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1 Prof. Oscar R. K. Montedo UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE Unidade Acadêmica de Ciências, Engenharias e Tecnologias Curso Superior de Engenharia de Produção Disciplina Indústrias Químicas Indústria Petroquímica Do latim: petroleum, petrus = pedra e oleum = óleo Do grego: piετρέλαιον [petrélaion], "óleo da pedra“ Do grego antigo: piέτρα [petra], pedra + έλαιον [elaion] óleo de oliva, qualquer substância oleosa, no sentido de óleo bruto É uma substância oleosa, inflamável, geralmente menos densa que a água, com cheiro característico e coloração que pode variar desde o incolor ou castanho claro até o preto, passando por verde e marrom (castanho). Introdução 2 Petróleo Extração de petróleo em Okemah, Oklahoma, Estados Unidos 1922. 2 Trata-se de uma combinação complexa de hidrocarbonetos, composta na sua maioria de hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos, podendo conter também quantidades pequenas de nitrogênio, oxigênio, compostos de enxofre e íons metálicos, principalmente de níquel e vanádio. Introdução 3 Esta categoria inclui petróleos leves, médios e pesados, assim como os óleos extraídos de areias impregnadas de alcatrão. Materiais hidrocarbonatados que requerem grandes alterações químicas para a sua recuperação ou conversão em matérias- primas para a refinação do petróleo, tais como óleos de Xisto crus, óleos de xisto enriquecidos e combustíveis líquidos de hulha, não se incluem nesta definição. É um recurso natural abundante, porém sua pesquisa envolve elevados custos e complexidade de estudos. É também atualmente a principal fonte de energia, servindo também como base para fabricação dos mais variados produtos, dentre os quais destacam-se benzinas, óleo diesel, gasolina, alcatrão, polímeros plásticos e até mesmo medicamentos. Já foi causa de muitas guerras e é a principal fonte de renda de muitos países, sobretudo no Oriente Médio. Introdução 4 Além de gerar a gasolina que serve de combustível para grande parte dos automóveis que circulam no mundo, vários produtos são derivados do petróleo como, por exemplo, a parafina, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e combustível de aviação. 3 O petróleo faz parte de diversos produtos do nosso dia-a-dia. Além dos combustíveis, ele também está presente em fertilizantes, plásticos, tintas, borracha, entre outros. Introdução 5 Esse óleo de origem fóssil, que levou milhões de anos para ser formado nas rochas sedimentares, se tornou a principal fonte de energia do mundo moderno. Aqui no Brasil, a maior parte das reservas está nos campos marítimos, em lâminas d’água com profundidades maiores do que as dos demais países produtores. Encontrar petróleo exigiu da Petrobras conhecimento e tecnologia, além de ousadia e criatividade. A hipótese mais aceita leva em conta que, com o aumento da temperatura, as moléculas do querogênio1 começariam a ser quebradas, gerando compostos orgânicos líquidos e gasosos, num processo denominado catagênese2. Para se ter uma acumulação de petróleo seria necessário que, após o processo de geração (cozinha de geração) e expulsão, ocorresse a migração do óleo e/ou gás através das camadas de rochas adjacentes e porosas, até encontrar uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu caminho, sobre a qual ocorrerá a acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa chamada rocha reservatório. Origem 6 1 Querogênio é a parte insolúvel da matéria orgânica modificada por ações geológicas. O querogênio é formado a partir dos lipídios, proteínas e carboidratos, dos seres vivos, e se transforma em petróleo, gás natural ou grafite 2 Catagênese é um processo em que, com o aumento da pressão o querogênio se altera e a maioria do petróleo é formado. Durante essa fase as moléculas maiores irão se dividir em moléculas menores e mais simples, por craqueamento. 