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CHOQUE HEMODINÂMICO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E MEDICINA LEGAL DISCIPLINA DE PATOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM Caroline Mattos Larissa Rodrigues Vívien Cunha Fortaleza, 2014 1 O que significa choque? • Conhecido, também, como Síndrome de insuficiência circulatória aguda e colapso vascular agudo. CHOQUE Colapso agudo após episódio traumático Reduz perfusão tecidual Suprimento de O2 inadequado aos tecidos. Inabilidade dos tecidos em utilizar adequadamente o O2 aportado. Denominado, também de Síndrome de Insuficiência Circulatória Aguda ou Colapso Vascular agudo. OU Metabolismo celular alterado/ Morte celular/ Disfunção ou falha dos órgãos. 2 O que acontece no organismo? Estado clínico de déficit circulatório agudo, grave e generalizado, resultando em hipóxia celular OBS: Em choques não graves ou em fases iniciais, o próprio organismo é capaz de reverter o choque!!! Redução da perfusão tecidual Hipóxia Respiração anaeróbica Acidose metabólica. 3 Entendendo a classificação do choque Base da classificação dos tipos de choque Mecanismos Fisiológicos e Patológicos. CLASSIFICANDO Choque cardiogênico Insuficiência da bomba cardíaca Causado por interferências com o fluxo sanguíneo e retorno venoso. Choque Vasculogênico Aumento agudo da capacitância do leito vascular sem perda do volume intravascular Causado por paralisia vasomotora e agentes vasoativos de anafilaxia. Choque hipovolêmico Redução aguda do volume sanguíneo circulante para fora do espaço vascular causado por hemorragia( externa ou interna) e hemoconcentração, como queimaduras. 4 Estágios do Choque 3 Estágios 1- Não progressivo ou compensatório nesse estágio, mecanismos fisiológicos podem reverter o choque se a causa inicial não for grave. A reversão do choque se dá por reflexos compensatórios que entram em ação para manter a perfusão dos órgãos. Dessa forma, nesses estágios de choque não há alterações da pressão arterial ou do débito cardíaco. 2- Estágio progressivo ou de hipoperfusão tecidual nesse estágio, também chamado de choque descompensado, caracteriza-se pelo aparecimento de ciclos viciosos que levam à deterioração progressiva da microcirculação e da perfusão tecidual. 3-Estágio irreversível ou de lesão celular nesse estágio o choque é irreversível, uma vez que há lesões em todos os parênquimas vitais. Nesses casos, mesmo com a remoção da causa do choque e a plena reposição da volemia, a morte do organismo é inevitável. 5 Mecanismos de compensação • Hipote Primeiro Estágio 1-Reflexos Simpáticos Resulta em: Constrição arteriolar sistêmica da resist. Periférica. Constrição das grandes veias do retorno venosos. da frequência cardíaca 6 2- Formação de angiotensina Hipotensão ativação do sist. Renina angiotensina aldosterona. Reduz perfusão renal Secreção de renina Leva a formação de angiotensina II. Vasocontrição arteriolar e redução da excreção de Sódio e água. 7 3- Formação de ADH Efeito vasoconstritor direto Diminuindo a excreção de água pelos rins. Aumenta a resistência periférica. Colabora para reposição da Volemia. 8 Patogênese- Considerações hemodinâmicas Há pouco entendimento da patogênese do choque Considerado, ainda um “desafio” Há dois mecanismos homeostáticos hemodinâmicos básicos. 1- Manutenção da pressão arterial e do fluxo sanguíneo. 2 Controle do armazenamento e distribuição do vol. sanguíneo para retorno venoso e Enchimento arterial. Sob domínio da microcirculação e do sistema venoso. 9 Microcirculação É a maior unidade corporal 90% de todos os vasos. Composta por ateríolas terminais, metarteríolas, capilares e vênulas coletoras, além de esfíncteres pré- capilares e anastomoses arteriovenosas. Arteríolas terminais e vênulas têm regulação autonômica simpática. • Os demais tem o tônus regulado por mecanismos de autoregulação controlada por O2 e metabolismo celular 10 Esfíncteres pré- capilaressensí- veissofrem relaxamento em Função do nas concentrações locais de íons H2 e K, CO2,bradicinina,N O, por exemplo. Contraindo quando a destas subst. E presença de catecolaminas. Porção escura Área vascularizada. Porção clara Capilares Isquêmicos. Microcirculação esquemática em condição de normovolemia Esquema: Microcirculação 11 ALTERAÇÕES NOS DIFERENTES ÓRGÃOS DURANTE O CHOQUE HIPOVOLÊMICO 12 CÉREBRO 13 CÉREBRO ÓRGÃO QUE MENOS SOFRE INTERFERÊNCIAS DAS VARIAÇÕES SISTÊMICAS DA VOLEMIA FLUXO SANGUÍNEO QUASE SEMPRE CONSTANTE REGULAÇÃO LOCAL (MECANISMO INTRÍNSECO) NÃO REGULADO PELO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO REGULADO POR AGENTES DA CIRCULAÇÃO OXIGÊNIO DIÓXIDO DE CARBONO PRÓTONS HIDROGÊNIO VASODILATAÇÃO NESSA REGIÃO DURANTE O CHOQUE 14 • Estudos recentes demonstram variações do fluxo sanguíneo em