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CONCURSO TRT 2018 COMPLETO TECNICO SEGURANÇA

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Aula 10
Segurança e Transporte p/ TRF 2ª Região (Com videoaulas)
Professores: Alexandre Herculano, Marcos Girão
14939583724 - felipe
Conhecim. Específicos p/ Técnico Segurança e Transporte - TRF 2ª Região 
Profs. Alexandre Herculano e Marcos Girão 
 
www.estrategiaconcursos.com.br | Prof. Marcos Girão 1 de 92 
 
Aula 10 - Crimes de Trânsito 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ................................................................................... 2 
I ± OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE GERAL....................................... 3 
1. Conceitos Iniciais .......................................................................... 3 
2. Elementos Subjetivos da Conduta .................................................. 3 
2.1. Crimes Dolosos ....................................................................... 4 
2.2. Crimes Culposos ...................................................................... 4 
3. Infração X Crime De Trânsito ........................................................ 5 
4. Suspensões previstas no CTB ........................................................ 5 
4.1. A Suspensão Administrativa .................................................... 5 
4.2. A Suspensão Penal .................................................................. 6 
4.3. Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir ............................ 9 
5. As Multas previstas no CTB .......................................................... 11 
5.1. A Multa Administrativa .......................................................... 12 
5.2. A Multa Reparatória .............................................................. 12 
5.3. A Multa Penal ........................................................................ 13 
6. Crimes de Dano e de Perigo no CTB ............................................. 14 
7. Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena .................... 14 
II ± OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA .......................... 21 
1. Os Crimes de Trânsito .................................................................. 21 
Questões de sua Aula ......................................................................... 81 
GABARITO .......................................................................................... 92 
 
 
 
 
 
 
14939583724
14939583724 - felipe
Conhecim. Específicos p/ Técnico Segurança e Transporte - TRF 2ª Região 
Profs. Alexandre Herculano e Marcos Girão 
 
www.estrategiaconcursos.com.br | Prof. Marcos Girão 2 de 92 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá, caro aluno! 
Nesta aula, estudaremos um assunto bastante importante e sempre 
muito badalado nos últimos anos: os Crimes de Trânsito. 
É um assunto que volta e meia tem ocupado grande espaço na mídia, 
mas que, em se tratando provas de concursos, ainda não tem sido um alvo 
muito grande de questões. O Cespe é a banca que mais tem questões sobre o 
assunto e ainda assim não são tantas! Apesar disso, temos 50 questões, 
mais do que suficientes para a consolidação do seu aprendizado! 
Pois bem, mais do que descrever os todos os crimes de trânsito trazidos 
pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), vamos dar qualidade ao tema, 
aprofundando-o no limite necessário. 
Abordarei primeiramente a Parte Geral do Capítulo XIX (arts. 291 a 301) e, 
em seguida, com a base dada pela parte geral, falarei sobre cada um dos 
Crimes em Espécie (arts. 302 a 312), destacando as importantes mudanças 
promovidas pela Lei nº 11.705/08, a famosa Lei Seca, e pelas recentíssimas 
/HL�Qž������������DSHOLGDGD�GH�³/HL�GD�7ROHUkQFLD�=HUR´��H�/HL�Qž������������� 
Beleza? 
Então, aperte o cinto e vamos em frente! 
 
 
 
 
 
 
 
 
14939583724
14939583724 - felipe
Conhecim. Específicos p/ Técnico Segurança e Transporte - TRF 2ª Região 
Profs. Alexandre Herculano e Marcos Girão 
 
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I ± OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE GERAL 
 
 
1. Conceitos Iniciais 
 
O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) ± CTB - estabelece que 
aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, nele previstos, 
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais do Código Penal e do Código de 
Processo Penal, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que 
couber. 
Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete 
crimes no trânsito não se esgotam apenas nas disposições do referido Código. 
A depender da gravidade e dos agravantes, o infrator pode também ser 
submetido às imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, assim 
como da Lei nº 9.099/95 (Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais). 
Antes de mais nada, vamos trabalhar alguns conceitos que entendemos 
serem importantes para a compreensão geral do assunto. 
Tendo como referência o que diz o Código Penal, em se tratando de 
crime de trânsito, o envolvido por ele responderá se o tiver cometido tanto em 
via pública quanto em via particular, a não ser que no tipo penal venha de 
maneira expressa o termo "via pública´� 
Sendo assim, a primeira informação importante: aquele que pratica 
homicídio culposo ou lesão corporal culposa na direção de veículo 
automotor responde pelo CTB, ainda que esses crimes tenham ocorrido em 
vias particulares, uma vez que o CTB, em seus artigos 302 e 303, nada 
menciona. Chegaremos já neles, guenta aí! 
 
2. Elementos Subjetivos da Conduta 
 
Para configuração do crime, é preciso que seja analisado se o agente 
incorreu em dolo, em culpa, ou se esses elementos estavam ausentes, a fim 
de que seja feita a correta tipificação do delito. 
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2.1. Crimes DOLOSOS 
 
O Código Penal Brasileiro define, em seu art.18, que um crime é doloso 
quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. 
Assim: 
 
 
 
¾ A punição por conduta dolosa nos crimes de trânsito é a 
regra; os crimes de trânsito tipificados no CTB são, em sua 
maioria, punidos apenas na modalidade DOLOSA, mais 
especificamente os dos arts. 304 ao 312 do CTB. 
 
 
2.2. Crimes CULPOSOS 
 
No mesmo artigo 18, o Código Penal Brasileiro diz que um crime 
culposo é aquele em que o agente deu causa ao resultado por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
Pois bem, a punição por conduta culposa, nos delitos em geral, constitui 
regra de exceção. Assim, ao analisar um delito de trânsito qualquer, a 
conduta será culposa se nele houver expressa previsão. 
 
 
 
 
¾ No CTB temos apenas dois delitos de trânsito, cometidos na 
direção de veículo automotor com previsão de punição das 
condutas culposas que são: 
HOMICÍDIO CULPOSO Æ Art. 302 
LESÃO CORPORAL CULPOSA Æ Art. 303 
14939583724
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3. Infração X Crime De Trânsito 
 
É importante perceber que na infração de trânsito, não há que se 
falar na valoração, pelo agente de trânsito, dos elementos subjetivos da 
conduta, dolo e culpa, como requisito para tipificação, ou seja, esses 
elementos não são levados em consideração pelo agente de trânsito nas 
autuações. O que ele de fato analisa é somente se o condutor está ou não 
em uma situação proibida. 
Já no crime de trânsito, o magistrado (autoridade judiciária)sempre 
valora os elementos subjetivos da conduta, a fim de fazer a correta tipificação 
do delito, e, por conseguinte, aplicar a pena correspondente à conduta lesiva. 
 
4. Suspensões previstas no CTB 
 
Uma das penalidades impostas pela autoridade de trânsito aos 
condutores que cometem infrações é a suspensão do direito de dirigir 
(art. 256, III, CTB). Trata-se de uma suspensão administrativa, já que é 
aplicada pela autoridade de trânsito do órgão com circunscrição pela via. 
Acontece que não temos apenas essa modalidade de suspensão prevista 
no CTB. Há também um tipo de suspensão aplicada pela autoridade judiciária 
em decorrência de crimes de trânsito. Esta pena é aplicável tanto ao 
inabilitado quanto ao detentor da habilitação. 
Vamos analisá-las e conhecer suas diferenças! 
 
4.1. A Suspensão ADMINISTRATIVA 
 
A penalidade de suspensão do direito de dirigir (art. 256, III c/c 
art. 261) será aplicada nos casos previstos no CTB da seguinte forma: 
Æ 06 meses a 01 ano e de 08 meses a 02 anos (se reincidente): 
quando atingir 20 pontos na CNH; 
Æ 02 a 08 meses e de 08 a 18 meses (se reincidente): nas infrações 
que prevêm a suspensão sem prazo fixo; 
 
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E quem a aplica? 
A autoridade de trânsito! 
 
