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FAMÍLIA ROMANO GERMÂNICA
CARLA CRISTINA CAMPOS RIBEIRO DE MOURA
*
FAMÍLIA ROMANO-GERMÂNICA
Primeira família de direitos que encontramos no mundo contemporâneo.
Possui uma longa trajetória, ligada ao Direito da Roma Antiga, mas com uma evolução que a afastou da concepção de direito da época de Justiniano. Ainda assim pode-se dizer que são uma continuação deste.
Se dispersou pelo mundo inteiro através da colonização e da absorção.
Caracteriza-se pelas regras de direito concebidas como regras de conduta, estreitamente ligadas à preocupações de justiça e moral.
O papel da ciência do direito romano-germânico seria o de determinar quais seriam essas regras, sendo que a doutrina não está ligada à aplicação prática deste direito.
*
FORMAÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA
Formou-se na Europa continental, em meados dos séculos XII e XIII, com o renascimento dos estudos de Direito Romano nas Universidades medievais, a partir das compilações da obra do Imperador Justiniano.
A denominação romano-germânico foi escolhida para homenagear os esforços comuns, desenvolvidos ao mesmo tempo nas universidades de países latinos (Itália, França, Espanha e Portugal) e germânicos (Alemanha, Holanda).
Sua evolução compreende dois períodos. O primeiro, que durou cinco séculos e foi dominado pela doutrina, que influenciou a prática do direito nos diferentes Estados, é chamado de período consuetudinário. 
A doutrina preparou, juntamente com a Escola de Direito Natural, o período seguinte, legislativo, o qual vivemos nos dias atuais, quando o sistema será dominado pela legislação
*
DECLÍNIO E RENASCIMENTO DA IDÉIA DE DIREITO
Até antes do século XIII, os elementos do direito existentes tinham essencialmente um caráter consuetudinário. As “leis bárbaras” regulavam apenas uma parte ínfima das relações sociais que atualmente consideramos regidas pelo Direito.
O Direito Romano antigo foi sendo considerado cada vez mais erudito, e com a miscigenação, a “personalidade das leis” foi-se acabando, e nenhum povo se preocupou em fixar por escrito essas regras de direito, valendo-se mais do direito consuetudinário. 
Para que serve conhecer e precisar de regras do direito, quando o sucesso de uma das partes depende de meios tais como o Juízo de Deus, o juramento das partes, ou a prova dos ordálios? 
Nas trevas da Alta Idade Média, a sociedade voltou a um estado mais primitivo, e o ideal de uma sociedade que garanta os direitos de cada um é abandonado: uma sociedade cristã não deverá antes procurar fundar-se sobre as idéias da fraternidade e da caridade?
Com o renascimento das cidades/comércio, nos séculos XII e XIII, a sociedade se conscientiza que só o direito pode garantir a ordem e segurança necessária para o progresso.
Não se confunde mais religião e moral com a ordem civil e o direito; o direito adquire uma função própria e autonomia
*
DECLÍNIO E RENASCIMENTO DA IDÉIA DE DIREITO
O regresso da idéia de que a sociedade deveria ser regida pelo Direito é uma revolução que ocorreu no século XII.
Filósofos e Juristas exigem que as relações sociais sejam baseadas no Direito e que finde o regime de anarquia e de arbítrio que reinava há séculos.
Busca de um Direito fundamentado na justiça, que a razão permite conhecer, com repúdio ao sobrenatural.
A eclosão do sistema romano-germânico, que se produz no século XII e XIII não é devido à afirmação de um poder político real ou à centralização operada por uma autoridade soberana (como o caso da common law inglesa). Pelo contrário, se firma numa época de descentralização do território europeu. O sistema romano-germânico foi fundado sob uma comunidade cultural, independentemente de qualquer ação política, espalhado pelos novos focos de cultura surgidos no continente – as Universidades.
A Universidade mais ilustre foi a de Bolonha (Itália).
