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Direito Penal - parte geral - Resumo

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Direito Penal:
1 – Conceito de Direito Penal:
Direito Penal é um ramo do Direito Público que tem por objetivo proteger os bens jurídicos mais importantes para o bom convívio social. Tem a função de prevenir, punir e socializar aquele que vier a praticar uma conduta ilícita.
2- Missões do Direito Penal:
1 – Proteger os bens jurídicos mais importantes para o bom convívio social
2 – Prevenir a prática de condutas ilícitas
3 – Punir o autor da infração penal.
3 - Progressividade dos crimes:
1) Crime progressivo ocorre quando o agente, para alcançar um resultado mais grave, pratica por meio de atos sucessivos diversas agressões ao bem jurídico.
2) Progressão criminosa ocorre quando, no mesmo contexto fático, a intenção do agente sofre uma modificação. Inicialmente, o agente queria praticar um crime menos grave, sendo que, após atingi-lo, opta por prosseguir na ação delituosa, praticando um crime mais grave.
3) Antefato impunível é o crime anterior que foi absorvido pelo mais grave.
4) Pós-fato impunível é o crime posterior considerado mero exaurimento e, portanto, é irrelevante ao dano causado ao bem jurídico, sendo absorvido pelo crime anterior. Ex.: Ao desferir 9 facadas em uma vítima, se apenas a sétima vier a matá-la, as duas seguintes são o pós-fato impunível.
4 – Regras e Princípios
Regras são aplicadas no caso concreto, incidindo diretamente na conduta do agente. Ao aplicar uma regra, afasta-se outra. Os princípios, por outro lado, servem como base para todo o Direito, principalmente para o Direito Penal. Aplica-se a regra da PONDERAÇÃO de princípios no caso concreto. A cada momento um princípio poderá ser considerado mais importante que outro e se sobrepor a ele.
5 - Princípios aplicáveis no Direito Penal:
Legalidade – "não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal" (art 5º, CF e art 1º C.P)
Máxima taxatividade – a lei penal deverá ser taxativa, regulando concreta e perfeitamente a conduta criminosa
Lesividade – só poderá ser punida a conduta que violar os bens jurídicos de terceiros, causando ameaça ou lesão ao bem jurídico tutelado.
Subsidiaridade – o Direito Penal só deve intervir nos casos nos quais os outros ramos do Direito forem insuficientes para proteger o bem jurídico tutelado (Ultima Ratio).
Fragmentariedade – apenas alguns bens jurídicos, os mais importantes com base na CF, serão protegidos pelo Direito Penal (Princípio da Intervenção Mínima).
Bagatela ou Insignificância – quando a conduta for insignificante, não ensejará a proteção por parte do Direito Penal, tratando-se de Fato Atípico.
Adequação Social – o Direito Penal não tratará das condutas socialmente adequadas.
Culpabilidade – a pessoa só responderá penalmente quando agiu para causar resultado, por dolo ou culpa. É vedada a responsabilização penal objetiva do agente.
Proporcionalidade: este princípio determina que a pena deve ser proporcional ao mal praticado pelo agente. Ele pode ser observado nos incisos 42, 43 e 44 do art 5º da CF.
6 - Norma Penal: É a norma que integra o Direito Penal	
Conceito Primário: é a conduta tipificada como crime	
Conceito Secundário: é a pena e a sanção prevista para o crime.
7 – Classificação das normas penais:	
a) Normas penais incriminadoras: criminalizam uma conduta e impõem uma pena. 	(exemplo: Art. 121- matar alguém – pena: reclusão de 6 a 20 anos)	
b) Normas penais não incriminadoras permissivas: permitem a realização de determinada 	conduta, afastando a responsabilidade penal em certos casos (exemplo: exclusão da 	ilicitude na legítima defesa - Art. 23).
Permissiva justificante quando têm por finalidade afastar a ilicitude (antijuridicidade) da conduta do agente, como aquelas previstas nos arts. 23, 24 e 25 do Código Penal (ex.: homicídio cometido em estado de necessidade).	