4 Há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém a mais aceita é que ele surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares, sofrendo transformações químicas ao longo de milhões de anos. Substância inflamável, possui estado físico oleoso e com densidade menor do que a água. Sua composição química é uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos). Origem 7 Origem 8 5 Origem 9 Origem 10 6 Registros históricos da utilização do petróleo remontam a 4000 a.C. devido a exsudações e afloramentos frequentes no Oriente Médio. Os povos da Mesopotâmia, do Egito, da Pérsia e da Judeia já utilizavam o betume para pavimentação de estradas, calafetação de grandes construções, aquecimento e iluminação de casas, bem como lubrificantes e até laxativo. Os chineses já perfuravam poços, usando hastes de bambu, no mínimo em 347 a.C.. Amiano Marcelino, historiador do período final do Império Romano, menciona o óleo da Media, usado em flechas incendiárias, e que não era apagado com água, apenas com areia; um outro óleo, mais viscoso, era produzido na Pérsia, e chamado na língua persa de nafta. História da Indústria Petrolífera 11 No início da era cristã, os árabes davam ao petróleo fins bélicos e de iluminação. O petróleo de Baku, no Azerbaijão, já era produzido em escala comercial, para os padrões da época, quando Marco Polo viajou pelo norte da Pérsia, em 1271. História da Indústria Petrolífera 12 7 A moderna indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, James Young, na Escócia, descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e xisto betuminoso, e criou processos de refinação. O primeiro poço moderno foi perfurado em Bibiheybәt (Bibi-Heybat), próximo a Baku, no Azerbaijão, no ano de 1846. O Azerbaijão foi o maior produtor de petróleo no século XIX e no final do século XIX sua produção era de mais da metade da produção mundial. O primeiro poço comercial da Romênia foi perfurado em 1857. O primeiro poço nas Américas foi perfurado no Canadá, em 1858. História da Indústria Petrolífera 13 Em agosto de 1859 o norte-americano Edwin Laurentine Drake perfurou o primeiro poço nos Estados Unidos para a procura do petróleo (a uma profundidade de 21 m), no estado da Pensilvânia. História da Indústria Petrolífera 14 O poço revelou-se produtor e a data passou a ser considerada, pelos norte-americanos, a do nascimento da moderna indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de dois mil barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões em 1863, e para dez milhões de barris em 1874. 8 Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento pela descolonização foi seguido pelo direito das nações disporem livremente dos próprios recursos naturais. Nesse contexto, os países do Golfo Pérsico passaram a manifestar o desejo de libertar-se das companhias petrolíferas ocidentais. Assim, em 1948, com o apoio dos Estados Unidos enquanto superpotência, obtiveram o fim do "acordo da Linha Vermelha". História da Indústria Petrolífera 15 Empresas recém-chegadas, como a estadunidense Getty Oil Company, ofereceram melhores condições à Arábia Saudita, obrigando as companhias petrolíferas, determinadas a manter as suas posições, a conceder a este país, em 1950, uma fatia dos lucros da exploração petrolífera na base de 50/50. Essa concessão foi estendida ao Bahrein e, posteriormente, ao Kuwait e ao Iraque. História da Indústria Petrolífera 16 No Brasil, a primeira sondagem foi realizada no município de Bofete no estado de São Paulo, entre 1892 e 1896, por iniciativa Eugênio Ferreira de Camargo.Foi responsável pela primeira perfuração, até à profundidade de 488 m, que teve como resultado apenas água sulfurosa. Em 1932 foi instalada a primeira refinaria de petróleo do país, a Refinaria Rio-Grandense de Petróleo, em Uruguaiana, a qual utilizava petróleo importado do Chile, entre outros países. Foi somente no ano de 1939 que foi descoberto óleo em Lobato (Salvador), no Estado da Bahia. 