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Plano de Aula: Aula 16 - Unidade 5 - Auditoria Atuarial LEGISLAÇÃO E GESTÃO ATUARIAL - GST1220 Título Aula 16 - Unidade 5 - Auditoria Atuarial Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 16 Tema Auditoria Atuarial: Auditoria Atuarial Independente e Auditoria Contábil Independente Objetivos Entender o que é auditoria atuarial; Diferenciar Auditoria Atuarial Independente e Auditoria Contábil Independente; Conhecer os requisitos legais da Auditoria Atuarial Independente e da Auditoria Contábil Independente. Estrutura do Conteúdo Auditoria Atuarial A Auditoria Atuarial tem como foco principal analisar as hipóteses biométricas, demográficas e financeiras, do regime financeiro e do método de financiamento das provisões matemáticas de uma empresa, visando a preservação do nível de solvência do plano. Desta forma, a auditoria atuarial visa avaliar a capacidade da empresa em cumprir os compromissos atuariais assumidos, com ênfase sobre o cálculo e constituição de reservas técnicas. A auditoria ampla incluindo a avaliação de solvência complementa o trabalho do auditor atuarial. Principais Aspectos da Auditoria Atuarial Verificar se o total de provisões está devidamente refletido no balanço da companhia Validar a base de dados usada no cálculo das provisões; Validar se a metodologia divulgada ao órgão regulador está sendo devidamente aplicada; Validar se a metodologia aplicada está coerente com o perfil da companhia; Base de Dados As bases de dados utilizadas para o cálculo das provisões matemáticas devem ser confrontadas e validadas com os registros oficiais da companhia; Incluindo, dados cadastrais de segurados, prêmios, sinistros, valores cedidos e recebidos a título de cosseguro e resseguro; Não podemos apenas extraí-los de uma fonte confiável; Documentar tratamentos realizados nas bases de dados para o cálculo das provisões Metodologia Utilizada pela auditoria Atuarial Revisar se a memória de cálculo utilizada pelo atuário responsável técnico segue a metodologia protocolada no órgão regulador; Verificar se a base de dados ?validada? está integralmente contemplada na memória de cálculo; Realizar Teste de Consistência; Se o atuário independente julgar necessário aplicar nova metodologia para verificar o valor da provisão; Diferença de resultados devem ser avaliados conforme a materialidade da auditoria das Demonstrações Financeiras. Auditoria Atuarial A Auditoria Atuarial independente constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer autônomo e imparcial sobre a adequação e a consistência das provisões técnicas e demais aspectos atuariais, consoante à legislação específica. O foco principal da Auditoria Atuarial é a análise quanto à coerência e consistência das h ipóteses biométricas, demográficas e financeiras do regime financeiro e do método de financiamento das provisões matemáticas. Além disso, contempla ainda o recálculo das reservas matemáticas, resumidamente, podemos dizer que se trata de um exame analítico que desenvolve as operações no período de referência. Desta forma, a Auditoria Atuarial é vista como um instrumento de proteção empresarial, pois é através dela que se analisa os cálculos e constituições das reservas técnicas para as entidades de previdência complementar, as seguradoras, os fundos de pensão, dentre outros, sendo possível avaliar a capacidade financeira para o cumprimento dos compromissos atuariais assumidos, posto isto, é importante que o auditor atuarial seja crítico, construtivo e capaz de indicar como conclusão as possíveis divergências encontradas bem como as alterações de modo de trabalho. A quem se aplica O serviço de Auditoria Atuarial deve ser contratado, principalmente, por entidades supervisionadas pela PREVIC (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) e pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados). Entidades supervisionadas pela PREVIC: Entidades Fechadas de Previdência Complementar. Entidades supervisionadas pela SUSEP: Sociedades Seguradoras, Entidades Abertas de Previdência Complementar, Sociedades de Capitalização e Resseguradores. Além destas, a Auditoria Atuarial aplica-se a outras organizações que possuam obrigações calculadas atuarialmente, tais como Operadoras de Saúde e Regimes Próprios de Previdência. A quem compete A Auditoria Atuarial é uma profissão que exige nível superior e é atribuição exclusiva de bacharel em Ciências Atuariais ou empresa do ramo atuarial. Ambos devem estar registrados junto ao Instituto Brasileiro de Atuária ? IBA. Resultados A Auditoria Atuarial deve expressar opinião, de forma clara e objetiva, através de Parecer, o qual pode ser classificado em função da natureza da manifestação nele contida, conforme disposto a seguir: Parecer sem Ressalva: é emitido quando o Auditor Atuarial está convencido sobre a adequação de todos os itens auditados. Parecer com Ressalva: é emitido quando o Auditor Atuarial conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição na extensão do trabalho não é de tal magnitude que requeira parecer adverso ou abstenção da opinião. Parecer Adverso: é emitido quando o Auditor Atuarial verifica que os pontos atuariais das demonstrações estão incorretos ou incompletos em tal magnitude que estejam incorrendo em graves consequências para o aspecto de solvência da organização, impossibilitando a emissão do parecer com ressalva. Parecer com Abstenção de Opinião: é emitido quando há uma limitação significativa na extensão dos exames do Auditor Atuarial, de modo que o impossibilite de expressar opinião sobre os pontos auditados por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentá -la. Com a revogação da Resolução CNSP nº 311/2014 seus dispositivos foram transferidos para a Resolução CNSP nº 321/2015. Esta Resolução define os procedimentos que serão adotados na auditoria atuarial realizada em sociedades seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais. As supervisionadas deverão designar: O atuário responsável técnico: pessoa física ou jurídica responsável pelo cálculo das provisões técnicas, pelas notas técnicas atuariais elaboradas em cumprimento ao disposto nesta norma e pelas informações atuariais apresentadas pelas supervisionadas à Susep, além de outras atribuições previstas em normas específicas; O diretor responsável técnico: pessoa física responsável por responder junto à Susep pelo acompanhamento, supervisão e cumprimento dos procedimentos atuariais previstos nas normas em vigor, além de outras atribuições previstas em normas específicas; e O diretor responsável pela contabilidade: pessoa física responsável pela contabilidade para responder, junto à Susep, pelo acompanhamento, supervisão e cumprimento das normas e procedimentos de contabilidade previstos na regulamentação em vigor, além de outras atribuições previstas em normas específicas. BOX INTERATIVO: Ainda sobre os responsáveis a Resolução CNSP nº 321/2015 exige que: O diretor responsável técnico será responsabilizado pelas informações prestadas e pela ocorrência de situações que indiquem fraude, negligência, imprudência ou imperícia no exercício de suas funções, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas na legislação em vigor. O diretor responsável pela contabilidade será responsabilizado pelas informações prestadas e pela ocorrência de situações que indiquem fraude, negligência, imprudência ou imperícia no exercício de suas funções, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas na legislação em vigor. As supervisionadas que não possuem Comitê de Auditoria deverão designar um diretor estatutárioque não contrarie as regras de acúmulo de funções estabelecidas nas normas vigentes para responder pelo acompanhamento, supervisão e cumprimento das normas e procedimentos de auditoria contábil independente previstos na regulamentação em vigor. (Exigido pela Resolução CNSP nº 343/2016) Resolução CNSP nº 321/2015 dispõe sobre normas contábeis, auditoria contábil e auditoria atuarial independentes e Comitê de Auditoria referentes a seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores. As entidades supervisionadas, anteriormente listadas, deverão observar as Normas Contábeis, segundo regulamentação específica editada pela Susep. BOX INTERATIVO: Conceitos relevantes apresentados pela Resolução CNSP nº 321/2015: Atuário independente: pessoa física ou jurídica responsável pela elaboração da auditoria atuarial independente; Membro responsável pela auditoria atuarial independente : responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro integrante com função de gerência que seja membro da equipe responsável pelos trabalhos de auditoria atuarial independente; Irregularidade de natureza grave: irregularidade que resulte em incorreção relevante no cálculo das provisões técnicas ou nas informações atuariais apresentadas à Susep; Teste de consistência: a comparação entre valores constituídos e efetivamente observados, para fins de avaliação da suficiência de montantes estimados em datas-bases anteriores; Recálculo atuarial: recálculo dos valores estimados ou determinados em datas-bases anteriores, considerando bases de dados atualizadas ou metodologias e premissas distintas das utilizadas originalmente. Um dos aspectos relevantes são os requisitos que o atuário responsável pe la auditoria deverá dispor. No art. 100 são relacionadas as seguintes condições: I - Possuir registro ativo e certificação específica válida no Instituto Brasileiro de Atuária ? IBA; II - Ter mais de 3 (três) anos de experiência na prestação de serviços atuariais; III - cumprir os requisitos de independência fixados pela Resolução CNSP nº 321/2015; e IV - Atender aos demais requisitos fixados nesta Resolução e nas normas a serem editadas pela Susep. A certificação específica determinada na Resolução CNSP nº 321/2015 se refere ao certificado de Atuário Independente para atuação no segmento de Previdência