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1 INTRODUÇÃO
Nos dias 30 de setembro, 01 e 02 de outubro de 2011, os acadêmicos e professores, do Curso de Geografia de Erechim e de Chapecó, da Universidade Federal da Fronteira Sul, realizaram um trabalho de campo das disciplinas de Geografia econômica e da População e Climatologia, ministradas, em Erechim, pelos professores Éverton Kozenieski e Fábio Sanches, respectivamente. 
O trabalho de campo consistiu em analisar os principais aspectos econômicos, da população, biogeográficos e climatológicos do trajeto entre Erechim e Porto Alegre, foram destacadas as cidades de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Nova Petrópolis e Porto Alegre. Desta forma, no dia 30 de setembro, o grupo saiu de Erechim, às 6h e 15 min, em direção a Bento Gonçalves, sendo que próximo a Veranópolis realizou sua primeira parada no Belvedere do Espigão, onde se discutiu sobre as condições atmosféricas, fatores e elementos climatológicos, dando-se relevância ao microclima da região, entre outros temas, como uso e ocupação do solo e vegetação.
Em Bento Gonçalves, visitou-se no Roteiro Caminhos de Pedra o Moinho Bertarello, a Casa Strapazzon, a Casa da Tecelagem e a Casa das Massas, no Vale dos Vinhedos a Vinícola Barcarola e a Vinícola Miolo, relacionando a essas atividades os aspectos econômicos, culturais e climatológicos, além de abordar estes temas na análise da cidade em geral.
No dia 01 de outubro, os pontos visitados foram a loja da Tramontina, na cidade de Carlos Barbosa, dando-se ênfase a influência da indústria na região. Em sequência, em Caxias do Sul foi visitado o aeroporto, ressaltando a sua localização, o parque da Festa da Uva e o Shopping São Pelegrino. Na cidade, os principais elementos levantados foram a colonização italiana, a importância da industrialização e da cultura para a economia e aspectos do clima. Em Nova Petrópolis, cidade de colonização italiana, foram visitadas a Aldeia do Imigrante e a Praça do Labirinto.
Ainda na noite do dia 01 de outubro a turma chegou em Porto Alegre, e destacou-se as peculiaridades da Zona Norte e da Cidade Baixa, que se traduzem em diferentes espaços e territorializações definidas. No dia seguinte, conclui-se a saída de campo visitando, a Usina do Gasômetro, Parque da Redenção, Centro Histórico, 8° Bienal do Mercosul e Ilha da Pintada, entre outros. 
Sendo assim, este trabalho procura relatar um pouco dos principais aspectos que foram observados e discutidos ao longo da saída de campo, uma vez que todos estão inter-relacionados e neste roteiro isto é bem evidente. 
2 ROTEIRO ERECHIM - BENTO GONÇALVES
No percurso entre Erechim e Getúlio Vargas foram observados os cultivos das culturas de trigo, com preparo do solo para o plantio do milho. Na dimensão climática, os cultivos das espécies ocorrem conforme o clima próprio para a cultura, sendo que, por exemplo, neste momento o trigo está em fase de florescimento. Foi possível observar a predominância de pequenas propriedades, pela estrutura da sede e divisão das áreas de cultivo.
Percebeu-se vegetação de áreas de campo e áreas de floresta, com araucária nativa nos pontos mais altos e florestas de transição, não se considerando uma mata atlântica tão densa. Os solos são derivados de derrame basáltico (rochas areníticas basálticas). Nas proximidades da cidade de Passo Fundo foram observadas propriedades maiores e criação de gado em maior escala.
Até Nova Prata não se constata uma diferença de declividade tão grande, a partir de Veranópolis ocorre uma transição geomorfológica, entrando na escarpa do planalto, conhecida popularmente como “serra”. 
A primeira parada da turma se deu no Belvedere do Espigão às 10h 00 aproximadamente, próximo a Veranópolis. Neste ponto foi destacada a importância do microclima na região de vale, sendo que o fundo de vale, durante o dia, demora mais para ser aquecido formando, então, uma área de baixa pressão nas áreas de montanha, pois estão mais aquecidas devido à radiação solar e, portanto, são áreas receptoras de ventos. 
O Belvedere do Espigão situa-se em um lugar estratégico no Vale do Rio das Antas. O Rio das Antas é um dos formadores da bacia do lago Guaíba, localiza-se na Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas, e nesta região corta a escarpa do planalto. Observou-se nas encostas do morro atividades agrícolas (Figura 1), ao fundo do vale uma hidrelétrica (Hidrelétrica Monte Claro – Figura 2) e uma via férrea desativada. Conforme um estudo realizado pela Fepam (200?) nesta bacia, o maior uso e ocupação do solo encontram-se entre Veranópolis e Antonio Prado e quanto ao uso agrícola predominam a cultura do milho e soja. A maior parte da carga orgânica doméstica gerada é por Caxias do Sul. Com relação às cargas orgânicas industriais as cidades que mais contribuem são Cambará do Sul, principalmente pela presença da fábrica de celulose, Bento Gonçalves, Marau, Veranópolis e Garibaldi e as indústrias que mais contribuem com carga inorgânica encontram-se em Farroupilha, Encantado, Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Deve-se ressaltar que as cidades de Caxias do Sul e Farroupilha encontram-se em um divisor de águas, sendo assim, uma parte da carga é lançada na Bacia Taquari-Antas e outra parte na Bacia do Rio Caí.
 Fig. 1 Atividades agrícolas no Vale do Rio das Antas, vista de cima do Belvedere do Espigão.
Deste modo, a maior contribuição na poluição dos rios formadores da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas é proveniente dos municípios da “Serra Gaúcha”, como Veranópolis, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha e Garibaldi. Dentre os motivos pode-se apontar a grande concentração da população urbana, sendo Caxias do Sul a que apresenta a maior população, e devido a maior diversificação e número de atividades industriais, como por exemplo, o setor metal-mecânico, moveleiro e vinícola, aliados a ausência de tratamento de efluentes.
Fig. 2 Usina Hidrelétrica Monte Claro no Vale do Rio das antas, vista de cima do Belvedere do Espigão. 
2.1 Roteiro Caminhos de Pedra
O Projeto Caminho de Pedra foi idealizado pelo engenheiro Tarcísio Michelon e pelo arquiteto Júlio Posenato, depois de um levantamento do acervo arquitetônico no interior de Bento Gonçalves que constatou na região a presença de várias casas antigas. O primeiro impulso para a restauração de algumas casas foi dado pelo Hotel Dall” Onder que financiou as obras. Em 1992, é recebido o primeiro grupo de turistas e em 1997 foi fundada a Associação Caminhos de Pedra. O projeto foi construído para “resgatar o patrimônio cultural, não só arquitetônico, mas também a língua, o folclore, arte, habilidades manuais e etc.”. Em 1998 o Projeto é aprovado pelo Conselho Estadual da Cultura e recebe recursos das empresas locais. O Roteiro possui treze pontos de visitação e 53 Pontos de observação externa e tem-se a ideia de expandir até Caxias do Sul (ASSOCIAÇÃO CAMINHOS DE PEDRA, 2011).
Ao meio dia a turma visitou o Moinho Bertarello e foi recebida pelo proprietário. O moinho é caracterizado por ser um moinho de pedra e pela produção ser familiar, embora atualmente funcione com energia elétrica, a roda d’água que gerava energia antigamente ainda é mantida para o roteiro turístico. Este moinho não faz parte da Associação Caminhos de Pedra, por própria opção da família, já que, segundo o Sr. Bertarello, a Associação exigiu algumas mudanças das quais a família não concordava, como por exemplo, não fazer a moagem do milho e vendê-los no estabelecimento. O moinho permaneceu fechado durante 15 anos e reabriu em 1988 quando o proprietário assumiu novamente o negócio.
Conforme o Sr. Bertarello, no moinho é produzido cerca de 4000 kg de farinha de milho por mês que são vendidas no próprio estabelecimento, além de ração para animais. A produção é vendida para os próprios turistas e para alguns mercados da região. Ele destacou que não tem problemas em conseguir milho para moagem apesar de o cultivo da uva, ameixa e pêssego serem predominantes. Seu grande problema é encontrar mão de obra capacitada para trabalharcom os equipamentos antigos, por isso ele não planta e faz a secagem do milho.
O proprietário citou que o Roteiro Caminhos de Pedra contribuiu para o desenvolvimento econômico, já que vêm muitos turistas e preferem os produtos fabricados artesanalmente.
 No Roteiro, a turma também visitou a Casa Strapazzon onde foi recebida também pelo proprietário. A casa foi construída em 1880 e retrata as primeiras moradias dos colonos italianos. Em 1995, foi cenário do filme “O Quatrilho” que gerou uma grande divulgação desta região na mídia, impulsionando a formação da Associação Caminhos de Pedra que já estava em construção desde 1992. O Roteiro Caminhos de Pedra, segundo o Sr. Strapazzon, proporcionou a valorização da cultura, com o resgate de atividades que já estavam esquecidas, como o artesanato e a fabricação de alguns produtos e que hoje em dia também geram renda. Citou que as casas de pedra tornaram-se sentimento de orgulho, mas que antes era sentimento de vergonha, pois, há 20 anos, representavam que a família não tinha poder aquisitivo. A família dedica-se à agricultura, plantio de uva, principalmente, caqui e pêssego, e a receber os visitantes. A maior parte da uva produzida é vendida para cooperativas associadas, fabricam vinho colonial, sucos, geléias, queijos, salames, etc., mas não em grande escala, apenas para a venda aos turistas.
	Outras casas que fazem parte do Roteiro, por exemplo, é a Casa das Massas e a Casa da Tecelagem, os principais pontos de visitação são cantinas, restaurantes e casas de artesanato, casas que retratam os principais costumes e atividades presentes na cultura italiana. A Casa da erva mate, conforme Michelin (2008), representa um “hibridismo cultural”, visto que foi um costume adquirido dos indígenas e que “se tornam parte da herança cultural do grupo e contribuem para a formação da identidade dos mesmos” (p.98). No entanto, tem diversas casas que não possuem esta mesma característica, como por exemplo, a casa do refrigerante. Também se destaca a artificialidade do Roteiro, devido à padronização dos diversos espaços para serem valorizados economicamente, tanto que isto é observado até mesmo nos jardins das residências, que se confirma pois muitas casas foram trazidas de outros lugares e montadas ali e com o discurso “ensaiado”, como foi observado na Casa Satrapazzon.
2.2 Roteiro Vale dos Vinhedos
	Conforme Susin (2003), a discussão sobre uma associação no vale dos vinhedos surge em 1994 com a crise econômica vivida na época e a consequente dificuldade em comercializar as uvas finas e inovar os processos de produção dos vinhos. Uma das principais crises ocorreu com a Cooperativa Vinícola Aurora, em 1996, época que não possuíam condições para pagar os investimentos que faziam e pela uva que os produtores entregavam e tiveram que hipotecar suas terras (VINÍCOLA AURORA, 2011).
Desta forma, algumas vinícolas, entre elas a Vinícola Miolo, Valduga e Cordelier, a fim de valorizar os vinhos da região e tornarem-se competitivas no mercado, fundaram, em 1996, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) e solicitaram um pedido de Indicação Geográfica ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, reconhecido oficialmente em 2002. Fazem parte da Associação hotéis, restaurantes, etc.
	 De acordo com Falcade (2005), a legislação brasileira define Indicação Geográfica como o lugar, país ou região onde é produzida determinada mercadoria ou prestado algum tipo de serviço, aliado aos fatores naturais e humanos, às características tradicionais de cultivo da uva e às condições geográficas do lugar, e que deve ser reconhecido legalmente. Faz parte da Indicação Geográfica a Indicação de Procedência (I.P.) e as Denominações de Origem (D.O.). A Indicação de Procedência é o nome geográfico do local, da região ou do país onde determinado produto ou prestação de serviço ficou conhecido pela sua extração ou produção. Já a sua Denominação de Origem refere-se também ao nome geográfico do lugar do território, mas é onde o produto ou serviço é identificado pelas suas qualidades exclusivas de serem produzidos, fabricados ou realizados naquele local, considerando-se também os fatores humanos e naturais. 
Assim, segundo a Aprovale (2011):
 