	
Permissiva exculpante quando se destinam a eliminar a culpabilidade, isentando o agente de pena, como nos casos dos arts. 26, caput e 29, § 1°, do Código Penal. (ex.: quando o agente que cometeu o crime, por doença ou retardo mental, não compreende o caráter ilícito da conduta).	
c) Normais penais não incriminadoras explicativas: explicam algum conceito do Direito 	Penal. (art. 327 – define o conceito de funcionário público)				
8 – Norma penal em branco: são aquelas cujo seu preceito primário está incompleto, exigindo complementação, que pode estar numa lei (sentido amplo, imprópria ou homogênea), ou em outro complemento normativo (sentido estrito, própria ou heterogênea). O STF já declarou a constitucionalidade das normas penais em branco.
9 – Analogia, interpretação analógica e interpretação extensiva:
Analogia: é um caso de INTEGRAÇÃO da lei penal. Há uma lacuna na lei e apresenta-se um CASO SEMELHANTE para aplicar a lei no caso onde não há previsão legal. Só será permitida em BENEFÍCIO do réu. Exemplo: utilizar a analogia para igualar união estável a casamento para fins penais (só quando beneficiar o RÉU!).	
Interpretação analógica: o legislador explana algumas situações específicas para depois generalizar a situação, deixando a cargo dos intérpretes da lei a aplicação. (Ex.: circunstâncias agravantes do homicídio qualificado (art. 59): "emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum".
Interpretação extensiva: a lei penal disse menos do que deveria dizer, cabendo ao intérprete aplicar a lei respeitando sua vontade. Exemplo: crime de bigamia no Art. 235 – "Contrair alguém, sendo casado, novo casamento". Deveria ser "novo ou novos casamentos".
10 – Confito aparente de normas:	
a) PRINCÍPIO NE BIS IN IDEM: Ninguém pode ser processado nem punido duas vezes pelo mesmo fato.
b) PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES:	
I) Especialidade: Aplica-se a norma da LEI ESPECIAL em detrimento àquela prevista no Código Penal. Exemplo: matar uma pessoa atropelando-a com um carro. Essa conduta é punida com base no Código Nacional de Trânsito e não no Código Penal. Da mesma forma, um menor infrator é punido pelo ECA e não pelo Código Penal.
II) Subsidiariedade: quando não puder ser aplicada a lei mais grave, por não estarem presentes todas as elementares, aplica-se a menos grave. Exemplo: Constrangimento ilegal (art. 146) e ameaça (art. 147).
Subsidiariedade Expressa: ocorre quando a própria lei expressamente menciona que determinada norma está vinculada a outra, de natureza mais grave. A norma subsidiária só será aplicada se não couber a aplicação da mais grave. Geralmente vem acompanhada da expressão: "Se o fato não constitui elemento de crime mais grave."	
 Subsidiariedade Tácita este princípio determina que a conduta menos grave, quando for meio necessário para a prática do crime mais grave, será por este absorvida, desde que ambos os crimes tratem do mesmo bem jurídico (bem jurídico é o direito que está sendo protegido em determinado crime).	
III) Consunção – quando uma conduta criminosa for meio essencial para a realização de outra, mais grave, esta absorverá a conduta menos gravosa. Difere-se da subsidiária tácita, pois na consunção o bem jurídico protegido é diferente entre ambos os crimes.
IV) Alternatividade – nos casos dos crimes MISTOS ALTERNATIVOS, ou delitos PLURINUCLEARES, o agente responderá por apenas uma conduta. Exemplo: receptação Art. 180 – "Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime". Tanto faz se o criminoso incorrer em apenas uma ou todas as condutas previstas pelo artigo, ele será sentenciado à mesma pena. 
11- Lei Penal no Tempo: Vigência ou validade
Vigência: a lei estará vigente quando começar a produzir seus efeitos, após a promulgação, se assim expressa, ou 45 dias após a publicação.
