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BORDERLINE - Adesão ao tratamento clínico no transtorno de personalidade

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Adesão ao tratamento clínico no transtorno de personalidade 
borderline
Patrícia Helena Vaz Tanesi 
Latife Yazigi 
Maria Luiza de Mattos Fiore 
José Cássio do Nascimento Pitta 
Universidade Federal de São Paulo
Resumo
Adesão é um comportamento complexo, envolve desde pequenas recusas ao tratamento até o uso inade-
quado dos serviços de saúde e abandono do tratamento. O presente trabalho é um estudo qualitativo com 
seis pacientes com transtorno de personalidade borderline sobre adesão ao tratamento, utilizando análise 
TXDOLWDWLYD� HP�HQWUHYLVWD� DEHUWD�� TXHVWLRQiULR� SVLFRVVRFLDO�� FODVVL¿FDomR�GLDJQyVWLFD� SHOD�6&,'� ,� H� ,,� H�
acompanhamento clínico. Os resultados mostraram que impulsividade, manipulação, dissociação afetiva, 
WHQWDWLYD�GH�VXLFtGLR��WHQGrQFLD�j�UHJUHVVmR�H�DJUHVVLYLGDGH�GL¿FXOWDUDP�RX�LPSRVVLELOLWDUDP�D�DGHVmR�DR�
WUDWDPHQWR��&RQFOXtPRV�TXH�RV�FDVRV�TXH�DEDQGRQDUDP�R�WUDWDPHQWR�FRORFDUDP�D�HTXLSH�HP�XPD�VLWXDomR�GH�
LPSRWrQFLD�H�DSHOR�SDUD�HVWUDWpJLDV�VRFLDLV�FRPR�IRUPD�GH�PDQHMR�GD�VLWXDomR��e�OHYDQWDGD�D�KLSyWHVH�GH�TXH�
familiares saudáveis podem ser importantes para a adesão ao tratamento. Nos casos que não abandonaram o 
DFRPSDQKDPHQWR��D�QmR�DGHVmR�VH�PDQLIHVWRX�FRPR�DWDTXHV�DR�YtQFXOR��DWDTXHV�D�PHOKRUD��H�DJUHVVLYLGDGH�
voltada à equipe e à instituição. 
3DODYUDV�FKDYH��DGHVmR�DR�WUDWDPHQWR��WUDQVWRUQR�GH�SHUVRQDOLGDGH�ERUGHUOLQH��LPSXOVLYLGDGH��DJUHVVLYLGDGH�
Abstract
Compliance in the treatment of borderline personality disorders��&RPSOLDQFH�LV�D�FRPSOH[�EHKDYLRU��UDQ-
JLQJ�IURP�PLQRU�LQVWDQFHV�RI�WUHDWPHQW�UHIXVDO�WR�WKH�LQDSSURSULDWH�XVH�RI�KHDOWK�VHUYLFHV�RU�HYHQ�WUHDWPHQW�
abandonment. The study comprises a qualitative analysis of six patients with borderline personality disorder 
VXEPLWWHG�WR�DQ�RSHQ�LQWHUYLHZ��D�SV\FKRVRFLDO�TXHVWLRQQDLUH��D�GLDJQRVWLF�FODVVL¿FDWLRQ�WKURXJK�6&',�,�DQG�,,�
DQG�D�FOLQLFDO�IROORZ�XS��6L[�EHKDYLRUV�PDGH�WUHDWPHQW�FRPSOLDQFH�HLWKHU�GLI¿FXOW�RU�LPSRVVLEOH��LPSXOVLYLW\��
PDQLSXODWLRQ��DIIHFWLYH�GLVVRFLDWLRQ��DWWHPSWHG�VXLFLGH��WHQGHQF\�WR�UHJUHVVLRQ��DQG�DJJUHVVLRQ��7KH�SDUWLFL-
SDQWV�ZKR�DEDQGRQHG�WKH�WUHDWPHQW�PDGH�WKH�KHDOWK�WHDP�LPSRWHQW��UHTXLULQJ�VRFLDO�VWUDWHJLHV�WR�PDQDJH�WKH�
VLWXDWLRQ��:H�K\SRWKHVL]HG�WKDW�KHDOWK\�IDPLOLHV�DUH�RI�JUHDW�LPSRUWDQFH�IRU�FRPSOLDQFH�WR�WUHDWPHQW��)RU�WKH�
FDVHV�LQ�ZKLFK�WUHDWPHQW�ZDV�QRW�DEDQGRQHG��QRQ�FRPSOLDQFH�ZDV�PDQLIHVWHG�DV�DWWDFNV�DJDLQVW�WKH�ERQGV�
DQG�DJDLQVW�WKH�LPSURYHPHQW��DQG�DJJUHVVLRQ�WRZDUGV�WKH�KHDOWK�WHDP�DQG�WKH�LQVWLWXWLRQ��
.H\ZRUGV��FRPSOLDQFH�WR�WUHDWPHQW��ERUGHUOLQH�SHUVRQDOLW\�GLVRUGHU��LPSXOVLYLW\��DJJUHVVLRQ
O0DQXDO�'LDJQyVWLFR�H�(VWDWtVWLFR�GH�7UDQVWRUQRV�0HQ-WDLV��'60�,9�75��������FODVVL¿FD�DGHVmR�DR�WUDWDPHQWR�como uma das condições primordiais na atenção clínica. 
$GHVmR�p�GH¿QLGD�FRPR�XP�FRPSRUWDPHQWR�FRPSOH[R�TXH�LQFOXL�
QmR�Vy�DV�FDUDFWHUtVWLFDV�GR�SDFLHQWH��PDV� WDPEpP�GR�FOtQLFR�
H�GDV�HVWUDWpJLDV�GH�WUDWDPHQWR�XWLOL]DGDV��'XQEDU���������HP�
um estudo de revisão sobre os determinantes da adesão, mostra 
TXH�IDWRUHV�UHODFLRQDGRV�j�HVWUDWpJLD�H�DR�UHJLPH�GH�WUDWDPHQWR�
VmR�RV�PDLV�LPSRUWDQWHV��%ODFNZHOO��������D¿UPD�TXH��TXDQGR�
a autoridade médica e a autonomia do paciente são discutidas, 
temas como respeito às crenças, às atitudes e às opiniões tornam-
se os focos do estudo.
(VWD�TXHVWmR�WRUQD�VH�PDLV�FRPSOH[D�DLQGD�TXDQGR�VH�HQWUD�
no campo dos transtornos de personalidade, em particular do 
paciente borderline��2�'60�,9�75��������FDUDFWHUL]D�R�WUDQV-
torno de personalidade borderline�FRPR�XP�SDGUmR�JOREDO�GH�
LQVWDELOLGDGH�GRV�UHODFLRQDPHQWRV�LQWHUSHVVRDLV��GD�DXWR�LPDJHP�
e dos afetos, e acentuada impulsividade que começa no início da 
idade adulta e está presente em uma variedade de contextos.