A Indicação de Procedência se relaciona com o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de sua área, conhecido por ter um determinado produto, já patrimônio cultural, famoso por ser deste local. Já a Denominação de Origem vai além: quando é reconhecida passa a ser o “nome” deste produto, onde todos os detalhes como qualidade, estilo, sabor, se relacionam à terra, às pessoas e à história da região. Na transição para Denominação de Origem (D.O.), as normas e controles ficam muito mais específicos, como não só o tipo de uvas, mas as quantidades máximas que podem ser colhidas (quanto menos um vinhedo produzir, melhor será a qualidade da uva), assim como aspectos do processo de elaboração do vinho. Nem todos os vinhos com o selo da Indicação de Procedência seguirão para a D.O. Entretanto, é bom ressaltar que todas as garrafas elaboradas dentro do território da IG Vale dos Vinhedos, independente de terem ou não a D.O., trazem em si, o sabor e autenticidade do terroir do Vale dos Vinhedos, abrigados pela Indicação Geográfica.
A partir disso, o ideal, então, seria perguntar: ora, se todas as garrafas de vinho elaboradas no território do Vale possuem cada qual a sua qualidade e a sua especificidade, porque não todas terem a denominação de origem? Pode-se aí destacar que à medida que os controles, as normas e as regras para se obter a “certificação” da proveniência do produto vão se tornando mais rígidas, também vai se restringindo o acesso de certos produtores e certas vinícolas como integrantes da Associação, já que nem todas têm condições de se adequarem às normas e não têm as condições naturais para o cultivo das uvas exigidas e, por consequencia, sem condições de competir com o nível de produção que só as grandes vinícolas possuem. 
Outro caso, por exemplo, é a Vinícola Barcarola visitada pela turma na tarde da sexta-feira a loja comercial (Figura 3), e que não está associada à Aprovale por não ter, segundo os proprietários Marcelo e César Petroli, condições de pagar as mensalidades retroativas à data da fundação da Associação. No entanto, a família proprietária da vinícola recorre a outras estratégias, vendendo seus produtos para um público mais seleto, produzindo em menor escala, 25 a 30 mil garrafas por ano. Apelam também à tradição da família e ao seu terroir, ou seja, as características geográficas (clima, solo, topografia) associado ao tipo de manejo e cultura da região e que definem a particularidade do vinho (APROVALE, 2011). Pode-se considerar terroir como a território do produto ou serviço, pois como Santos (200?) define:
Território não é apenas o resultado da superposição de um conjunto de sistemas naturais e um conjunto de sistemas de coisas criadas pelo homem. O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida, sobre os quais ele influi (p. ).
A Vinícola Miolo (Figura 4) uma das associadas à Aprovale e membro da comissão diretiva, visitada pelo grupo na seqüência do trajeto, foi uma vinícola que surgiu de modo tradicional, com o plantio de uvas a partir de 1897. Em 1980, ocorreu uma crise nas cantinas dificultando a comercialização das uvas, o que fez com que a família Miolo produzisse o seu próprio vinho, surgindo como vinícola em 1989. Em 2006, passou a se chamar Miolo Wine Group através de parcerias nacionais e internacionais (está presente no Chile, França, Argentina e Itália), possui uma linha de mais de 100 produtos e é considerada a maior exportadora de vinhos do Brasil. O Reino Unido, a Holanda e a Alemanha representam 62% das exportações da Miolo e está se expandindo para mercadoscomo a China, com 14% das exportações, e Emirados Árabes (VINÍCOLA MIOLO, 2011).
Na vinícola quem recebeu o grupo foi o Sr. Marcos R. Júnior que, por sua vez, destacou toda a história da família Miolo, o modo de produção do vinho, as diferenças das uvas para a produção e a excelência dos produtos, no entanto, não deixou espaço para questionamentos.
 
Fig. 3 Loja comercial da Vinícola Barcarola. Fig. 4 Vinícola Miolo
Desta forma, é que se percebe a diferenciação das duas vinícolas visitadas, bem representada nas figuras 3 e 4. Enquanto Vinícola Barcarola busca conquistar um público mais seleto, ressaltando a tradicionalidade da família e disponibilizando-se mais para recebê-los, a Vinícola Miolo que possui a produção de vinhos dominante no Brasil e é representativa no mundo e tem uma diversidade enorme de produtos, não se preocupa muito com estes aspectos, embora tenha em seu discurso que toda a produção é pensada para a satisfação do cliente. 
3 ROTEIRO BENTO GONÇALVES - CARLOS BARBOSA - CAXIAS DO SUL - NOVA PETROPÓLIS
	 
A principal atividade econômica do município de Carlos Barbosa é a indústria 59,93 %, agropecuária 10,16 %, comércio 4,26 % e serviços 25,65 %. (IBGE, 2001 apud CARLOS BARBOSA, 2011). Sendo a indústria a principal atividade econômica discutiu-se a importância da Tramontina, a maior da região, e visitou-se a sua loja na manhã do dia 01 de outubro. A Tramontina foi criada em 1911 como uma ferraria e atualmente está presente em 120 países e possui 10 fábricas no Brasil, dentre as cidades a própria Carlos Barbosa, Farroupilha, Garibaldi e Belém e conta com mais de 17 mil produtos, por exemplo, panelas, talheres, equipamentos de jardinagem, etc. (TRAMONTINA, 2011).
	Outra indústria que exerce grande influência na região é a Cooperativa Santa Clara, fábrica de produtos derivados do laticínio, fundada por pequenos agricultores em 1912, na região de Santa Clara que hoje pertence a Carlos Barbosa (COOPERATIVA SANTA CLARA, 2011).
Pela manhã, o próximo ponto de visita do grupo foi o aeroporto de Caxias do Sul, onde foi encontrado com a Sr. Cristiane. Os professores e a Cristiane mencionaram que para a construção do aeroporto, no final da década de 80, não levaram em conta os fatores climáticos devido justamente pelas condições topográficas, visto que se encontra no limite da escarpa do planalto e isso favorece a formação de nevoeiros que estão associados ao microclima de vale. Piorando a situação, o aeroporto não possui equipamentos de radar, somente opera por visualização e não há nenhum meteorologista para avaliar as condições climáticas. Há um acordo entre a empresa de ônibus Caxiense e os administradores, justamente para realizar o transporte de passageiros de Porto Alegre a Caxias quando há condições de mau tempo e o aeroporto fica fechado, ou seja, na maioria das vezes. A construção de um novo aeroporto está prevista devido às obras de melhorias para Copa do Mundo de 2014, pois Caxias do Sul tem a possibilidade de ser uma subsede dos jogos e isto possibilitará uma série de incentivos fiscais para a sua construção.
Ainda pela manhã a turma visitou o Parque da Festa da Uva onde foi discutido sobre a colonização da região da “Serra Gaúcha”. Como foi exposto pelo professor Dilermando, a mídia e determinados setores da sociedade, como por exemplo, a própria Festa da Uva, colocam para a população em geral a ideia do colono italiano como um herói que teve que desbravar lugares desconhecidos, perigosos e íngremes. No entanto, este fato é um pouco equivocado porque a colonização italiana no Brasil teve a intencionalidade de explorar as riquezas naturais da região pela demanda de recursos materiais da metade sul do estado e de demarcação da posse da terra, como acrescentou o professor Márcio.
O Parque da Festa da Uva, palco de grandes eventos que reverenciam a colonização italiana, possui uma vila que tenta representar a ideia da primeira formação da colônia que hoje é Caxias do Sul, com museus e réplicas de casas e igreja (Figura 5) No entanto, foram adicionados elementos, como propaganda de patrocinadores, que a descaracterizam, podendo-se citar a casa da RBS. Além disso, há várias placas indicação com publicidade (Figura 6), traduzindo que o local tem maior finalidade de ser explorado economicamente do que representar a intenção inicial, a de valorização da cultura italiana.
 