Validade: a lei é válida quando está de acordo com a CF.
12 – Conflito de leis penais no tempo:
ABOLITIO CRIMINIS: lei posterior deixa de considerar crime uma conduta anteriormente criminosa (retroage).
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA: lei posterior passa a considerar crime uma condutaanterior que não era criminosa (não retroage).
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS: lei posterior reassegura uma conduta como ainda sendo criminosa, mas diminui sua pena ou beneficia o agente de alguma forma (retroage).
NOVATO LEGIS IN PEJUS: lei posterior reassegura uma conduta como ainda sendo criminosa e aumenta sua pena ou traz uma situação prejudicial ao agente (não retroage).
OBS.: PRINCÍPIO DO FAVOR REI: uma lei penal só retroage em benefício do réu!
13 – Leis excepcionais ou temporárias: são as únicas que possuem ultratividade, ou seja, podem retroagir mesmo para prejudicar o réu.
Leis excepcionais: são as que duram um determinado período de tempo devido a uma catástrofe, vigorando até o período não especificado em que a catástrofe terminar. Exemplo.: leis para a situação de sítio no Furacão Catarina.
Leis temporárias: tem período de início e fim estabelecido em lei. Exemplo: leis proibindo a venda de camisas da seleção por estabelecimentos não licenciados durante a Copa do Mundo.
14 – Lei penal no tempo:
Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da conduta do agente, não importando o momento do resultado. É a teoria adotada no nosso Código Penall.
Teoria do resultado: considera-se praticado o crime no momento do resultado, não importando o momento da ação.
Teoria mista (ubiquidade): considera-se praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no do resultado.
15 - Crime permanente e Crime continuado:
Crime Permanente: a lei penal mais grave se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente se sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Exemplo, uma pessoa sequestra a outra e, durante o período de cárcere da vítima, uma nova lei entra em vigor aumentando a pena aplicável à conduta. A lei penal mais grave é aplicada.
16 – Lei penal no espaço:
Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no local da conduta do agente, não importando o local do resultado.
Teoria do resultado: considera-se praticado o crime no local do resultado, não importando o local da ação.
Teoria mista (ubiquidade): considera-se praticado o crime tanto no local da conduta como no local do resultado. O Código Penal Brasileiro segue essa teoria.
17 – Conceitos de infração penal:
Conceito formal: crime é toda conduta (ação ou omissão) proibida por lei sob ameaça de sanção.
Conceito material: crime é toda conduta que causa lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Conceito analítico: crime é toda conduta típica, antijurídica (ilícita) e culpável.
18 - Tipos de Embriaguez:
Patológica (art. 26)
Preordenada (art 61, II, L) – o agente bebe para ter coragem de praticar o crime (agravamento)
Acidental (art. 28  §1) – caso fortuito ou força maior
Não acidental (art. 28, II) pode ser voluntária (dolosa) ou culposa
19 – Tipos de crime no tempo:
Crime permanente o crime se consuma num único ato, porém a ação se prolonga no tempo. O bem jurídico permanece sendo atacado durante todo o período em que ocorre a ação delituosa. Exemplo: sequestro.	
Crime habitual uma única ação ou omissão isolada não configura crime. O verbo indica a necessidade de uma habitualidade de uma conduta para que haja a consumação criminosa. Exemplo: associação criminosa.	
Crime continuado é na verdade um concurso de crimes previsto no art. 71 do CP. Ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, mesma condição de tempo, lugar e modo de execução. Há também a necessidade do nexo de continuidade, ou seja, o segundo crime tem que ter relação direta com o primeiro. Ex.: o agente furta a cada dia uma peça que compõe uma bicicleta. Ao final de dez dias, ele conseguirá montar a bicicleta. Aplica-se a pena de apenas um dos crimes, se idênticos, ou do mais grave, se diversos, aumentada de um sexto a dois terços em ambos os casos.

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