2009, haviam 41.207.546 ocupações no mercado formal de trabalho 
no Brasil. Desses, 205.604, são ocupações da engenharia, representando 0,5% do total de 
vínculos formais no Brasil. As ocupações da engenharia concentram-se na Região Sudeste, 
representando 62,4% do total no Brasil. 
Tradicionalmente a engenharia é uma profissão masculina, segundo demonstram os dados da 
RAIS no período 2004-2009, entretanto, é possível notar um crescimento contínuo da 
participação das mulheres nessas ocupações. Nesse mesmo período, a participação das 
mulheres evoluiu de 14,4% em 2004 para 16,2% em 2009, comprovando um crescimento de 
1,8 pontos percentuais. 
Esse mesmo perfil de participação feminina reduzida é encontrado em muitos países 
ocidentais, a exemplo do México, Canadá e França. (GUEVARA 2003; RABEMANAJARA 
2000; MARRY, 2002). Na França a presença das mulheres na engenharia manteve-se em 
torno dos patamares encontrados para o Brasil, todavia, mas durante a década de 1990, 
contrariamente ao que se presenciou em nosso país, houve um movimento de progressão, 
modesta, mas persistente: as francesas significavam 11,1% dos engenheiros em 1990, 13,1% 
em 95 e 14,6% em 2001. (MARRY, 2002). 
No período pesquisado o aumento das matrículas femininas nos cursos de engenharia foi de 
84%, em comparação ao masculino. Esses números permitem inferir que está havendo um 
movimento em que a engenharia está lentamente sendo incluída nas escolhas profissionais das 
mulheres. 
                                                            
3 Disponível em http://www.rais.gov.br/sitio/index.jsf Acesso em 08 abr. 2016. 
 
 
 
Um exemplo que indica a inclusão da engenharia no rol de possibilidades profissionais das 
mulheres vem da Escola Politécnica da USP. No espaço de quarenta anos, entre 1950 e 1980 
formaram-se 536 engenheiras e somente na década de 1990, formaram-se 764. Ou seja, em 
dez anos, formaram-se 30% a mais engenheiras que nas quatro décadas anteriores 
(FACCIOTTI; SAMARA, 2004). 
Giannini (2003), Guevara (2002) e Rodrigues (2004) em seus respectivos países, Itália, 
México e Portugal, concluem que a segmentação interna das especialidades da engenharia e o 
alargamento do campo de atividades profissionais dos engenheiros favoreceram e 
estimularam o ingresso das mulheres. Todavia, Giannini pondera que, na Itália, naquelas 
especialidades mais ligadas à indústria, estratégias profissionais tendem a monopolizar as 
possibilidades de trabalho para os homens. 
Porém, ao analisar as escolhas profissionais femininas, percebe-se a continuação da 
preferência por áreas de conhecimento tradicionalmente feminizadas, como é o caso dos 
cursos nas áreas da Educação e da Saúde e das Ciências Sociais. Essa forte presença feminina 
está mais atrelada aos cursos de humanas. No ano de 2011, por exemplo, 64% dos bolsistas 
do CNPq, na área de ciências exatas e da terra eram homens e nas engenhariase computação 
o percentual era de 66%. (BRASIL, 2015). 
Além do exposto, segundo Amorim (2009), o exercício da profissão de engenheiro se torna 
um desafio cada vez maior no Brasil pela forma como são geridos os cursos de engenharia no 
país, e aponta para problemas estruturais e conjunturais enfrentados pelo setor. 
O autor explica que faltam investimentos dos governos e que nas últimas décadas o país 
perdeu muitas oportunidades de desenvolvimento por falta de coragem e visão de seu lideres. 
Assistiu passivo ao despertar de nações que investiram na formação de seus cidadãos, 
enquanto, modelos e investimentos eram abandonados por mera divergência política. 
(AMORIM, 2009). 
Além disso, Amorim (2009) faz um desabafo quando afirma que 
Perdemos uma geração de engenheiros para o mercado financeiro, graças aos 
25 anos de crise estrutural e à falta de investimentos do governo. Agora, 
estamos perdendo outra leva de profissionais para a aposentadoria. Mas nada 
poderia ser pior do que perder uma terceira geração pela má-formação 
 