Fig. 5 Réplica de um igreja do início da colonização italiana Fig. 6 Publicidade no parque da Festa da Uva
A colonização italiana se deu em 1870 a 1914, principalmente, a partir do incentivo à política de colonização brasileira para trazer mão de obra européia após a abolição da escravatura. Os italianos então ocuparam no Rio Grande do Sul as regiões do estado. Na cidade onde hoje é Bento Gonçalves os italianos ocuparam a Colônia de Dona Isabel (MICHELIN, 2008). A região onde atualmente é Caxias do Sul era habitada por índios e chamada de “Campo dos Bugres”. A maior parte dos imigrantes vieram da região de Vêneto (CAXIAS DO SUL, 2011). Conforme Boni & Costa (1984) apud Michelin (2008), os principais produtos cultivados por eles eram o trigo, o milho e a uva, mas nenhum destes produtos foram trazidos pelos imigrantes, pois já eram cultivados pela população que habitava a região. Além de potencializarem a produção da uva através de suas tradições tinham conhecimentos de artesanato e marcenaria. 
O eixo que liga Caxias do Sul a Porto Alegre possui a maior parte do setor produtivo do Estado, é a área mais densamente povoada (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2011) e constitui-se em um conjunto de aglomerações produtivas, como por exemplo, Bento Gonçalves e a sua área de influência, Caxias do Sul e Gramado, principalmente, constituem um Arranjo Produtivo Local moveleiro, o maior da Região Sul. O Arranjo Produtivo Local não se compõe apenas de aglomerados industriais, mas sim são “aglomerações de empresas de um mesmo setor ou de setores correlatos” (p. 19) tais como universidades, instituições, associações e centros tecnológicos (MACADAR, 2008). Outra aglomeração concentra-se no setor automotivo de Caxias do Sul, que se desenvolveu principalmente a partir dos anos 90 com a implantação de uma montadora de automóveis de grande porte em Gravataí (ATLAS SOCIECONOMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2011). A Marcopolo, fábrica de ônibus e carrocerias, destaca-se como a principal empresa do setor automotivo em Caxias do Sul, também surgiu como uma atividade familiar e se ampliou após a Segunda Guerra Mundial. 
Os municípios de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Nova Pádua, Santa Teresa e São Marcos formam a Aglomeração Urbana do Nordeste (Figura 7). Apresenta como pólo a cidade de Caxias do Sul (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2011).
Na cidade de Bento Gonçalves a indústria representa cerca de 70% da economia, sendo indústrias metalúrgicas 25,56%, moveleira 22,02%, vestuário 10,7%, vinícolas 4,23% e de alimentos 4,05% (BENTO GONÇALVES, 2011). Em Caxias do Sul prevalece o setor industrial metal mecânico, material de transporte, mobiliário, produtos alimentícios e bebidas. A indústria representa 50,01%, comércio e serviços 38% e agropecuária 4,51% (CAXIAS DO SUL, 2011). Em Farroupilha, denominada “berço da imigração italiana no Rio Grande do Sul”, também se destaca como principal atividade econômica as indústrias (53,24%) como a metalúrgica, coureiro calçadista, de malha e confecções, de móveis e estofados, entre outras (FARROUPILHA, 2011).
A região da “Serra” é a maior produtora de vinho do estado com 80,86% do total produzido (520.823 toneladas). Destaca-se Bento Gonçalves com 114.780 toneladas (17,82% da produção estadual), Flores da Cunha com 82.040 toneladas, Caxias do Sul com 49.727 toneladas e Farroupilha com 48.736 toneladas (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2011).
Fig. 7 AglomeraçãoUrbana do Nordeste do Rio Grande do Sul (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2011)
Todo o Arranjo Produtivo tanto da indústria automotiva como da moveleira e da produção de vinho, na Aglomeração Urbana do Nordeste, como por exemplo, a Associação de Móveis do Rio Grande do Sul, com sede em Bento Gonçalves, sindicatos, a Universidade de Caxias do Sul, Sebrae, com cursos voltados para a enologia, indústria moveleira e setor metal mecânico, centros tecnológicos, centro de inovação, entre outros, produzem um aparato para que a indústria tenha não só mão de obra capacitada, mas também desenvolvimento em pesquisa e tecnologia, tornando-se fatores decisivos para a localização, permanência e para atração das indústrias. Ainda, o contexto cultural e tradicional, principalmente da indústria vinícola e a proximidade com Porto Alegre também exerce forte influência e que estão sendo fomentados por roteiros turísticos e que serão pela construção de um novo aeroporto.
Um fato muito importante que deve ser salientado é que as indústrias e cooperativas visitadas durante a saída de campo surgiram de forma tradicional, ou seja, eram trabalhos realizados pela família a partir de seus conhecimentos e tradições e se fortaleceram depois de períodos de crise, mostrando que, como expõe Smith (1988):
 
A crise é, não somente, o produto de uma contradição inerente a necessidade de desenvolver as forças produtivas e as condições sob as quais esta deve ocorrer [...] a crise é também essencialmente contraditória. Devemos olhar para alguns dos resultados contraditórios da crise, pois, não importa quão destruidoras e disfuncionais elas sejam, as crises podem ser agudamente funcionais para o capital (p.185).
Em Caxias do Sul, assim como em Bento Gonçalves percebeu-se a grande valorização do centro da cidade, com residências de alto padrão (Figura 8) e com grande número de estabelecimentos comerciais. Em compensação, áreas mais periféricas são constituídas de residências mais humildes e, muitas vezes, presentes em áreas irregulares, como na periferia de Bento Gonçalves (Figura 9), ficando bem evidente a segregação urbana. Relacionado a isso, pôde-se verificar a diferenciação na ocupação de determinados espaços urbanos no Shopping São Pelegrino, em Caxias do Sul, visitado ao meio dia, em que a maior parte dos frequentadores, era composta por pessoas com características de alto poder aquisitivo, pois são espaços elaborados para este tipo de público, com lojas de marcas famosas e, portanto, com produtos caros. Outro aspecto muito interessante para ser pensado em outras cidades e que o professor Everton destacou é sobre a reutilização de alguns espaços como as linhas da antiga ferrovia, no centro de Caxias do Sul, que foram utilizadas para formar ciclovias.
 
 Fig. 8 Residência de alto padrão em Bento Gonçalves Fig. 9 Ocupação de encostas em Bento Gonçalves.
Em Galópolis, observou-se na parada do mirante da BR 116 áreas de encostas com vegetação de mata atlântica nativa próximo ao curso d’água, em outras, matas com vegetação secundária e em algumas a presença de agricultura (Figura 10). A diferença de pressão devido à altitude (um importante fator climático, pois quanto maior a altitude, menor é a temperatura e menor é a pressão), foi bem percebível durante o trajeto entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis, uma vez que se desce a depressão da escarpa do planalto em direção ao rio Caí e depois volta-se a subir em direção à Nova Petrópolis.
Nova Petrópolis foi colonizada pelos alemães, é considerada o “Jardim da Serra Gaúcha”. O turismo foi fortalecido na década de 1970, voltado para o turismo cultural e incentivou malharias, artesanato, hotéis e restaurantes, principais atividades econômicas da cidade (NOVA PETRÓPOLIS, 2011). A proximidade com Gramado deixa Nova Petrópolis em uma localização privilegiada, sendo que muitos turistas preferem se hospedar ali por ser mais viável economicamente.
 Fig. 10 Área de atividade agrícola e vegetação secundária próximo a BR 116. 
A turma visitou o parque Aldeia do Imigrante no centro da cidade. Assim como o parque da Festa da Uva em Caxias do Sul tenta retratar o início da colonização italiana o parque de Nova Petrópolis também busca apresentar o início da colonização alemã no Rio Grande do Sul, “Aldeia Histórica”, com museus, réplicas da casa do professor, escola, igreja, cemitério (Figura 11), salão de baile e ferraria (Figura 12) construídos naquela época. No parque há um lago, mata, espaço para dança, Figura 13, (“bandinhas” alemãs”) e uma parte comercial (“Aldeia Bávara”) em que se vende predominantemente artesanatos, mas todos estes espaços de lazer foram pensados para o turista, já que é cobrada uma taxa para se entrar no parque. Foi conversado com uma senhora que trabalha na área comercial e ela disse que morava na cidade há mais de 10 anos, mas nunca foi conhecer a aldeia histórica. Do mesmo modo, no centro da cidade, o que mais chama a atenção é a arquitetura, Figuras 14, 15 e 16, e o cuidado com os jardins, ressaltando aos olhos que tudo é produzido e mantido para o turista. 
 
