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UNICESUMAR – CETA – Arquitetura & Urbanismo Disciplina: Ateliê de Arquitetura – Alta Complexidade Professor: Lucas Grolla Vido Acadêmicos: Gustavo Garbelotto RA: 1410233-2 Ivana Franco Ribeiro RA: 1409311-2 4ºNB Josimara Gonçalves RA: 1300767-2 AEP 1 – Análise de obras correlatas Terminal Sacomã O Terminal rodo-metroviário Sacomã, situado na zona sul de São Paulo/SP, foi projetado por Ruy Ohtake e é um terminal de integração de diferentes modais de transporte. Inaugurado em 2010, ele faz parte de um corredor exclusivo para ônibus, denominado Expresso Tiradentes, que é formado por três terminais: o Sacomã, o Mercado e o Vila Prudente. Antes de sua inauguração, o ponto final de boa parte das linhas paulistanas era no centro da cidade. Com a criação do Expresso Tiradentes (uma espécie de BRT, entregue em 2007), foi possível conectar o bairro do Sacomã (na região do Ipiranga, ao sul) ao Terminal Parque Dom Pedro II (que fica no centro da cidade). Indicação da distância do Terminal Parque Dom Pedro II (no centro da cidade de São Paulo/SP) até o Terminal Sacomã (ao sul). O Terminal Sacomã integra 31 linhas municipais e 29 linhas metropolitanas – dentre as metropolitanas, temos as linhas que atendem a região do ABC Paulista (ao sul da Grande São Paulo), que antes da implantação do Expresso Tiradentes, partiam da Liberdade (na região da 25 de março – no centro de São Paulo/SP). Implantação do Terminal Sacomã (cobertura azul): imagem obtida através do Google Maps (2017). Pode-se dizer que a integração (ou a dinamização) da região do Ipiranga (no centro da cidade) com a região do Sacomã (ao sul) é uma das condicionantes deste projeto, que visa integrar áreas como a Favela do Heliópolis (até pouco tempo atrás, considerada a maior favela paulistana) ao tecido urbano da cidade de São Paulo. Segundo Figueiredo Ferraz (2009 apud Neves, 2014), essa integração dignifica a condição de cidadão de seus moradores. O Terminal Sacomã possui três pavimentos e 12452 m² de área construída: no térreo, temos o terminal de ônibus, o setor administrativo e operacional; no mezanino, há bilheterias e sanitários. No pavimento superior, há uma central de informações e é neste pavimento também que circulam os BRTs do Expresso Tiradentes. O fluxo entre os diferentes níveis foi resolvido através de rampas, escadas rolantes e elevadores: os passageiros compram os bilhetes no nível do mezanino e descem de escada rolante ao térreo, onde foram implantadas três plataformas de ônibus em paralelo. Os usuários acessam o pavimento superior por escadas rolantes e convencionais e podem, assim, embarcar nos BRTs. Como o terminal é rodo-metroviário, o uso dos espaços é compartilhado: o saguão de espera, o comércio e os sanitários são utilizados tanto por quem vai de ônibus quanto por quem vai de BRT. As plataformas de cada modal foram segregadas e a distribuição do fluxo de pessoas é feita com o uso de catracas. Infelizmente, o terminal não dispõe de infraestrutura que atenda aos ciclistas (como bicicletários e a conexão do terminal com ciclovias). A estrutura do Terminal Sacomã é de concreto armado protendido e a sua cobertura é metálica, devido ao grande vão. Sua volumetria chama atenção pelo formato oval de sua cobertura suspensa, que possui um grande vazio interno, com aberturas zenitais que proporcionam iluminação natural. O mezanino é suspenso por tirantes ancorados, o que permitiu a execução do térreo sem pilares intermediários (o que melhora a fluidez da circulação). Devido ao sistema construtivo empregado, não foi necessária a execução de juntas de dilatação. Perspectiva do Terminal Sacomã e seus acessos: imagem obtida a partir do Google Earth Pro (2017). Poupatempo Lapa O Poupatempo Lapa está localizado na zona oeste da capital paulista, bem próximo da estação metroviária de mesmo nome (próximo também à Estação Água Branca): trata-se de um conjunto de galpões de tijolo aparente (que eram utilizados no período em que as atividades cafeeiras estavam no auge) e que foram reestruturados/repensados para abrigar o novo programa de necessidades. Maquete eletrônica do Poupatempo Lapa, desenvolvida pelo escritório Pedro Taddei e Associados: volumetria e linguagens arquitetônicas contrastantes. Esses galpões atendiam a estrada de ferro São Paulo Railway, que cruzava a capital e conectava Jundiaí (saindo da Grande São Paulo, indo em direção ao norte do estado) ao porto de Santos/SP. Na década de 70, as atividades industriais da região foram desativadas e sua estrutura estava degradada. Entretanto, o projeto de 2009 (concluído em 2012) do escritório Pedro Taddei e Associados prevê o atendimento de cerca de 10 mil pessoas por dia, devido a sua localização: o Poupatempo Lapa é vizinho à linha de trem (atualmente gerido pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM) e está implantado na porção noroeste de São Paulo/SP. Implantação do Poupatempo Lapa, obtida através do Google Maps (2017): ao lado esquerdo, a Estação metroviária Lapa e, ao lado direito, a Estação metroviária Água Branca. Para os arquitetos envolvidos no projeto, as condicionantes de projeto são: conciliar a preservação da identidade histórica dos antigos galpões com o novo programa (que exige funcionalidade extrema) e; estabelecer um diálogo entre essas arquiteturas. Os grandes vãos livres flexibilizam o uso dos espaços. Desta forma, o remanejamento dos setores (de acordo com a sua necessidade) foi viabilizado. Além da reestruturação dos galpões, o projeto prevê futuras instalações que irão duplicar a capacidade de atendimento. Os galpões tinham volumetria, tipologia e cronologia construtiva diferentes, o que ocupava quase 100% do terreno de 4 mil m², em formato trapezoidal. Com a reestruturação do conjunto, ele se torna único (internamente) e passa a ter 3959 m² de área construída (soma da área térrea e do mezanino). Pensou-se em replicar a estrutura original das duas naves menores (próximas da linha do trem), mantendo sua orientação trapezoidal e a cobertura de duas águas. Planta baixa do Poupatempo Lapa (sem escala). O conjunto tinha problemas estruturais, infiltrações de águas pluviais e capilaridade do solo, trincas na parede e no piso devido às ações do tempo, assim como o desgaste da argamassa e da caixilharia. As fachadas de maior porte que não estavam tão danificadas foram recuperadas. Como o programa exige grandes vãos e espaços fluidos, os telhados degradados e as paredes internas foram demolidas. O piso interno foi elevado em cerca de um metro, com a finalidade de mitigar o risco de alagamento. Um sistema de drenagem teve que ser implantado, com a finalidade de reduzir a saturação da umidade no solo e a ascensão da capilaridade. Corte do Poupatempo Lapa (sem escala): desenho mostra o piso interno elevado e a nova estrutura instalada para sustentar a cobertura do conjunto. Uma cobertura espacial vedada (com telhas metálicas termo acústicas) foi instalada e o pé direito adotado é de 7m. A alvenaria externa da fachada foi mantida, entretanto, uma fachada interna envidraçada foi edificada. Grandes vãos foram ocupados por jardim, protegidos pela cobertura de vidro que circunda quase toda edificação. Isso proporcionou iluminação e ventilação natural ao Poupatempo Lapa, o que reduz o consumo de energia (com ar condicionado, por exemplo). À esquerda, planta de cobertura (sem escala): diferentes materiais foram empregados para cobrir a estrutura. À direita, detalhamento do encontro da telha metálica com a cobertura de vidro. As antigas esquadrias arredondadas foramsubstituídas por grades metálicas, a fim de proporcionar conforto ambiental aos usuários da estrutura. A área de atendimento ao público deve ser climatizada e, por esta razão, o vidro foi empregado nos fechamentos verticais e horizontais dessa área. Uma nova edificação surgiu a partir da instalação da face interna de vidro, o que liberou as fachadas históricas e deu origem a um espaço unificado, de linguagens arquitetônicas contrastantes. As fachadas externas foram restauradas e preservadas, devido ao seu significado histórico, com a sua contensão, empregando estrutura mista de concreto e aço. A estabilidade da estrutura é mantida através de pilares de concreto, embutidos na alvenaria revestida de argamassa, combinados com pilares e vigas metálicas formadas por tubos de 100mm. Para evitar a ação dos ventos, o Poupatempo Lapa foi reforçado com contraventamento de cabos de aço tensionados aparentes. A edificação foi coberta com diferentes materiais: com estrutura espacial e telhas metálicas termo acústicas; sobre as naves laterais, há telhas metálicas e; o atendimento ao público e a nave lateral próxima à linha férrea foram cobertos com vidro. A parte coberta com vidro teve que ser reforçada com a instalação de cabos de aço, para não envergar. Perspectiva do Poupatempo Lapa e seus acessos: imagem obtida a partir do Google Earth Pro (2017). Referências bibliográficas: GELINSKI, G. Envoltória de vidro recupera antigo galpão. Finestra, São Paulo, n. 75, 2012. Disponível em: <https://arcoweb.com.br/finestra/arquitetura/arquiteto-pedro-taddei-e-associados-poupatempo-lapa-sao-paulo>. Acesso em: 01 ago. 2017. NEVES, S. I. O. Terminal Intermodal de Passageiros em Sorocaba-SP. 2014. 94 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Arquitetura e Urbanismo, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba. 2014.
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