4.2. A Suspensão PENAL 
 
Já a suspensão penal, prevista no art. 293 do CTB (esta interessa para 
a sua prova!), proporciona ao magistrado uma possibilidade maior de sua 
aplicação, se comparada com a suspensão administrativa aplicada pela 
autoridade de trânsito. 
 
 
 
¾ Pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto 
quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, 
pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos. 
 
Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir 
veículo automotor suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não tem ou 
nunca teve CNH) tem proibido o direito de obter a permissão ou a habilitação 
para dirigir veículo automotor. 
Essa suspensão somente pode ser aplicada por um Juiz de Direito, tem 
natureza jurídica de pena restritiva de direito, apenas sendo possível aplicá-
la, em regra, após o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
O CTB estabelece que a suspensão penal pode ser aplicada isolada 
(apenas ela) ou cumulativamente (com a pena privativa de liberdade ou 
com a multa), e com prazo a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem 
nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de liberdade, devendo, 
entretanto, o juiz observar um mínimo de 2 meses e um máximo de 5 
anos. 
 
 
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Lei nº 12.971/14 
¾ Com o advento dessa norma, a suspensão ou a proibição de 
se obter a habilitação ou a permissão para dirigir não mais 
pode ser aplicada como pena principal (art. 292, CTB)! 
Fique ligado com essa mudança, ok? 
 
Como assim, professor?! 
Bom, essa penalida só aparece expressamente descrita em quatro dos 
doze crimes tipificados no CTB: no de homicídio culposo (art. 302); no de 
lesão corporal culposa (art. 303); no de embriaguez ao volante (art. 306); e 
no de promoção de competição esportvia (art. 308). Nesses crimes, ela 
aparece de forma cumulativa com as respectivas penas restritivas de 
liberdade (detenção ou reclusão). 
Nenhum dos demais crimes do CTB sequer a prevê como penalidade! E 
aí, a pergunta: como então ela pode ser aplicada de forma isolada professor, 
já que só aparece junto com outra pena nos quatro crimes acima e não é 
prevista em nenhum dos demais delitos? 
É aí que vem pulo do gato! A restrição será aplicada isoladamente para 
alguns delitos do CTB caracterizados como de menor potencial ofensivo, ou 
seja, cujas penas restritivas de liberdade não tenham prazo máximo de 2 
anos. Nesses casos, o juiz poderá oferecer a chamada transação penal (art. 76 
da Lei nº 9.099/95), que, a grosso modo, significa subsituir a pena restritiva 
de liberdade por uma restritiva de direitos, como essa que estamos a 
estudar: suspensão ou a proibição de se obter a hanilitação ou a 
permissão para dirigir. 
Beleza? 
Ah, e mais: diferentemente da suspensão administrativa, o 
cumprimento da suspensão penal está condicionado à soltura do réu; sendo 
assim, enquanto o condenado estiver recolhido em 
estabelecimento prisional, não há de ser deflagrada a 
contagem da suspensão penal, não havendo esse impedimento na 
aplicação de sanções administrativas. 
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Por exemplo: você foi condenado por um crime de trânsito a 02 anos de 
reclusão que também previa, de forma cumulativa, a suspensão de sua 
hablitação. O magistrado deciciu que seria de 3 anos o prazo dessa suspensão. 
Transitada em julgado a sentença, você primeiro cumprirá a pena restritiva de 
liberdade e, somente após a sua soltura, é que começa a contar o prazo de 
cumprimento da suspensão da habilitação. Em tese, você ficará 05 anos (02 de 
reclusão + 03 de suspensão) sem poder conduzir veículos. 
Existe, em caráter de exceção, a previsão no art. 294 do CTB, de que 
poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do 
Ministério Público, ou ainda mediante representação da autoridade policial, 
decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação 
para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção em qualquer 
fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para garantir 
a ordem pública. 
Nesse caso, o legislador deu ao judiciário a oportunidade de acalmar o 
clamor público, a sensação de impunidade, e também uma maneira de calar a 
imprensa, e outros meios de comunicação, em situações em que a 
manutenção do direito de dirigir atente contra a tranquilidade social. 
E sobre essa penalidade, mais um destaque: 
 
 
 
¾ Se o réu for reincidente na prática de crime previsto 
no CTB Código, o juiz aplicará a penalidade de 
suspensão da permissão ou habilitação para dirigir 
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções 
penais cabíveis (art. 296). 
 
E você sabia que o CTB prevê condições para que esse condutor 
suspenso volte a dirigir? 
Vamos conhecê-las! 
 
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4.3. Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir 
 
Segundo o art. 261, §2º, do CTB, aquele que for suspenso 
administrativamente pela autoridade de trânsito terá como condição para 
voltar a dirigir: 
 
9 o cumprimento do prazo da suspensão e; 
9 a participação em curso de reciclagem. 
 
Pois bem, quanto ao suspenso penalmente, deve ser obedecida a regra 
geral do artigo 160 do CTB, regulamentado pela Resolução CONTRAN nº 
300/08. Tal regra estabelece que todo condenado por delito de trânsito, após 
sentença definitiva, terá seu documento de habilitação apreendido, e só 
após o cumprimento da decisão judicial e de submissão a novos exames, com 
a devida aprovação neles, será emitido um novo documento de habilitaçãomantendo-se o mesmo registro, sendo necessária também a participação em 
curso de reciclagem. 
 
 
 
¾ Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu 
será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48 
horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. 
¾ Depois de cumprida a pena o condenado por delito de 
trânsito não precisa reiniciar todo o processo de 
habilitação, apenas refaz os exames exigidos para primeira 
habilitação, no DETRAN de registro da sua habilitação. 
 
 
Para você não se esquecer das diferenças: 
 
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Suspensão Administrativa: 
Æ imposta pela autoridade de trânsito; 
Æ 06 meses a 01 ano e de 08 meses a 02 anos (se reincidente) 
- quando atingir 20 pontos na CNH; 
Æ 02 a 08 meses e de 08 a 18 meses (se reincidente) - nas 
infrações que prevêm a suspensão sem prazo fixo; 
Æ cumprido o prazo da suspensão, faz curso de reciclagem e volta 
a conduzir. 
 
Suspensão Penal: 
Æ imposta pelo magistrado 
Æ 02 meses a 05 anos 
Æ começa a cumprir depois de transitada em julgado a 
sentença 
Æ cumprida a pena de suspensão, faz todos os exames da primeira 
habilitação mantendo-se o primeiro registro + curso de 
reciclagem. 
 
Veja como essas primeiras informações foram cobradas: 
 
 
 
 
01. [UIAPE ± AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE ± PREF. MUN. 
OLINDA/PE ± 2011] Qual a duração do prazo estabelecido pela 
legislação de trânsito, quando da suspensão ou da proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor? 
(A) De dois meses a cinco anos. 
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(B) De dois meses a quatro anos. 
(C) De três meses a cinco anos. 
(D) De seis meses a quatro anos. 
(E) De seis meses a cinco anos. 
Comentário: 
Questão bem simples, mas que lhe exige o conhecimento sobre a 
suspensão para quem comete crimes de trânsito. A suspensão penal, prevista 
no art. 293 do CTB, proporciona ao magistrado uma possibilidade maior de 
sua aplicação, se comparada com a suspensão administrativa, aplicada pela 
autoridade de trânsito. 
Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir 
veículo automotor suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) 
tem proibido o direito de obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor. Pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto 
quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 
meses a 05 anos. 
Gabarito: /HWUD�³A´ 
02. [UIAPE ± AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE ± PREF. MUN. 
OLINDA/PE ± 2011] Se o réu for reincidente na prática de crimes previstos 
na legislação, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou 
habilitação para dirigir veículos automotores, sem prejuízos das demais 
sanções penais cabíveis. 
Comentário: 
Exato! Vimos que, se o réu for reincidente na prática de crime previsto no 
CTB, o juiz necessariamente terá que aplicar a penalidade de suspensão da 
permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das 
demais sanções penais cabíveis. 
Gabarito: Certo 
 
5. As Multas previstas no CTB 
 
O termo multa torna-se relevante em virtude da confusão feita por 
muitos candidatos, uma vez que no CTB existe a previsão de três tipos de 
multas de naturezas diferentes: 
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ƒ a de natureza CIVIL; 
ƒ a de natureza PENAL e; 
ƒ a de natureza ADMINISTRATIVA. 
 