Fig. 11 Cemitério Fig. 12 Ferraria
 
Fig. 13 Espaço para dança Fig. 14 Arquitetura dos prédios em Nova Petropólis
 
Fig. 15 Arquitetura dos prédios em Nova Petrópolis Fig. 16 Arquitetura dos prédios em Nova Petropólis
4 ROTEIRO PORTO ALEGRE
A entrada em Porto Alegre se deu através da cidade de Canoas que integra a região metropolitana, segundo maior PIB do RS (PIB pm (2008) 12.580.262, PIB per capita (2008) R$ 38.133, com uma população total (2010) 323.827 habitantes totalmente urbana e sendo o de maior concentração da região metropolitana e o quarto do Rio Grande do Sul; área (2010) 131.1 k2; exportações totais (2010) U$ FOB 956.335.114, tendo a presença de “grandes empresas nacionais e multinacionais, como a Refinaria Alberto Pasqualine (refap), Springer Carrier e AGCO do Brasil,além de nomes nos ramos de gás,metal-mecânico e elétrico” e também a “Base Militar da V Zona Aérea” e percebemos uma unidade da Tramontina e um comércio bem diversificado com shoppings (WIKIPEDIA, PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS, 2011). 
A cidade é dividida em duas partes, pois é cortada pela BR 116 e pela linha do Trensurb, uma das mais movimentadas da região metropolitana, poucos viadutos,sendo que a velocidade dos veículos é determinada empiricamente pelo próprio fluxo que normalmente encontra-se congestionado, sendo que as pessoas que precisam passar por esta rodovia diariamente, são obrigadas a sair de casa horas antes do seu compromisso. Paralelo a rodovia, há estações do Trensurb que interliga os municípios de Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul e São Leopoldo, com uma extensão total de 33,8 km, 17 estações a cada 2,1 km aproximadamente e existe um projeto para expandi-lo até Novo Hamburgo, dentro das chamadas melhorias para Copado Mundo. De Canoas até Novo Hamburgo há uma conurbação, onde pessoas vão e vem entre as cidades, seja para trabalhar, estudar e demais séricos e recursos, havendo uma dinâmica muita grande. Sua urbanização é chamada de espinha de peixe, onde tem uma avenida principal e várias ruas perpendiculares que saem dela.
Entrando em Porto Alegre, avista-se a pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, que se situa na zona norte da cidade, com uma área de aproximadamente 3.600.000 m2, área construída de 37,6 mil m2 em 4 pavimentos, permite o pouso de até 28 aeronaves de grande porte ao mesmo tempo. Os vôos ligam Porto Alegre com as demais capital brasileiras, seja diretamente ou indiretamente, interior do RS e SP e linhas internacionais, especialmente ao conesul, totalizando aproximadamente um fluxo anual de 6.5 milhões de pessoas (INFRAERO, 2011). Está previsto a construçãode um aeromóvel interligando o aeroporto com o terminal de passageiros sendo um projeto dos anos 80 que não tinha sido posto em prática. Segundo o professor Dilermando, é comum se chegar em Porto Alegre pela rodovia e ver aviões pousando e também nos domingos e feriados, pessoas vão até lá para tomar chimarrão e ver os aviões pousando e quem mora nos arredores, convive com esse barulho do aeroporto e da rodovia. Considerado o “principal aeroporto e com o maior embarque e desembarque de passageiros do Sul do país”, conforme a Infraero. Possui um shopping aberto 24 horas com três salas de cinema, praça de alimentação e diversas lojas.
“Porto Alegre é um município e a capital do Estado tem uma população total (2010) 1.409.351 habitantes; Área (2010) 496,8 km2; exportações totais (2010) U$ FOB 1.434.159.666; PIBpm (2008) R$ mil 36.774.704; PIB per capita (2008) 25.713( FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ECONOMIA); cidade radial, monocêntrica (um único centro e com diversos saindo desse centro chamadas de avenidas principais como Ipiranga, Farrapos, Protásio Alves, João Pessoa, Venceslau Escobar, motivo pelo qual o trânsito é bastante difícil havendo engarrafamento; com um relevo diverso com morros, baixadas e o lago Guaíba (WIKIPEDIA, 2011).
Saindo da BR 116, entramos na terceira perimetral (uma das três perimetrais) que é considerada a maior via urbana do município que surgiram a partir da unificação de várias avenidas que foi transformada em uma via de transporta mais dinâmica ligando “a zona sul de Porto Alegre até as imediações do Aeroporto Salgado Filho, na zona norte pelo centro-leste da cidade”, e que deveria contornar toda a cidade. O principal trecho-avenida da Terceira perimetral é a Avenida Carlos Gomes o que tornou-a numa área de bastante valorização comercial dos imóveis, considerado um centro financeiro e divisão de negócios, encontram-se uma diversidade de salas comerciais tanto para o comércio de produtos de alto padrão como de executivos, onde o valor do aluguel é bastante elevado. Trata-se de uma via onde favorece a presença de escritório, pois dado a sua proximidade com o aeroporto, facilita que um executivo venha de manhã realizar um negócio e volte em seguida para sua origem. Também tem linhas de ônibus bastante dinâmicas, dados aos corredores de ônibus e que no final de semana, são fechadas e tornam-se lugares para o laser (a prática de esportes como bicicleta, skate,..). Há reivindicações por parte dos taxista para tenham um corredor exclusivo dado ao congestionamento, o que ainda não foi aceito pelas órgãos responsáveis, provavelmente em detrimento do transporte urbano, pois poderia resolver o problema de uma classe e desestimularia o uso do transporte urbano causando ainda mais congestionamento. Não é uma área tão comercial como a Assis Brasil, Farrapos, Protásio Alves, Azenha.
A região metropolitana tem mais de 3.000.000 habitantes, o município é décimo primeiro em número de veículos para cada dois habitantes, sendo impossível resolver o problema do congestionamento do transito.
A esquina da Carlos Gomes com a 24 de outubro e com direção para a Avenida Goethe, lugar das comemorações de futebol, bares, vida noturna e comércio, localizado na Zona norte é composta por um conjunto de bairros que pouco se distinguem entre si, todos de uma ocupação de pessoas de alta renda, tanto residencial quanto comercial, possuindo lojas sofisticadas, custos de aluguéis muito elevados, atendendo assim uma determinada parcela da população. Muitos habitantes não conhecem estes bairros, pois todas as linhas de ônibus levam ao centro não interligando diretamente com estes bairros, tornando assim mais caro o seu deslocamento, pois torna-se necessário mais uma passagem e trata-se de longa distância. Passando pelo Parque Moinhos de Vento, popularmente conhecido como O Parcão no bairro Moínhos de Vento, considerado um bairro “de famílias tradicionais e elegantes”, (local do primeiro estádio de futebol do Grêmio Futebol Clube), observou-se que os freqüentadores do local eram pessoas mais bem vestidas, melhores carros e com vários estacionamentos pagos sendo que no trajeto posterior havia um Rolls Royce; diversos bares com diversidade de estilos; propagandas de ofertas de produtos e serviços com padrões mais elevados. Trata-se de um região que no passado era constituído de chácaras e muitas das casas (mansões) foram preservadas no estilo e mudaram de função. Entrando na Padre Chagas conhecido como Calçada da Fama, nos deparamos com uma realidade ainda mais distante da maioria da população brasileira, pois trata-se de um local para “comer, beber e divertir. Na área encontram-se cafés, bares, pubs,confeitarias, restaurantes, Mercearia do Padre e Baladas, Shopping Moinhos de Vento, Hotel Savóia.
Seguindo para a Cidade Baixa que atende a um público de média renda, entra-se uma diversidade de bares, botecos restaurantes, boates, festas, cópias e serviços como livrarias/papelarias, considerado um bairro de estudantes, próximo a UFRGS Campus que agrega os cursos de Comunicação e Economia. Na Avenida Ipiranga, passamos pelo Planetário, Shopping Moinhos; na Azenha, local conhecido pela existência de moinhos e o cultivo do trigo no passado, local em que em 1835 ocorreu uma batalha entre revolucionários e legalistas na Guerra dos Farrapos próximo a ponte. Alguns pontos sobre o Arroio Dilúvio (que é relativamente poluído e se desloca de leste a oeste) foram fechados para os moradores de rua não de alojarem de baixo destas pontes e existe projeto para transformar estes locais em ciclovia, dificultando ainda mais para as pessoas que não tem onde morar. A rua Lima e Silva é considerada uma das principais ruas da Cidade Baixa, oferece diversos serviços, comércio, lanches rápidos como cachorro quente, bares com cadeiras nas calçadas, pichação, também entendendo que se trata de uma forma de comunicação, de arte, casas antigas foram transformadas para usos noturno, é comum encontrar as pessoas na rua calçando chinelos, vestindo bermudas e camisetas. Na Rua da República havia morador de rua dormindo na calçada, pessoas passando ao lado e sem se importar com a presença. Há ruas em que o trânsito de veículos é mais intenso, noutras percebe-se a predominância de barzinhos como no caso da Rua João Alfredo que foi revitalizada (espaços que foram abandonados) ou refuncionalizadas (espaços que tinham uma função e exercem uma nova função) numa parceria com a Coral Tintas e as casas antigas e sobrados sem manutenção, construídas lado a lado (geminadas) agora são locais noturno, onde em cada um destes locais funciona uma espécie de danceteria, cada qual é um ambiente diferente, atendendo aos mais variados estilos e gostos, envolvendo a diversidade e alojando aproximadamente 100 a 150 pessoas em cada ambiente; a rua Cascatinha chamada de Érico Veríssimo foi iluminada por postes antigos. Muitas pessoas na rua dado ao pequeno espaço dentro dos apartamentos. A Rua Borges de Medeiros, interliga o centro com a zona sul, houve um corte no morro para construí-la; A Rua Duque de Caxias, conduz a Praça Marechal Deodoro onde se localiza o Centro dos Poderes, Demétrio Ribeiro esquina com Borges de Medeiros
A primeira perimetral “contorna o centro de Porto Alegre”, formadas pelas Av. .Loureiro da Silva, Av. Pres. João Goulart, Av. Mauá, R. da Conceição e Av. Paulo da Gama; a segunda perimetral conduz do bairro Praia de Belas ao bairro Floresta, formada pelas R. José de Alencar, Azenha, Av. Princesa Isabel, Silva Só, R. Mirante, Av. Goethe, R.Dr. Timóteo e R. Félix da Cunha (WIKIPEDIA, 2011)
Todas as situações envolvendo o setor de transportes e trânsito é de responsabilidade de EPTC – Empresa Pública de Transportes Coletivos; a Carris e é a principal empresa de transporte urbano; também em algum domingo e/ou feriado do mês existe o passe livre para o transporte urbano (WIKIPEDIA, 2011).
4.1 Parque Farroupilha
No dia 02.10.11, as 7: 30 hs, o grupo saiu do Hotel em direção ao Parque Farroupilha – A Redenção, fica muito próximo ao centro(onde se localiza uma unidade de UFRGS) entre os bairros Bom Fim e Cidade Baixa, contornado pelas avenidas José Bonifácio, João Pessoa, Eng. Luiz Englert, Setembrina e Osvaldo Aranha. Fundado em 19 de setembro de 1935; sua área é composta de 37,5 há; uma altitude de 10 m (média) com ao mar; 8.716 exemplares de vegetais entre árvores e arbustos e uma fauna e flora bem diversificadas; possui uma avifauna também diversa; diversos monumentos, destaque para Monumento do Expedicionário; possui convênio com a Superintendência de Serviços Penitenciários onde 15 Albergados do regime semi-aberto são empregados no Parque para manutenção e limpeza (PARQUE FARROUPILHA; WIKIPEDIA, 2011).
O parque tem uma importância muito grande dado a diversidade de funções que exerce (Figuras 17 e 18). Aos domingos é realizado o Brique da Redenção, onde são comercializados diversos tipos de artesanato; aos sábados é realizada uma feira ecológica; as pessoas se beneficiam deste espaço para praticar esportes, lazer, tendo um público bem diversificado, sendo que durante o dia durante diferentes horas ou mesmo diferentes dias da semana, podem ser identificados grupos que se apropriam desse espaço para determinadas funções, não se tratando de um espaço homogêneo. Durante a noite o mesmo espaço é utilizado para a prostituição, onde cada qual exerce uma função diferenciada, havendo diferentes espaços. Ressaltado pelos professores Márcio e Ederson, que trata-se de um espaço público e de propriedade pública, permitindo a movimentação de toda população e que Porto Alegre ainda preserva essa dimensão com bastante destaque, pois dado a modernidade, as pessoas tendem a se atrair mais por shoppings que são de uso coletivo mas de propriedade privada exercendo outras funções (homo-eróticas); da importância de se fazer uso desse espaço, assim evitando que sofra a especulação para sua a privatização.Que território não é uma entidade formal, é multidimencional, desenvolvendo diversas função como a economia, política, natureza, cultura, constituindo esse processo territorial. Também importante salientar que nem todo habitante de Porto Alegre freqüenta o parque; segundo professor Dilermando, há um conselho de usuários e um conselho comunitário, sendo que não encontramos literatura a respeito, apenas que o local é administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente SMAM.
 
