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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE HUMANIDADES UNIDADE ACADÊMICA DE ECONOMIA A MACROECONOMIA CLÁSSICA Bibliografia básica: KEYNES, John Maynard. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo: Atlas, 2007. FROYEN, Richard. T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 1999. REVOLUÇÃO CLASSICA Revolução contra o pensamento dominante – “Mercantilismo” Pensamento Mercantilista – associado a ascensão do Estado Nação na Europa dos séculos XVI e XVII. Ataque clássico: – Metalismo: a riqueza e o poder de uma nação era determinado pelo estoque de metais preciosos que possuía; – Intervenção Estatal: direcionar o desenvolvimento do sistema capitalista de acordo com seus interesses. Saldos Comerciais Positivos: subsídio às exportações, impostos sobre as importações; Desenvolver a indústria doméstica para reduzir a dependência externa; Desenvolvimento de colônias para gerar mercados para os bens exportados. CONCEPÇÃO CLASSICA • Destacam a importância dos fatores reais (em oposição aos monetários) na determinação da riqueza das nações. • O crescimento de uma economia era visto como resultado de aumento no estoque de fatores reais (mão de obra, terra e capital) e avanço de técnicas produtivas (progresso tecnológico). • A moeda era vista apenas como facilitadora das transações, exercendo a função de meio de troca. • Destaca a eficiência do livre mercado (sem intervenção do Estado) para a otimização na alocação dos recursos. •Salvo em casos em que a interferência estatal ocorresse visando garantir a operação competitiva dos mesmos, as regulamentações governamentais sobre os mercados eram mal vistas pelos clássicos. MODELO CLASSICO “A PRODUÇÃO” FUNÇÃO DE PRODUÇÃO AGREGADA: Baseada na tecnologia das firmas individuais, estabelece uma relação entre o nível de produto e o nível de insumos utilizados. Para cada nível de insumos a função de produção mostra o valor resultante do produto. Esta relação pode ser descrita da seguinte forma: Onde: - Y = produto real; – A = nível tecnológico, determina a produção para um dado nível de K e L. – K = estoque de capital (fábricas, equipamentos e estoques de mercadorias); – L = quantidade de mão de obra (suposta homogênea); A PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO E LONGO PRAZO CURTO PRAZO: •Horizonte de tempo em que o estoque de capital (K) e a tecnologia (A) permanece fixos, sendo que a produção varia unicamente com alterações na utilização de mão de obra (L), oriunda de uma população fixa. LONGO PRAZO: •Horizonte de tempo em que a produção varia em função da mudança em todos os fatores A, K e L. CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO DE PRODUÇÃO 1º) Um aumento na quantidade de qualquer insumo vai aumentar a produção: – A produtividade marginal do capital é positiva; – A produtividade marginal da mão de obra é positiva. 2º) A produtividade marginal de cada fator diminui à medida que mais desse fator é usado com uma quantidade fixa do outro: – A produtividade marginal decrescente do capital. – A produtividade marginal decrescente da mão de obra: A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO E A PRODUTIVIDADE MARGINAL DO TRABALHO NO CURTO PRAZO O fato de a função de produção apresentar uma inclinação positiva reflete que a produtividade marginal da mão de obra é positiva, isto é, para cada unidade extra de mão de obra contratada verifica-se um acréscimo no produto. O fato de a inclinação ser menor conforme aumenta a quantidade de mão de obra utilizada reflete a produtividade marginal decrescente da mão de obra, isto é, cada unidade extra de mão de obra contratada acrescenta marginalmente menos produto. Portanto temos: PMgL A > PMgL B > PMgL C. MODELO CLÁSSICO “MERCADO DE TRABALHO” A concepção clássica do mercado de trabalho é de que o mercado funciona de forma eficiente. As firmas e os trabalhadores, individualmente, agem