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25/09/2017 1 Microfauna do solo PROF. RENAN C B VIEIRA renan.vieira@uffs.edu.br UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS CERRO LARGO CURSO DE AGRONOMIA Fauna do solo - de acordo com diâmetro corporal (Swift et al 1979) 25/09/2017 2 FAUNA DO SOLO Ciclagem de nutrientes Estrutura do solo Catabolismo de MO Mineralização e imobilização de nutrientes Microbiota Microfauna Mesofauna Macrofauna Regulam populações bacterianas e fúngicas Afetam a ciclagem de nutrientes Regulam populações da microbiota e da microfauna Afetam a ciclagem de nutrientes Fragmentam resíduos vegetais Fragmentam resíduos vegetais Estimulam atividade microbiana Regulam populações da microbiota, microfauna e mesofauna Produzem compostos que colaboram para a formação de agregados Hifas emaranham partículas, formando agregados Podem afetar a estrutura de agregados através de interações com a microbiota Produção de material fecal (coprólitos) Criação de bioporos Promovem humificação Mistura de partículas orgânicas e minerais Distribuição da matéria orgânica e microrganismos Criação de bioporos Promovem humificação Produção de material fecal (coprólitos) FAUNA DO SOLO – MICROFAUNA Rotíferos – Filo Rotifera - 0,1 a 1 mm de comprimento / 10-50 µm diâmetro - componentes secundários da fauna do solo - solos extremamente úmidos: - alta proporção de filmes d’água 25/09/2017 3 Rotíferos - 105 rotíferos/m2: - solos orgânicos úmidos/hidromórficos - maioria alimenta-se de microrganismos - Ordem Bdelloidea: > 90% dos rotíferos do solo - estrutura típica: coroa Rotíferos - estresses ambientais: - criptobiose: estado de latência/resistência - dessecação, queda/parada do metabolismo - manutenção da “ordem” estrutural 25/09/2017 4 FAUNA DO SOLO – MICROFAUNA Tardígrados – Filo Tardigrada “Ursos d’água” 0,1 a 0,5 mm de comprimento Ocorrência: maior nos primeiros 1-3 cm do solo ~2 a 10 mil m2 de solo (até 300 mil/m2 de solo) - nutrição: - matéria orgânica/detritos e microrganismos, protozoários, nematoides, rotíferos associados - conteúdo de células vegetais - pequenos invertebrados - latência em condições desfavoráveis→ (por anos) - ecdise 25/09/2017 5 FAUNA DO SOLO – MICROFAUNA Nematoides – Filo Nematoda 0,1 a 2 mm de comprimento maioria microscópica organismos multicelulares mais abundantes em ecossistemas Nematoides • Um dos grupos de animais mais bem sucedidos do planeta Terra • Formas de vida livre (maioria), parasitas de animais, plantas e homem ‐ Parasitas de animais vertebrados (5.000 espécies) e invertebrados (anelídeos, moluscos e insetos) ‐ ¼ da população mundial sofre de alguma doença ocasionada por nematoides 25/09/2017 6 FAUNA DO SOLO – MICROFAUNA Nematoides – Filo Nematoda - estrutura corporal cilíndrica, afilada nas extremidades O corpo do nematoide “tubo dentro de um tubo”: sistema digestório completo e parede corporal 25/09/2017 7 Distribuição dos nematóides 50% 25% 15% 10% Marinhos Terrestres e água doce Parasitas de animais Parasitas de plantas Habitat dos nematoides 25/09/2017 8 Hábitos alimentares: diferentes anatomias da região bucal - entomopatogênicos - microbívoros, predadores * fitófagos (fitonematoides) Anatomia da região bucal de alguns nematoides do solo Criconemoides (fitófago) 25/09/2017 9 A parede do corpo revestida por cutícula Cutícula: é formada a partir de secreção proteica recobre todo o corpo, incluindo cavidades internas exoesqueleto dos nematoides transparente e flexível diminui permeabilidade exploração de ambientes hostis: solos: pouca umidade 4 mudas (ecdises) durante crescimento - maioria dioicos, estruturas dimórficas - poucas espécies: hermafroditas (autofertilização), partenogênese (fêmeas) Adulto: 3‐4 semanas Ciclo de vida 25/09/2017 10 - cosmopolitas - habitantes de mesoporos (15-45 µm de diâmetro) - filmes d’água, poros preenchidos com água em solos, rizosfera - falta de água: anidrobiose - falta de O2: anoxibiose - temp. muito baixas: criobiose - alguns ambientes: 106 nematoides/m2 - solos cultivados: 1-10 milhões/m2 - solo agrícola (EUA): 109 nematoides/acre (0,405 hectares) No solo... - capazes de migrar → matéria orgânica em decomposição - movimentação de outros