(P�JHUDO��D�QmR�DGHVmR�D�XP�WUDWDPHQWR�HQYROYH�PXLWRV�
Estudos de Psicologia ������������������
72
FRPSRUWDPHQWRV�� UHOXWkQFLD� HP� SURFXUDU� DMXGD�� UHMHLomR� D�
procedimentos como exames laboratoriais, consultas e sessões 
LUUHJXODUHV��LQWHUUXSo}HV�SUHPDWXUDV�QR�DFRPSDQKDPHQWR��QmR�
cumprimento das orientações, uso de dose inadequada e de 
PHGLFDo}HV�QmR�UHFRPHQGDGDV��%ODFNZHOO���������
As razões conscientes mais comuns referidas pelos pacientes 
para não aderirem ao tratamento e freqüentarem as sessões de 
psicoterapia são frustração com o tratamento, falta de suporte 
VRFLDO� H� GL¿FXOGDGHV� ORJtVWLFDV� HP� FRPSDUHFHU� jV� FRQVXOWDV�
�*XQGHUVRQ��������
6WRQH���������HP�XP�HVWXGR�GH�UHYLVmR�VREUH�WUDWDPHQWRV�
SVLFROyJLFRV��VDOLHQWD�D�H[LVWrQFLD�GH�WUrV�OLQKDV�SVLFRWHUDSrXWLFDV�
PDLRUHV�SDUD�R�PDQHMR�GR�WUDQVWRUQR�GH�SHUVRQDOLGDGH�ERUGHUOLQH��
SVLFRGLQkPLFD��FRJQLWLYR�FRPSRUWDPHQWDO�H�VXSRUWLYD��2�DXWRU�
observa que todas elas, apesar de diferirem em suas caracterís-
WLFDV�HVSHFt¿FDV��EXVFDP�PHOKRUDU�RV�VLQWRPDV�H�DV�GL¿FXOGDGHV�
GHVVHV�SDFLHQWHV��5HFRQKHFH�TXH�RV�WHUDSHXWDV�GHYHP�OLGDU�FRP�
seis problemas sérios no início do processo: suicídio e auto-muti-
lações, ameaças de interrupção precoce do tratamento, depressão, 
abuso de substâncias, manifestações de ansiedade e pânico, e 
GLVVRFLDomR��7DPEpP�UHIHUH�RXWUDV�TXHVW}HV�TXH�VXUJHP�GHSRLV�
GH�VXSHUDGRV�HVVHV�SUREOHPDV��UDLYD�LQMXVWL¿FDGD��PRUGDFLGDGH��
manipulação, reivindicações, ciúmes, pensamento do tipo tudo 
ou nada, atitudes extremas como idealização e desvalorização, 
e traços masoquistas.
4XDQWR�DR�HIHLWR�GDV�LQWHUYHQo}HV�SVLFROyJLFDV�HP�SDFLHQWHV�
FRP�WUDQVWRUQR�GH�SHUVRQDOLGDGH�ERUGHUOLQH��%LQNV���������HP�
uma revisão sistemática, conclui que os problemas encontra-
dos em pacientes com transtorno de personalidade borderline 
podem ser aliviados com tratamentos que envolvem conversa 
ou comportamentais, mas todas as terapias ainda estão na fase 
experimental. Os estudos são poucos e limitados para inspirar 
XPD�FRPSOHWD�FRQ¿DQoD�HP�VHXV�UHVXOWDGRV��2V�DFKDGRV�UHTXH-
rem replicação em estudos maiores no “mundo real”. 
O presente estudo visa contribuir para a compreensão de 
fatores que interferem na adesão ao tratamento em pacientes com 
WUDQVWRUQR�GH�SHUVRQDOLGDGH�ERUGHUOLQH��LGHQWL¿FDQGR�FRPSRUWD-
PHQWRV�TXH�SRGHP�HVWDU�UHODFLRQDGRV�D�HVWD�GL¿FXOGDGH�
Método
Participantes
)RUDP� UHFUXWDGRV�RQ]H�SDFLHQWHV� FRP�D� DMXGD�GH�SUR¿V-
sionais da área da saúde mental de diferentes serviços de uma 
instituição pública universitária: pronto-socorro, hospital-dia, 
HQIHUPDULD� H� DPEXODWyULR�� 3HGLX�VH� D� HVWHV� SUR¿VVLRQDLV� TXH�
HQFDPLQKDVVHP�SDUD� R� HVWXGR� SDFLHQWHV� FRP�GLDJQyVWLFR� GH�
WUDQVWRUQR�GH�SHUVRQDOLGDGH�GH�GLItFLO�PDQHMR�
Todos os pacientes assinaram termo de consentimento livre 
e esclarecido aprovado pela comissão de ética desta instituição, 
GHQWUR�GRV�SDGU}HV�H[LJLGRV�SHOD�'HFODUDomR�GH�+HOVLQN�
'RV� ���SDFLHQWHV� HQWUHYLVWDGRV�� WUrV� IRUDP�H[FOXtGRV� GR�
estudo por apresentarem respectivamente personalidade anti-
VRFLDO��UHWDUGR�PHQWDO�H�WUDQVWRUQR�ELSRODU�HSLVyGLR�PLVWR�FRP�
DXVrQFLD�GH�WUDQVWRUQR�GH�SHUVRQDOLGDGH��'RLV�RXWURV�SDFLHQWHV�
não completaram as avaliações. Assim, dos seis pacientes, todos 
do sexo feminino, que iniciaram o tratamento, três abandona-
UDP�H� WUrV�SHUPDQHFHP�DWp�KRMH�YLQFXODGRV�j� LQVWLWXLomR��HP�
tratamento.
1D�7DEHOD���HQFRQWUDPRV�D�GHVFULomR�GRV�SDUWLFLSDQWHV�
Instrumentos e procedimentos
Os pacientes foram submetidos a uma entrevista livre 
TXDQGR� OKHV� IRL� SHGLGR�SDUD� FRQWDUHP� VXD�KLVWyULD� GH� YLGD� H�
para responderem a um questionário psicossocial que serviu 
GH� HVWtPXOR� SDUD� TXH� UHODWDVVHP� D� KLVWyULD� GH� VXD� IDPtOLD��
(VVHV�HQFRQWURV� IRUDP�JUDYDGRV�H�SRVWHULRUPHQWH� WUDQVFULWRV��
2�REMHWLYR�IRL�DYDOLDU�DV�GLIHUHQoDV�QDV�RSLQL}HV��QDV�DWLWXGHV��
QRV�VLVWHPDV�GH�YDORUHV�H�FUHQoDV�VXEMDFHQWHV�GD�SHVVRD��XPD�
vez que o comportamento de não-adesão pode decorrer dessas 
FDUDFWHUtVWLFDV��5RGULJXHV���������
(P�VHJXLGD��RV�SDFLHQWHV�IRUDP�UH�DYDOLDGRV�SRU�PHLR�GDV�
HQWUHYLVWDV�FOtQLFDV�HVWUXWXUDGDV��6&,'�,��)LUVW��*LEERQ��6SLW]HU��
	�:LOOLDPV�� ������� YHUVmR� FOtQLFD� SDUD�R�'60�,9� WUDGX]LGD�
H�DGDSWDGD�SDUD�R�SRUWXJXrV� �'HO�%HQ��5RGULJXHV��	�=XDUGL��
�������H�6&,'�,,� �6SWL]HU��:LOOLDPV��*LEERQ��	�)LUVW���������
YHUVmR�SDUD�'60�,,,�5�WUDGX]LGD�H�DGDSWDGD�SDUD�R�SRUWXJXrV�
�'HO�%HQ� HW� DO�� �������2� REMHWLYR� GHVWHV� LQVWUXPHQWRV� IRL� D�
FODVVL¿FDomR�GLDJQyVWLFD��
Os pacientes do estudo passaram então a ser acompanhados 
em atendimentos psicoterápico e psiquiátrico. A psicoterapia teve 
XPD�DERUGDJHP�GH�RULHQWDomR�SVLFDQDOtWLFD�� D� IUHTrQFLD�GDV�
sessões variou de duas a três vezes por semana. O atendimento 
psiquiátrico buscou abrandar a intensidade dos sintomas do 
transtorno borderline e tratar suas comorbidades em consultas 
que variaram de uma vez por semana a uma vez por mês.