de forma maximizadora: – Firmas maximizam lucros; – Trabalhadores maximizam utilidade (satisfação). Todos os agentes dispõem de informações perfeitas sobre os preços relevantes no mercado. Os salários nominais são completamente flexíveis, não apresentando nenhum obstáculo para o ajustamento automático dos salários monetários. MODELO CLÁSSICO “DEMANDA POR MÃO DE OBRA” O mercado de trabalho encontra-se sempre em equilíbrio de pleno emprego. As firmas viabilizam a produção comprando serviços de mão de obra (trabalho); As firmas são competitivas e maximizam seus lucros; A curto prazo a produção só pode ser alterada por meio de variações do insumo mão de obra, de modo que a escolha do nível de produção e a quantidade de trabalho constituem uma única decisão a ser tomada; O comportamento maximizador da firma sugere que ela aumente o nível de produção até o ponto em que atinja o maior lucro possível (maximiza o lucro), ou seja, contrata o nível de mão de obra que possibilite igualar Receita Marginal ao Custo Marginal. MODELO CLÁSSICO “DEMANDA POR MÃO DE OBRA” Para uma firma competitiva: – RMg = P = Receita Marginal é igual ao preço do produto. – CMg = W/PMgL = Custo Marginal é igual a razão entre o salário nominal e o produto marginal do trabalho. Ex.: W = 8 R$/h PMgL= 2 CMg = 8/2 = 4R$/h Condição de Maximização: A condição de maximização de lucro estabelece que o salário real pago pela firma deve ser igual ao produto marginal do trabalho PMgL (que é medido em mercadorias, isto é, em termos reais) MODELO CLÁSSICO “OFERTA DE MÃO DE OBRA” Para determinar o nível de oferta de mão de obra Ls, devemos estabelecer uma relação entre oferta de trabalho e salário real; Um indivíduo deve dividir seu tempo entre trabalho e aproveitar o lazer, a chamada “decisão trabalho lazer”. O dia tem 24 h, e cada hora dedicada ao trabalho corresponde a uma hora a menos dedicada ao lazer. O indivíduo escolhe o nível de trabalho ofertado com vistas a maximizar a renda, o consumo e, conseqüentemente, a utilidade (satisfação). O nível de utilidade depende positivamente tanto da renda real (w/p) (que proporciona ao indivíduo poder de compra sobre bens e serviços), quanto de lazer (existe um trade-off entre esses dois objetivos). A renda real é determinada pelo salário real w/p multiplicado pelo número de horas trabalhadas (Ls). MODELO CLÁSSICO “OFERTA DE MÃO DE OBRA” O indivíduo ofertará trabalho (Ls) até o ponto em que a taxa à qual o trabalho possa ser trocado por renda no mercado de trabalho [dada pelo salário real (W/P)], seja igual à taxa à qual o indivíduo estiver disposto a trocar trabalho (renunciar ao lazer) por renda, taxa medida pela inclinação das curvas de indiferença do indivíduo (U1, U2, U3). A partir do comportamento otimizador (maximizador) de um indivíduo construímos sua curva de oferta de trabalho a cada nível de salário real. A curva de oferta agregada de trabalho é obtida somando-se horizontalmente as curvas individuais de oferta de trabalho, e mostra a quantidade total de trabalho ofertada para cada nível de salário real na economia. A curva de oferta de trabalho é representada por: Ls = Ls (w/p) MODELO CLÁSSICO “OFERTA DE MÃO DE OBRA” Dois aspectos importantes a considerar com relação ao modelo clássico: – O trabalhador aumenta suautilidade (satisfação) através do consumo e, ao tomar decisão trabalho-lazer, ele está preocupado com o poder de compra, em termos de bens e serviços que o trabalho proporciona através do salário. Portanto, ao tomar decisão de oferta de trabalho, o trabalhador leva em conta o salário real, ou seja, a quantidade de bens e serviços que ele conseguirá adquirir. – A curva de oferta de trabalho tem inclinação positiva, supõe-se que mais trabalho seja ofertado se os salários reais forem mais altos. – Efeito Substituição. – Efeito Renda; MODELO CLÁSSICO “OFERTA DE MÃO DE OBRA” EFEITO SUBSTITUIÇÃO: supõe-se que mais trabalho seja ofertado se os