 
Fig. 17 Diferentes usos do Parque Farroupilha Fig. 18 Diferentes usos do Parque Farroupilha - 
–Descanso	 Caminhada
Os professores comentaram que para a climatologia este ambiente é considerado com uma ilha de frescor e calor. Diversos fatores contribuem para a modificação da radiação, obsolescência, emissão rock roll (curtas e longas). Como a cidade é densamente edificada, onde predominam o concreto, vidro, cimento, asfalto absorvendo menos irradiação e refletindo com bastante intensidade fazendo com que a temperatura seja mais elevada, quando há precipitação, a água percola rapidamente provocando alagamentos e também se infiltra em menor proporção, evitando com que ela se aloje no lençol freático Sabemos que o clima interfere na vegetação, tal qual a vegetação age sobre o clima, pois quando ela é densa, contribui para a precipitação devido a sua evapotranspiração. No caso do parque, ele influencia quanto à temperatura, pois ao caminhar sobre as áreas de asfalto e prédios, a sensação térmica é maior que na área do parque, uma vez que a vegetação absorve parte da irradiação e evapotranspira amenizando sensivelmente a temperatura, pois irá refletir em menor intensidade. 
Quanto à questão meteorológica, no dia 30/09 houve uma atuação de origem frontal que contribuiu para a precipitação ocorrida na noite até as primeiras horas do dia 01/10. Foi constatado, no parque, uma umidade de 74% e a temperatura 19,5 graus, um pouco mais elevada com relação ao dia anterior, embora considerando que se estava em outra localização, estando numa atitude de aproximadamente 500 metros mais baixa, em outras condições, tendo um gradiente menor em torno de 3,5 graus e a localização de Porto Alegre favorecer a maritimidade. As Figuras 19, 20 e 21 apresentam a variação da temperatura, a umidade relativa do ar e a radiação solar, respectivamente, ao longo do dia durante os três dias de campo. Sendo assim, cabe fazer uma análise dos principais aspectos climatológicos observados desde o início da saída de campo.
	
	
 Fig. 19 Variação de temperatura em Porto Alegre ao longo do dia nos dias de campo (INMET, 2011)
 
 
 Fig. 20 Umidade relativa do ar em Porto alegre ao longo do dia nos dias de campo (INMET, 2011)
	 
 Fig. 21 Radiação solar em Porto Alegre ao longo do dia nos dias de campo (INMET, 2011)
Conforme Torres & Machado (2008), a característica do tempo atmosférico e do clima é determinada pela associação dos elementos (temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, vento, nebulosidade e precipitação) e fatores climáticos (latitude, altitude, continentalidade e maritimidade, vegetação, solos, disposição do relevo, etc).
Na primeira parada da turma, no Belvedere do Espigão, constatou-se a umidade relativa do ar no local de 61,3%, a temperatura de 22°C e a altitude de 491m. No entanto, a sensação térmica já indicava um fenômeno de escala maior, os ventos eram calmos e a sensação de calor era grande, caracterizava-se um processo pré-frontal, ou seja, são as condições do tempo que antecedem a entrada de uma frente. Neste caso uma frente fria. 
Em Bento Gonçalves a sensação de calor também era grande e permaneceu assim até a chegada da frente fria. A Figura 22 apresenta a variação da temperatura na cidade de 30/09 a 02/10 ao longo dos dias e deve-se dar destaque as maiores temperaturas do dia 30/10, a Figura 23 apresenta a umidade relativa do ar e a Figura 24 apresenta o índice de radiação solar. 
Fig. 22 Variação da temperatura em Bento Gonçalves nos dias de campo (INMET, 2011).
	
	
 Fig. 23 Umidade relativa do ar em Bento Gonçalves nos dias de campo (INMET, 2011)
Fig. 24 Radiação solar em Bento Gonçalves nos dias de campo (INMET, 2011)
O processo da entrada da frente fria, no Rio Grande do Sul e a sua evolução ao longo dos dias da saída de campo está bem visível nas Figuras 25, 26, 27 e 28. Como se pode perceber, na Figura 26, às 2h00 (5h00 UTC) do dia 01/10/2011, há uma maior concentração de nuvens no estado. Em Bento Gonçalves e na região neste horário ocorreu ventos fortes e temporais, hora em que a frente se encontrou com a massa de ar quente que até então predominava.
 Na cidade de Carlos Barbosa estava ventando, produzindo uma sensação térmica de frio, mas a temperatura estava em 15° C e a umidade relativa chegou a 86,8%. Em Caxias do Sul, a quantidade de ventos era bem maior, e no parque da Festa da Uva era insuportável, isso também se deve a altitude (760 a 800 m) e condições topográficas da região.
	A partir da análise dos gráficos pode-se constatar que as variáveis estão diretamente relacionadas, uma vez que, quanto maior a umidade do ar, maior é a probabilidade de chuva, pois a chuva pode ser considerada o limite da saturação do ar, assim como a radiação solar tende a aumentar a temperatura, que por sua vez, é influenciada pela altitude e quanto maior a temperatura, maior é o deslocamento dos ventos, já que estes tendem a se deslocar de uma área mais fria (alta pressão) para uma área mais quente (baixa pressão). 
 