Análise dos dados
)RL�IHLWR�HVWXGR�GH�XP�JUXSR�GH�FDVRV�VLVWHPDWL]DGRV�SRU�
PHLR�GRV�LQVWUXPHQWRV�H�SURFHGLPHQWRV�GHVFULWRV�DFLPD��(VVH�
tipo de delineamento qualitativo é particularmente útil na prática 
FOtQLFD��FRPR�VDOLHQWD�)RQDJ\���������1R�HQWDQWR��R�DXWRU�D¿UPD�
TXH��DSHVDU�GH�GHPRQVWUDU�R�UH¿QDPHQWR�GD�WpFQLFD�FOtQLFD�H�D�
LQRYDomR�GR�WUDWDPHQWR��RV�DFKDGRV�QmR�SRGHP�VHU�JHQHUDOL]DGRV�
SDUD� WRGD� D� SRSXODomR� FOtQLFD��0DUVKDOO� �������� SRU� VXD�YH]��
DVVLQDOD�D�YDQWDJHP�TXH�HVVH�PpWRGR�WHP�GH�OHYDU�R�OHLWRU�DR�
SUySULR�ORFDO�RQGH�R�IHQ{PHQR�RFRUUH�GH�IRUPD�YLYD�H�FRP�XPD�
riqueza de detalhes que não se observa em outros formatos.
'RV�GDGRV� FROKLGRV� IRUDP� IHLWDV� OHLWXUDV� H� UHOHLWXUDV� DWp�
TXH�DSDUHFHUDP�FRQVWUXWRV�TXH�SXGHVVHP�VXJHULU�R�SRUTXr�GDV�
Tabela 1
Identificação das pacientes
Nome Idade Estado Civil Escolaridade
Alba 26 Solteira Superior incompleto
Kelly 25 Solteira Superior incompleto
Mara 26 Solteira Superior incompleto
Doralice 30 Solteira Superior incompleto
Lúcia 21 Solteira Ensino médio completo
Íris 41 Solteira Superior incompleto
P.H.V.Tanesi et al.
73
GL¿FXOGDGHV�GD�DGHVmR�HP�FDGD�FDVR��3DWWRQ��������GHVFUHYH�HVVH�
SURFHVVR�FRPR�DQiOLVH�LQGXWLYD�HP�TXH�RV�WHPDV�H�DV�FDWHJRULDV�
HPHUJHP�GR�SUySULR�PDWHULDO�� RX� VHMD�� QmR� VmR� HVWDEHOHFLGRV�
previamente.
Os construtos foram posteriormente validados através da 
interação entre os demais pesquisadores que não participaram 
GLUHWDPHQWH�GD�FROHWD�GR�PDWHULDO�FRP�RV�SDFLHQWHV��)RUDP�OHYDQ-
tadas considerações a favor ou contra determinado construto que 
GHSRLV�IRUDP�DYDOL]DGDV�SHOD�HTXLSH�GD�SHVTXLVD��7XUDWR��������
chama essa etapa da pesquisa clínico-qualitativa de processo de 
validação externa, ou interpessoal.
Para não revelar a identidade dos participantes foi dado um 
QRPH�¿FWtFLR�H�UHWLUDGDV�LQIRUPDo}HV�TXH�SXGHVVHP�LGHQWL¿Fi�
los.
Os três participantes excluídos do estudo foram encaminha-
dos para tratamento, um passou a ser atendido em outro serviço 
GD� ,QVWLWXLomR�H�RV�RXWURV�GRLV� IRUDP�SDUD�XQLGDGH�EiVLFD�GH�
saúde de seu bairro. 
Resultados
1DV�7DEHODV���H���VmR�GHVFULWRV�RV�GLDJQyVWLFRV�H�DV�SULQFL-
pais características da entrevista e questionário psicossocial. 
2V�FRQVWUXWRV�LGHQWL¿FDGRV�TXH�LQWHUIHULUDP�QD�DGHVmR�H�D�
Tabela 2
Diagnósticos de Eixo I e II
Nome Eixo I – DSM-IV Eixo II – DSM-III-R
Alba Transtorno depressivo maior recorrente, severo com
aspectos psicóticos (atual).
Dependência de anfetamina (atual)
Dependência de ansiolítico (atual)
Anorexia nervosa (atual)
Transtorno psicótico SOE (durante a vida)
Transtorno passivo-agressivo
de personalidade
Transtorno de personalidade
borderline
Kelly Transtorno depressivo maior, recorrente moderado
(atual e durante a vida).
Transtorno psicótico breve (atual e durante a vida)
Transtorno paranóide de
personalidade
Transtorno de personalidade
borderline
Mara Transtorno depressivo maior, episódio único (durante a
vida).
Transtorno obsessivo-compulsivo (atual)
Transtorno histriônico de
personalidade
Transtorno de personalidade
borderline
Doralice Transtorno depressivo maior recorrente severo com
aspectos psicóticos (atual e durante a vida)
Transtorno dismórfico corporal (atual)
Bulimia nervosa (atual e durante a vida)
Transtorno de personalidade
borderline
Lúcia Transtorno psicótico SOE (durante a vida)
Abuso de ansiolítico (durante a vida)
Transtorno dissociativo NE (atual e durante a vida)
Anorexia nervosa (durante a vida)
Bulimia nervosa (atual)
Transtorno paranóide de
personalidade
Transtorno histriônico de
personalidade
Transtorno de personalidade
borderline
Íris Transtorno depressivo maior recorrente em remissão
completa (durante a vida)
Transtorno de pânico com agorafobia (durante a vida)
Transtorno autodestrutivo de
personalidade
Transtorno paranóide de
personalidade
Transtorno de personalidade
borderline
Adesão ao tratamento no TPB
74
GHVFULomR�UHVXPLGD�GRV�FDVRV�VmR�RV�TXH�VHJXHP��
Impulsividade
$�KLVWyULD�GH�$OED�p�PDUFDGD�SRU�JHVWRV�LPSXOVLYRV��WHQWDWL-
YDV�GH�VXLFtGLR��DXWR�DJUHVV}HV��SURVWLWXLomR�SDUD�SDJDU�GtYLGDV�H�
FLUXUJLDV�SOiVWLFDV��7DPEpP�ID]HP�SDUWH�GH�VXD�KLVWyULD�FOtQLFD�
transtorno alimentar e abuso de anfetaminas.