Vamos aprender a diferenciá-las! 
 
5.1. A Multa ADMINISTRATIVA 
 
A multa administrativa é uma sanção a ser imposta pela autoridade de 
trânsito com circunscrição sobre a via onde tenha ocorrido uma infração de 
trânsito (art. 256, II, CTB). 
Poderíamos defini-la também como uma receita de natureza não tribu-
tária de arrecadação vinculada, uma vez que tem destino certo, pois o CTB 
determina que a receita arrecadada com a cobrança das multas de transito 
será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego de 
campo, policiamento, fiscalização e educação de transito. 
Cabe ressaltar que 5% do total da receita de multa arrecadada pelo 
país são destinados ao FUNSET (Fundo Nacional de Segurança e Educação 
para o Trânsito), que é administrado pelo DENATRAN. 
 
5.2. A Multa REPARATÓRIA 
 
Essa é uma multa de natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo 
penal. É, na verdade, uma antecipação de um ressarcimento imposta pelo 
juiz da esfera penal, após reclamação da vítima ou seus sucessores. 
Para que a multa reparatória se torne exigível, é necessária a ocorrência 
de um crime de transito, já que é aplicada no juízo penal, e também um dano 
material - apenas este é indenizável a título de multa reparatória. 
O destino da multa reparatória é, portanto, diferente do destino da multa 
administrativa, pois esta vai para o Estado e aquela é paga à vítima ou aos 
seus sucessores. 
 
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Convém ressaltar que o valor da multa reparatória terá como limite o do 
prejuízo demonstrado no processo; porém, se posteriormente a vítima se 
achar insatisfeita com o valor pago, poderá ainda reclamar o mesmo objeto, a 
mesma indenização, na esfera cível, recebendo evidentemente apenas a 
diferença. 
A forma de pagamento dessa multa está prevista no Código Penal, entre 
seus arts. 49 e 52, devendo ser paga em dia-multa, a ser fixado pelo juiz. A 
multa deve ser paga dentro de 10 dias depois de transitada em julgada a 
sentença. 
A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz 
pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais, inclusive 
mediante desconto no vencimento ou salário, sendo que o desconto não 
deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e 
da sua família. 
 
5.3. A Multa PENAL 
 
A pena de multa, também conhecida como pena pecuniária, é uma 
sanção penal que consiste na imposição ao condenado da obrigação de pagar 
ao Fundo Penitenciário determinada quantia em dinheiro, calculada na forma 
de dias-multa, atingindo o patrimônio do condenado. 
O CTB prevê que a pena de multa pode ser cominada e aplicada 
cumulativamente com a pena privativa de liberdade ou ainda de forma 
alternativa com a pena de prisão (art. 292). 
Quando a multa é punição única (comum na lei de contravenções 
penais), ou nos casos em que ela se encontra cumulada com a pena de prisão, 
ao magistrado, no caso de condenação, será obrigatória a sua aplicação, 
sob pena de ferir o princípio da legalidade ou da inderrogabilidade da pena. 
Nos casos em que a pena de multa estiver prevista de forma 
alternativa com a pena privativa de liberdade, o juiz terá uma 
discricionariedade para escolher entre uma ou outra, conforme seja necessário 
e suficiente para reprovação e prevenção do crime. 
 
 
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6. Crimes de Dano e de Perigo no CTB 
 
Para entendermos melhor a dinâmica dos crimes de trânsito, é preciso 
entender os conceitos de crimes de dano e de crimes de perigo (abstrato e 
concreto). 
Crime de dano é aquele que não se consuma apenas com o perigo, 
pois é necessário que ocorra uma efetiva destruição a um bem jurídico 
penalmente protegido. Na legislação de trânsito, mais especificamente no 
capítulo dos crimes de trânsito, encontramos como crimes de dano apenas os 
culposos, previstos nos artigos 302 e 303. São eles os crimes de homicídio 
culposo e lesão corporal culposa. 
Crime de perigo é aquele que se consuma com o simples perigo criado 
para o bem jurídico. Divide-se em crime de perigo em concreto ou em 
abstrato. 
O crime de perigo concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é, 
deve ser demonstrada a situação de risco corrida pelo bem juridicamente 
protegido. Exemplos desse crime são o ³FULPH�GH�excesso de velocidade´�H�R�
GH�³trânsito com veículos sobre calçadas´. Nos crimes de perigo em abstrato, 
a situação de perigo não precisa ser provada, pois a lei contenta-se com a 
simples prática da ação que pressupõe perigosa. 
Os crimes de perigo estão previstos nos artigos 304 ao 312, ora de 
perigo em concreto, ora de perigo em abstrato, em ambos os casos sempre 
dolosos. Você entenderá melhor essas diferenças quando tratarmos 
individualmente cada um dos crimes previstos. 
 
7. Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena 
 
O CTB traz algumas condutas que, caso praticadas por alguém na 
condução de veículo, agravam as penas impostas aos crimes de trânsito. 
Algumas dessas circunstâncias, além de agravarem a pena, também 
aumentam o tempo máximo estabelecido para determinados crimes no CTB. 
 
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Quando eu digo que alguma circunstância agrava a pena de um crime, 
eu quero dizer que o magistrado (o juiz), ao aplicar a sentença condenatória 
por determinado crime de trânsito e observar que uma dessas circunstâncias 
estava presente no ato do crime, ele tenderá a não aplicar a pena mínima e, 
sim, a depender do caso, aplicará a pena máxima ou a mais próximo dela. 
Quando eu digo que alguma circunstância é aumentativa de pena de 
um crime, eu quero dizer que a pena restritiva de liberdade prevista para 
aqueles tipos penais será aumentada de um terço à metade. 
Se, por exemplo, um crime de trânsito prevê a pena máxima de 04 anos, 
em havendo circunstância aumentativa de pena no cometimento desse crime, 
o juiz poderá decidir em sua sentença por aplicar uma pena de até 06 anos! 
 
 
 
 
¾ As circunstâncias AUMENTATIVAS de pena aplicam-se 
apenas aos crimes de homicídio culposo (art. 302) e de 
lesão corporal culposa (art. 303); 
¾ As circunstâncias AGRAVANTES aplicam-se a todos os 
demais delitos (arts. 304 a 312). 
 
Aí você me pergunta: e quais são então as circunstâncias agravantes 
de pena estabelecidas pelo CTB? 
A resposta vocÊ encontra no art. 298 do nosso querido Códig, que assim 
estabelece: 
 
 
 
 
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9 com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande 
risco de grave dano patrimonial a terceiros; 
9 utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou 
adulteradas; 
9 sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
9 com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria 
diferente da do veículo; 
9 quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais 
com o transporte de passageiros ou de carga; 
9 utilizando veículo em que tenham sido adulterados 
equipamentos ou características que afetem a sua segurança 
ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade 
prescritos nas especificações do fabricante; 
9 sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente 
destinada a pedestres. 
 