Fig. 25 Deslocamento da frente fria no dia 30/10/2011 Fig. 26 Deslocamento da frente fria no dia 01/10/2011 
às 9h45 UTC (REDE DE METEOROLOGIA DA às 5h00 UTC (REDE DE METEOROLOGIA DA
AERONÁUTICA, 2011).	 AERONÁUTICA, 2011). .Fig. 27 Deslocamento da frente fria no dia 01/10/2011 Fig. 28 Deslocamento da frente fria no dia 02/10/2011, às 22h 00 UTC (REDE DE METEOROLOGIA DA às 12h UTC (REDE DE METEOROLOGIA DA
AERONÁTICA, 2011). AERONÁTICA, 2011).
4.2 Usina do Gasômetro
A Usina do Gasômetro (Figura 29) é também um espaço público de propriedade pública que foi revitalizado, tendo sido utilizado pela Usina a base de carvão mineral que fornecia energia elétrica no período de 1928 até 1974, sendo um projeto, máquinas e matérias todos procedentes da Inglaterra. Na época o local recebia o nome de “Praia do Arsenal” e logo a seguir havia outra Usina de Gás, sendo popularmente designado o trajeto como Usina do Gasômetro. Quando da sua desativação, a Prefeitura pretendia a demolição da edificação visando a passagem de uma avenida, sendo impedida por um grupo de moradores em 1989 o espaço foi definido como ESPAÇO CULTURAL DO TRABALHO, sendo que em 1991 até os dias atuais, existem diversas atividades culturais, possui cinemas, comércio para o público, com um movimento intenso durante a semana e fechado nos finais de semana. Há um acordo entre o Estado e empresas particulares como a Pepsi, que anunciam e fazem a reestruturação do local e lembrar que Porto Alegre não possui tratamento dos esgotos. Na área do gasômetro, tem espaço para a pesca esportiva e o Lago Guaíba oferece o transporte hidroviário de passageiros e mercadorias e o remo considerado um esporte popular em Porto Alegre que vista da ilha (bairro Arquipélago) tem outra visão (PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 2011).
				 Fig. 29 Usina do Gasômetro
Os professores citaram sobre a direção dos ventos, argumentando sobre a técnica de uma bússola, GPS (esperar ao menos 20 segundos para maior clareza, pois é preciso esperar pegar o sinal dos 4 satélites) ou o uso de uma biruta como foi verificado no aeroporto de Caxias do Sul, bandeira, observar a direção do fluxo d’água na calmaria do lago, mesmo uma folha, o magnetismo tende a indicar o norte.
Existem propostas para a duplicação da Avenida Beira Rio em função da Copa do Mundo, trata-se de uma artéria bastante movimentada e que em dias de jogos ela torna-se uma via de única mão, ou seja; antes de jogo os veículos somente se dirigem no sentido para o estádio e no final do jogo, somente retornando e observa-se que está num ponto mais elevado como o muro da Av. Mauá que fazem parte de uma série de medidas visando a contensão das cheias.
O local onde está assentada a cidade de Porto Alegre trata-se de uma Península, sendo aqui a ponta da Península que é a parte que está aterrada, podendo ter-se a vista de uma parte da zona sul e pouco do Rio Jacuí. Deste local tem-se a visão de diversos prédios administrativos como o Chocolatão que abriga a Receita Federal, centros administrativos como o INCRA, câmara de vereadores; na frente o Parque da Harmonia, local construído com o intuito de abrigar atividades referente a tradição gaúcha, foi palco do I Fórum Social Mundial e recentemente aconteceu o Acampamento da Semana Farroupilha, o Museu Iberê Camargo. A Vila Chocolatão que se localizava próxima, tratava-se de uma população de baixa renda, foi removida para um local que dista há13 quilômetros, atitude contestada pela Associação de Geógrafos do Brasil, seção Porto Alegre, fornecendo laudo técnico que subsidiou os advogados e moradores para que fossem ressarcidos pelos danos sofridos. Atitude considerada um tanto arbitrária, sendo esta atitude considerada pelos órgãos públicos como uma melhoria, o que não se discorda por inteiro, mas alguns questionamentos merecem considerações. Percebe-se que em nome da Copa do Mundo, muitas coisas se busca modificar e com uma ação muito rápida, o que normalmente acontece. Em tempos passados agir de forma arbitrária era comum, hoje existem algumas ações que amparam essa população, como estabelecimento de limites para deslocá-las, as condições em que se encontravam as casas que eram oferecidas eram precárias, algumas nem tinham sido construídas ainda.
O Guaíba é considerado um lago, concentra a vazão de 5 rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos e Gravataí que desembocam no Delta do Jacuí, formando o Lago do Guaíba, a partir do Gasômetro; não é rio, é um paleo estuário (um dia já foi mar). 
O nome Guaíba é de origem indígena e designa “a baía de todas as águas” e no período de 70/80, foram motivos de forte ação ambientalista devido à forte poluição causada por diversas empresas em especial a Borregaard (DEFENDER, 2011), fabricante de celulose localizada em Guaíba que depositava seus dejetos no rio e isso exalava um odor muito forte para toda Porto Alegre.
O lago tem sua importância na questão climática, uma vez que o meso clima (corresponde a uma situação particular do macro clima) urbano, (embora considerado contraditório) ao se considerar o urbano como ilha de calor. O lago por sua lâmina d’água e seu movimento e o parque pela sua arborização irradiando frescor são considerados micro clima (considerada uma pequena área que difere oferece algumas condições que diferem do exterior) e que absorvem e irradiam os raios solares de maneiras diferentes, contribui para diferenças na temperatura , formando pequenos núcleos de alta e baixa pressão contribuindo para o deslocamento do ar, uma vez que o ar frio pressiona o ar quente. Como os raios solares aquecem durante o dia, é natural que tenhamos o urbano mais aquecido durante o dia e menos aquecido durante a noite, uma vez que as águas se aquecem menos que a terra teremos bolhas de baixa pressão e que o vento vindo do lago traria um ar mais fresco, chamadas de maritimidade. Durante a noite, não havendo radiação, a terra perde grande parte do calor e o calor das águas que se aqueceram ao longo do dia oferecem uma brisa lacustre marítima, assim podemos dizer que existem micro climas dentro de um meso clima urbano.
Entrando pela “Rua da Praia cujo nome real é Rua dos Andradas considerada uma das mais antigas da cidade”, ao adentrá-la encontra-se casas velhas, prédios históricos como a Casa de Cultura Mário Quintana, Museu do Comando Militar do Sul (Figura 30), Marinha, Quartel General (Figura 31), Exército podendo ser considerado um território e depois da praça a rua continua como sendo outro território com um comércio intensificado, galerias, Shopping rua da Praia, restaurantes, cafés, edifícios elevados com salas comerciais diversas. O centro de Porto Alegre conjuga uma metáfora de William Shakespeare:
 
“O tempo é muito lento para os que esperam
 Muito rápido para os que tem medo
 Muito longo para os que lamentam
 Muito curto para os que festejam
 Mas, para os que amam, o tempo é eterno” .
 
 Fig. 30 Prédio do Comando Militar do Sul Fig. 31 Prédio do Quartel General
 
Verificou-se muita atuação com grafites (Figuras 32, 33, 34 e 35) que no sentido etimológico remete a “gráficos” que são sinais diversos impressos nas paredes e muros que tem significados e muitos não conseguimos decifrar. Antes condenada pela sociedade, hoje ela ainda pode ter essa representação em determinado momento, sendo considerada uma forma de protestar, mas também remete a arte, sendo uma expressão política, pode remeter uma nova forma de comunicação urbana, uma forma de intervenção visual, revela a multiterritorialidade, demarcação de território. Revela que alguns grupos estão tentando se comunicar, a exemplo do que houve uma época de rebeldia mais acentuada e que houve um grafiteiro chamado Toniolo que se destacou e um grupo adotou o nome para sua gangue, assim como a Gangue da Matriz se identifica com a Praça onde se encontram os principais poderes, tendo sido motivo de notícia no Brasil, onde Toninho Crocco protesta numa música algumas ações de políticos. Em Porto Alegre, foi desenvolvida como “Arte do grafite” no prédio do Escritório Municipal de Turismo”, onde grafiteirospintaram a fachada do local retratando os pontos turísticos, trouxe uma atração maior para a capital (PORTO ALEGRE, 2011). Em contrapartida, há um apelo, segundo, Armindo Trevisan (um crítico da arte, teólogo, poeta e também um questionador da ecologia) em que ele busca se comunicar com quem grafita em qualquer espaço provocando a poluição visual, convidando-os a serem mais claros sobre o significado de suas inscrições e faz um apelo:
“Grafiteiros de Porto Alegre, vocês fazem parte de nossa comunidade. Vocês não podem considerar-se excluídos. Não cultivemos, pois, sentimentos dúbios! Não deixemos que emoções anárquicas, ou até anti sociais, se infiltrem em nós”. 
 