Aberta, Seguros, Resseguros, Jogos e Capitalização. É importante ressaltar que a SUSEP exigirá da Sociedade Supervisionada que apresente o certificado do auditor atuarial, caso o auditor não possua a devida certificação pelo IBA a Sociedade estará passível de sansões por parte da SUSEP. Caracterizam descumprimento dos requisitos de independência da auditoria atuarial, quaisquer das seguintes situações: I - Ocorrência de quaisquer hipóteses de impedimento ou incompatibilidade para a prestação do serviço de auditoria atuarial independente, previstas nas normas e regulamentos do IBA recepcionados pela Susep; II - Existência de vínculo conjugal ou de parentesco consanguíneo em linha reta sem limites de grau, em linha colateral até o 3º grau ou por afinidade até o 2º grau, entre membro responsável pela auditoria atuarial independente efetuada na supervisionada ou em alguma de suas controladas, coligadas ou equiparadas à coligada; e o administrador, acionista controlador, sócio ou funcionário que tenha ingerência na administração dos negócios ou que seja responsável pelos serviços atuariais da supervisionada; III - participação acionária, direta ou indireta, de membro responsável pela auditoria atuarial independente na supervisionada ou em alguma de suas controladas, coligadas ou equiparadas à coligada; IV - Existência, por parte de membro responsável pela auditoria atuarial independente, de interesse financeiro direto, imediato ou mediato, ou substancial interesse financeiro indireto na supervisionada, compreendida a intermediação de negócios de qualquer tipo e a realização de empreendimentos conjuntos; V - participação, na prestação de serviços de auditoria atuarial independente, de membro responsável pela auditoria atuarial independente efetuada, no exercício anterior à substituição periódica estabelecida; VI - Existência de membro responsável pela auditoria atuarial independente que tenha feito ou ainda faça parte de consultoria que tenha prestado serviços atuariais para a supervisionada nos últimos 3 (três) anos; e VII - existência de membro responsável pela auditoria atuarial independente que possua ou que tenha mantido, nos últimos 2 (dois) anos, relação de trabalho, direta ou indireta, como empregado, administrador ou colaborador assalariado da supervisionada. No momento da sua contratação, o atuário independente deverá fornecer declaração formal, informando que seus serviços não conflitarão com as situações constantes nos incisos de I a VII, seja no momento da contratação ou durante todo o tempo de prestação de seus serviços. A configuração das situações descritas, relativamente às controladas, coligadas ou equiparadas à coligada do atuário independente, também im plica vedação à contratação e à manutenção deste. No contrato de prestação de serviços de auditoria atuarial independente, a supervisionada deverá incluir cláusula na qual o atuário independente se comprometa a entregar-lhe documento contendo sua política de independência, o qual deverá ficar à disposição da Susep. Responsabilidade das Supervisionadas Constatada a inobservância dos requisitos estabelecidos Resolução CNSP n.º 321, de 2015 as supervisionadas serão responsabilizadas e os serviços atuariais serão considerados nulos para fins de atendimento às normas emanadas do CNSP e da Susep. As supervisionadas deverão fornecer ao atuário independente todos os dados, informações e condições necessárias para o efetivo desempenho na prestação de seus serviços. As supervisionadas deverão promover a imediata substituição do atuário independente quando detectada qualquer irregularidade de natureza grave cometida no exercício de suas funções. Substituição Periódica do Atuário Independente As supervisionadas deverão, a cada 5 (cinco) exercícios sociais completos, promover a substituição do atuário independente e dos membros responsáveis pela auditoria atuarial independente. O retorno do atuário independente ou de membro responsável pela audi toria atuarial independente somente pode ocorrer após decorridos 3 (três) anos de sua substituição. As supervisionadas deverão comunicar à Susep, no prazo de 15 (quinze) dias, as razões para a substituição do atuário independente ou dos membros responsáveis pela auditoria atuarial independente antes do prazo estabelecido no caput, de forma justificada e com a ciência do atuário independente das justificativas apresentadas. Se o atuário independente discordar das justificativas expostas pela supervisionada p ara a sua substituição, deverá encaminhar à Susep as razões de sua discordância, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data de ciência das mesmas. Documentos da Auditoria Atuarial Independente As supervisionadas deverão solicitar ao atuário independente que produza os seguintes documentos: Relatório da auditoria atuarial independente; Parecer atuarial; e Outros documentos solicitados pela Susep. Para o seguro DPVAT, a contratação da auditoria atuarial independente