Na avaliação psiquiátrica foi possível observar a hostilidade, 
o humor instável, as idéias prevalentes de auto-referência e a 
UHMHLomR�D�ID]HU�R�DFRPSDQKDPHQWR�SVLTXLiWULFR�QHVWH�VHUYLoR�
O processo psicoterápico caracterizou-se pelas inúmeras 
faltas e pela ambivalência em se vincular ao terapeuta. Uma fala 
VXD�PRVWUD�D�JUDYLGDGH�GH�VXD�LPSXOVLYLGDGH��³(VWHV�LPSXOVRV�
suicidas vêm à minha cabeça, e assim como estou falando com 
YRFr�QHVWH�PLQXWR��QmR�VHL�R�TXH�SRVVR�ID]HU�QR�LQVWDQWH�VHJXLQ-
WH�´�6HX�DFRPSDQKDPHQWR�GXURX�WUrV�PHVHV�H�GHSRLV�SRU�PDLV�GH�
XP�PrV��SRU�PHLR�GH�FRQWDWRV�WHOHI{QLFRV�TXDQGR�VHPSUH�GL]LD�
que viria, mas deixava o terapeuta esperando.
A família de Alba em nenhum momento se mostrou dispo-
nível a participar do seu tratamento.
A psiquiatra da unidade básica de saúde onde Alba faz seu 
acompanhamento nos informou que ela continua a ir às consultas, 
PDV�VH�QHJD�D�ID]HU�SVLFRWHUDSLD�
Manipulações
$�KLVWyULD�GH�.HOO\�p�PDUFDGD�SHOD�EDL[D�WROHUkQFLD�D�IUXV-
trações desde a infância, o que resultava em explosões de raiva 
e manipulações.
O acompanhamento psiquiátrico, que durou seis meses, 
caracterizou-se pelas inúmeras faltas às consultas e uso indiscreto 
H�DEXVLYR�GH�FKDPDGDV�FHOXODUHV�j�SVLTXLDWUD��&RPR�QmR�REWLQKD�
D�DWHQomR�TXH�GHVHMDYD��IDOWDYD�LQGLVFULPLQDGDPHQWH�jV�VHVV}HV��
à terapia e às consultas.
No processo psicoterápico, marcado por inúmeras faltas, 
FKDPDUDP�D�DWHQomR�RV�VHQWLPHQWRV�GH�DPRU�H�yGLR�TXH�.HOO\�
WLQKD�SRU�VHXV�SDLV��$SyV�VHLV�PHVHV��LQWHUURPSHX�R�WUDWDPHQWR��
)RUDP�YiULDV�DV�WHQWDWLYDV�GH�FRQWDWi�OD�SRU�WHOHIRQH�SDUD�VDEHU�
VH�UHWRUQDULD��PDV�IRL�GHVOLJDGD�GR�HVWXGR�TXDQGR�¿FRX�FODUR�TXH�
HVWDYD�VHQGR�DFRPSDQKDGD�HP�RXWUR�VHUYLoR��$SyV�DOJXQV�PHVHV��
TXDQGR�VXD�YDJD�Mi�HVWDYD�RFXSDGD�SRU�RXWUR�SDFLHQWH��UHWRUQRX�
FRP�D�IDPtOLD�H[LJLQGR�VHU�DWHQGLGD��4XHULD�UHFHLWDV�H�DWHVWDGRV�
médicos. Não foi possível à equipe romper o círculo: “Não dão 
D�DWHQomR�TXH�TXHUR��HQWmR�HX�IDOWR´��)RL�UH�HQFDPLQKDGD�SDUD�R�
serviço onde estava sendo acompanhada. A manipulação de seus 
atendimentos comprometeu sua adesão ao tratamento.
A família de Kelly teve uma participação ambivalente nos 
DWHQGLPHQWRV��6XD�PmH�ID]LD�DFRPSDQKDPHQWR�SRU�GHSUHVVmR�
em outro serviço e seu pai, embora necessitasse de atendimento 
psicoterápico, não aceitou a proposta.
Dissociação afetiva
A historia de Mara é marcada por dois traumas: a perda da 
PmH�DRV�GRLV�DQRV�GH�LGDGH�HP�XP�DFLGHQWH�HP�TXH�R�SDL�¿FD�
SDUDSOpJLFR�H�R�DEXVR�VH[XDO�SHOR�DY{�SDWHUQR�GRV�VHWH�DRV����
DQRV��$RV����DQRV�LQLFLD�DV�WHQWDWLYDV�GH�VXLFtGLR��DV�LQWHUQDo}HV�
psiquiátricas e o uso de medicações, sem aderir a qualquer tra-
Tabela 3
Dados da entrevista e do questionário psicossocial
Nome Características das entrevistas e questionários
Alba Fala intensa, aderente; discurso pobre e monotemático.
Foco no corpo e doença, coloca-se como vítima nas relaçõesque estabelece.
Família de classe popular com poucos interesses.
Kelly Fala prolixa; discurso persecutório, pobreza ideativa e emocional.
Foco auto-referente
Família de classe média com poucos interesses
Mara Fala econômica, sintética; discurso conciso, adequado e preciso.
Foco em eventos traumáticos de sua história em sua história
Família de classe média com poucos interesses
Doralice Fala confusa; discurso sem encadeamento.
Foco na doença e no corpo
Família de classe média com alguns interesses
Lúcia Fala desorganizada, intensa e aderente; discurso e concepções empobrecidos.
Foco na doença e no corpo
Família de classe popular com alguns interesses
Íris Fala prolixa; discurso com momentos de perda do fio condutor, difícil compreensão e muito
detalhado.
Foco na lembrança do passado e suas minúcias.
Família de classe média com maior diversidade de interesses
P.H.V.Tanesi et al.
75
tamento proposto.
1HVWH�VHUYLoR�¿FRX�HP�DFRPSDQKDPHQWR�SVLTXLiWULFR�SRU�
WUrV�PHVHV�TXDQGR�ID]LD�XVR�LUUHJXODU�GDV�PHGLFDo}HV�H�IDOWDYD�
PXLWR��0DUD�QmR�WLQKD�QHQKXPD�FUtWLFD�HP�UHODomR�j�JUDYLGDGH�
GH� VHXV� WUDXPDV�H�GH� VHX�FRPSRUWDPHQWR��6HX�DIHWR�HUD�SUH-
dominantemente dissociado e atribuía suas faltas a não estar 
precisando de atendimento.