organismos através do solo - superfície do nematoide colonizada por bactérias - nematoide atua como “veículo” para bactérias imóveis 25/09/2017 11 Importantes em teias alimentares - fundamentais no ecossistema solo - processos de mineralização e decomposição Bacteriófagos: Se nutrem de bactérias. Regime nutritivo mais primitivo disseminadores Bactérias também podem ser difundidas aderidas externamente ao corpo Mineralização de C e N Estímulo indireto do crescimento de raízes Hábito alimentar: Vida livre 25/09/2017 12 Micófagos: Se nutrem de fungos Podem ingerir esporos ou viver do micélio Podem protege‐los dos fungicidas Menos abundantes que bacterívoros Mineralização de C e N (contribuição menor que bacterívoros) Efeito negativo sobre plantas??? Destruição de micorrizas arbusculares Efeito positivo: controle de fungos fitopatogênicos Hábito alimentar: Vida livre Nematófagos e predadores: sugam/ingerem outros nematoides ou pequenos animais ~5% dos nematoides do solo Nematoides entomopatogênicos provocam infecções em insetos liberam bactérias que produzem toxinas controle biológico Algivoros, protozoófagos, saprófagos Hábito alimentar: Vida livre 25/09/2017 13 ~70% dos nematoides microbívoros Encontrados em ambientes rizosféricos 1-2 mm da superfície da raiz (rizoplano) Nematoides bacteriófagos (solo não rizosférico X solo rizosférico) Nematoides micófagos em solos (solo não rizosférico X solo rizosférico) 25/09/2017 14 - fitoparasitas, vetores - raízes, tubérculos, bulbos, mas também partes aéreas - ampla gama de plantas hospedeiras - ecto/endoparasitas Hábito alimentar: Fitonematoides 25/09/2017 15 - distribuição desuniforme no solo - sintomas em manchas/focos: - plantas menores, amareladas, produção reduzida, efeitos mais evidentes da falta de água e extremos de temperatura - disseminação lenta; usualmente não causam morte - forma principal de disseminação: manejo (implementos) - “Nematoide das galhas” - gênero Meloidogyne (~100 espécies): 0,5 mm comprimento - em culturas altamente sensíveis (por exemplo, alface e cenoura), a densidade inicial de 2 ou < 1 ovo/centímetro cúbico de solo é suficiente para causar perdas econômicas 25/09/2017 16 Significância - aproximadamente 14% de perdas em culturas 100 bilhões de dólares anualmente - encontrados em quase todas as regiões agrícolas do mundo - difícil determinar o número certo de hospedeiros - algumas espécies sobrevivem em centenas de espécies - difícil controle - podem predispor plantas hospedeiras à infecções causadas por outros patógenos: aumento dos potenciais de perda Manejo da doença - Controle cultural * rotação de culturas: ambientalmente sustentável - ampla gama de hospedeiros dos nematoides: planejamento - hortaliças (Meloidogyne hapla) e milho (não é hospedeiro) - retorno econômico (curto prazo) pode ser reduzido - novos equipamentos 25/09/2017 17 - Controle cultural * uso de culturas de cobertura - cultivadas fora da estação normal de cultivo agrícola - algumas espécies são antagonistas aos nematoides - capim-sudão, cravo-de-defunto - efeito rizosférico: incrementam população de antagonistas * “culturas armadilha” * inundação, solarização: climasquentes - área precisa deixar de ser cultivada por longos períodos 25/09/2017 18 - Controle Biológico – organismos antagonistas: - fungos nematófagos: Arthrobotrys sp.; Monacrosporium sp. - fungos parasitas - bactérias: Pasteuria penetrans, espécies de Bacillus * dificuldade em obter grandes quantidades do agente para aplicação em grandes áreas, e de forma econômica - Resistência genética - Controle químico - controle químico requer aplicações de elevadas quantidades de nematicidas com equipamentos especializados Alta toxicidade para não alvos e alto custo Índices de diversidade PROF. RENAN C B VIEIRA renan.vieira@uffs.edu.br UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS CERRO LARGO CURSO DE AGRONOMIA 25/09/2017 19 Qual a finalidade de usar índices? Em geral, classificação de objetos Ranking Como os índices são compostos? Relativização de uma variável Combinação de diferentes variáveis Ponderação (pesos) de diferentes variáveis 25/09/2017 20 1. Riqueza (S): número de táxons (ordens, espécies, grupos..) Comunidade A