salários reais forem mais altos. Isso reflete o fato de que um salário real mais alto significa um maior preço (custo) a ser pago pelo lazer. A esse preço mais alto assume- se que o trabalhador escolherá ter menos lazer, ou seja, o custo de oportunidade entre trabalho e lazer aumenta. Esse efeito que permite ao trabalhador desejar trabalhar mais em virtude de salários reais mais elevados, abrindo mão do lazer, é identificado como “efeito substituição”. MODELO CLÁSSICO “OFERTA DE MÃO DE OBRA” EFEITO RENDA: à medida que a renda aumenta, o trabalhador consegue obter uma renda real maior. A níveis mais altos de renda, o lazer pode se tornar mais desejável comparativamente a novos aumentos na renda. Com o sucessivo aumentos do salário real, pode-se chegar a um ponto em que o trabalhador escolhe ofertar menos trabalho e priorizar mais lazer, mesmo com o aumento no salário real. A atitude do trabalhador de preferir mais lazer na medida em que sua renda real é aumentada é identificado como “efeito renda”. OBS.: O fato de o efeito substituição superar o efeito renda justifica a curva de oferta de trabalho ser positivamente inclinada. Se o efeito renda superar o efeito substituição, o que seria possível de ocorrer em níveis significativamente elevado de salários reais, a curva de oferta de trabalho poderia tornar-se negativamente inclinada. MODELO CLÁSSICO “PRODUTO E EMPREGO DE EQUILÍBRIO” Curva de Demanda por trabalho LD = f(w/p) Curva de oferta de trabalho Ls = f(w/p) Função de Produção agregada Y = f(A, K, L) Estas relações juntas com a condição de equilíbrio no mercado de trabalho LD = Ls Determinam o produto, o emprego e o salário real no modelo clássico. DETERMINANTES DO PRODUTO E DO EMPREGO NO MODELO CLÁSSICO No modelo clássico, os fatores que determinam a produção e o emprego são os que determinam as posições da curva de oferta e demanda por trabalho, bem como a posição da curva de produção agregada. – A função de produção é deslocada por: Mudanças tecnológicas (A); Mudanças no estoque de capital (K) – A curva de demanda por trabalho (PMgL) será deslocada por: Mudanças na produtividade do trabalho, que ocorre em virtude de mudanças tecnológicas (A) ou de formação de capital (K); DETERMINANTES DO PRODUTO E DO EMPREGO NO MODELO CLÁSSICO – A curva de oferta de trabalho se desloca por: O tamanho da força de trabalho se altera (Ex.: crescimento populacional); Mudanças nas funções das preferências dos indivíduos, que expressam seus trade-offs entre trabalho e lazer. OBS: uma característica comum aos fatores que determinam a produção no modelo clássico é que todos são variáveis que afetam o lado da OFERTA (Capital, Tecnologia e Trabalho), ou seja, as quantidades que as firmas escolhem produzir No modelo clássico, os níveis de produção e emprego são determinados exclusivamente por fatores associados à oferta. DETERMINANTES DO PRODUTO E DO EMPREGO NO MODELO CLÁSSICO No modelo clássico, os níveis de produção e emprego são determinados exclusivamente por fatores associados à oferta. Lembrando que a economia funciona sempre em pleno emprego Produto de Pleno Emprego (Oferta Agregada da Economia). DETERMINANTES DO PRODUTO E DO EMPREGO NO MODELO CLÁSSICO Porque a oferta agregada no modelo clássico tem o formato vertical? Todas as variáveis que afetam a oferta agregada são variáveis reais e não variáveis nominais (monetárias); Preços afetariam a demanda por mão de obra, visto que afetariam o salário real DETERMINANTES DO PRODUTO E DO EMPREGO NO MODELO CLÁSSICO Obs.: -Alterações na oferta agregada só ocorreriam mediante mudanças nas variáveis reais da economia (o que afetaria o mercado de trabalho), como: Maior produtividade do trabalho (mediante maior acúmulo de capital ou inovações tecnológicas, que desloquem a demanda por trabalho para a direita); Mudança na oferta de trabalho (mudanças populacionais, economias de guerra, etc...)
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