(P�UHODomR�DR�SURFHVVR�SVLFRWHUiSLFR��HUD�SDWHQWH�VHX�JUDX�
GH� GLVVRFLDomR� DSyV� XPD� WHQWDWLYD� GH� VXLFtGLR� HP�TXH�¿FRX�
KRVSLWDOL]DGD����GLDV��$� WHUDSHXWD� D� GHVFUHYH� FRPR�DSUHVHQ-
WDQGR�JUDQGH�YLYDFLGDGH�H�GHVHQYROWXUD��QHQKXPD�DQJ~VWLD�RX�
interesse em pesquisar os motivos que a levaram a tomar uma 
atitude tão violenta.
A participação do pai de Mara nos atendimentos se carac-
terizou por atitudes invasivas, inadequadas e desrespeitosas em 
UHODomR�j�¿OKD�H�j�HTXLSH��(QWUHWDQWR��VXD�DYy�SDWHUQD�SUHVHQWH�
em um dos atendimentos mostrou-se cuidadosa e preocupada.
Não foi possível dar continuidade aos atendimentos, pois 
Mara abandonou seu tratamento.
Tentativas de Suicídio e Auto-Agressões
$�KLVWyULD�GH�'RUDOLFH�p�PDUFDGD�SRU�LQ~PHUDV�LQWHUQDo}HV�
SVLTXLiWULFDV� GHFRUUHQWHV� SULQFLSDOPHQWH� GH� DXWR�DJUHVV}HV� H�
tentativas de suicídio.
O atendimento psiquiátrico foi orientado sobretudo para a 
FRQWHQomR�GR�VHX�FRPSRUWDPHQWR�DXWR�DJUHVVLYR�
2�SURFHVVR�SVLFRWHUiSLFR�IRL�GL¿FXOWDGR�SRU�VHX�HVWDGR�TXDVH�
que constante de sedação decorrente da quantidade necessária 
de medicações e seu atendimento foi muitas vezes interrompido 
por causa das internações.
6XD�IDPtOLD�QmR�OKH�GDYD�VXSRUWH��$�PmH�WLQKD�R�KiELWR�GH�
alterar reiteradamente as prescrições médicas, comportava-se 
DJUHVVLYDPHQWH� FRP�D� HTXLSH� �GLVFXWLD� FRP�RV� UHVLGHQWHV� GR�
KRVSLWDO�GLD� H� GR� SURQWR�VRFRUUR�� DPHDoDQGR� LQWHUURPSHU� R�
WUDWDPHQWR�GD�¿OKD��$R�LQYpV�GH�VH�DOLDU�j�HTXLSH�SDUD�PHOKRU�
FXLGDU�GD�¿OKD��GL¿FXOWDYD�PXLWR�R�DWHQGLPHQWR�
Tendência a regressão
&KDPDUDP�D�DWHQomR�QD�KLVWyULD�SVLTXLiWULFD�GH�/~FLD�RV�
HQFDPLQKDPHQWRV�SDUD�DPEXODWyULRV�FDGD�YH]�PDLV�HVSHFLDOL]D-
dos. A unidade básica de saúde a encaminhou para a instituição 
RQGH�SDVVRX�SHOR�DPEXODWyULR�GH�WUDQVWRUQRV�DOLPHQWDUHV��GHSRLV�
KRVSLWDO�GLD� H�¿QDOPHQWH� SDUD� DWHQGLPHQWR�GH� WUDQVWRUQRV� GH�
SHUVRQDOLGDGH��(VWHV� HQFDPLQKDPHQWRV� GHFRUUHP�GD� IDOWD� GH�
recursos dos diferentes locais para lidarem com os comporta-
PHQWRV�UHJUHVVLYRV�GH�/XFLD��FRPR�JULWRV�H�FKXWHV�GXUDQWH�RV�
DWHQGLPHQWRV��WHQWDWLYDV�GHVRUJDQL]DGDV�GH�DJUHGLU�D�SVLTXLDWUD�
H�R�SVLFRWHUDSHXWD�� WHQWDWLYDV�GH�SXODU�SHOD� MDQHOD�GXUDQWH�RV�
DWHQGLPHQWRV��DWLUDU�H�TXHEUDU�REMHWRV��(VWHV�FRPSRUWDPHQWRV�
LQWHUURPSLDP�RV�DWHQGLPHQWRV�DPEXODWRULDLV��SRLV�/XFLD�SUHFL-
sava ser muitas vezes sedada e por vezes contida.
O processo psicoterápico caracterizou-se, no início, pelo 
DFROKLPHQWR�H�FRQWHQomR�GR�yGLR�H�GD�UDLYD��$VVLP��HUDP�LQWHU-
YHQo}HV�FRPR�DEUDoDU�/XFLD�TXDQGR�WHQWDYD�SXODU�SHOD�MDQHOD��LU�
de mãos dadas com ela ao pronto-socorro para tomar ansiolítico. 
(VVHV�PDQHMRV�DMXGDUDP�/~FLD�D�GLPLQXLU�WDLV�FRPSRUWDPHQWRV��
DSHVDU�GH�DLQGD�KRMH�DPHDoDUHP�VHX�WUDWDPHQWR�
$�PmH�GH�/~FLD�VHPSUH�VH�PRVWURX�PXLWR�SDUWLFLSDWLYD��FRP�
ERD�FDSDFLGDGH�GH�FRQWLQrQFLD�H�VHJXLQGR�DV�RULHQWDo}HV�WHUDSrX-
WLFDV��e�DVVtGXD�jV�FRQVXOWDV�H�DFHLWRX�ID]HU�SVLFRWHUDSLD�
Agressividade
$�KLVWyULD�GH�ËULV�p�PDUFDGD�SRU�VHU�¿OKD�GH�XP�UHODFLRQD-
PHQWR�H[WUDFRQMXJDO�GR�SDL�TXH�D�OHYD�SDUD�FDVD�SDUD�VHU�FULDGD�
SHOD� HVSRVD��6y� WRPRX� FRQKHFLPHQWR�GHVVH� IDWR� DRV���� DQRV�
SRU�XPD�SVLFyORJD��6XD�KLVWRULD�SVLTXLiWULFD�FRPHoRX�DRV����
DQRV��TXDQGR�LQWHUURPSHX�D�IDFXOGDGH�DSyV�XP�FULPH�SDVVLR-
QDO�TXH�HQYROYHX�XP�FDVDO�GH�HVWXGDQWHV�� ËULV�SDVVRX�D� ID]HU�
acompanhamentos psiquiátrico e psicoterápico, evoluiu com 
SLRUD� H� FRPSRUWDPHQWRV� DXWR�DJUHVVLYRV�TXH� FXOPLQDUDP�HP�
GXDV� LQWHUQDo}HV�SVLTXLiWULFDV� H�QR�GLDJQyVWLFR�GH� WUDQVWRUQR�
de personalidade borderline.