 
E as aumentativas de pena, professor? 
De todas as circunstâncias acima citadas, apenas três delas são 
aumentativas de pena. Não é necessário que você tente decorá-las, pois se 
você der uma lida cuidadosa em cada uma, perceberá que há algumas que, 
pela sua gravidade, destacam-se frente às outras. São situações 
aumentativas de pena, ter o condutor cometido crime (art. 302, parágrafo 
único): 
 
 
 
 
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9 sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
(fácil de imaginar o quão sério é alguém cometer um crime de 
trânsito sem sequer possuir habilitação, não é mesmo?) 
9 no exercício de sua profissão ou atividade estiver conduzindo 
veículos de transporte DE PASSAGEIROS; 
(Como agravante de pena, tanto faz ser condutor que exerce 
atividade remunerada de veículo de carga e de passageiros. 
Agora, essa agravante não será aplicada para motoristas de veículos 
de transporte de PASSAGEIROS nos casos de lesão corporal ou 
homicídio culposo, pois ela é uma situação aumentativa de pena.) 
9 sobre faixa de pedestres ou na calçada; 
(cometer crime de trânsito em faixa de pedestre você há de 
concordar comigo que é, sem dúvida nenhuma, boa razão para se 
aumentar a pena!!) 
9 deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à vítima do acidente. 
(Bom, você deve ter estranhado esse item aparecer apenas como 
aumentativo de pena e não ser sequer um agravante. É isso 
mesmo! Esse é o único dos itens que só é aumentativo de pena. As 
razões são bastante óbvias!!) 
 
As agravantes deverão ser consideradas na 2ª fase da fixação da pena 
(art. 68 do Código Penal) em relação às penas privativas de liberdade, multa e 
de suspenso ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir 
veículo automotor. 
Saiba ainda que as circunstâncias agravantes não serão consideradas 
quando constituírem elementar, qualificadora ou causa de aumento de pena 
do delito em espécie. Caso contrário, haveria bis in idem. 
E antes de tratarmos dos crimes, mais uma informação importante: 
 
 
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¾ Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de 
trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão 
em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto 
e integral socorro àquela (art. 301). 
 
Veja como foi cobrado: 
 
 
 
03. [IUAPE ± MOTORISTA - PREF. MUN. SURUBIM/PE ± 2009] O 
condutor de um veículo cometeu um crime de trânsito sobre a faixa de 
trânsito temporária destinada a pedestres. Nesta circunstância, a pena 
será 
(A) atenuada. 
(B) agravada. 
(C) aumentada em dobro. 
(D) agravada apenas com multa. 
(E) atenuada em um terço da pena. 
Comentário: 
O enunciado da questão nos diz que o condutor de um veículo cometeuum crime sobre a faixa de trânsito temporária destinada a pedestres. Ele não 
cita que crime foi esse. Poderá ter sido um dos dois únicos crimes culposos 
previstos no CTB (homicídio culposo ou lesão corporal culposa), cuja situação 
ensejaria um aumentativo de pena de um terço à metade ou poderá ter sido 
um crime de trânsito doloso (todos os demais crimes) que ensejaria em 
agravantes de pena. 
Como não está tão claro no enunciado, vamos buscar o item que melhor 
se encaixa para uma possível resposta correta: 
Item A - O CTB não prevê circunstâncias atenuantes de pena para crimes de 
trânsito, e sim circunstâncias aumentativas ou agravantes. (Errado) 
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Item B - Opa! A situação descrita na questão pode nos levar sim a uma pena 
agravada. A priori, o item está correto. Vamos checar os demais! (Certo) 
Item C - Pode ser também uma circunstância aumentativa de pena, mas não 
há previsão no CTB para que penas sejam aumentadas em dobro!! (Errado) 
Item D - Não há agravantes de pena de multa, e sim de penas restritivas de 
liberdade. (Errado) 
Item E - Já vimos que não há circunstâncias atenuantes de pena previstas no 
Código. (Errado) 
Bom, diante do enunciado da questão e das opções que nos foram 
DSUHVHQWDGDV��R�LWHP�³%´�p�D�PHOKRU�UHVSRVWD� 
Gabarito: /HWUD�³B´ 
04. [CESPE ± POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL ± 2008] De acordo com o 
CTB, assinale a opção correta acerca das ações penais por crimes 
cometidos na direção de veículos automotores. 
(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de 
disposições previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais. 
(B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, mas 
sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação cumulativa com outras 
penalidades. 
(C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos. 
(D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a 
entregar à autoridade judiciária, em 24 horas, a permissão para dirigir ou a 
CNH. 
(E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte 
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele 
prestar pronto e integral socorro àquela. 
Comentário: 
Item A - Essa é uma das primeiras e mais importantes informações que você 
deve ter ao estudar os crimes de trânsito: 
O CTB, em seu primeiro artigo da Parte Geral dos Crimes de Trânsito, o 
art. 291, estabelece que aos crimes cometidos na direção de veículos 
automotores, nele previstos, aplicam-se subsidiariamente as normas gerais 
do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem como a Lei nº 
9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais), no que couber. 
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Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete 
crimes no trânsito não se esgotam apenas nas disposições do referido Código. 
A depender da gravidade e dos agravantes, o infrator pode também ser 
submetido às imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, assim 
como da Lei nº 9.099/95 (Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais). O 
item em estudo afirma exatamente o contrário do que nos ensina o Código. 
(Errado) 
Item B - Vimos que, pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto 
quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 
meses a 05 anos. 
O habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor SUSPENSO. 
O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) tem PROIBIDO o 
direito de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Com as mudanças promovidas no art. 292 do CTB pela Lei nº 
12.971/14, a suspensão penal pode ser aplicada ISOLADA (apenas ela) ou 
CUMULATIVAMENTE (com a pena privativa de liberdade ou com a multa) e com 
prazo a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem nenhuma correlação com 
os prazos da pena privativa de liberdade. 
O item erra, portanto, duas vezes: ao afirmar que a suspensão ou a 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor pode ser imposta como penalidade principal; e ao asseverar que tal 
pena terá que ser imposta sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação 
cumulativa com outras penalidades. Acabamos de ver que ela pode sim ser 
aplicada de forma cumulativa! (Errado) 
Item C ± Errado! Para a aplicação da penalidade de suspensão ou de proibição 
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, o juiz 
deve observar um prazo variável de no mínimo 2 meses a um máximo de 
5 anos. Não é um prazo fixo de 2 anos! (Errado) 
Item D ± Cuidado com esses prazos! Transitada em julgado a sentença 
condenatória e tendo sido aplicada pena de suspensão da habilitação para 
dirigir veículo automotor, o réu será intimado a entregar à autoridade 
judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de 
Habilitação. O item fala em um prazo de 24 horas. As bancas gostam muito 
de trocar esse prazo! (Errado) 
Item E - Exatamente! Se você for envolvido em algum acidente e dele resultar 
alguma vítima, caso preste pronto e integral socorro a ela, estará livre de ser 
preso em flagrante ou de pagar fiança. Essa é a disposição estabelecida pelo 
art. 301 do CTB. (Certo) 
Gabarito: /HWUD�³E´ 
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II ± OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA 
 
 
1. Os Crimes de Trânsito 
 
Neste tópico, vamos estudar quais são os crimes de trânsito tipificados 
no CTB e quais são suas principais peculiaridades para fins de provas de 
concursos. 
Estudaremos artigo por artigo, crime por crime, mas antes, precisamos 
fazer algumas considerações doutrinárias, dando especial destaque às 
importantes mudanças trazidas pela Lei 11.705/08 (A Lei Seca) para este 
tema. 
Para começar, vamos voltar ao disposto no primeiro artigo da PARTE 
GERAL do capítulo XIX do CTB (crimes de trânsito). 
 
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, 
previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do 
Código de Processo Penal; se este Capítulo não dispuser de modo 
diverso, bem como a Lei nº 9,099 de 26 de setembro de 1995, no que 
couber. 
 
A Lei nº 9.099/95 acima citada trata dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais (JEC). Logo em breve você entenderá o porquê de sua relevância 
para o tema. 
Bom, a persecução penal, ou seja, os caminhos processuais a serem 
seguido pelos crimes de trânsito são dois: 
 
9 ou lavra-se um termo circunstanciado e encaminha-se o réu 
para o JEC (Juizado Especial Criminal), 
9 ou é instaurado um inquérito policial e o réu é encaminhado 
para a Vara Criminal. 
 