9 História da Indústria Petrolífera 17 Em 1974 a Petrobras descobre indícios de petróleo na Bacia de Campos, confirmados com a perfuração do primeiro poço em 1976. Desde então esta região da Bacia de Campos tornou-se a principal região petrolífera do país, chegando a responder por mais de 2/3 do consumo nacional até o início dos anos 1990, e ultrapassando 90% da produção petrolífera nacional nos anos 2000. Em 2007 a Petrobras anunciou a descoberta de petróleo na camada denominada Pré-Sal, que posteriormente verificou-se ser um grande campo petrolífero, estendendo-se ao longo de 800 km na costa brasileira, do Estado do Espírito Santo ao de Santa Catarina, abaixo de espessa camada de sal (rocha salina) e englobando as bacias sedimentares do Espírito Santo, de Campos e de Santos. O primeiro óleo do pré-sal foi extraído em 2008 e alguns poços já estão produzindo. Pré-Sal 18 http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/presal/ 10 Produção Mundial de Petróleo 19 Produção Mundial de Petróleo 20 11 Maiores Reservas Mundiais de Petróleo 21 Crescimento das Reservas Mundiais de Petróleo 22 Crescimento das reservas de petróleo e gás natural entre 1980 e 2009 (bilhões de boe) Fonte: BP Statistical Review 2011 12 Crescimento das Reservas Mundiais de Petróleo 23 Fonte: BP Statistical Review 2011 Evolução da Produção Brasileira de GN 24 Evolução da produção de gás natural (bilhões de m³). Fonte: ANP 13 Evolução da Produção Brasileira de Petróleo 25 Evolução da produção de petróleo (milhões de boe). Fonte: ANP Produção de Petróleo 26 É o termo usado para qualquer perfuração na superfície terrestre utilizada para produzir petróleo ou gás natural. Poço de Petróleo Usualmente algum gás natural é produzido juntamente com o óleo. Um poço que seja projetado e executado para produzir principal ou somente gás deve ser denominado poço de gás. 14 Produção de Petróleo 27 Também referida como plataforma offshore, é uma grande estrutura usada na perfuração em alto mar para abrigar trabalhadores e as máquinas necessárias para a perfuração de poços no leito do oceano para a extração de petróleo e/ou gás natural, processando os fluidos extraídos e levando os produtos, de navio, até a costa. Plataforma Petrolífera Dependendo das circunstâncias, a plataforma pode ser fixada ao solo marinho, pode consistir de uma ilha artificial ou pode flutuar. Produção de Petróleo 28 Plataforma Petrolífera 15 Refino de Petróleo 29 Refinaria é o nome usual para referir-se às destilarias de petróleo que realizam o processo químico de limpeza e refino do óleo cru extraído dos poços e minas de óleo bruto, produzindo diversos derivados de petróleo, como lubrificantes, aguarrás, asfalto, coque, diesel, gasolina, GLP, nafta, querosene, querosene de aviação e outros. O petróleo bruto (não processado) é composto de diversos hidrocarbonetos, com propriedades físico-químicas diferentes. Por isso, tem pouca utilidade prática ou uso. No processo de refino, os hidrocarbonetos são separados, por destilação, e as impurezas removidas. Estes produtos podem então ser utilizados em diversas aplicações. Refino de Petróleo 30 Principais Produtos Asfalto Diesel Nafta Óleo combustível Gasolina Querosene e querosene de aviação GLP Óleos lubrificantes Ceras de parafinas Coque 16 Refino de Petróleo 31 Processos Empregados Dessalgação: processo de remoção de sais do óleo bruto. Destilação atmosférica: processo em que o óleo bruto é separado em diversas frações sob pressão atmosférica. Destilação à vácuo ou destilação a pressão reduzida: processo em que o resíduo da destilação atmosférica é separado em diversas frações sob pressão reduzida. Hidrotratamento Reforma catalítica Craqueamento/cracking catalítico: processo em que moléculas grandes (de menor valor comercial) são "quebradas" em moléculas menores (de maior valor comercial) através de um catalisador. Refino de Petróleo 32 Processos Empregados Tratamento Merox