1R� DFRPSDQKDPHQWR� SVLTXLiWULFR� WHYH� GL¿FXOGDGH� SDUD�
aderir às recomendações medicamentosas e faltava às consultas. 
Apresentou sérias explosões de raiva tanto no pronto-socorro 
como no hospital-dia e nos atendimentos psicoterápico e psiqui-
átrico quando contrariada, quando impostos limites ou quando 
VH�VHQWLD�SHUVHJXLGD�
O processo psicoterápico caracterizou-se por um clima 
DVVXVWDGRU��7HPRV�RV�VHJXLQWHV�UHODWRV�GH�VHX�WHUDSHXWD�
³3HTXHQRV�FRQWUDWHPSRV�SURYRFDP�HP�ËULV�JUDYHV�DFHVVRV�
de fúria, deixando aterrorizados a mim e aos que se encontram 
nas imediações [...] não preciso dizer das profundas repercussões 
que essas crises me causaram, medo, vontade de desistir, dor de 
HVWDU�µFDVDGR�SVLFRWHUDSLFDPHQWH¶�FRP�DOJXpP�WmR�YLROHQWR�´
ËULV�Vy�FRQWD�FRP�D�PmH�TXH�p�PXLWR�LGRVD��VHX�SDL�p�IDOH-
cido.
Discussão
2�REMHWLYR�GHVWH� DUWLJR� p� FRQWULEXLU� SDUD� D� FRPSUHHQVmR�
dos fatores que interferem na adesão ao tratamento de pacientes 
FRP�WUDQVWRUQR�GH�SHUVRQDOLGDGH�ERUGHUOLQH��LGHQWL¿FDQGR�FRP-
SRUWDPHQWRV�TXH�SRGHP�HVWDU�UHODFLRQDGRV�D�HVVD�GL¿FXOGDGH��
&RPR�p�XWLOL]DGR�XP�PpWRGR�TXDOLWDWLYR�GH�HVWXGR�GH�XP�JUXSR�
GH�FDVRV��QmR�p�SRVVtYHO�JHQHUDOL]DU�RV� UHVXOWDGRV��2�DVSHFWR�
SRVLWLYR�GR� HVWXGR� p� D�SRVVLELOLGDGH�GD� DQiOLVH�GR� IHQ{PHQR�
QR�SUySULR�ORFDO�RQGH�HOH�RFRUUH�GH�IRUPD�YLYD�H�FRP�ULTXH]D�
GH� GHWDOKHV� �)RQDJ\�� ������0DUVKDOO�� �������'HVWD� IRUPD� p�
REVHUYDGR�TXH��PHVPR�DSyV� D�GH¿QLomR�GH�XPD�HVWUXWXUD�GH�
tratamento estável, do estabelecimento dos limites e da tolerân-
FLD�jV�FRQGXWDV�KRVWLV�H�GHVWUXWLYDV��RX�VHMD��PHVPR�GHSRLV�GD�
aplicação dos princípios recomendados para o tratamento deste 
WUDQVWRUQR��.HUQEHUJ���������VXUJHP�GL¿FXOGDGHV�TXH�FRPSOLFDP�
ou inviabilizam o tratamento e que parecem estar relacionadas 
à adesão ao tratamento.
2�SUHVHQWH�HVWXGR�VXJHUH�TXH�RV�FRPSRUWDPHQWRV�GH�QmR�
adesão envolvem não somente o abandono propriamente dito 
do tratamento, como vemos nos casos de Alba, Kelly e Mara, 
PDV�WDPEpP�RV�DWDTXHV�DR�YtQFXOR�YLVWRV�QR�FDVR�GH�/~FLD��RV�
DWDTXHV�j�PHOKRUD�QR�FDVR�GH�'RUDOLFH�H�D�DJUHVVLYLGDGH�YROWDGD�
j�HTXLSH�H�j�LQVWLWXLomR�QR�FDVR�GH�ËULV�
Nos pacientes que abandonaram o tratamento, foram iden-
WL¿FDGRV�RV�FRQVWUXWRV�GD�LPSXOVLYLGDGH��GD�PDQLSXODomR�H�GD�
Adesão ao tratamento no TPB
76
dissociação afetiva. 
A impulsividade foi o que pareceu impedir Alba de se man-
WHU�HP�SVLFRWHUDSLD��e�SURYiYHO�TXH�VXDV�YRQWDGHV�H�LPSXOVRV�
a fazer coisas no horário de suas sessões a impediram de vir ao 
tratamento. A impulsividade é um sintoma de difícil conceituação 
e, conseqüentemente, de difícil mensuração. Muitas escalas e 
medidas foram desenvolvidas para sua avaliação, entretanto uma 
observação comum na literatura é de que essas medidas não têm 
XPD�LQWHUFRUUHODomR�VDWLVIDWyULD��%DUUDWW��������&RUXOOD��������
/XHQJR��&DUULOOR�GH�OD�3HxD��	�2WHUR��������0DOOH�	�1HXEDXHU��
������3DUNHU��%DJE\��	�:HEVWHU���������$OpP�GR�PDLV��R�FRQ-
senso sobre o que constitui a impulsividade é reduzido (Parker 
HW�DO����������$�EDL[D�FRUUHODomR�HQWUH�DV�GLIHUHQWHV�PHGLGDV�GH�LPSXOVLYLGDGH�UHÀHWH�D�GLYHUVLGDGH�GDV�FRQVLGHUDo}HV�WHyULFDV�
VREUH�HVWH�FRQVWUXWR��3DUNHU�	�%DJE\���������1HVWH�DUWLJR��R�WHU-
mo impulsividade é entendido como relacionado aos problemas 
GH�UHJXODomR�GD�HVIHUD�YROLWLYD��GH�GL¿FXOGDGHV�QD�LQLELomR�GH�
emoções, de atos e de pensamentos.
A impulsividade do paciente borderline parece estar relacio-
nada à desesperança e à sensação de vazio de sentido na vida. 
A crença de estar sem apoio e a falta de esperança no futuro 
levam ao desespero, aos atos impulsivos e a situações de risco. 