Fig. 32 Presença de grafite na cidade Fig. 33 Presença de grafite na cidade 
 
Fig. 34 Presença de grafite na cidade Fig. 35 Presença de grafite na cidade
4.3 Cais do Porto
O cais do Porto é constituído pelo Cais Mauá, Navegantes e Marcílio Dias, considerado o maior porto do Brasil, com uma extensão de 8.028 km de área de costa, onde estão construídos 25 armazéns com área construída de aproximadamente 70 mil m2, tendo uma área total de aproximadamente 450mil m2. Partem deste porto: “soja, celulose, boina de ferro/aço, máquinas e aparelhos elétricos, contêiner cheio, contêiner vazio, petróleo cru, óleo diesel, óleo combustível, benzeno, tolueno e xileno”; entram neste porto: “trigo, sulfatos diversos, fertilizantes fosfatados, fertilizantes potássicos, papel-jornal, fertilizantes nitrogenados, uréia, contêiner cheio, contêiner vazio, nafta, petróleo cru, gasolina comum, propeno e etileno”. O acesso ao cais pode ser realizado através das hidrovias, rodovias, ferrovias. (SUPERINTENDÊNCIA DE PORTOS E HIDROVIAS; WIKIPEDIA, 2011)
O Cais Mauá não exerce mais a função para o qual foi construído (uso portuário), pois devido ao grande problema enfrentado pelo acesso terrestre onde era necessário que veículos circulassem para entrega e recepção de suas mercadorias, tornou-se inacessível, tendo sido deslocado suas funções para o Cais Navegantes para onde alguns galpões foram transferidos. Após algum tempo em que os galpões se encontravam sem ocupação específica, ocorrendo algumas festas rave e outros o estilos de festa, o local foi então ressignificado, tornando-se um local para algumas atividades culturais como a Feira do Livro, Bienal do Mercosul, exposição de artes. Existe um projeto para revitalização sendo discutido, onde estão previstas as seguintes mudanças:
Os armazéns seriam reformados e destinados a lojas, bares e restaurantes. As paredes de alvenaria seriam removidas e substituídas por vidros, o que possibilitaria admirar a paisagem do Guaíba. As principais construções, no entanto, ficariam nos dois extremos. Perto da rodoviária, seriam erguidas duas torres comerciais para escritórios e estacionamento. Na outra ponta, perto da Usina do Gasômetro, está previsto um hotel, um shopping e um centro de convenções (SKYSCRAPERLIFE, 2011).
O muro da Mauá que foi construído contra as cheias após a enchente de 1941, dentro da proposta é que seja extinguido e passe a ser de uso comercial e lazer como relatado acima.
“No período de 10 de setembro até 15 de novembro, o Ministério da Cultura apresenta BIENAL DO MERCUSUL Ensaios de Geopoética”, sendo que o grupo foi dividido em três grupos para a visitação aos galpões onde haviam as exposições. 
A 8ª Bienal do Mercosul está inspirada nas tensões entre territórios locais e transnacionais, entre construções políticas e circunstâncias geográficas, nas rotas de circulação e intercâmbio de capital simbólico. O título se refere às diversas formas que os artistas propõem para definir o território, a partir das perspectivas geográfica, política e cultural” (8° BIENAL DO MERCOSUL, 2011).
“Geopoéticas – Exposições nos Armazéns A4, A5 e A6 do Cais do Porto tem exposições de artistas com artistas que colocaram em cheque a noção de nacionalidade, mostrando diversas formas de medir e representar o mundo. Algumas micronações – pequenas nações com ou sem território –também fazem parte desta exposição como zonas de autonomia poética – ZAPs” (8° BIENAL DO MERCOSUL). 
No Galpão A acompanhados da mediadora antropóloga Luciana de Melo, foram vistos quadros de um artista plástico que retratava paisagens referindo-se ao movimento Zapatista no sul do México, região de montanhas e difíceis de penetração, onde cada quadro remete a período histórico e lugares diferentes da questão territorial onde realizaram a reterritorialização acompanhados de uma orquestra com uma marcha fúnebre. O autor das obras teve pessoas da família que morreram no conflito; outras representações estavam presentes no mesmo galpão.
4.4 Centro/Zona Sul – Morro da Polícia
Na Rua Augusto de Carvalho, passando em frente a sede da RGE , pelo antigo sambódromo que foi transferido para “avenida Plínio Kroeff, Porto Seco, Zona Norte, tendo recebido um investimento de R$ 45 milhões; pista de desfiles com 329m de comprimento/16m de largura (10m na areado desfile; pista de pré-desfile (concentração) com 180m de extensão; estacionamento para 400 e 320 (EPTC) veículos; arquibancadas para 9.750 pessoas; camarotes para 1,4 mil pessoas; camarote-bar para 1.200 pessoas; 40 frisas (com 8 cadeiras) cada para 320 pessoas; capacidade total: 12.670. Isso não significa que durante uma noite de desfile transite apenas esse contingente de visitantes pelo Complexo Cultural Porto Seco. A Brigada Militar estima esse total em 20 mil, sem contar os profissionais que trabalham no evento. Isso se explica pelo fato de que a Praça de Alimentação tem acesso gratuito e reúne em torno de 7 mil pessoas por noite. A isso se soma o fato de que um grande número de integrantes das escolas se apresenta pelo menos em dois locais nestas noites, o que provoca um rodízio de público” (WIKIPEDIA, 2011). 
Seguindo na Avenida Beira Rio, tem se vista para parque de lazer, pista de skate, vista do Guaíba com navegação a vela no sul onde estão três grandes clubes, ideal para o remo no delta por não ter vento; avistam-se hotéis de alto padrão, Moínhos Shopping, as instalações do Sporte Clube Internacional sendo um estádio muito grande com uma infra-estrutura para diversas atividades e estacionamento com uma série de melhorias sendo previstas onde está poderá se realizar alguns jogos da Copa do Mundo estando em negociações com a Construtora Andrade Gutierres. No morro Santa Tereza onde estão as sedes das emissoras de televisão; vista do museu “Fundação Iberê Camargo criada em 1995, um ano após a morto do artista, com o objetivo de preservar e divulgar sua obra” (FUNDAÇÃO IBERE CAMARGO, 2011), vistas do espaço Portal do Estaleiro, local onde consertavam barcos ficou abandonado, posteriormente a Prefeitura vendeu para uma empresa que pretende construir um conjunto de 12 obras segundo o professor Dilermando, sendo que encontrou-se uma referência citando “a construção de um complexo arquitetônico (6 prédios) de 6 mil metros quadrados na área do Estaleiro só” previstos para 2012. Diversas entidades se posicionam contrárias ao projeto, onde inclusive a AGB POA se inclui, uma vez que recentemente a Via Caí foi retirada do local com a justificativa de que não era local para moradias, agora isto passa a ser esquecido. Justificativas das entidades para se posicionarem contrários: “questão ambiental”, uma vez que que a construção vai impedir que os raios solares irradiem sobre as residências já existentes nas proximidades,os ventos serão impedidos de circulação e aumento da contaminação das águas sendo que os esgotos são “pluviais”; a “questão urbanística”, devido ao aumento do trânsito que já se encontra prejudicado em função do Shopping Barra Sul; “vocação da Orla – laser e recreação é a vocação de qualquer orla do mundo. A construção do empreendimento inviabilizaria a implantação da umgrande Parque , que é um anseio da população, independentemente de classe social. A Orla do Guaíba pertence a toda população da cidade”,”questão ética e legal”, pois quando a área foi vendida, quem comprou pagou um preço menor por que já havia o impedimento para a construção residencial através de lei e fazendo uma mudança de tal lei significa enriquecimento de alguns (KIMINDAS, 2009).
Saindo da Orla, observa-se o Hipódromo do Cristal e obras da Copa do Mundo, onde muitas famílias sofrerão remoção e seguindo vamos para a Zona Sul. Passando atrás do morro Santa Tereza, posteriormente a Vila Cruzeiro que assim se denomina não sendo chamado de favela, não sendo um caminho turístico e que se trata de um complexo de vilas entre os bairros Cristal, Medianeira, Nonoai e Santa Tereza (CUFA, 2011). Alguns jovens e crianças jogando futebol num terreno baldio e noutro local jogando na rua, pois normalmente não existe espaço para esportes e recreação como no centro de Porto Alegre, é um complexo pagodeiro, possui bastante igrejas na sua maioria pentecostais, algumas unidades de saúde, uso da tração animal para o transporte e devem ser emplacadas, sinais de pequenas culturas de vegetais, habitações precárias e muitas construídas em área de risco,difícil acesso e com materiais precários como papelão, restos de madeiras, telha, aglomerado, poucas calçadas, algumas lages, deixando claro a noção de um outro território, diferente das condições encontradas no centro e zona norte da cidade, muito presente também na forma de vestir e calçar. Ações pública normalmente buscam remover as famílias destes locais o que nem sempre está correto, pois há toda uma relação do indivíduo com o local onde vive, como relações de parentesco, compadrinhagem, amigos, vizinhos, a comunidade, o time de futebol, entre outras coisas que devem ser mantidas visando o lado afetivo. São necessárias atitudes de melhorias das condições de vida adotando outras formas em que o indivíduo possa se estabelecer e viver em condições mais dignas. 
Passando pelo estádio Olímpico do Grêmio Futebol Porto Alegrense, edificação deverá ser demolida nos próximos anos, uma vez que já houveram negociações entre o Grêmio que fez a doação do estádio para a empresa Construtora OAS que está construindo a nova Arena, negociações estas muito contestadas, pois existem várias versões entre elas de que se trata de um estádio antigo sem infra-estrutura adequada, envolvendo questões políticas internas e externas. A nova Arena em construção em outro local, onde o clube acertou usar o novo espaço a título de empréstimo, uma vez que será de propriedade da OAS durante 20 anos.
“O Morro da Polícia ou Morro da Embratel” assim denominado o “Morro da Glória”no bairro de mesmo nome, possui uma altitude aproximada de 287 metros a leste de, no topo tem-se a visão da diversidade de antenas de rádio,televisão e Cia telefônicas instaladas e em tempos passados, haviam “um restaurante e um pequeno parque de diversos, mas atualmente nada mais existe, a não ser o mirante de onde é possível avistar quase toda a zona norte de Porto Alegre, o lago Guaíba,as cidades do outro lado do lago, e ainda uma boa parte da zona sul da cidade” (WIKIPEDIA, 2011).
Na base do Morro da Polícia estão a Academia civil e militar, encontramos um ônibus do turismo de Porto Alegre, sendo que habitualmente o morador daqui não costuma fazer o turismo e não conhece muitos lugares. Entrando na Oscar Freira, tratando-se de uma radial monocêntrica, adiante está a Avenida Aparício Borges (uma das perimetrais). A zona sul tem um relevo ondulado, concentração de vegetação, movimento de massa e ocupações em quase toda a encosta, região de clínicas de recuperação de dependentes químicos e psiquiátricos. Atravessando a perimetral, logo na Estrada ou Avenida do Trabalhador, rodovia criada no Governo Colares, faz ligação com a Restinga até o Município de Alvorada, facilitando o transporte, mas havendo algum bloqueio, é preciso fazer um desvio muito grande. Eram 15:00 e o ônibus não teve acesso até o ponto onde se desejava chegar, pois AA maioria das ruas são muito estreitas, sendo que o retorno até a rua principal foi realizado com o veículo andando em marcha ré por extenso trajeto por falta de condições para manobra de retorno, então o roteiro então foi conduzido para a Ilhas do Delta do Jacuí. Puderam-se observar muitas crianças e adultos na rua, condições de habitação muitíssimo precárias.