Craqueamento/cracking retardado/térmico: processo em que moléculas grandes (de menor valor comercial) são "quebradas" em moléculas menores (de maior valor comercial) pela ação de temperaturas elevadas. Alquilação / alcoilação 17 33 Infraestrutura de Apoio � Parques de estocagem da matéria-prima � Postos de carga e descarga da matéria-prima � Sistemas para pesagem � Sistemas para acondicionamento e embalagem de produtos � Sistema para disposição de efluentes ou resíduos � Oficinas de manutenção � Laboratórios � Sistemas de comunicação � Utilitários social e administrativo Refino de Petróleo 34 Utilidades � Água � Vapor � Eletricidade � Resfriamento de água � Conjuntos para refrigeração de água, estocagem de águas frias, bombeamento e distribuição � Ar comprimido � Gases industriais � Ar condicionado industrial � Segurança contra incêndios Refino de Petróleo 18 35 Investimento ou Custo de Produção � Incorporação e administração do projeto � Delimitação do terreno, com limpeza e terraplanagem � Unidades de processo � Instalações auxiliares � Instalações complementares � Licença da tecnologia � Serviços de engenharia (e start-up) � Equipamentos e materiais � Fretes, seguros, despesas portuárias e de câmbio Refino de Petróleo 36 Considerações na Instalação das Unidades � Proximidade do mercado consumidor � Proximidade das fontes de matérias-primas � Existência de meios de transporte � Existência de recursos externos � Mão-de-obra disponível e capacitada � Escolha da micro-localização Refino de Petróleo 19 37 Uma refinaria é constituída de diversos arranjos de unidades de processamento em que são compatibilizadas as características dos vários tipos de petróleo que nela são processados, com o objetivo de suprir derivados em quantidade e qualidade especificadas. A forma como essas unidades são organizadas e operadas dentro da refinaria define seu esquema de refino. Os processos de refino, como se sabe, são dinâmicos e estão sujeitos a alterações em função principalmente de uma constante evolução tecnológica. Refino de Petróleo 38 A sequência de processos é estabelecida de tal forma que um ou mais fluidos, que constituem as entradas do processo, são transformados em outros fluidos, que formam as saídas do processo. Tais fluidos são comumente referidos como correntes. Refino de Petróleo 20 39 Dessa forma, as unidades de refino realizam algum tipo de processamento sobre uma ou mais correntes de entrada, formando uma ou mais correntes de saída. Refino de Petróleo 40 Os objetivos básicos de uma refinaria de petróleo são: � Produção de combustíveis e matérias-primas petroquímicas; � Produção de lubrificantes básicos e parafinas. Em função da maior necessidade de obtenção de frações que originem GLP, gasolina, diesel, querosene, óleo combustível e correlatos, na maior parte dos casos encontram-se refinarias que se dedicam principalmente ao primeiro objetivo listado. Apesar das frações básicas lubrificantes e parafinas apresentarem maior valor agregado que os combustíveis,tornando este tipo de refino uma atividade altamente rentável, os investimentos necessários para tal são muito maiores. Assim, pode-se ter o caso de unidades especialmente dedicados à geração de lubrificantes e parafinas dentro de uma refinaria para produção de combustíveis. Refino de Petróleo 21 41 Tipos de Processos � Processos de separação; � Processos de conversão; � Processos de tratamento; � Processos auxiliares. Refino de Petróleo Destilação Fracionada do Petróleo 42 Os vários componentes do petróleo bruto têm tamanhos, pesos e temperaturas de ebulição diferentes. Por isso, o primeiro passo é separar esses componentes. E devido à diferença de suas T. E., eles podem ser facilmente separados por um processo chamado de destilação fracionada. 