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Importante você saber que os crimes de trânsitosão, em sua maioria, 
crimes de menor potencial ofensivo, que pedem procedimento sumário, no 
mais das vezes, dispensando, inclusive, o procedimento preparatório do 
inquérito policial. Como eu já ventilei anteriormente, a Lei nº 9.0999/95 assim 
define: 
 
 
 
¾ Consideram-se infrações penais de menor potencial 
ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei 
comine pena máxima não superior a 02 anos, cumulada 
ou não com multa. 
 
 
Pois bem, fica fácil você entender que os crimes de menor potencial, por 
agredirem menos a sociedade, não necessitam de um procedimento 
preparatório do processo mais detalhado, como no inquérito policial. No termo 
circunstanciado a materialidade é reduzida a termo, e uma vez assinada pelo 
indiciado, tem-se a consignação de materialidade e autoria do delito, sendo, 
portanto, dispensável o inquérito policial. 
Em crimes de menor potencial, portanto, o processo perante o Juizado 
Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia 
processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos 
danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. 
 
 
 
 
 
 
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¾ TODOS os crimes de trânsito são crimes de menor potencial 
ofensivo, exceto: 
ƒ o HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor (art. 
302 do CTB); 
ƒ o crime de EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (art.306 do CTB) e; 
ƒ o crime de RACHA (art. 308 do CTB) e; 
ƒ em alguns casos (estudaremos esses casos em detalhes), a 
LESÃO CORPORAL CULPOSA. 
 
 
Vamos então aos crimes propriamente ditos e aos seus desdobramentos: 
 
Art. 302. Praticar HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo 
automotor. 
Penas - detenção, de 02 a 04 anos, e suspensão ou proibição de 
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor. 
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo 
automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, 
se o agente: 
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; 
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à vítima do acidente; 
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo 
veículo de transporte de passageiros. 
 
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A primeira informação que considero relevante sobre esse crime é que 
ele é o único no CTB que trata de homicídio. Para o crime se 
configurar, deve ser praticado na direção de veículo e o veículo tem que ser 
automotor. Grave bem essa informação! 
Além disso, já te adianto que você não há tipificação no CTB de crime de 
homicídio doloso. Já citamos, inclusive, que esse é um dos dois únicos crimes 
na modalidade culposa tipificados no Código. 
Mas professor, e nos casos em que a pessoa atropela alguém 
propositadamente?? Não responderá por homicídio doloso?? 
Responderá sim, mas não por crime tipificado como tal no CTB e, sim, no 
Código Penal Brasileiro (art. 121). 
Outro detalhe importante é que esse é o único dos crimes do CTB 
que tem pena restritiva de liberdade com duração máxima de até 04 
anos. Anota aí! Perceba também que não temos a pena de multa prevista 
para esse crime. 
E não se esqueça, vou reforçar, de que nesse crime a pena é aumentada 
de um terço à metade, se o agente se enquadrar em uma daquelas situações 
aumentativas por nós já estudadas! 
Veja como o homicídio foi cobrado: 
 
 
 
 
05. [UIAPE ± AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE ± PREF. MUN. 
OLINDA/PE ± 2011] A pena de detenção de dois a quatro anos será 
imputada ao condutor que praticar homicídio culposo na direção dos veículos 
automotores. 
Comentário: 
Exatamente! Lembre-se que esse é o único dos crimes do CTB que tem 
pena restritiva de liberdade com duração máxima de até 04 anos. 
Interessante perceber também que não está prevista a pena de MULTA para 
esse crime. Como a questão não foi restritiva, trazendo o tipo genérico desse 
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crime, ela está certinha. 
Gabarito: Certo 
[CESPE ± CABO SELEÇÃO INTERNA ± PM/DF - 2003] José e Geraldo, 
maiores de idade que não possuem habilitação para dirigir, resolveram 
participar de um racha com os automóveis de seus pais, sem o 
conhecimento deles. Durante o racha, realizado na avenida principal da 
cidade em que residem, o veículo conduzido por Geraldo, que não 
utilizava cinto de segurança, desgovernou-se e atropelou Maria, que 
ficou gravemente ferida. Desesperados com o ocorrido, os dois jovens 
fugiram sem prestar socorro à vítima, que faleceu no hospital algumas 
horas após identificar as placas dos veículos conduzidos por José e 
Geraldo. Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue o 
item a seguir, à luz do CTB. 
06. Se, após o devido processo legal, Geraldo for condenado por homicídio 
culposo pela morte de Maria, a pena será aumentada de, no mínimo, dois 
terços. 
Comentário: 
Na situação hipotética da questão, temos um caso de homicídio culposo 
em via pública, típico crime de trânsito (art. 302). 
Vimos aqui que, com relação aos tipos penais previstos no CTB, os 
aumentativos de pena aplicam-se apenas aos crimes de homicídio culposo e 
de lesão corporal culposa, caso a conduta do agente se enquadre em uma das 
seguintes situações: 
9 sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
9 no exercício de sua profissão ou atividade estiver conduzindo veículos 
de transporte DE PASSAGEIROS; 
9 sobre faixa de pedestres ou na calçada; 
9 deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à vítima do acidente. 
Das informações acima, já podemos perceber que para a conduta de 
Geraldo (homicídio culposo) cabe o aumentativo de pena, não é verdade? Até 
aí, tudo bem, mas a pena aumentará de quanto? 
Segundo o art. 302, parágrafo único, do CTB, as circunstâncias acima, 
principalmente a destacada em vermelho, aumentam a pena restritiva de 
liberdade de um terço à metade. A questão afirma de forma equivocada que 
a pena de Geraldo será aumentada de, no mínimo, dois terços. 
Gabarito: Errado 
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07. [CESPE ± POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL ± 2002] Ao passar em 
frente a uma parada de ônibus, conduzindo o seu veículo em avançada hora da 
madrugada, Tício avistou um desafeto. Assim, retornou na avenida, de modo a 
passar novamente em frente ao inimigo. Quando se aproximava, então, da 
parada, acelerou o veículo, arremessando-o contra o pedestre, causando-lhe 
morte instantânea. Para essa situação, há, no CTB, tipo específico que descreve 
a conduta de Tício, no qual se prevê, ainda, o atropelamento ocorrido em 
calçada como causa de aumento de pena do homicídio. 
Comentário: 
Ao atropelar intencionalmente o seu desafeto, Tício agiu com dolo, pois 
quis o resultado ou assumiuo risco de produzi-lo. Acontece que, até os dias 
atuais, o CTB não tipificou no rol de seus crimes, o de homicídio doloso. Apenas 
o de homicídio CULPOSO, no art. 302. 
Ele deverá responder por homicídio doloso, mas não com base no CTB, e 
sim no Código Penal Brasileiro (art. 121). 
Gabarito: Errado 
 
Continuemos: 
 
Art. 303. Praticar LESÃO CORPORAL CULPOSA na direção de 
veículo automotor. 
Penas - detenção, de 06 meses a 02 anos e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veiculo automotor. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à 
metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. 
 
Estamos diante de mais um dos dois únicos crimes de natureza culposa 
tipificados no CTB. Assim como o crime anterior, ele só será configurado se for 
praticado na direção de um veículo e de um veículo automotor. 
Quero chamar sua especial atenção para disposições específicas do CTB e 
da Lei nº 11.705/08 sobre esse crime o qual, com a referida Lei, tomou 
desdobramentos mais complexos, interessantes e, diga-se de passagem, bons 
de prova! 
 
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Vamos analisar os desdobramentos para as diversas variações do crime 
de lesão corporal culposa tipificado no CTB: 
 
¾ Lesão corporal culposa SEM os benefícios da Lei 9.099/95 
 
Começamos pela análise do disposto no § 1º, do art. 291, do CTB: 
 
9 Art. 291. (...) 
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o 
disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 
1995, exceto se o agente estiver: 
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que 
determine dependência; 
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição 
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de 
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; 
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via 
em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). 
§ 29 Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser 
instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. 
 