diferentes regiões do cérebro, na hipovolemia; • Favorecendo áreas onde se localizam os neurônios relacionados ao controle cardiovascular; • Pressão sanguínea em torno de 35mmHg mantida por mais de duas horas produz lesão irreversível no SNC CÉREBRO 15 PULMÕES 16 PULMÕES BASTANTE RESISTENTES À ISQUEMIA SENDO RARAMENTE AFETADOS NO CHOQUE HIPOVOLÊMICO PURO SEPSE TRAUMA ALTERAÇÕES IMPORTANTES PODEM OCORRER 17 INSUFICIÊNCIA PULMONAR PROGRESSIVA Também conhecida como Síndrome de Adaptação Respiratória do Adulto (SARA) ou “pulmão de choque”; Surge após trauma severo, sepse, grande cirurgia, insuficiência renal aguda ou cardíaca; AUMENTO DO LÍQUIDO EXTRAVASCULAR PULMONAR PERMEABILIDADE ENDOTELIAL EDEMA, EXTRAVASAMENTO DE FLUIDO E PROTEÍNAS REDUÇÃO DE SURFACTANTE. HIPOFUNÇÃO DOS PNEUMÓCITOS II Apesar da estabilização hemodinâmica, o agravamento da dificuldade respiratória com hipercapnia e hipóxia pode contribuir para a falência pulmonar e parada cardíaca. 18 RINS 19 RINS ‘ SEVERAMENTE AFETADOS PELO DÉFICIT DE PERFUSÃO INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA COM OLIGÚRIA/ANÚRIA E DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS • Responsável por ¾ de IRA. • Redução drástica do fluxo urinário (oligúria). • Urina torna-se escura, “cor de Coca-Cola” • Aumento de ureia e creatinina no sangue, paciente necessita de diálise. • há regeneração das células tubulares e retorno da função renal em uma semana. EM MAIS DE 24HR PODE OCORRER A NECROSE TUBULAR AGUDA 20 Em pressões abaixo de 50mmHg há uma redistribuição de fluxo nos rins, principalmente para a região medular 21 22 TRATO GASTRINTESTINAL 23 TRATO GASTRINTESTINAL ISQUEMIA INTESTINAL LESÕES NO EPITÉLIO E VILOSIDADES EXTENSAS ÁREAS DE NECROSE E ULCERAÇÃO COM HEMORRAGIA 24 Sinais Clínicos do Choque 25 Primeiro exame físico (rápido) Avaliar Perfusão periférica (cor das muscosas, tempo de enchimento capilar); Estado de hidratação; frequência e qualidade de pulso; pressão arterial; função renal, pulmonar e cardíaca; temperatura corporal e estado mental. 26 OBS.: Perda de cerca de 25% do volume circulanteestá associado com sinais clínicos moderados. Sinais Clínicos 27 . • ↓ do débito cardíaco; • ↓ da pressão arterial; • ↓ da pressão venosa central; . • taquicardia com pulso rápido e fraco; • déficit de perfusão periférica (pele e mucosas frias, descoradas e úmidas); • tempo de enchimento capilar aumentado (>2 segundos); . • redução da oferta efetiva de oxigênio associado a uma tendência de maior consumo efetivo; sede intensa; • ↓ produção de urina. 28 Terapêutica do Choque Estabilização da Hemodinâmica (Reposição da volemia) Procedimento de ressuscitação no choque descompensado (hipovolemia aguda) • administração de solução hipertônica de NaCl por via venosa → produz rápida expansão do volume intravascular por atração de fluidos intersticial e intracelular Em Hemorragias • Administração de sangue total; papa de hemácias associada à salina isotônica, plasma ou colóide. Choque por má perfusão renal • reposição volêmica e normalização da diurese. Fase pós choque • com restauração da volemia e normalização da diurese pode haver hipocalemia → adicionar KCl à solução de manutenção. 29 •Ventilação deficiente → agravamento do choque → relacionada com acidose respiratória e hipóxia (causada por obstrução aérea, trauma torácico, depressão dos músculos respiratórios e depressão do sistema nervoso central). •Suporte ventilatório (mecânico ou artificial – entubar paciente) Ventilação e Oxigenação •Com restauração da perfusão tecidual precoce → desequilíbrio ácido/básico é revertido com facilidade por → eliminação pulmonar de CO2 e metabolismo hepático do lactato tecidual •Acidose atingir níveis perigosos (pH menor que 7,1) → correção feita com NaHCO3 Equilíbrio ácido/básico •Em situações em que o quadro de oligúria persiste após reposição volêmica, é útil administrar Manitol ou Furosemida. Diuréticos 30 Drogas vasoativas Usadas quando a reposição volêmica não restaura adequadamente a pressão arterial. Vasoconstritores: • Adrenalina: indicada no choque anafilático e às vezes no cardiogênico. • Dopamina: determina vasoconstrição nos órgãos não vitais e dilatação do leito renal e coronariano, além de atividade inotrópica positiva (aumento da contratilidade cardíaca) sem atividade cronotrópica (não aumenta a frequência cardíaca). • Outros: Metaraminol; Fenilefrina 31 32 Monitoração Clínica durante o choque 33 Respiração Pulso Hematócrito (HCT) e Total de sólidos (TS) Pressão Venosa Central (PVC) Temperatura Variada; verificar em intervalos regulares Enchimento capilar Monitorização Cardíaca Pressão Venosa Central (PVC) Débito Urinário Pressão Arterial Gasometria e Equilíbrio Ácido/Base OBRIGADA! 34
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