é de exclusiva responsabilidade da seguradora administradora dos consórcios. As supervisionadas deverão manter arquivados os documentos citados neste artigo, em meio digital ou eletrônico, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos. O relatório de auditoria atuarial independente deverá conter a análi se conclusiva sobre: As provisões técnicas, os valores redutores da necessidade de cobertura das provisõestécnicas, as bases de dados, os limites de retenção e as operações de resseguro; As carteiras ou planos deficitários; A conformidade dos dados, premissas e procedimentos utilizados no cálculo do capital mínimo requerido, definido pelas fórmulas padrão estabelecidas pela Susep; A conformidade dos dados, premissas e procedimentos utilizados na aplicação das metodologias próprias aprovadas pela Susep e desenvolvidas para determinação da necessidade de capital, quando cabível; A solvência da supervisionada; O impacto das ressalvas feitas pela auditoria interna ou auditoria independente anterior e das manifestações do atuário responsável técnico, que tenham relação com questões técnico- atuariais ou com fatores que possam afetar a solvência da supervisionada; e Outros estudos que o atuário independente julgar necessários. A Susep poderá exigir outras análises além das especificadas acima. As supervisionadas de verão encaminhar à Susep o relatório da auditoria atuarial independente e o parecer atuarial, acompanhado de plano de ação definido pela supervisionada para a correção de eventuais problemas verificados pelo atuário independente. O relatório de auditoria atuarial independente deverá: I - Conter descrição clara e objetiva da metodologia utilizada para sua elaboração; II - Ser disponibilizado à supervisionada até 31 de março; e III - Ser entregue à Susep até 30 de abril, em conjunto com o relatório do atuário responsável técnico. BOX INTERATIVO: Conforme a Resolução CNSP nº 321/2015 o parecer atuarial deverá conter: I - Manifestação sobre a qualidade dos dados que serviram de base para elaboração da auditoria atuarial independente, bem como sobre a correspondência desses dados com os encaminhados à Susep; II - Avaliação conclusiva a respeito da adequação das provisões técnicas e dos ativos de resseguro ou retrocessão; III - demais situações relevantes verificadas nas análises e estudos realizados; e IV - Assinatura do responsável técnico pela elaboração da auditoria atuarial independente, com indicação de seu respectivo número de registro MIBA, o CNPJ e o CIBA da empresa responsável pela elaboração da auditoria atuarial independente, conforme o caso. O parecer atuarial deverá ser publicado em conjunto com as demonstrações financeiras anuais. BOX INTERATIVO: Conforme a Resolução CNSP nº 321/2015 o parecer atuarial deverá conter: I - Manifestação sobre a qualidade dos dados que serviram de base para elaboração da auditoria atuarial independente, bem como sobre a correspondência desses dados com os encaminhados à Susep; II - Avaliação conclusiva a respeito da adequação das provisões técnicas e dos ativos de resseguro ou retrocessão; III - demais situações relevantes verificadas nas análises e estudos realizados; e IV - Assinatura do responsável técnico pela elaboração da auditoria atuarial independente, com indicação de seu respectivo número de registro MIBA, o CNPJ e o CIBA da empresa responsável pela elaboração da auditoria atuarial independente, conforme o caso. O parecer atuarial deverá ser publicado em conjunto com as demonstrações financeiras anuais. Relatório do Atuário Responsável Técnico O atuário responsável técnico deverá elaborar relatório contendo manifestação sobre os documentos produzidos pela auditoria atuarial. Na hipótese do atuário independente verificar insuficiência das provisões técnicas ou inadequação dos valores oferecidos como redutores da necessidade de cobertura das provisões técnicas, o atuário responsável técnico deverá apresentar as justi ficativas ou a nova metodologia de cálculo da mesma em conjunto com o seu recálculo atuarial. O Relatório do Atuário Responsável Técnico citado no caput deverá permanecer arquivado, em meio digital ou eletrônico, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos. Auditoria Contábil Independente A auditoria independente das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação com que estas representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada, consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica no que for pertinente. A auditoria independente é uma profissão que exige nível superior e é atribuição exclusiva de bacharel em Ciências Contábeis com registro no Conselho Regional de Contabilidade - CRC de sua região. É exigido que o preposto do auditor, em qualquer nível, seja também contador e esteja devidamente legalizado no CRC regional. Aos auxiliares, níveis iniciais, deve-se exigir que estejam cursando faculdade de ciências contábeis. Devem estar registrados na CVM, os auditores