Vamos entender! 
Preste bastante atenção no parágrafo primeiro do artigo acima 
transcrito! Ele cita os arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95. Por que esses 
artigos especificamente? Vamos responder a essa pergunta mostrando as 
correlações deles com o crime de lesão corporal culposa praticado na 
direção de veículo automotor. 
Veja: 
Lei nº 9.099/95: 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, 
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de 
título a ser executado no juízo civil competente. 
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Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de 
ação penal pública condicionada à representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou 
representação. 
A composição civil de danos trata-se da possibilidade de acordo 
homologado por juiz entre a vítima e o réu, tendo esse acordo eficácia de título 
a ser executado e também acarretando, portanto, a renúncia ao direito de 
queixa ou representação. 
Para crimes de menor potencial ofensivo, o réu, de acordo com esse 
artigo, pode ser beneficiado com essa possibilidade de fazer um acordo com 
a vítima, esse acordo ser homologado pelo juiz e ter então a queixa ou 
representação retirada. 
Lei nº 9.099/95: 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação 
penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o 
Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena 
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz 
poderá reduzi-la até a metade. 
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à 
pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; 
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco 
anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste 
artigo; 
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, 
ser necessária e suficiente a adoção da medida. 
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será 
submetida à apreciação do juiz. 
 § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da 
infração, o juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que 
não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir 
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 
 § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação 
referida no art. 82 desta Lei. 
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 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não 
constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins 
previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos 
interessados propor ação cabível no juízo cível. 
O que essas regras querem nos dizer? 
Que nos crimes considerados de menor potencial ofensivo, pode o 
Ministério Público negociar com o acusado sua pena. Ou seja, é um ³bem 
bolado´� HQWUH� D� DFXVDomR� H� D� GHIHVD�� para evitar que o processo corra, 
poupando o réu (e o Estado também) de todas as cargas consequentes 
(sociais, psicológicas, financeiras etc.). 
É a famosa transação penal, que deve ser proposta antes do 
oferecimento da denúncia. A aceitação da proposta não pode ser considerada 
reconhecimento de culpa ou de responsabilidade civil sobre o fato, não pode 
ser utilizada para fins de reincidência e não consta de fichas de antecedente 
criminal. O fato só é registrado para impedir que o réu se beneficie novamente 
do instituto antes do prazo de 05 anos definidos na lei. 
As propostas podem abranger só duas espécies de pena: multa e 
restritiva de direitos. A primeira é obviamente pecuniária, a segunda pode 
ser prestação de serviços à comunidade, impedimento de comparecer a certos 
lugares, proibição de gozo do fim de semana etc., depende da criatividade dos 
promotores (que atualmente só conhecem o pagamento de cesta básica). 
Lei nº 9.099/95: 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, 
dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de 
lesões corporais leves e lesões culposas. 
Há quatro tipos de ação no Processo Penal brasileiro: a ação penal 
pública incondicionada, a ação penal pública condicionada à representação, a 
ação penal de iniciativa privada e a ação penal privada subsidiária da pública. 
O art. 88, da Lei nº 9.099/95, nos traz a ação penal pública 
condicionada à representação da vítima. Segundo deixa bem claro esse 
dispositivo, os crimes de lesões corporais leves e de lesão corporal culposa 
(esse que estamos a tratar!), dependerão da representação da vítima 
para instauração do inquérito policial ou para o oferecimento da 
denúncia, caso o inquérito seja desnecessário por já haver provas suficientes. 
Olhando agora para esses três dipsositivos e fazendoum resumo bem 
práticos, temos que a Lei nº 9.099/95 nos traz os seguintes benefícios para 
aqueles que cometem crimes de menor potencial ofensivo: 
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 composição civil de danos 
 transação penal 
 ação penal pública condicionada à representação 
 
Em termos práticos, o que isso significa então professor? 
Significa que quem comete o crime de lesão corporal culposa na 
direção de veículo autormotor, via de regra, tem grande possibilidade de ter 
o direito a tais benefícios. Digo "via de regra", porque, esse indivíduo pode 
perder essas prerrogativas caso cometa o crime estando enquadradro em 
derminadas situações. E que situações são essas? Aquelas previstas no §1º 
do art. 291, abaixo transcritas: 
 
 
 
Ter cometido o crime: 
Î sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa 
que determine dependência; 
Î participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição 
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em 
manobra de veículo automotor não autorizada pela autoridade 
competente; 
Î transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via 
em 50km/h. 
 
Antes de qualquer coisa, não confunda: tais situações em nada têm a ver 
com aquelas agravantes e aumentativas de pena que aqui estudanos! 
As do quadro acima são aquelas situações que, cometidas 
conjuntamente com o crime de lesão corporal culposa na direção de 
veículo automotor, fazem com que o réu perca os direitos à composição 
civil, à transação penal e a ação penal condicioada a representação. Não 
esqueça! 
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Importante ressaltar que o crime continua sendo de menor potencial 
ofensivo, ainda que combinado com as circunstâncias acima. O processo 
ainda ocorrerá no JEC (Juizado Especial Criminal), porém não será 
lavrado termo circunstanciado e passará NECESSARIAMENTE por 
inquérito policial. 
Duas questões interessantes: 
 
 
 
 
08. [CESPE ± ANALISTA DE TRANSITO ± DETRAN/DF ± 2009] Considere 
que Gustavo conduza o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a 
sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h e, de 
forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve lesão corporal leve. Nesse 
caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal culposa, desde que 
haja representação da vítima. 
Comentário: 
Gustavo conduz o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a 
sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h. Veja 
que ele está transitando com velocidade de 60 km/h a mais do que a permitida 
pela via. Ao atropelar Maria de forma culposa, ele de fato cometeu o crime de 
lesão corporal culposa na direççao de veículo automotor, tipificado no art. 303 
do CTB. 
E o pior: por atropelar alguém transitando em velocidade superior à 
máxima permitida da via em 50 km/h, Gustavo perde, conforme vimos, os 
direitos à composição civil e à transação penal além do que a ação penal 
passará a ser incondicional à representação. A assertiva erra, portanto, ao 
afirmar que, nesse caso haveria a necessidade de representação da vítima. 
Gabarito: Errado 
09. [CESPE ± POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL ± 2008 - Adapt.] Em 
nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições 
previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais. 
Comentário: 
Você acabou de estudar que a Lei nº 9.099/95 é sim aplicável aos 
crimes de trânsito, principalmente no que diz respeito ao crime de lesão 
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corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 291 c/c art. 303). 
Gabarito: Errado 
 
 
¾ Lesão corporal culposa COM AUMENTATIVO de pena 
 
Vamos pensar agora em duas situações: 
Situação 1: 
Imaginemos que alguém cometera o crime de lesão corporal culposa 
na direção de determinado veículo automotor. Ao cometer o crime, não 
estava sob influência de álcool, nem disputando corrida com outro veículo, 
muito menos transitando com velocidade superior à máxima para a via em 
50 km/h. 
Acontece que esse motorista praticou o crime em faixa de pedestres, 
e o pior: deixou de prestar socorro à vítima. O que temos nessa situação? 
Duas situações aumentativas de pena. Sendo situações aumentativas de 
pena, a pena máxima prevista para esse crime (que é de 02 anos) ficará, 
segundo o que dispõe o parágrafo único do art. 303, aumentada de um 
terço à metade e, por consequência, o crime deixa de ser de menor 
potencial ofensivo e passa a ser de maior potencial ofensivo. 
Nesses casos, não há que se falar em procedimento sumário, 
deendo necessariamente ocorrer o inquérito policial e o respectivo processo 
em vara criminal. Mesmo assim, por força do que acabamos de estudar sobre 
as regras do § 1º do art. 291, esse réu terá ainda o direito de gozar das 
prerrogativas estabelecidas pelos artigos 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95. Ou 
seja, mesmo tendo cometido o crime sob uma das circunstâncias aumentativas 
de pena, terão direito à composição civil, à transação penal e que a ação penal 
seja condicioada a representação, obedecidos os demais requisitos 
estabelecidos na Lei nº. 9.099/95, obviamente. 
Situação 2: 
Vamos supor que o mesmo motorista da situação 1 tenha cometido o 
crime de lesão croporal culposa em faixa de pedestre (situação aumentativa de 
pena), estando ele ainda sob a influência de álcool. 
 