*
O DIREITO COMUM DAS UNIVERSIDADES
As Universidades não são escolas práticas de Direito. Ensina-se o método apto a destacar as regras consideradas mais justas, mais consoantes com a moral, mais favoráveis ao bom funcionamento da sociedade.
O Direito seria um modelo de organização social, ligado à filosofia, teologia, religião, e que estabelece as regras às quais o homem justo deve obedecer em seu comportamento social.
O Direito é, tal como a moral, o que se deve fazer (sollein), e não o que se faz na prática (sein). 
Entretanto, como seria possível neste caos da Idade Média, organizar um ensino de Direito orientado para o que se chama hoje de Direito Positivo? 
Precisamente para se elevar acima do caos do Direito que era aplicado localmente, dos costumes atrasados e insuficientes, que o RENASCIMENTO dos estudos do Direito Romano se produziu. O Direito Romano provocava admirações em professores e estudantes: as compilações de Justiniano expunham seu conteúdo.
*
O DIREITO COMUM DAS UNIVERSIDADES
Nesse contexto, as universidades deviam ensinar algo diferente do direito local, a fim de que não se tornassem escolas sem prestígio, sem irradiação e sem meios.
Para superar este direito local e elevar-se acima dos costumes atrasados e insuficientes, ressurgiu os estudos do direito romano.
Nenhuma universidade européia vai basear seu ensino no direito local consuetudinário, pois este não exprime a justiça, não é verdadeiramente direito. 
*
O usus modernus Pandectarum 
O ensino do direito romano sofreu evoluções, várias escolas se sucederam, tendo cada uma suas preocupações e métodos próprios.
A escola dos glosadores, procurou reencontrar e explicar o sentido originário das leis romanas. 
A obra dos glosadores é coroada, em meados do séc. XIII, pela Grande Glosa de Acúrio, comportando cerca de 96.000 glosas.
No séc. XIV, uma nova tendência se manifesta e um trabalho muito diferente é realizado. Com os pós-glosadores, o direito romano é distorcido, prestando-se a desenvolvimentos inteiramente novos, tais como direito comercial, direito internacional privado, e concomitantemente é sistematizado na sua apresentação, contrastando com o Digesto, o espírito casuístico e empírico dos jurisconsultos de Roma.
Os juristas já não procuram encontrar soluções romanas, mas se preocupam em utilizar os textos do direito romano para introduzir e justificar regras adaptadas à sociedade de seu tempo. 
Nos sécs. XIV e XV ensina-se, com o nome de “usus modernus Pandectarum”, um direito romano profundamente deformado, sob a influência das concepções do direito canônico, segundo o método escolástico.
Apresentam-se sobre as diferentes questões, as opiniões dos estudiosos do Direito (os pós-glosadores) e, a partir desse parecer, procura-se encontrar uma solução justa dos problemas, tomando em consideração esta “communis opinio doctorum”.
*
Jus commune 
O jus commune do sistema romano-germânico é um monumento, edificado por uma ciência européia, que visa fornecer aos juristas: modelos; um vocabulário próprio; e métodos. Bem como orientá-los para a procura de soluções justas.
A obra das universidades apenas se compreende em referência a um conceito de direito natural. Nas suas escolas procura-se descobrir, com o auxílio dos textos romanos, as regras mais justas, conforme uma ordem bem concedida numa sociedade cuja existência é exigida pela própria natureza das coisas. 
As universidades não fazem, nem pretendem fazer uma obra de direito positivo, não têm competência para fixar regras. 
O sistema romano-germânico uniu os povos da Europa, respeitando sua diversidade.
*
A escola de direito natural
Adaptado às necessidades da sociedade moderna, o direito ensinado nas universidades desde a época dos pós-glosadores afastou-se cada vez mais do direito de Justiniano, tornando-se um direito sistemático, fundado sobre a razão, tendo por isso possibilidade de ser aplicado universalmente. 
A escola do direito natural, triunfa nas universidades nos séculos XVII e XVIII, preocupada em descobrir e ensinar os princípios de um direito plenamente racional.
