Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA FACULDADE DE FARMÁCIA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Físico-Química Experimental Prof. Thiago Ferreira da Conceição Turma 03102B RELATÓRIO DE EXPERIMENTO 2: DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO DE INDICADORES POR ESPECTROFOTOMETRIA Amanda Dias João Burtet Priscila Morales Florianópolis, 06/10/2015. 1. INTRODUÇÃO Indicadores ácido-base são substâncias que quando entram em contato com um ácido ou uma base mudam a cor da mistura. Dessa forma, para identificar se uma substância é um ácido ou uma base, devemos utilizar um indicador orgânico. Como exemplos de indicadores ácido-base podemos citar a fenolftaleína, o alaranjado de metila, o papel tornassol e o azul de bromotimol. Os indicadores de pH quando adicionados a uma solução ligam-se aos íons H+ e OH- pois são frequentemente ácidos ou bases fracas. Quando ocorre a ligação com esses íons acontece uma alteração na configuração eletrônica destes indicadores, alterando consequentemente a cor da substância. A absorção de radiação luminosa pela substância nos permite a visualização de suas cores. Quando o pH do indicador for menor que o seu pK a cor será de sua forma não ionizada. Para quantificar o efeito da absorção e medir a quantidade de luz absorvida podemos utilizar um espectrofôtometro, em que também pode-se determinar a concentração de uma espécie em solução a partir de um gráfico de variação da absorbância. Conhecer o valor do pH de substâncias é estremamente importante para a Farmácia, pois, por exemplo, medicamentos administrados por via oral devem ter características que o permitam ser absorvidos no estômago (ácido) ou no duodeno (básico) e neste último caso eles precisam resistir ao ácido gastrico. 2. OBJETIVO Este experimento teve por objetivo estudar por meio da observação visual, o efeito do pH na mudança de coloração de diferentes indicadores. Também determinar, empregando a espectrofotometria, a constante de dissociação do indicador vermelho de metila. 3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 3.1 Materiais 2 buretas de 10 mL; 1 pipeta graduada de 0,2 mL; 1 pipeta volumétrica de 5 mL; 1 béquer de 250 mL e 2 de 50 mL; 13 tubos de ensaio médios; 100 mL de fosfato de sódio 0,2 mol L-1 (Na2HPO4.x H2O); 100 mL de ácido cítrico 0,1 mol L-1; soluções tampão (pH 4 e 7) para calibrar o pHmetro; solução de vermelho de metila diluído; soluções dos indicadores. 3.2 Procedimentos Experimentais 3.2.1 Parte I Preparamos 6 soluções tampão utilizando fosfato de sódio e ácido cítrico conforme a tabela 1. Tabela 1: Volumes utilizados no preparo das soluções tampão de pH 3 a 8. Solução pH teórico Na2HPO4; 2M Ácido Cítrico; 1M Volume final 1 3,0 2,0 8,0 10 mL 2 4,0 4,0 6,0 10 mL 3 5,0 5,2 4,8 10 mL 4 6,0 6,3 3,7 10 mL 5 7,0 8,2 1,8 10 mL 6 8,0 9,7 0,3 10 mL Agitamos os 6 tubos e verificamos o pH das 6 soluções através de um pHmetro, em seguida completamos a tabela 2. Tabela 2: Determinação do pH experimental e da cor aparente. Sol. pH Teórico pH Exper. Indicador Cor Exper. pH mudança Cor A Cor B (transição de cor teórico) 1 3,0 2,74 Alaranjado de metila Rosa 2,9 4,6 Vermelho Alaranjado 2 4,0 4,36 Azul de bromofenol Roxo 2,8 4,6 Amarelo Azul 3 5,0 5,28 Vermelho de metila Amarelo 4,2 6,3 Vermelho Amarelo 4 6,0 6,38 Bromocresol púrpura Roxo 5,2 6,8 Amarelo Púrpura 5 7,0 7,04 Azul de bromotimol Verde 6,0 7,6 Amarelo Azul 6.a 8,0 8,10 Vermelho de cresol Rosa 7,2 8,8 Amarelo Vermelho 6.b 8,0 8,10 Fenolftaleina 8,3 10 Incolor Rosa Logo após, transferimos 1 mL de cada solução para outros 6 novos tubos numerados, reservando-os para uma nova etapa. Aos 6 tubos com 9 mL adicionamos uma gota de indicador conforme a tabela 2 e assim descrevemos as alterações de coloração na mesma tabela. 3.2.2 Parte II Adicionamos 1 mL de vermelho de metila em cada tubo contendo 1 mL das soluções separadas anteriormente. Em seguida, levamos ao espectrofotometro para medir a absorbância de cada solução contendo vermelho de metila, na faixa de comprimento de onda entre 400 a 600 nanômetros. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 3: comprimento de onda utilizado para os cálculos. 