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Aí, meu amigo, o rapaz estará bem enroladão, porque vai responder a 
processo criminal, perderá o direito à composição civil de danos, à transação 
penal e a ação penal pública será incondicionada à representação. 
Sigamos em frente! 
 
¾ Lesão corporal com aplicação da Lei nº 9.099/95 na ÍNTEGRA 
 
Esse é o caso mais simples! 
Sempre que o agente praticar lesão corporal culposa na direção de 
veículo automotor em situações diferentes das especificadas acima, a lesão 
corporal culposa será considerada um crime de menor potencial ofensivo, com 
a aplicação da Lei nº 9.099/95 na íntegra (bastará termo circunstanciado; 
terá direito à transação penal, à composição civil de danos; a ação será 
condicionada à representação; e etc.). 
Tranquilo? 
Bom, antes de continuar a estudar os outros crimes, sugiro que você, 
caro aluno, dê mais uma revisada no que acabamos de mostrar, pois é muito 
importante para sua prova que tenha consolidado esse conhecimento sobre 
as nuances do crime de LESÃO CORPORAL CULPOSA na direção de veículo 
automotor, art. 303 do CTB. 
E agora vamos ver como esse delito foi cobrado: 
 
 
10. [FUNRIO ± POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL ± 2009 ± Adapt.] No dia 
15 de junho de 2007, por volta das 09h, pela Avenida Canal, proximidades do 
�$WDFDGmR�5LR�GR�3HL[H´��-RVp�$QW{QLR��JXLDQGR�R�YHtFXOR�{QLEXV��DQR�������GH�
cor branca, provocou atropelamento contra Marinalva, que pedalava uma 
bicicleta próximo à guia da calçada, sofrendo traumatismosgeneralizados. O 
socorro foi prestado por solicitação de populares do SAMU ao Hospital Regional 
de Urgência e Emergência de Campina Grande, e o infrator se evadiu. No que 
se refere à conduta praticada, uma vez que o infrator se evadiu sem prestar 
socorro à vítima, é correto afirmar que o condutor não merece aplicação do 
aumento de pena daí decorrente, uma vez que a vítima não era pedestre, 
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conforme estipulado pela Lei nº 9503/97. 
Comentário: 
Ao ser atropelada, Marinalva não veio a falecer, mas sofreu traumatismos 
generalizados. Com isso, podemos concluir que João Antônio cometeu o crime 
de lesão corporal culposa an condução de seu veículo. Esse crime, como vimos, 
é tipificado no art. 303 do CTB e é um de dois crimes culposos previstos no 
Código. Para esses crimes culposos não se fala em situações agravantes de 
pena, e sim em circunstâncias aumentativas de pena. 
Pois bem, o enunciado nos fala ainda que o infrator evadiu-se sem 
prestar socorro à vítima, ou seja, omitiu socorro. A omissão de socorro é 
uma das situações aumentativas de pena para o crime de trânsito ora em 
análise. Assim, ao contrário do que afirma a assertiva, o condutor merece a 
aplicação, em tese, do aumento de pena daí decorrente, conforme 
estipulado pela Lei nº 9.503/97 (art. 302, §1º, III). 
Gabarito: Errado 
 
Continuando: 
 
Art. 304. DEIXAR O CONDUTOR DO VEÍCULO, na ocasião do 
acidente, de PRESTAR IMEDIATO SOCORRO À VITIMA, ou, 
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, DEIXAR DE 
SOLICITAR AUXILIO DA AUTORIDADE PÚBLICA: 
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano OU multa, se o fato 
não constituir elemento de crime mais grave. 
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o 
condutor do veículo ainda que a sua omissão seja suprida por 
terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com 
ferimentos leves. 
 
 
Quanto ao crime de omissão de socorro, não há muito o que se falar, 
com exceção de dois detalhes importantes: 
 
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1) mesmo quea vítima tenha morrido instantanneamente ao acidente 
ou tenha apenas tido ferimentos leves, o motorista ainda assim reposnderá 
pelo crime, Tais situações, por não ensejarem necessidade de socorro, não 
tornam atípica a conduta do motorista, ok? 
2) a pena pode ser a de detenção OU a de multa, certo? A multa, nesse 
caso, não será cumulativa. Não esqueça! 
 
Art. 305. AFASTAR-SE o condutor do veículo DO LOCAL DO 
ACIDENTE, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe 
possa ser atribuída: 
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa. 
 
Não se pode confundir o delito acima exposto com o de omissão de 
socorro do artigo anterior, uma vez que aqui o bem jurídico tutelado é a 
administração da justiça (querer burlar a apuração do delito ou coisa 
parecida). Na omissão de socorro, por sua vez, o bem jurídico tutelado é a 
vida, a saúde ou a integridade física. 
Dessa forma, existe a possibilidade de se cometer o crime de afastar-
se do local, em acidente com vítima, sem, contudo, cometer a omissão de 
socorro. Basta que, por exemplo, o condutor envolvido leve a vítima até um 
hospital e lá a deixe sem se identificar para fugir da responsabilidade penal. 
Ainda que, em um primeiro momento, não tenha ocorrido crime, como 
no caso de acidentes envolvendo apenas danos materiais, é possível que o 
condutor que fuja do local do acidente seja responsabilizado com fulcro no 
artigo acima, se o seu objetivo é fugir da responsabilidade pela batida, ou 
melhor, de impedir que a justiça ocorra. 
Beleza? 
Agora vamos para um dos mais importantes crimes tipificados no CTB: 
o de embriaguez ao volante, art. 306. Muita atenção a ele! 
 
 
 
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Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora 
alterada EM RAZÃO DA INFLUÊNCIA de álcool ou DE OUTRA 
SUBSTÂNCIA PSICOATIVA QUE DETERMINE 
DEPENDÊNCIA: 
Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão 
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor. 
 