que pretenderem auditar entidades de capital aberto e aquelas que operam no mercado financeiro sujeitas ao controle do Banco Central do Brasil. Para fins de registro na CVM o auditor deverá comprovar perante aquela instituição ser probo, ter capacidade profissional e, já estar registrado no CRC e exercendo a profissão de auditor independ ente por um período não inferior a 5 anos. Parecer de Auditoria O parecer dos auditores Independentes é o documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis quanto ao adequado atendimento, ou não, a todos os aspectos relevantes. Elementos básicos do parecer dos auditores independentes: O parecer emitido pelo auditor independente compõe-se basicamente, de três parágrafos, como se segue: a) Parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição das responsabilidades da administração e dos auditores; b) Parágrafo referente à extensão dos trabalhos; c) Parágrafo referente à opinião sobre as demonstrações contábeis. Opinião sobre as demonstrações contábeis O parecer deve expressar, claramente, a opinião do auditor sobre se as demonstrações contábeis da entidade representam, em todos os aspectos relevantes: a) Sua posição patrimonial e financeira; b) O resultado de suas operações para o período a que correspondem; c) As mutações de seu patrimônio líquido para o período a que correspondem; d) As origens e aplicações de recursos para o período a que correspondem. O auditor deve ter como base e fazer referência aos Princípios Fundamentais de Contabilidade como definidos e aceitos em nosso país. Tipos de Parecer O parecer sem ressalva é emitido quando o auditor está convencido sobre todos os aspectos relevantes dos assuntos tratados no âmbito de auditoria, O parecer do auditor independente deve expressar essa convicção de forma clara e objetiva. O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que requeira parecer adverso ou abstenção de opinião. O auditor dever emitir parecer adverso quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emiss ão do parecer com ressalva. O parecer com abstenção de opinião é emitido quando houver limitação significativa na extensão de seus exames que impossibilitem o auditor expressar opinião sobre as demonstrações contábeis por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentá-la. BOX INTERATIVO: Conceitos relevantes apresentados pela Resolução CNSP nº 321/2015: Conglomerado financeiro: qualquer grupo de empresas, incluindo holdings financeiras, sujeitas a um controle comum ou influência dominante que conduzam atividades financeiras em pelo menos dois dos seguintes setores: bancário, segurador ou de títulos e valores mobiliários; Grupo segurador: qualquer grupo de empresas sujeitoa um controle comum ou influência dominante, que conduza negócios e/ou atividades relacionadas a seguro, resseguro, previdência complementar aberta ou capitalização; Instituição líder do conglomerado financeiro ou do grupo segurador: aquela que detém o controle do conglomerado financeiro ou do grupo segurador; Sociedades controladas: aquelas nas quais a investidora, direta ou indiretamente, seja titular dos direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores; Equiparadas a sociedades controladas: a) a filial, agência, sucursal, dependência ou escritório de representação no exterior, sempre que os respectivos ativos e pa ssivos não estejam incluídos na contabilidade da investidora, por força de normatização específica; b) a sociedade na qual os direitos permanentes de sócio, que estejam sob controle comum ou sejam exercidos mediante a existência de acordo de votos, independentemente do seu percentual de participação no capital votante; c) a subsidiária integral, tendo a investidora como única acionista. Auditor contábil independente: pessoa física ou jurídica, devidamente qualificado e registrado na CVM, para a prestação de serviços de auditoria contábil independente; e Membro responsável pela auditoria contábil independente: responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro integrante com função de gerência que seja membro da equipe responsável pelos trabalhos de auditoria contábil independente. Requisitos de Independência do Auditor Contábil Conforme art. 122 da Resolução CNSP nº 321/2015, as supervisionadas não podem contratar ou manter auditor contábil independente, caso se configurem quaisquer das seguintes situações: I - impedimento ou incompatibilidade para a prestação do serviço de auditoria contábil independente previstos em normas e regulamentos da CVM, do CFC ou do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - Ibracon; e II - pagamento, pela supervisionada auditada, isoladamente ou em conjunto com alguma de suas controladas, coligadas ou equiparadas à coligada, de honorários e reembolsos de despesas do auditor contábil independente, relativos ao ano-base das demonstrações financeiras objeto da auditoria contábil, com representatividade igual ou superior a 25% (vinte e cinco