Comunidade B 5 espécies 4 espécies Conceitos em diversidade 2. Abundância: número de indivíduos de cada táxon Comunidade A Comunidade B 18 pinheiros 2 laranja 2 arbustos 2 frutíferas 1 sombra TOTAL = 25 4 espécies 5 pinheiros 7 arbustos 7 frutíferas 6 sombra TOTAL = 25 5 espécies Conceitos em diversidade 25/09/2017 21 3. Equitabilidade: distribuição das abundâncias relativas Conceitos em diversidade Comunidade A Comunidade B 18 pinheiros 2 laranja 2 arbustos 2 frutíferas 1 sombra TOTAL = 25 4 espécies 5 pinheiros 7 arbustos 7 frutíferas 6 sombra TOTAL = 25 5 espécies Índices de diversidade Riqueza 1- Índice de Shannon (H’) Dominância e Equitabilidade 1- Índice de Simpson (D) 2- Índice de Pielou (J) 25/09/2017 22 Índice de Shannon (H’) Onde: pi é a proporção da espécie ou ordem em relação ao número total de indivíduos encontrados pi = ni/N Estima a diversidade Proporção do número total de indivíduos e de cada espécie Muito influenciado por espécies raras Geralmente entre 1,5 e 3,5 (raramente acima de 5) Índice de Simpson (1-D) Onde: D = índice de dominância de Simpson ni = número de indivíduos amostrados por ordem N = número total de indivíduos amostrados Calcula a dominância de taxons Considera a riqueza (no. taxons), a abundância total na comunidade e também a proporção total de ocorrência de cada espécie. (varia de 0 a 1) D 1-D > Índice < dominância > diversidade 25/09/2017 23 Índice de Pielou (J) Onde: J = índice de Pielou H' = índice de diversidade de Shannon Hmax= ln (S) S = número total de ordens Calcula a equitabilidade da comunidade Varia de 0 a 1 1 representa a máxima diversidade todas as espécies são igualmente abundantes Exemplo Ordens Comunidade 1 Comunidade 2 Coleoptera 10 8 Araneae 4 2 Orthoptera 8 0 Hymenoptera 50 20 Isoptera 34 80 TOTAL 106 110 Calcular: Riqueza: 5 e 4 Abundância total Shannon: Simpson: Pielou: 25/09/2017 24 Exemplo Ordens Comunidade 1 Comunidade 2 Coleoptera 10 8 Araneae 4 2 Orthoptera 8 0 Hymenoptera 50 20 Isoptera 34 80 TOTAL 106 110 Calcular: Riqueza = 5 e 4 Abundância total = 106 e 110 Shannon: 1,26 e 0,81 Simpson: 0,66 e 0,43 (comunid 1 menos dominada q a 2) Pielou: 0,78 e 0,58 Exercício Ordens Área1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Área 6 Diplopoda 8 50 10 2 1 30 Araneae 20 20 5 5 15 3 Orthoptera 2 2 20 35 10 25 Hymenoptera 50 15 20 50 20 10 Collembola 150 12 50 100 40 30 Riqueza Abundância total Shannon Simpson Pielou 25/09/2017 25 Exercício Ordens Área1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Área 6 Diplopoda 8 50 10 2 1 30 Araneae 20 20 5 5 15 3 Orthoptera 2 2 20 35 10 25 Hymenoptera 50 15 20 50 20 10 Collembola 150 12 50 100 40 30 Riqueza Abundância total Shannon Simpson Pielou 0 A B C D E F Taxa_S 5 5 5 5 5 5 Individuals 230 99 105 192 86 98 Dominance_D 0,4814 0,3339 0,3107 0,3731 0,3145 0,2638 Simpson_1‐D 0,5186 0,6661 0,6893 0,6269 0,6855 0,7362 Shannon_H 0,981 1,289 1,354 1,143 1,302 1,413 Equitability_J 0,6095 0,8007 0,8412 0,7102 0,8089 0,8779 exercício Ordens Eucalipto Acacia Diplopoda 8 10 Araneae 20 5 Orthoptera 2 20 Hymenoptera 50 20 Collembola 150 50 TOTAL Calcular: Riqueza 5 e 5 Abundância total 230 105 Shannon: 0,98 1,35 Simpson: 1‐D 0,52 0,69 Pielou: 0,61 0,84 25/09/2017 26 Diretrizes para o relatório 5 a 7 páginas – Arial 12; espaçamento 1,5; margem 2,5 x 2,5cm. Deve apresentar Título, Introdução, Material e Métodos, Resultados e Discussão, Conclusão e Referências bibliográficas Introdução: Contextualização, importância da fauna como indicador ambiental, fauna vs manejo, culturas, fertilidade... Material de métodos: descrever os locais, a metodologia, os procedimentos... Diretrizes para o relatório Resultados e discussão: Apresentar os resultados do seu grupo e das 3 áreas avaliadas (preparo convencional, pousio e mata). Calcular a Riqueza, Abundância e os índices de Shannon, Simpson e Pielou. Discutir e comparar os diferentes manejos avaliando diversidade, abundância, equitabilidade... Comparar os índices da sua amostra com a média do seu tratamento e com os resultados de PC, pousio e mata encontrados na literatura (sugestão: Baretta et al 2011) Entrega: 02/10/2017 (4Fase) e 03/10/2017 (8Fase)
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