 
 
universitária. (AMORIM, 2009, p.14). 
É inegável que existem grandes universidades no Brasil, com excelência comprovada. 
Todavia, como resultado da política equivocada de reconhecimento do Ministério da 
Educação (MEC) e a omissão de conselhos e associações, cursos de engenharia de baixíssima 
qualidade proliferaram pelo país. Outra questão apontada por Amorim (2009) é a enorme 
variedade de especializações reconhecidas pelos CREA. Formam-se engenheiros em mais de 
uma centena de especialidades, nos mais variados cursos de engenharia, no qual matérias 
tornaram-se cursos completos, para atender nichos de mercado. 
Como sugestão para alterar esse cenário, o autor aponta a necessidade de intervenção no 
sistema de formação dos engenheiros, criando um processo de seleção de cursos e formandos. 
Ainda, é preciso conscientizar empresas e contratantes que o custo de um mau engenheiro vai 
muito além do montante pago em salários. Um projeto ruim ou inadequado requer mais 
manutenção ou readequação e, muitas vezes, podem custar vidas. 
Paralelamente ao maior rigor quanto aos cursos e os egressos desses cursos de engenharia, se 
faz necessário retardar a aposentadoria de engenheiros experientes e impedir a “juniorização” 
dos departamentos e das empresas de engenharia por questões de custos. Finalmente, 
incentivar o compartilhamento do conhecimento técnico entre profissionais, empresas e 
universidades. (AMORIM, 2009). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A educação e o trabalho são dimensões muito importantes para a vida social, tanto do ponto 
de vista do desenvolvimento intelectual, quanto para a produção de bens e serviços para as 
coletividades, assim como do ponto de vista da autonomia econômica e de realização 
individual. Ocupando lugares centrais na organização da sociedade, entretanto, tanto a 
educação quanto o trabalho reproduzem injustiças e desigualdades e reforçam outras tantas. 
No Brasil, reflexo da uma herança histórica e cultural de políticas marcadas pela 
hierarquização de certos grupos e pela exclusão de outros dos espaços socialmente 
valorizados, o mundo educacional e do trabalho seguem marcados por importantes 
desigualdades, sobretudo as de gênero. 
 
 
 
No que diz respeito à dinâmica da participação das mulheres na educação e no mercado de 
trabalho, pode-se identificar permanências e transformações. 
A superação das diferenças entre homens e mulheres na educação, no trabalho em geral, e na 
área de engenharia, em particular, requer o incentivo a estudos que possam focalizar os 
diversos aspectos da divisão sexual do trabalho que se estabelece na mais tenra idade – na 
definição de tarefas domésticas – até as diferenças que se determinam ao longo da experiência 
escolar e ocupacional, incluindo as posições ocupadas nas mais altas hierarquias profissionais, 
assim como na busca pela igualdade e equidade de gêneros. 
A maior participação feminina nas engenharias pode implicar em transformações sociais e 
econômicas com impactos favoráveis para toda a sociedade, por representar um maior 
contingente de força de trabalho disponível e pela crescente escolarização evidenciada nesse 
grupo social. 
O crescente interesse demonstrado pelos governos norte-americanos e europeus na criação de 
programas que incentivem o interesse feminino pelas carreiras das engenharias é um 
indicador do potencial econômico que este contingente feminino representa (HESA, 1994). 
Um maior acesso feminino ao conhecimento científico e recursos tecnológicos é essencial 
para um melhor desempenho das mulheres em diferentes níveis sociais e profissionais, haja 
vista o reduzido número do sexo feminino em cargos de decisão, o qual dificulta a 
implementação de políticas e medidas que estimulem uma maior participação feminina na 
ciência e tecnologia. 
Se de fato o Brasil pretende desenvolver-se economicamente, de forma sustentável, é 
necessário um investimento massivo em setores como educação e C&T. Além disso, torna-se 
fundamental estimular que metade da força de trabalho economicamente ativa participe desses 
setores estratégicos para o país. 
Após o exposto, podemos inferir que, no Brasil, atuar na área de engenharia é um desafio, 
principalmente para as mulheres. Sendo, então, a engenharia uma área tradicionalmente 
masculina e que enfrenta tantos desafios, o que leva uma mulher a escolher essa profissão? 
Certamente, é uma questão de difícil resposta, que demanda mais estudos para ser 
 
 
 
compreendida no tocante às subjetividades e objetividades que encerram os processos de 
escolarização e escolhas profissionais desse grupo social específico. Espera-se que as 
informações e reflexões contidas no presente artigo possam fomentar o debate e incentivar 
novas pesquisas sobre a temática. 
 
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GENDER RELATIONS IN ENGINEERING 
 
 
Abstract: This paper discusses important issues for contemporary society concerning 
relations and gender equity in the educational space and the world of work. It highlights the 
participation of women in public and political life, the increasing of women education level 
and their achievements in an unusual area of expertise for women in past decades: the world 
of engineering work. Theoretical discussions and social indicators denote the increasing 
female participation in the education process and the world of wage labor. However, 
deepening the questioning of some historically unusual areas of female action, such as 
engineering, is required. 
 
Keywords: Women in Engineering. Gender Relations. Gender Equity. Gender equality.

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