por cento) do faturamento total do auditor contábil independente naquele ano. No momento da sua contratação, o auditor contábil independente deverá fornecer declaração formal, informando que seus serviços não conflitarão com as situações acima, seja no momento da contratação ou durante todo o tempo de prestação de seus serviços. As supervisionadas não podem contratar membro responsável que seja integrante da equipe responsável pelos trabalhos de auditoria contábil das demonstrações financeiras dos exercícios corrente e anterior, para cargo relacionado a serviços que configurem impedimento ou incompatibilidade para a prestação do serviço de auditoria contábil independente ou que possam influenciar na sua administração. No momento da sua contratação, o auditor contábil independente deverá disponibilizar para a supervisionada, para o seu comitê de auditoria contábil, e, quando solicitado, à Susep, documento contendo a sua política de independência. Obrigatoriedade As demonstrações financeiras das supervisionadas deverão ser auditadas por auditor contábil independente. As supervisionadas somente podem contratar auditores contábeis independentes, pessoa física ou jurídica, registrados na CVM e que atendam aos requisitos mínimos fixados pela Res olução CNSP nº 321/2015 e pela Susep. Responsabilidade das Supervisionadas As supervisionadas deverão fornecer ao auditor contábil independente todos os dados, informações e condições necessárias para o efetivo desempenho na prestação de seus serviços, bem como a Carta de Responsabilidade da Administração, de acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Substituição Periódica do Auditor Contábil Independente As supervisionadas deverão, a cada 5 (cinco) exercícios sociais completos, após emitidos os relatórios dos auditores contábeis independentes referentes às demonstrações financeiras encerradas na data -base de 31 de dezembro, promover a substituição do auditor contábil independente e dos membros responsáveis pela auditoria contábil independente. O retorno de auditor contábil independente ou de membro responsável pela auditoria contábil independente somente pode ocorrer após decorridos 3 (três) anos de sua substituição. Comitê de Auditoria Conforme Resolução CNSP nº 321/2015, as supervis ionadas que tenham apresentado no encerramento dos 2 (dois) últimos exercícios sociais PL superior a R$ 500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais) ou Provisões Técnicas em montante superior a R$ 700.000.000,00 (setecentos milhões de reais) deverão constituir órgão estatutário denominado Comitê de Auditoria, até 31 de março do exercício subsequente. (alterado pela Resolução CNSP nº 343/2016). O Comitê de Auditoria deverá cumprir suas atribuições a partir do exercício de sua criação. No caso de supervisionadas participantes de conglomerado financeiro ou grupo segurador, as condições previstas no caput serão aplicáveis considerando a soma dos PL ou Provisões Técnicas de cada uma das supervisionadas participantes do conglomerado financeiro ou grupo segurador. As supervisionadas não enquadradas nas condições previstas no caput, que optem pela constituição de Comitê de Auditoria, deverão cumprir o disposto nesta Resolução. O Comitê de Auditoria deverá ser composto, no mínimo, por 3 (três) integrantes, com mandato máximo de 5 (cinco) anos. Pelo menos um dos integrantes do Comitê de Auditoria deverá possuir conhecimentos nas áreas de contabilidade e auditoria contábil dos mercados em que a supervisionada opera. Estes conhecimentos deverão ser comprovados por meio dos seguintes requisitos: Formação educacional compatível com os conhecimentos necessários de contabilidade societária; Conhecimento dos princípios contábeis geralmente aceitos e habilidade para avaliar a aplicação desses princípios em relação às principais estimativas contábeis; Experiência em preparar, auditar, analisar ou avaliar demonstrações financeiras que possuam nível de abrangência e complexidade comparáveis aos da companhia; e Conhecimento de controles internos. A Resolução CNSP nº 321/2015, estabelece em seu artigo 134, que são atribuições do Comitê de Auditoria: I - estabelecer as regras operacionais para seu próprio funcionamento, as quais deverão ser formalizadas por escrito, aprovadas pelo Conselho de Administração ou, na sua inexistência, pelo Presidente ou Diretor-Presidente da supervisionada ou pelo Conselho de Administração da instituição líder do conglomerado financeiro ou grupo segurador e colocadas à disposição dos respectivos acionistas, por ocasião da Assembleia Geral Ordinária; II - recomendar, à administração da supervisionada, a entidade a ser contratada para a prestação dos serviços de auditoria contábil independente, bem como a substituição do prestador desses serviços, quando considerar necessário; III - revisar, previamente à divulgação, as demonstrações financeiras referentes aos períodos findos em 30 de junho e 31 de dezembro, inclusive as