22 Destilação Fracionada do Petróleo 43 A destilação é o processo básico de separação do petróleo, que consiste na vaporização e posterior condensação dos componentes do óleo cru (hidrocarbonetos e impurezas) devido à ação de temperatura e pressão. O processo está baseado nas diferenças entre os P. E. dos diversos constituintes do petróleo. Trata-se de uma unidade extremamente versátil e sempre existente, independentemente de qual seja o esquema de refino. É o processo principal, a partir do qual os demais são alimentados, sendo o único que tem o petróleo bruto como corrente de alimentação. A destilação pode ser feita em várias etapas e sob diferentes intensidades de pressão, conforme o objetivo desejado. Destilação Fracionada do Petróleo 44 Seu objetivo é o desmembramento do petróleo em suas frações básicas de refino, tais como gás combustível, gás liquefeito, nafta, querosene, gasóleo atmosférico (óleo diesel), gasóleo de vácuo e resíduo de vácuo. Seus rendimentos são variáveis, em função do óleo processado. 23 Destilação Fracionada do Petróleo 45 O equipamento principal é sem dúvida a torre de fracionamento ou coluna de destilação. Como se sabe, seu interior é composto por uma série de bandejas ou pratos perfurados, cujo princípio de funcionamento é ilustrado abaixo. Destilação Fracionada do Petróleo 46 Etapas 1) Aquecer a mistura de duas ou mais substâncias (líquidos) de diferentes P.E. a alta temperatura. O aquecimento costuma ser feito com vapor de alta pressão para temperaturas de cerca de 600 °C. 2) A mistura entra em ebulição formando vapor (gases). A maior parte das substâncias passam para a fase de vapor. 3) O vapor entra no fundo de uma coluna longa (coluna de destilação fracionada) cheia de bandejas ou placas: � possui muitos orifícios para permitir a passagem do vapor; � placas aumentam o tempo de contato entre o vapor e os líquidos na coluna; � ajudam a coletar os líquidos que se formam nos diferentes pontos da coluna; � há um ∆T pela coluna (mais quente embaixo, mais frio em cima). 24 Destilação Fracionada do Petróleo 47 Etapas 4) O vapor sobe pela coluna. Conforme sobe pelas placas da coluna, ele esfria. 5) Quando uma substância na forma de vapor atinge uma altura em que a temperatura da coluna é igual ao ponto de ebulição da substância, ela condensa e forma um líquido. A substância com o menor ponto de ebulição irá se condensar no ponto mais alto da coluna. Já as substâncias com pontos de ebulição maiores condensarão em partes inferiores da coluna. 6) As placas recolhem as diferentes frações líquidas, que podem: � passar por condensadores, onde serão resfriadas ainda mais, e depois ir para tanques de armazenamento; � ir para outras áreas para passar por outros processos químicos, térmicos ou catalíticos. Destilação Fracionada do Petróleo 48 De uma maneira geral, os seguintes equipamentos constituem todas as unidades de destilação: � Torres de fracionamento; � Retificadores (strippers); � Fornos; � Trocadores de calor; � Tambores de acúmulo e refluxo; � Bombas, tubulações e instrumentos de medição e controle. Tais equipamentos são fisicamente arranjados e operados segundo diferentes formas, de acordo com cada refinaria. No entanto, os princípios básicos de operação são idênticos em todas as instalações. 25 Destilação Fracionada do Petróleo 49 Uma unidade de destilação pode ocorrer em um, dois ou três estágios. A unidade completa de três estágios é o tipo mais comum e amplamente utilizado quando grandes capacidades de refino e a instalação de unidades de craqueamento são necessárias. Nas unidades de destilação, também podem-se encontrar a torre estabilizadora de nafta leve e a torre de fracionamento de nafta. Na primeira, nafta leve não-estabilizada, proveniente da torre de pré-Flash, é separada em correntes de GLP e nafta leve estabilizada, a qual normalmente compõe as correntes de gasolina na refinaria. Na segunda, a nafta leve estabilizada é usada como carga para produção de outras naftas mais leves, comercializadas como cargas para unidades petroquímicas ou solventes. Destilação Fracionada do Petróleo 50 