O comportamento impulsivo, comum praticamente a todos os 
SDFLHQWHV��WHP�GXDV�SRVVLELOLGDGHV�GH�FRQWUROH���D��LQWHUQDPHQWH��
por meio de mecanismos de defesa como repressão, supressão, 
UHDomR�IRUPDWLYD�H�HVWUDWpJLDV�FRJQLWLYDV�FRPR�DEVWHQomR���E��
H[WHUQDPHQWH��SRU�PHLR�GR�FRQWUROH�DPELHQWDO��$OJXQV�FOtQLFRV�
buscam somente o controle interno, baseados na premissa de que 
R�FRQWUROH�YHUGDGHLUR�p�R�DXWRFRQWUROH��&ROHV���������
(QWUHWDQWR�� HQTXDQWR� HVVHV� SDFLHQWHV� QmR�GHVHQYROYHUHP�
condições de controle interno, o externo se torna necessário, 
VHMD�SRU�PHLR�GH�PHGLFDo}HV�RX�HVWUDWpJLDV�VRFLDLV��'RLV�WLSRV�
VLJQL¿FDWLYRV� GH� HVWUDWpJLDV� VmR� HQFRQWUDGRV� QD� OLWHUDWXUD�� DV�
LQWHUYHQo}HV� IDPLOLDUHV�� VHQGR� LPSRUWDQWH� D� LGHQWL¿FDomR� GR�
SDSHO�GDV�UHODo}HV�IDPLOLDUHV�QD�SDWRJrQHVH�H�PDQXWHQomR�GD�
VLQWRPDWRORJLD� GR� SDFLHQWH� �*DEEDUG�� ������� H� D� FRQVWUXomR�
de uma rede social de apoio através de um interventor social 
�&RUUHLD���������1R�FDVR�GH�$OED�QmR�IRL�SRVVtYHO�LQWHUYHQomR�
familiar pela sua falta de disponibilidade. Um interventor social 
parece que pouco poderia fazer por Alba, pois ela não tolerava a 
presença de outras pessoas em seus espaços, conversando com 
IDPLOLDUHV��FROHJDV�H�DPLJRV�
$�PDQLSXODomR�LGHQWL¿FDGD�HP�.HOO\�UHÀHWH�D�IDOWD�GH�OLPLWHV�
do paciente borderline que fará de tudo para que sua vontade 
VHMD� VREHUDQD��1mR� FRQVHJXH�SHUFHEHU� R�outro, mas somente 
VXDV�SUySULDV�QHFHVVLGDGHV��2�RXWUR�QmR�WHP�H[LVWrQFLD�SUySULD�
e sua função é servi-lo. Acredita ser sempre espoliado e os ou-
WURV�VHUHP�VHXV�HWHUQRV�GHYHGRUHV��(VWDV�DWLWXGHV�H�FUHQoDV�VH�
UHODFLRQDP�jV�DOWHUDo}HV�FRJQLWLYDV���%HFN�	�)UHHPDQ��������
6NRGRO�� �������1mR� HUD�SRVVtYHO� WUDEDOKDU� FRP�D�SDFLHQWH� DV�
TXHVW}HV�UHODFLRQDGDV�D�VXD�DGHVmR�GHYLGR�DV�VXDV�IDOWDV��(P�
relação à família, não foi possível intervir em sua ambivalência 
quanto ao tratamento. Também aqui é provável que um interven-
tor social pouco pudesse fazer devido a intensidade das atitudes 
manipulativas e da ambivalência da família. 
A dissociação afetiva de Mara a impediu de ter crítica sobre 
D�JUDYLGDGH�GH�VXD�FRQGLomR�H�GH�VXD�QHFHVVLGDGH�GH�WUDWDPHQWR��
(VVH�FRPSRUWDPHQWR�p�FRPXP�QRV�SDFLHQWHV�ERUGHUOLQHV��$OpP�
de impedir a adesão, pode facilitar as tentativas de suicídio. 
Parece que este estado afetivo levou Mara a desenvolver o que 
.HUQEHUJ��������FKDPD�GH�XPD�defesa hipomaníaca contra a 
depressão, levando-a a uma convicção abrupta de que o trata-
PHQWR�QmR�HUD�PDLV�QHFHVViULR��$V�HVWUDWpJLDV�VRFLDLV�FRQKHFLGDV�
WHULDP�SRXFD�LQÀXrQFLD�VREUH�HOD�QHVWH�HVWDGR�
Nos pacientes que permaneceram em tratamento, foram ca-
racterizados como fatores que interferiram na adesão: a repetição 
GDV�WHQWDWLYDV�GH�VXLFtGLR��D�UHJUHVVmR�H�D�DJUHVVLYLGDGH��
$�UHSHWLomR�GDV�WHQWDWLYDV�GH�VXLFtGLR�H�DXWR�DJUHVV}HV�IRUDP�
LGHQWL¿FDGDV�FRPR�IRUPD�GH�QmR�DGHVmR�QR�FDVR�GH�'RUDOLFH��e�
possível que fossem um ataque ao trabalho feito e a sua melhora, 
Mi�TXH�WRGR�R�SURJUHVVR�HUD�DQXODGR�FRP�DV�UHSHWLo}HV�FU{QLFDV�
GHVWHV�JHVWRV��(VWDV�DPHDoDV�FU{QLFDV�SRGHP�HVWDU�HQYROYLGDV�
com questões narcisistas. Podem ser uma revanche pela humi-
lhação sentida ou punição por frustrações sentidas como intole-
UiYHLV�H�LQMXVWDV��3RGHP�FRPSHWLU�FRP�R�WHUDSHXWD�GH�PRGR�TXH�
um sucesso por parte do terapeuta pode ser sentido como uma 
GHUURWD�SDUD�HOHV��'HVWD�IRUPD��QmR�VH�HVWDEHOHFH�XPD�YHUGDGHLUD�
DOLDQoD�WHUDSrXWLFD��D�HTXLSH�¿FD�VHP�FRQGLo}HV�GH�DMXGDU�HVWH�
paciente, o que constitui uma ameaça ao tratamento. A vida social 
GH�'RUDOLFH�VH�UHVWULQJLD�DR�KRVSLWDO�GLD�H�jV�YLVLWDV�D�IDPLOLDUHV��
)RL�IHLWR�XP�WUDEDOKR�FRP�VXD�IDPtOLD��SRUpP�RV�SRXFRV�UHFXUVRV�
intelectuais da mãe limitaram o alcance deste trabalho.