notas explicativas, os relatórios da administração e o Relatório dos Auditores Independentes Sobre as Demonstrações Financeiras; IV - avaliar a efetividade das auditorias contábeis independente e interna, inclusive quanto à verificação do cumprimento de dispositivos legais e normativos aplicáveis, além de regulamentos e códigos internos; V - avaliar a aceitação, pela administração da supervisionada, das recomendações feitaspelos auditores contábeis independentes e pelos auditores contábeis internos, ou as justi ficativas para a sua não aceitação; VI - avaliar e monitorar os processos, sistemas e controles implementados pela administração para a recepção e tratamento de informações acerca do descumprimento, pela supervisionada, de dispositivos legais e normativos a ela aplicáveis, além de seus regulamentos e códigos internos, assegurando-se que preveem efetivos mecanismos que protejam o prestador da informação e da confidencialidade desta; VII - recomendar, à Presidência ou ao Diretor-Presidente da supervisionada ou à Diretoria da instituição líder do conglomerado financeiro ou grupo segurador, correção ou aprimoramento de políticas, práticas e procedimentos identificados no âmbito de suas atribuições; VIII - reunir-se, no mínimo semestralmente, com a Presidência ou com o Diretor Presidente da supervisionada ou com a Diretoria da instituição líder do conglomerado financeiro ou grupo segurador e com os responsáveis, tanto pela auditoria contábil independente, como pela auditoria contábil interna, para verificar o cumprimento de suas recomendações ou indagações, inclusive no que se refere ao planejamento dos respectivos trabalhos de auditoria contábil, formalizando, em atas, os conteúdos de tais encontros; IX - verificar, por ocasião das reuniões previstas no inciso VIII, o cumprimento de suas recomendações pela diretoria da supervisionada; X - reunir-se com o Conselho Fiscal e com o Conselho de Administração da supervisionada ou da instituição líder do conglomerado financeiro ou grupo segurador, tanto por solicitação do s mesmos como por iniciativa do Comitê, para discutir sobre políticas, práticas e procedimentos identificados no âmbito das suas respectivas competências; e XI - outras atribuições determinadas pela Susep. BOX INTERATIVO: Aplicabilidade das Normas Gerais de Auditoria Contábil Independente Na prestação de serviços de auditoria contábil independente para as supervisionadas, deverão ser observadas as normas e procedimentos de auditoria contábil determinados pela CVM, pelo CFC, e pelo Ibracon, subsidiariamente às normas do CNSP e da Susep. Documentos da Auditoria Contábil Independente As supervisionadas deverão solicitar ao auditor contábil independente que produza os seguintes documentos: I - Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Financeiras; II - Relatório circunstanciado sobre: a) a adequação dos procedimentos contábeis e das práticas de divulgação de informações nas demonstrações financeiras; b) a adequação dos controles internos aos riscos suportados pela supervisionada, relatando as deficiências identificadas no curso dos trabalhos de auditoria contábil, bem como, quando for o caso, recomendações destinadas a sanar essas deficiências; e III - outros documentos que venham a ser solicitados pela Susep. Os relatórios requeridos no inciso II deverão conter os comentários e o plano de ação da supervisionada para solucionar as inadequações apontadas, bem como os prazos para o cumprimento das ações propostas. As supervisionadas deverão preservar, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, o Relatório do Auditor Independente Sobre as Demonstrações Financeiras, juntamente com os relatórios acima referidos, além de outros documentos relacionados com a auditoria contábil realizada. As supervisionadas deverão enviar à Susep os documentos constantes dos incisos I, II e III do Art. 139, até 31 de outubro do mesmo exercício e até 30 de abril do exercício subsequente, em decorrência do exame das demonstrações financeiras de 30 de junho e 31 de dezembro, respectivamente. Os Questionários Trimestrais, contidos no Formulário de Informações Periódicas da Susep, deverão ser avaliados pelo auditor contábil independente, sendo as supervisionadas obrigadas a remeter à Susep o respectivo relatório de auditoria contábil. Certificação Os membros responsáveis pela auditoria contábil independente da supervisionada deverão possuir registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) e aprovação em exame específico, quando aplicável, elaborado pelo CFC em conjunto com o Ibracon. A manutenção da certificação pelo profissional fica condicionada ao atendimento a programa de educação continuada na forma e condições estabelecidas pelo CFC. Considerações Finais Tanto a auditoria atuarial como a auditoria contábil são trabalhos complexos, envolvendo apuração rigorosa de dados, escolhas de alternativas, utilização de parâmetros de aferição, entre outros, devendo ser