520 nm 0,8939 0,6117 0,232 0,076 0,0594 0,0485 pH 2,74 4,36 5,28 6,38 7,04 8,10 AHIn = 0,8939 e AIn- = 0,0485 Abaixo encontra-se o cálculo para os pontos do eixo x do gráfico: Solução 2: Solução 3: Solução 4: Solução 5: Através do gráfico podemos observar ele é linear, e pela equação da reta y=ax+b verificamos que o onde a reta corta o eixo y (em que x=0) corresponde ao valor de pK= 4,86. Esse valor de pK corresponde ao calculado algebricamente, e é próximo do teórico (pK= 5,00). 5. QUESTIONÁRIO 1) Solução 2: Solução 3: Solução 4: Solução 5: pK (média) = 4,86 2) O gráfico está anexado ao final do relatório. Solução 2: Solução 3: Solução 4: Solução 5: pK (média) = 4,86 3) Valor pK teórico = 5,00 Erro experimental para o pK calculado algebricamente (4,86) Erro experimental para o pK obtido pelo gráfico = foi encontrado o mesmo valor de 4,86 então o erro experimental também será de 2,8%. O valor encontrado para pK tanto algebricamente quanto graficamente de 4,86 (com erro experimental de 2,8%) está próximo do valor teórico de pK que é 5,00. Como sempre podem ocorrer pequenos erros de medida no preparo de soluções, e também pelos arredondamentos no momento dos cálculos intereriram em obter o valor teórico de pK. 4) O pH teórico e o experimental não tiveram grandes diferenças, pois eram soluções tampão onde a variação é baixa. Em relação as cores assim como o pH experimental, as cores que obtivemos se mantiveram próximas da faixa de transição transição tabeladas. É possível estimar sim o pH através do pK do indicador pois se o pH estiver abaixo do pK, sua cor será da forma não ionizada, ou protonada, e se for maior sua cor será a da forma ionizada ou desprotonada. Espectro de absorção é uma representação gráfica dos valores de comprimento de onda X absorbância onde se obtêm informações da capacidade dos compostos em absorver luz. A absorção de luz na região do visível e ultravioleta são utilizadas para determinação de compostos orgânicos ou inorgânicos como fármacos ou outras moléculas como grupos carbonila, nitroso. A absorção da luz é consequência da variação de energia eletrônica (onde os elétrons são “elevados” a maiores ou menores níveis de energia). 5) São soluções formadas pela mistura de pares ácidos-base conjugados fracos (em geral), em concentrações semelhantes capazes de manter o pH do meio aproximadamente constante mesmo após a adição de pequenas quantidades de ácidos ou bases fortes. 6) 7) 8) Constante de dissociação é o quociente entre as concentrações dos íons presentes em uma determinada solução, podendo ser ácida ou básica. Em uma dissociação ácida, tem-se genericamente: HA ↔ H+ + A-. Nesse caso, a constante de dissociação será: Já em uma dissociação básica, tem-se que: BOH ↔ B+ + OH-. A constante de dissociação será: 9) O controle do pH na área farmacêutica é de extrema importância, pois o medicamento interagirá dependendo do pH fisiológico. Como exemplo, tem-se o ácido acetilsalicílico. Com o pH baixo do estômago (1 a 3) o AAS é absorvido pelas células parietais. Para isso, o ácido carboxílico presente na estrutura deve estar desprotonado para que ocorra a absorção. Pessoas com distúrbios estomacais, podem utilizar o próprio ácido acetilsalicílico na forma tamponada, sendo o tampão, responsável pela passagem do fármaco pelo ácido estomacal, permitindo-o chegar ao intestino e então ser absorvido. Evitando assimcomplicações. 10) As soluções que foram preparadas são diluídas, de material não tóxico biodegradável. O pH de efluentes para descarte deve ser entre 5 a 9 (usa-se um pHmetro e ajusta-se o pH entre 7 – 8). A cor dos resíduos líquidos pode ser removida por adsorção com carvão ativado. 6. CONCLUSÃO Através do experimento aprimoramos nosso conhecimento sobre indicadores ácido-base e espectrofotometria, usando o cálculo da constante de dissociação do indicador vermelho de metila. Assim mostrando a relação entre a cor que o indicador apresenta em uma solução com pH específico. Com os dados obtidos podemos concluir que o pk do indicador calculado algebricamente e graficamente estão próximos do valor encontrado na literatura, isso mostra que o nosso experimento foi realizado corretamente. Pela espectrometria podemos também calcular a concentração de fármacos e pk de aminoácidos e proteínas para sua indentificação, por isso ela possui muito valor para a Farmácia. 7. REFERÊNCIAS FLORENCE, A. T. ATTWOOD, D. Princípios de Físico-Química em Farmácia. Tradutores Zuleika Rothschild, Adolfo M. Rothschild, et al., EdUSP, São Paulo, 2003.
Compartilhar