26 Destilação Fracionada do Petróleo 51 O processo de refino de petróleo começa em uma coluna de destilação fracionada. Poucos compostos já saem da coluna de destilação prontos para serem comercializados. Muitos deles devem ser processados quimicamente para criar outras frações. Por exemplo, apenas 40% do petróleo bruto destilado é gasolina. No entanto, a gasolina é um dos principais produtos fabricados pelas empresas de petróleo. Em vez de destilar continuamente grandes quantidades de petróleo bruto, essas empresas utilizam processos químicos para produzir gasolina a partir de outras frações que saem da coluna de destilação. É este processo que garante uma porção maior de gasolina em cada barril de petróleo bruto. Destilação Fracionada do Petróleo 52 Processo Químico Pode-se transformar uma fração em outra usando um destes três métodos: 1) dividindo grandes cadeias de hidrocarbonetos em pedaços menores (craqueamento); 2) combinando pedaços menores para criar outros maiores (reforma); 3) rearranjando vários pedaços para fazer os hidrocarbonetos desejados (alquilação). 27 Destilação Fracionada do Petróleo 53 Craqueamento O craqueamento divide grandes cadeias de hidrocarbonetos em pedaços menores. Há vários tipos de craqueamento: 1) Térmico: grandes cadeias de hidrocarbonetos são aquecidas a altas temperaturas (e algumas vezes a altas pressões também) até que elas se quebrem (craqueiem). 2) Catalítico: usa um catalisador para aumentar a velocidade da reação de craqueamento. Os catalisadores incluem a zeólita, hidrossilicato de alumínio, bauxita e alumino-silicatos. Destilação Fracionada do Petróleo 54 Craqueamento Térmico 28 Destilação Fracionada do Petróleo 55 Craqueamento Catalítico Destilação Fracionada do Petróleo 56 Reforma Algumas vezes, é preciso combinar hidrocarbonetos menores para fazer outros maiores. Este processo é chamado de reforma. O principal processo á a reforma catalítica, que utiliza um catalisador (platina, mistura platina-rênio) para transformar nafta de baixo peso molecular em compostos aromáticos, usados na fabricação de produtos químicos e para misturar na gasolina. Um subproduto importante dessa reação é o gás hidrogênio, usado para o hidrocraqueamento ou vendido. 29 Destilação Fracionada do Petróleo 57 Reforma Destilação Fracionada do Petróleo 58 Alquilação Às vezes, as estruturas de moléculas em uma fração são rearranjadas para produzir outra. Isso normalmente é feito por meio de um processo chamado alquilação. Na alquilação, compostos de baixo peso molecular, como o propileno e o buteno, são misturados na presença de um catalisadorcomo o ácido fluorídrico ou ácido sulfúrico (um subproduto da remoção de impureza de muitos produtos do petróleo). Os produtos da alquilação são hidrocarbonetos ricos em octanas, usados em tipos de gasolina para reduzir o poder de detonação. 30 Destilação Fracionada do Petróleo 59 Alquilação Processos de Tratamento 60 Tratamento Cáustico Consiste na utilização de solução aquosa de NaOH ou KOH para lavar uma determinada fração de petróleo. Dessa forma, é possível eliminar compostos ácidos de enxofre, tais como H2S e mercaptanas (R-SH) de baixos pesos moleculares. Como carga, trabalha-se apenas com frações leves: gás combustível, GLP e naftas. Sua característica marcante é o elevado consumo de soda cáustica, causando um elevado custo operacional, mas o sistema de tratamento pode ser implantado a um investimento inferior a US$ 1.000.000,00. 