realizadas, portanto, por profissionais qualificados e experientes, com definição clara na s normas aplicáveis. A ampliação dos mercados, especialmente planos de massa (saúde, previdência e outros), exige do atuário que elabora e acompanha esses planos, responsabilidades que transcendem o âmbito privado. Esta responsabilidade social decorrente do interesse coletivo muitos de brasileiros que participam dos citados planos tem levado o legislador a definir expressamente em lei a responsabilidade do atuário, nas normas referentes a seguros, previdência e capitalização. A auditoria atuarial independente e auditoria contábil independente encontram-se num momento em que o Estado tende a se valer cada vez mais nas suas funções de fiscalização de mecanismos auxiliares de controle como é o caso da auditoria e da avaliação atuarial. Assim, se consolida as auditorias atuarial e contábil, como instrumentos de proteção da sociedade, na medida em que tanto o seguro quanto a previdência complementar aberta já alcançam uma grande parcela da população brasileira. Aplicação Prática Teórica 1. (CFC/2016). A Susep esclarece mediante Orientações do Mercado, os principais requisitos a serem observados na Auditoria Atuarial Independente. Sobre esse assunto, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção CORRETA. I. Uma mesma pessoa pode exercer a função de membro responsável por uma auditoria atuarial independente e membro responsável por uma auditoria contábil independente, desde que tenha a qualificação necessária para cada especialidade. II. Os serviços de auditoria atuarial, como de auditoria contábil, podem ser prestados por uma mesma companhia ainda que a supervisionada seja a mesma. III. Desde que realizadas por equipes diferentes, uma empresa que presta consultoria em serviços atuariais, o responsável técnico para uma supervisionada pode prestar serviços de auditoria atuarial independente para a mesma supervisionada. IV. Não precisa justificar quando o contrato com a auditoria atuarial independente não for renovado por opção da auditoria ou por legalmente depender de processo licitatório. V. Há previsão legal de penalidade ao auditor atuarial independente, ainda que a responsabilidade pelo correto provisionamento e pelo cumprimento dos demais requisitos legais aplicados ao mercado de seguros, previdência, resseguros e capitalizações seja efetivamente da supervisionada. A sequência CORRETA é: a) F, V, V, F, V. b) V, F, V, V, V. c) F, V, F, V, F. d) V, V, F, F, V. 2. (CFC/2016) . As disposições legais e regulamentações têm efeito direto sobre as demonstrações contábeis, no sentido de que determinam os valores e divulgações a serem reportados pela entidade. A respeito desse assunto, assinale a opção INCORRETA. a) Os procedimentos normais de auditoria aplicados para a formação da opinião sobre as demonstrações contábeis podem levar ao conhecimento do auditor casos de não conformidade com leis e regulamentos. b) As representações formais fornecem evidências de auditoria necessárias a respeito do conhecimento pela administração de não conformidade com leis e regulamentos. c) As representações formaisda administração asseguram o cumprimento das leis e regulamentos, cujos efeitos possam ser relevantes sobre as demonstrações contábeis, fornecendo evidência de auditoria adequada e suficiente, portanto, não afetam a natureza e extensão de outras evidências de auditoria a serem obtidas. d) Normalmente, quanto mais distante a não conformidade estiver dos eventos e transações refletidos nas demonstrações contábeis, menos provável é que o auditor tome conhecimento disso ou reconheça a não conformidade. 3. (CFC/2015) Se o auditor independente usa um trabalho específico dos auditores internos, ele deve incluir na documentação de auditoria as conclusões atingidas mediante avaliação do trabalho destes auditores. Considerando os conceitos estabelecidos pela NBC TA 610, que trata da utilização dos trabalhos da auditoria interna pelo auditor independente, analise as assertivas abaixo e assinale a opção CORRETA. a) Embora os objetivos da função de auditoria interna e os do auditor independente sejam semelhantes, os meios utilizados para alcançar seus objetivos são diferentes. b) Dependendo do grau de autonomia e objetividade da função de auditoria interna, esta é independente da entidade, como é exigido do auditor independente quando expressam opinião sobre as demonstrações contábeis. c) Quando o auditor independente utiliza os trabalhos da auditoria interna, o auditor interno assume responsabilidade solidária com o auditor independente sobre a opinião de auditoria expressa sobre as demonstrações contábeis. d) Existe a probabilidade de que a função de auditoria interna seja relevante para o auditor independente, se a natureza das responsabilidades e atividades da função de auditoria interna estiverem relacionadas com os relatórios contábeis da entidade.
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