4.5 Bairro Arquipélago
Seguindo pela Avenida Bento Gonçalves, vista das PUC – Pontifícia Universidade Católica, cruzando a Ipiranga sentido norte, vista do Jardim Botônico que é dirigido por uma geógrafa, seguindo em direção a Avenida Protásio Alves e entrando na Av. Carlos Gomes (Perimetral) numa área mais elevada, Av. Nilo Peçanha que conduz ao Iguatemí, trata-se de uma área de novos ricos.
Algumas pessoas têm a sensação de estar mais seguras nesta área por se tratar de um ambiente de muito melhores condições, um padrão mais elevado, onde se encontram inclusive redes de farmácias que são franquias, como a Farmácia Raia, não vista nos outros bairros,no entanto a sensação de segurança é enganosa. Segundo o professor Dilermando, isto é melhor esclarecido na geografia com as expressões TOPOFOBIA (medo) E TOPOFILIA (estabilidade). Avenida Cristóvão Colombo é uma zona plana, trata-se de uma área de vocação para o comércio (diversificado), Shopping Total com diferença para outros shoppings, tendo lojas voltadas para a rua; houve uma ressignificação, onde era a antiga indústria da Brahma, que mudou para o município de Viamão/Águas Claras devido a diversos fatores, pois onde se encontrava, o acesso estava prejudicado, no outro lugar, também tem melhor acesso à água, a questão ambiental, uma vez que estava em área de elevada concentração demográfica e os resíduos (da chaminé) estavam comprometendo o ambiente.
Na Avenida Farrapos/Garibaldi, a prostituição tanto na rua quando em boates são evidentes dioturnamente, muita sujeira; Estação Rodoviária, com um fluxo intenso tanto interno quanto externo, com possibilidade de mudança para um local de melhor acesso uma vez que se localiza no centro de Porto Alegre; passando pela antiga Vila dos Papeleiros onde algumas demonstram melhorias, mas na sua maioria muito precárias; entramos numa elevação também construída com a finalidade de contar as cheias e um complexo de pontes e viadutos.
Sobre a Ponto do Guaíba avista-se a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes padroeira dos navegantes que realiza anualmente em 02 de fevereiro a grande “Festa de Navegantes em Porto Alegre”, reunindo um número significativo de pessoas de uma diversidade de crenças religiosas especialmente “afro-brasileiras”. Antes de ocorrer o naufrágio do Barteau Mouche em 1988 no Rio de Janeiro, este evento com a imagem da santa era realizado pelas águas através de barcos a partir do Cais do Porto até a Igreja, posteriormente a Capitania dos Portos adotou como medida de segurança a sua suspensão, mesmo assim o evento se desenvolve por terra iniciando na “Igreja Nossa Senhora do Rosário” (centro) seguindo o mesmo destino (WIKIPEDIA, 2011).
A ponte é um conjunto de quatro pontes da travessia Régis Bitencourt com extensão de 7,7 km esta denominação de “Ponte Travessia Régis Bitencourt (Getúlio Vargas); possui duas faixas da BR-290; cruza o Lago Guaíba no Município de Porto Alegre – RS – Brasil;maior pilar tem 43 metros; maior vão livre 58 metros que é içado para possibilitar a passagem de vários navios de grande porte; comprimento total 1,1 km; tráfego de 30 mil carros/dia numa altura máxima de 24 metros; suporta 400toneladas de peso; abertura em 28 de dezembro de 1958; coordenadas 29º 59’S 51º 12’W”. Protestos ocorrem com freqüência, pois quando é içada, o trânsito pára por longo tempo, tendo sido observado que entre o período de 2002/2007, considerando o tempo parado, somando-se considera-se que a metade sul do Estado esteve isolada por 40 dias. Há previsão de se construir outra ponte, havendo um acordo entreo Estado e empresários. Faz a ligação com o sul do Estado, na intersecção das rodovias BR-116 e BR-290, sendo que a sua rota é semelhante a “aproximação da cabeceira 11 do Aeroporto internacional Salgado Filho” (WIKIPEDIA, 2011).
Passando pelo vão móvel, seguiu-se para o Arquipélago, passando-se pela Ilha do pavão, Ilha dos Marinheiros, Ilha das Flores chegando a Ilha da Pintada que são um arquipélago denominado Bairro Ilha dos Marinheiros, formadas pelos sedimentos carregados e depositados pelo rio, área do Alto Jacuí que forma o Lago do Guaíba. Nas Ilhas, observou-se também a precariedade das casas, talvez as piores condições encontradas em sua maioria, os cavalos são suas ferramentas de trabalho para puxar as carroças na coleta do lixo que é coletado, sendo normalmente a única ou principal fonte de renda; numa delas foi realizado um documentário intitulado Ilha das Flores ou Ilha dos Marinheiros, uma das mansões pertence a apresentadora Xuxa Meneguel, outra ao ator global Walmor Chagas e outros mais. Vistas para o conjunto das quatro pontes, Alto Jacuí, chaminé do Pólo Petroquímico e do Parque Estadual, Morro da polícia; uma das principais atividades exercidas na área do Delta é a extração de areia vista próximo a Eldorado do Sul que é também chamada de Picada Norte onde observa-se casas com muros elevados e pintados, tratando-se de residências (mansões) de pessoas abastadas onde normalmente só moram nelas nos finais de semana, tendo a frente voltada para o rio devido ao deslocamento através da hidrovia usando iate e lazer a beira do lago. Sendo, portanto uma contradição a maioria da população ali residente. Existem “muitos mundos” dentro de um único mundo, onde “existem paralelos” (WIKIPEDIA, 2011) entre dois extremos. Há um canal separando a Ilha da Pintada com a Picada Norte. Questiona-se sobre o impacto causado ao ambiente relativo a ocupação, vendo-se que a população carente depende deste espaço para sobreviver onde muitos ainda conseguem pescar e plantar enquanto que os ricos impactam devido ao tamanho das suas construções, o local que ocupam é temporário havendo uma relação diferente com o espaço, pois dificilmente se relacionam com a comunidade e quando o fazem, talvez seja unicamente para tornarem-os seus servos.O local anteriormente era uma APA – Área de Proteção Ambiental “é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais” tratando-se de uma legislação mais flexível. Determinadas áreas são APP- Área e Preservação Permanente, onde a legislação é mais rígida “são áreas de grande importância ecológica, cobertas ou não por vegetação nativa, que tem como função preservar os recursos hídricos,a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade,o fluxo gênicos de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar as populações humanas. Como exemplo de APP estão as áreas de mananciais,as encostas com mais de 45 graus de declividade,os manguezais e as matas ciliares. Essas áreas são protegidas pela Lei Federal número 4.771/65 (alterados pela Lei federal número 7.803/89)” (WIKIPEDIA, 2011). A ilha exerce um papel muito importante para a metrópole quanto a questão climática amenizando a temperatura devido a diferença de irradiação e absorção dos raios solares; biogeográfica na preservação de espécies animais e vegetais; hidrológica na manutenção dos níveis de água uma vez que todos os rios que cruzamos vindo para Porto Alegre, desde Passo Fundo,desembocam aqui trazendo consigo os resíduos das mais diversas atividades econômicas desenvolvidas e muitas vezes não tratados adequadamente, muitas vezes provocando a morte de peixes. Podemos dizer que o Delta do Jacuí e o Lago do Guaíba refletem todas as incoerências cometidas pelo homem nos municípios de origem e trajeto dos rios que aqui deságuam, sendo este um dos fatores que contribuíram para a atividade da pesca artesanal perdesse a importância que desempenhou anteriormente. A ilha ainda tem lugares em que o visitante vem nos finais de semana comer um peixe na taquara, mas em menor intensidade, uma vez que anteriormente a pesca mantinha inúmeras famílias da ilha; atualmente os pescadores vão pescar lixo para minimizar a poluíção. O IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano tem seu percentual determinado de acordo com o seu município e locais não regularizados não o pagam. Na fala do professor Dilermando, algumas dessas áreas visitadas na ilha, no Morro da Polícia não possuíam energia elétrica apesar de estarem lado a lado com um lugar que tem clube de iate, residências com um trapiche particular e outra casa sem acesso, fato mais evidente em região de maior concentração de população como no caso da periferia da região metropolitana. 
Um dos professores de Chapecó falou a respeito da ocupação dos espaços e das relações que se estabelecem em Porto Alegre, mais populosa que as cidades de onde nos originamos, onde aqui não somos reconhecidos; havendo pelo menos duas Porto Alegre, uma norte e outra sul mediadas pelo centro, onde muitos saem de uma das pontas passando pelo centro e vão trabalhar na outra ponta mas não se relacionam com o centro; outros não conseguem se deslocar ou se sentem impedidos deste deslocamento por medo ou não ter como se deslocar. O Bairro Bom Fim, antes boemia, agora mais residencial, havendo entre todos os bairro e o centro grandes contrastes e ao mesmo tempo uma mistura de tudo.
A Prefeitura de Porto Alegre, institui unidades de paisagem que estão definidas através do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (WIKIPEDIA, 2011) - sintetizado a seguir:
a) Macrozona I - Centro Histórico/III Perimetral – Incentivo a miscigenação e proteção ao patrimônio cultural;
b) Macrozona II – Corredor de desenvolvimento – entre BR-290, Av. Sertório e Av. Assis Brasil integrando o Aeroporto e Ceasa;
c) Macrozona III - Cidade Xadr~ez –Av. Sertório, Cidade da Transição norte/sul e entre a III Perimetral e o limite do município oeste/leste – preencher vazios;
d) Macrozona IV – Cidade da Transição – Cidade radiocêntrica e Cidade jardim – residencial, baixa densidade demográfica – Cavalhada/Tristeza;
e) Macrozona V – Cidade Jardim – Unifamiliaridade e preservação do natural – Orla do Guaíba;
f) Macrozona VI – Eixo Lomba/Restinga – Estrada oão de Oliveira Remião e João Antônio da Silveira – Miscigenação e ocupação de baixa renda;
g) Macrozona VII – Restinga – residencial zona sul com parque industrial da restinga interligando com o Corredor da Produção;
h) Macrozona VIII – Rururbana – Patrimônio natural, lazer, turismo, residencial, setor primário – Belém Velho, Belém Novo, Lami, Morro da Companhia, da Polícia, Terezópolis, Tapera, Aberta e |Ponta Grossa.
i) Macrozona IX – Delta/Jacuí.
As zonas foram identificadas avaliando o desenvolvimento e particularidades de cada uma. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	
	A partir da saída de campo realizada pelas turmas de Geografia de Erechim e de Chapecó com direção a Porto Alegre, passando pelas cidades de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul e Nova Petrópolis pode-se constatar e analisar as origens dos mais variados elementos que constituem a Geografia Econômica e da População e da Climatologia. Em suma, foi bem observável a relação das tradições e cultura, tanto da italiana em Caxias do Sul como da Alemã em Nova Petrópolis, com as atividades econômicas que elas desenvolveram no início da colonização e que ainda desenvolvem, embora, atualmente, com grande valorização econômica. Também foi elucidada a influência do clima em certas atividades, como para o cultivo da uva e produção do vinho e na operação do Aeroporto em Caxias do Sul, e dos componentes climáticos na constituição do clima em uma escala

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