Buscar

Resumo de Competência - P. do Trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Para Piero Calamandrei “A competência é acima de tudo uma determinação dos poderes judiciais de cada um dos juízes. (. . .) Perguntar qual é a competência de um juiz equivale, por conseguinte, a perguntar quais são os tipos de causas sobre as quais tal juiz é chamado a prover” e em síntese, para Mário Guimarães “A jurisdição é um todo. A competência, uma fração. Pode um juiz ter jurisdição sem competência. Não poderá ter competência sem jurisdição. ” O conceito mais popular e aceitado é o de que a competência é a medida da jurisdição.
Como já mencionado, a competência nada mais é que a divisão territorial da jurisdição. Existente a jurisdição, o ordenamento jurídico faz a separação dos juízos por matéria e por locais, de modo a destinar à sociedade um sistema jurisdicional especializado e efetivo. Assim sendo, a competência pode ser dividida segundo os critérios: 
a) Da matéria (ratione materiae); 
b) Da pessoa (ratione personae); 
c) Do local ou território (ratione loci); ou 
d) Da função.
No âmbito do direito do trabalho, que é o pertinente ao presente estudo, a Constituição Federal de 1988 trata da competência em razão da matéria e da pessoa no seu artigo 114. Segundo mencionado dispositivo, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
a) As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
b) As ações que envolvam exercício do direito de greve; 
c) As ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalha- dores, e entre sindicatos e empregadores; 
d) Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
e) Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, “o”; 
f) As ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
g) As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
h) A execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
i) Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
A Emenda Constitucional no 45/2004 ampliou a competência da Justiça do Trabalho. Hoje, qualquer demanda relacionada à relação de trabalho deve ser julgada pela Justiça Laboral, lembrando-se que anteriormente apenas a relação de emprego poderia sê-la. Após a referida emenda, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para apreciar e julgar todas as ações oriundas da relação de trabalho, inclusive aquelas referentes às relações laborais entre trabalhadores e as personalidades de direito público externo, da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Observa-se que a Emenda no 45/2004, ao alterar a expressão “relação de emprego” para “relação de trabalho”, fixou novas competências materiais à Jurisdição Trabalhista, sendo, então mais abrangente.
O conceito de relação de trabalho é amplo, abrange todo contrato de atividade em que participe o trabalhador, nas mais diversas modalidades de serviços. A expressão engloba a relação de emprego, a relação autônoma de trabalho, a relação de trabalho eventual, de trabalho avulso e de trabalho temporário.
Nem toda relação de trabalho pode ser considerada como relação de em- prego, mas toda relação de emprego pode ser considerada como relação de trabalho. Esclarece-se que somente a relação de emprego é especialmente protegida por normas trabalhistas e pela Consolidação das Leis do Trabalho, o que não ocorre nas demais relações de trabalho.
Contudo, há que se frisar que no caso de servidor público estatutário ou de cará- ter jurídico-administrativo, a demanda que pretenda discutir sua relação de trabalho com o Poder Público deve ser ajuizada perante a Justiça Comum Federal, caso ele seja servidor público federal, ou perante a Justiça Comum Estadual, caso ele seja servidor público estadual. Isso não ocorre, note-se, caso o empregado seja regido pela CLT, hipótese em que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar sua demanda.
Outro ponto peculiar e que merece atenção do candidato é o acidente de trabalho: segundo prevê o artigo 109, inciso I da Constituição Federal de 1988, a competência para processar e julgar o acidente de trabalho é da Justiça Comum Estadual. Entretanto, segundo o artigo 114, inciso VI, também da Constituição, a competência para processar e julgar as ações que visem a concessão de danos morais decorrentes do acidente de trabalho é da Justiça Laboral.
A Justiça do Trabalho é ainda competente, segundo previsão do parágrafo segundo do artigo 114 da Constituição Federal de 1988, para apreciação do dissídio coletivo. Nesse sentido, caso frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros, mas caso qualquer delas se recuse à arbitragem ou à própria negociação coletiva, a elas é facultado, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, caso em que a Justiça do Trabalho decidirá o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho também poderá ajuizar dissídio coletivo, hipótese em que competirá à Justiça do Trabalho decidir o conflito, conforme prevê o parágrafo terceiro do artigo 114 da Constituição Federal de 1988.
Quanto à competência territorial das Varas do Trabalho, prevê o artigo 651 da CLT, que ela se determina pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha a contratação tenha ocorrido noutro local ou no estrangeiro.
Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 651 da CLT.
A competência das Varas do Trabalho, nos termos supramencionados, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário (art. 651, §2o da CLT).
Ademais, em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços, conforme autoriza o parágrafo terceiro do artigo 651 da CLT.
Em relação ao presente tópico, há que se abordar, ainda, o conflito de competência, que pode ser: a) positivo; ou b) negativo. O conflito positivo de competência ocorre quando dois ou mais juízes declaram-se competentes para processar e julgar uma mesma demanda (art. 115, I, do CPC e art. 804, “a”, da CLT), enquanto que o conflito negativo de competência ocorre quando dois ou mais juízes se declaram incompetentes para julgar determinado processo (art. 115, II, do CPC e art. 804, “b”, da CLT).
Também há conflito de competência, quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos (art. 115, III, do CPC). O conflito de competência pode ser suscitado: 
a) pelos Juízes do Trabalho; 
b) pelos Tribunais do Trabalho; 
c) pelo Ministério Público do Trabalho; ou 
d) por qualquer das partes interessadas.
Em relação às partes, no entanto, é importante recordar o conteúdo do artigo 806 da CLT. Segundo aludido dispositivo, é vedado à parte interessada suscitar conflitos de competência quando já houver oposto na causa exceção de incompetência.
Suscitado o conflito, a parte que o fez deve produzir a prova desua existência, nos termos do artigo 807 da CLT, os conflitos de jurisdição, em matéria trabalhista, devem ser resolvidos:
a) pelos Tribunais Regionais do Trabalho:
I) quando suscitados entre Varas do Trabalho e Juízos de Direito que estejam investidos na jurisdição laboral, desde que pertencentes à mesma região;
 II) quando suscitados entre Varas do Trabalho pertencentes à mesma região; ou
III) quando suscitados entre Juízes de Direitos investidos na jurisdição laboral de uma mesma região.
b) pelo Tribunal Superior do Trabalho:
I) quando suscitado entre Tribunais Regionais do Trabalho; 
 II) quando suscitado entre Varas do Trabalho e Juízos de Direito que estejam investidos na jurisdição laboral, mas pertencentes a diferentes regiões;
III) quando suscitados entre Varas do Trabalho pertencentes a diferentes regiões; ou
IV) quando suscitados entre Juízes de Direitos investidos na jurisdição laboral de diferentes regiões. c) pelo Superior Tribunal de Justiça, quando suscitados entre Varas do Trabalho e Juízos de Direito não investidos de jurisdição laboral.
d) pelo Supremo Tribunal Federal, quando suscitados entre o Tribunal Superior do Trabalho e demais órgãos do Poder Judiciário.
Como se vê, os conflitos de competência sempre são solucionados por órgão hierarquicamente superior aos juízos em conflito.

Outros materiais