31 Processos de Tratamento 61 Tratamento Cáustico As reações do processo, apresentadas abaixo, geram sais solúveis na solução de soda, que são retirados da fase hidrocarboneto em vasos decantadores: 2 NaOH + H2S → Na2S + 2 H2O NaOH + R-SH → NaSR + H2O NaOH + R-COOH → R-COONa + H2O Processos de Tratamento 62 Tratamento Bender O tratamento Bender é essencialmente um processo de adoçamento para redução de corrosividade, desenvolvido com o objetivo de melhorar a qualidade do querosene de aviação e aplicável a frações intermediárias do petróleo. Consiste na transformação de mercaptanas corrosivas em dissulfetos menos agressivos, através de oxidação catalítica em leito fixo em meio alcalino, com catalisador à base de óxido de chumbo convertido a sulfeto (PbS) na própria unidade. Não é eficiente para compostos nitrogenados, e atualmente é pouco utilizado. As reações do processo são as seguintes: 2 R-SH + ½ O2 → RSSR + H2O 2 R-SH + S + 2 NaOH → RSSR + Na2S + 2 H2O 32 Processos de Tratamento 63 Tratamento Bender Processos de Tratamento 64 Tratamento DEA O tratamento DEA é um processo específico para remoção de H2S de frações gasosas do petróleo, especialmente aquelas provenientes de unidades de craqueamento. Ele também remove CO2 eventualmente encontrado na corrente gasosa. O processo é baseado na capacidade de soluções de etanolaminas, como a dietanolamina (DEA), de solubilizar seletivamente a H2S e o CO2. O tratamento é obrigatório em unidades de craqueamento catalítico em função do alto teor de H2S presente no gás combustível gerado. A operação é realizada sob condições suaves de temperatura e pressão. 33 Processos de Tratamento 65 Tratamento DEA Processos de Tratamento 66 Hidrotratamento O hidrotratamento (HDT) consiste na eliminação de contaminantes de cortes diversos de petróleo através de reações de hidrogenação na presença de um catalisador. Dentre as reações características do processo, citam-se as seguintes: • Hidrodessulfurização (HDS): Tratamento de mercaptanas, sulfetos, dissulfetos, tiofenos e benzotiofenos; • Hidrodesoxigenação (HDO): Tratamento de fenóis e ácidos carboxílicos, para inibir reações de oxidação posteriores; • Hidroesmetalização (HDM): Tratamento de organometálicos, que causam desativação de catalisadores; • Hidrodesaromatização: Saturação de compostos aromáticos, sob condições suaves de operação; • Hidrodesalogenação: Remoção de cloretos; • Remoção de Olefinas: Tratamento de naftas provenientes de processos de pirólise. 34 Processos de Tratamento 67 Hidrotratamento Processos Auxiliares 68 Geração de Hidrogênio O hidrogênio é matéria-prima importante na indústria petroquímica, sendo usado por exemplo na síntese de amônia e metanol. Os processos de hidrotratamento e hidrocraqueamento das refinarias também empregam hidrogênio em abundância e algumas o produzem nas unidades de reforma catalítica. No entanto, não sendo possível a síntese de H2 em quantidades suficientes ao consumo, pode-se instalar uma unidade de geração de hidrogênio, operando segundo reações de oxidação parcial das frações pesadas ou de reforma das frações leves com vapor da água. 35 Processos Auxiliares 69 Geração de Hidrogênio A reforma com vapor (Steam reforming), em particular, é a rota escolhida pela Petrobrás. Nela, hidrocarbonetos são rearranjados na presença de vapor e catalisadores, produzindo o gás de síntese (CO e H2). Mais hidrogênio é posteriormente gerado através da reação do CO com excesso de vapor, após a absorção do CO2, produzido em monoetanolamina (MEA). As reações envolvidas na reforma com vapor são as seguintes: CnHm + n H2O → n CO + (n + m/2) H2 CO + H2O → CO2 + H2 70 Geração de Hidrogênio Processos Auxiliares 36 Processos Auxiliares 71 Recuperação de Enxofre A unidade de recuperação de enxofre (URE) utiliza como carga as correntes de gás ácido (H2S) produzidas no tratamento DEA ou outras unidades, como as de hidrotratamento, hidrocraqueamento, reforma catalítica e coqueamento retardado. As reações envolvidas consistem na oxidação parcial do H2S através do processo Clauss, com produção de enxofre elementar, segundo as equações químicas abaixo: H2S + 3/2 O2 → SO2 + H2O 2 H2S + SO2 → 3 S + 2 H2O Na URE, mais de 93% do H2S é recuperado como enxofre líquido de pureza superior a 99,8%. Processos de Tratamento 72 Recuperação de Enxofre 37 Diagrama de Fluxo de uma Refinaria 73
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