Afasta-se em vários pontos da dos pós-glosadores. Abandonao método escolástico e eleva a um alto grau de sistematização o direito, que concebe de modo axiomático, lógico, à imitação das ciências. 
Afasta-se da idéia de uma ordem natural das coisas exigidas por Deus, com o intuito de construir toda a ordem social sobre a consideração do homem. Exalta os direitos naturais do indivíduo, derivados da própria personalidade de cada pessoa.
A idéia de direito subjetivo vai dominar o pensamento jurídico, recusando a concepção clássica de uma ordem alicerçada na vontade divina e na própria natureza das coisas: o direito é uma obra da razão. 
Os juristas, inspirando-se num ideal de universalismo, procurarão proclamar as regras de justiça de um direito universal, imutável, comum a todos os tempos e a todos os povos.
A escola do direito natural renova completamente a ciência do direito nos seus próprios métodos, pelas suas tendências axiomáticas e pelo apelo que faz à legislação. Exige somente que as regras do direito romano não sejam contrárias à razão, à justiça, aos sentimentos e necessidades da sociedade. 
Repudia a regra que impõe a obediência à communis opinio doctorum, e adota a validade do direito romano a título de razão escrita (codificação).
*
O período legislativo
A escola do direito natural exige que, ao lado do direito privado, fundado sobre o direito romano, a Europa elabore um direito público consagrando os direitos naturais do homem e garantindo as liberdades da pessoa humana: propondo modelos, deduzidos da razão, no tocante às Constituições, à prática administrativa e ao direito criminal. 
No séc. XVIII, rompe com a concepção tradicional de reconhecimento da onipotência do soberano e atribuição a qualidade de lei a seus comandos. Mas vê na figura do soberano um legislador, atribui-lhe a função de reformar o direito de modo a rejeitar erros do passado e a proclamar a autoridade de regras plenamente conforme a razão. Orientam-se para uma nova fórmula de codificação, diferente das compilações anteriores.
Trata-se do período moderno da história dos direitos da família romano-germânica, no qual a descoberta e desenvolvimento do direito serão entregues principalmente ao legislador.
*
Elaboração de um direito público e a codificação
A escola do direito natural fez reconhecer que o direito deveria estender-se à esfera das relações entre os governantes e os governados, entre a administração e os particulares.
As matérias de direito público, a partir do séc. XVIII, passaram a fazer parte das preocupações dos juristas, construindo na esfera do direito público uma obra correspondente àquela tradicional do direito privado.
Outro êxito incontestável da escola do direito natural foi a codificação, para transformar, sob o signo da razão, que governa o mundo nesse período, o direito ensinado nas universidades, em direito positivo.
A codificação é a técnica que vai permitir a realização da ambição da escola do direito natural, expondo de modo sistemático, longe do caos das compilações de Justiniano, o direito que convém à sociedade moderna e que deve, por conseqüência, ser aplicado pelos tribunais. Assim, liquidar-se-á os arcaísmos e por-se-á fim à fragmentação do direito e à multiplicidade dos costumes. 
*
Alguns pontos comuns entres os países integrantes do sistema
Divisão dos ramos do direito, público e privado e a subdivisão, Direito Administrativo, Constitucional, Penal, Processual, etc.
O direito privado nos diferentes países da família romano-germânica, tem em comum a utilização dos códigos civis, mas as matérias ali regulamentadas não têm necessariamente origem no direito romano. Por vezes inspira-se no direito consuetudinário, direito canônico, regras de comércio internacional, etc.
A junção entre o direito comercial e o civil é uma tendência contemporânea em grande parte dos países pertencentes a esta família.
O direito das obrigações também é uma constante, e os juristas desta família têm dificuldade em conceber que tal categoria seja desconhecida em outros direitos, em especial a common law, na qual a palavra obrigação é intraduzível em inglês jurídico.
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Referências Bibliográficas
René David – Os grandes sistemas do direito contemporâneo

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