Como eu disse, estamos diante de um dos principais, senão o principal, 
crime de trânsito para as organizadoras de prova, justamente por toda a 
polêmica em torno dele. Vamos tentar entendê-lo direitinho! 
Graças ao nosso bom Deus, este artigo vem sofrendo alterações 
significativas nos últimos anos, sempre no intuito de diminuir o espantoso 
número de acidentes e mortes no trânsito de nosso país, provocados pela 
embriaguez ao volante. 
Comecemos nossa análise por aquelas alterações promovidas pela Lei 
Federal nº 11.705/08, a tão famosa e conhecida Lei Seca. Com o advento 
dessa norma, o crime de embriaguez deixou de ser um crime de perigo em 
concreto para ser um crime de perigo em abstrato. 
Antes, para consumação do delito, era necessário que o condutor 
estivesse ziguezagueando, transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos, 
ou seja, atentando objetivamente contra incolumidade pública. O perigo de sua 
conduta tinha que ser concretamente demonstrado para que o condutor fosse 
enquadrado! 
Com as novas alterações, ainda que um condutor esteja conduzindo 
adequadamente, se tiver acima dos índices permitidos de alteor alcoólico, 
será enquadrado no crime acima tipificado. 
O STJ já vinha decidindo e continua reiteirando em vários de seus 
julgados esse entendimento de que o crime do art. 306 era de perigo em 
abstrato. Quer ver só alguns dos mais importantes desses julgados? 
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STJ DIREÇÃO. EMBRIAGUEZ. PERIGO ABSTRATO. 
A Turma reiterou que o crime do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro é 
de perigo abstrato, pois o tipo penal em questão apenas descreve a 
conduta de dirigir veículo sob a influência de álcool acima do limite 
permitido legalmente, sendo desnecessária a demonstração da efetiva 
potencialidade lesiva do condutor. Assim, a denúncia traz indícios concretos 
de que o paciente foi flagrado conduzindo veículo automotor e apresentando 
concentração de álcool no sangue superior ao limite legal, fato que sequer é 
impugnado pelo impetrante, não restando caracterizada a ausência de justa 
causa para a persecução penal do crime de embriaguez ao volante. Logo, a 
Turma denegou a ordem. Precedentes citados: HC 140.074-DF, DJe 22/2/2010, 
e RHC 26.432-MT, DJe 14/12/2009. HC 175.385-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, 
julgado em 17/3/2011 
STJ - HC HC 231566 RJ 2012/0013418-9 
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. REMÉDIO CONSTITUCIONAL 
SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO 
CONHECIMENTO. CRIME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. DELITO DE PERIGO 
ABSTRATO. DESNECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE POTENCIALIDADE 
LESIVA NA CONDUTA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. (...) 
3. Conforme reiterada jurisprudência desta Corte, o crime do art. 306 do 
Código de TrânsitoBrasileiro é de perito abstrato e dispensa a 
demonstração de potencialidade lesiva na conduta, configurando-se pela 
simples condução de veiculo automotor em estado de embriaguez. 
4. No caso, a paciente foi submetida a teste em aparelho de ar alveolar pulmonar 
(etilômetro) e ficou constatado que dirigia veículo automotor com concentração 
alcoólica igual a 0,37 mg/l de ar expelido pelos pulmões, valor este que supera o 
limite legal. Assim, o fato é típico e não há que se falar em trancamento da ação 
penal. 5. Habeas corpus não conhecido. 
STJ - RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 1. EMBRIAGUEZ AO 
VOLANTE. 2. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. 3. TESTE DO BAFÔMETRO. 
OCORRÊNCIA. 4. RECURSO IMPROVIDO. 14/10/2013 
1. É prescindível à consumação do delito de embriaguez ao volante a 
prova da produção de perigo concreto à segurança pública, bastando a 
prova da embriaguez, por se tratar de delito de perigo abstrato. 
Precedentes. 
2. A Terceira Seção deste Tribunal Superior assentou entendimento, quando do 
julgamento do REsp n.º 1.111.566/DF, realizado no dia 28 de março de 2012, no 
sentido de que "apenas o teste do bafômetro ou o exame de sangue podem 
atestar o grau de embriaguez do motorista para desencadear uma ação penal". 
Hipótese ocorrente na espécie. 3. Recurso a que se nega provimento. 
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E mais: antes da Lei nº 11.705/08, a diferença entre a infração de 
trânsito da embriaguez e o crime de embriaguez era a situação de 
perigo, ou seja, para ocorrência do crime, era necessária a ocorrência da 
infração mais uma situação de perigo em concreto. Com as novas disposições, a 
diferença entre a infração de trânsito e o crime de trânsito passou a ser a 
concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar. 
E as boas notícias não param por aí! 
Com a entrada em vigor da Lei nº 12.760/12, atualmente o crime já 
estará configurado se também for provada que a capacidade psicomotora 
do motorista foi alterada em razão da influência de ÁLCOOL ou de outra 
SUBSTÂNCIA PSICOATIVA que determine dependência. Veja o que estabelece 
o §1º do art. 306: 
Pois bem, para que você entenda bem como se dá a diferença entre 
infração e crime, precisamos entender como se configura uma infração de 
trânsito relativa à embriaguez. Para isso, vamos ao importante e polêmico 
artigo 165 do CTB, transcrito a seguir: 
 
9 Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra 
substância psicoativa que determine dependência: 
Infração - gravíssima; 
Penalidade - multa (10 vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 
(doze) meses. 
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e 
retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 
9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. 
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de 
reincidência no período de até 12 (doze) meses. 
 
De posse das informações acima, vamos agora para o que estabelece o 
art. 276 do CTB: 
Esse artigo nos diz o seguinte: 
 
 
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9 Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por 
litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 
165. 
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância 
quando a infração for apurada por meio de aparelho de medição, 
observada a legislação metrológica. 
 
Ok, professor, mas como se prova que alguém está sob a influência de 
álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência? Como 
identificar se há alguma concentração de álcool por litro de sangue ou por litro 
de ar alveolar? 
Bom, o artigo acima, em seu parágrafo único, estabelece que o 
CONTRAN disciplinará as margens de tolerância quando a infração for 
apurada por meio de aparelho de medição, não é verdade? 
Pois bem, o CONTRAN já o fez no passado, mas em 2103, por conta da 
Lei nº 12.760/2012, editou a Resolução nº 432/13. Nela, ele regulamenta 
não só tais margens de tolerância como também os meios para a 
caracterização da infração de trânsito do art. 165. 
Segundo esta Resolução, a confirmação da alteração da capacidade 
psicomotora em razão da influência de álcool ou de outra substância 
psicoativa que determine dependência dar-se-á por meio de, pelo menos, 
um dos seguintes procedimentos a serem realizados no condutor de 
veículo automotor: 
9 exame de sangue; 
9 exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo 
órgão ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, 
em caso de consumo de outras substâncias psicoativas que 
determinem dependência; 
9 teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar 
alveolar (etilômetro); 
9 verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade 
psicomotora do condutor. 
 
 
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¾ Além dos meios dispostos acima, também poderão ser 
utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou 
qualquer outro meio de prova em direito admitido. 
 
Perceba, caro aluno, como agora ficou muito mais difícil alguém 
negar que está alcoolizado! Se ficou mais difícil para o condutor, ficou mais 
fácil para o agente de trânsito autuar alguém suspeito de estar 
embriagado. Segundo ainda o que dispõe a Resolução nº 432/13, a infração 
prevista no art. 165 do CTB será caracterizada por: 
 
9 exame de sangue que apresente qualquer concentração de 
álcool por litro de sangue; 
9 teste de etilômetro (bafômetro) com medição realizada igual ou 
superior a 0,05 miligrama de álcool por litro de ar alveolar 
expirado (0,05 mg/L), descontado o erro máximo admissível. 
9 sinais de alteração da capacidade psicomotora. 
 
E se o condutor não quiser submeter-se a nenhum desses exames? 
A resposta: 
 
 
 
¾ SERÃO APLICADAS AS PENALIDADES E MEDIDAS 
ADMINISTRATIVAS PREVISTAS NO ART. 165 DO CTB ao 
condutor que recusar a se submeter a qualquer um dos 
procedimentos previstos acima, sem prejuízo da incidência 
do crime previsto no art. 306 do CTB caso o condutor 
apresente os sinais de alteração da capacidade psicomotora. 
 
14939583724
14939583724 - felipe
Conhecim. Específicos p/ Técnico Segurança e Transporte - TRF 2ª Região 
Profs. Alexandre Herculano e Marcos Girão 
 
www.estrategiaconcursos.com.br | Prof. Marcos Girão 41 de 92 
 
Revisando: não há margem de tolerância no exame de sangue nem nos 
sinais de aliteração da capacidade motora para que seja configurada a 
infração de trânsito. Se o teste for o do bafômetro, basta que a medição 
desse aparelho seja igual ou superior à 0,05mg/L para que a infração já 
esteja caracterizada. Por fim, se houver recusa do condutor a se submeter a 
qualquer dos procedimentos, será também autuado com base no art. 165. 
Tal recusa, a depender da constatação da capacidade motora, poderá 
ainda o condutor reponder pelo crime do art. 306!!! 
Bom, a pergunta agora é? E quando é que o uso do álcool deixa de ser 
apenas uma infração e passa a também ser considerado um crime de 
trânsito? Os parágrafos

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