Um dos aspectos importantes, mas desconsiderado nos cri-
térios para transtorno de personalidade borderline, é a tendência 
j�UHJUHVVmR��6NRGRO���������2�TXH�OHYD�R�SDFLHQWH�D�QmR�DGHULU�
DR�WUDWDPHQWR�TXDQGR�IUXVWUDGR�QD�VDWLVIDomR�GH�VHXV�GHVHMRV��
1R� FDVR�GH�/~FLD�� REVHUYDPRV� DV� GL¿FXOGDGHV� GRV� ORFDLV� GH�
atendimento em lidarem com este comportamento e a tendên-
FLD�TXH�WLYHUDP�GH�HQFDPLQKDU�SDUD�RXWURV�ORFDLV�H�GHVOLJDU�GR�
DFRPSDQKDPHQWR��(VWD�SDFLHQWH�QmR�SHUFHELD�TXH�SURYRFDYD�VXD�
exclusão dos locais de atendimento com este comportamento e 
DFDEDYD�SRU�VHQWLU�VH�UHMHLWDGD��$R�UHMHLWDU�RV�DWHQGLPHQWRV�FRP�
VHX�FRPSRUWDPHQWR�UHJUHVVLYR�DFDEDYD�UHMHLWDGD��(VWH�PRGR�GH�
DJLU�p�FRQKHFLGR�QD�DERUGDJHP�SVLFDQDOtWLFD�FRPR�LGHQWL¿FDomR�
projetiva��$FUHGLWDPRV�TXH�/~FLD�QmR�DEDQGRQRX�RV�WUDWDPHQ-
WRV��VHQGR�VHPSUH�HQFDPLQKDGD�SDUD�RXWURV�VHUYLoRV���GDGD�D�
presença assídua e participativa de sua mãe na possibilidade de 
WUDWDU�VXD�¿OKD�
$V�H[SORV}HV�GH�DJUHVVLYLGDGH�GH�ËULV�VXJHUHP�XPD�PDQL-
IHVWDomR�GH�yGLR�LQWHQVD��XPD�WUDQVIHUrQFLD�QHJDWLYD�PDFLoD�HP�
UHODomR�j�HTXLSH�H�j�LQVWLWXLomR��.HUQEHUJ��������GHVFUHYH�QRV�
pacientes borderline um tipo de transferência que inclui esforços 
para se livrarem de aspectos odiosos das suas representações 
LQWHUQDOL]DGDV� GH� VL�PHVPRV� H� GRV� VHXV� REMHWRV� SRU�PHLR� GD�
SURMHomR�GHVWHV�DVSHFWRV�VREUH�PHPEURV�GD�HTXLSH��2V�SDFLHQWHV�
então buscam o controle do outro temido e odiado, percebido 
DJRUD�FRPR�DPHDoDGRU��LQFRPSHWHQWH��GHVRQHVWR��QHJOLJHQWH�RX�
QmR�FRQ¿iYHO��2�DXWRU�FRQVLGHUD�HVWH�FRPSRUWDPHQWR�FRPR�XPD�
DPHDoD�GH�DEDQGRQDU�R�WUDWDPHQWR��%DWHPDQ�H�)RQDJ\��������
LQIHUHP�TXH� DV� UHDo}HV� DJUHVVLYDV� H� DV� H[SORV}HV� YLROHQWDV�
podem ser vistas como aspectos da impulsividade que variam 
em relação à severidade do comportamento sendo considerada 
FRPR�XPD�DWLWXGH�GHIHQVLYD�SDUD�SURWHJHU�R�self de uma ameaça 
j�VXD�HVWDELOLGDGH��,VWR�RFRUUH�SRUTXH�D�LQWHQomR�GR�RXWUR�QmR�
P.H.V.Tanesi et al.
77
p�DGHTXDGDPHQWH�HQWHQGLGD�RX�SRU�VHX�SUySULR�HVWDGR�PHQWDO�
HVWDU�HP�DOHUWD��2V�DXWRUHV�WDPEpP�YrHP�HVWDV�UHDo}HV�OLJDGDV�
D�VHQWLPHQWRV�GH� LUULWDomR�� UDLYD�H�yGLR��SRGHQGR�GHFRUUHU�GH�
PHQRU�FRQWUROH�GRV�LPSXOVRV��GH�LGpLDV�SHUVHFXWyULDV�RX�GH�QH-
FHVVLGDGH�GH�DWHQomR��2V�DIHWRV�H�HPRo}HV�VmR�GHVFDUUHJDGRV�GH�
IRUPD�YLROHQWD�H�DFDUUHWDP��PXLWDV�YH]HV��ULVFR�GH�YLGD��SUHMXt]R�
PDWHULDO� H� JUDYH� SHUWXUEDomR�QDV� UHODo}HV� LQWHUSHVVRDLV� H� QR�
WUDWDPHQWR��)RUDP�REVHUYDGDV�HVWDV�SHUWXUEDo}HV�QD�HTXLSH�QRV�
DWHQGLPHQWRV�GH�ËULV��([LVWLD�XP�ULVFR�DR�VH�DWHQGHU�ËULV��R�TXH�
OLPLWDYD�R�WUDWDPHQWR��9HPRV�D�VXD�GL¿FXOGDGH�GH�DGHVmR�QHVWD�
WUDQVIHUrQFLD�QHJDWLYD�TXH�HVWDEHOHFH�FRP�D�LQVWLWXLomR�
(P�WRGRV�RV�FDVRV�GHVFULWRV�p�REVHUYDGD�IDOKD�QR�SURFHVVR�
SULPiULR�GH�YLQFXODomR�FRQIRUPH�GHVFULWR�SRU�%DWHPDQ�H�)R-
QDJ\���������R�TXH�VXJHUH�TXH�R�ERUGHUOLQH�QmR�WHYH�FRQGLo}HV�
de aprender que sua mente não espelha concretamente o mun-
do, mas antes representa e interpreta o mundo, capacidade de 
³PHQWDOL]DU´�TXH�JDUDQWH�XP�VHQWLGR�HVWiYHO�DR�self. Quando 
HVVD�FDSDFLGDGH�HVWi�FRPSURPHWLGD��D�UHODomR�WHUDSrXWLFD�¿FD�
marcada por repetições de ruptura dos tratamentos. No estudo, 
observamos que estas rupturas podem ser o abandono propria-
PHQWH�GLWR�GR�WUDWDPHQWR�RX�RV�DWDTXHV�D�VHX�SURJUHVVR��
2V�WUDQVWRUQRV�GH�SHUVRQDOLGDGH�WrP�JUDQGH�LPSDFWR�VRFLDO�H�
PpGLFR��6mR�IUHTHQWHV�RV�GLYyUFLRV��RV�SUREOHPDV�QR�WUDEDOKR��D�
violência e as co-morbidades clínicas como depressão, suicídio, 
GHSHQGrQFLD�GH�GURJDV�H�LPSXOVLYLGDGH��%ODQG��6WHEHOVN\��2UQ��
	�1HZPDQ�������� -RKQVRQ�HW� DO��������0F&UDLQH�	�.DKDQ��
������6HLYHUZULJKW��7\UHU���-RKQVRQ��������6NRGRO�HW�DO���������
(VWHV� DFKDGRV�PRVWUDP� VXD� LPSRUWkQFLD� QD� VD~GH�S~EOLFD��$�
adesão é essencial para possibilitar uma terapêutica efetiva que 
resulte numa diminuição deste impacto. 
Conclusão
,PSXOVLYLGDGH��PDQLSXODo}HV��GLVVRFLDomR�DIHWLYD��WHQWDWLYDV�
GH�VXLFtGLR�DFRPSDQKDGDV�GH�DXWR�DJUHVV}HV�FU{QLFDV��WHQGrQFLD�
j�UHJUHVVmR�H�DJUHVVLYLGDGH�IRUDP�LGHQWL¿FDGDV�FRPR�IDWRUHV�LQ-
terferindo na adesão ao tratamento dos casos acompanhados.
Os casos que abandonaram o tratamento parecem ter co-
locado a equipe em uma situação de impotência e apelo para 
HVWUDWpJLDV�VRFLDLV�FRPR�IRUPD�GH�PDQHMR�GD�VLWXDomR�
$� HVWUDWpJLD� VRFLDO� XWLOL]DGD� QR� HVWXGR� IRL� D� LQWHUYHQomR�
IDPLOLDU��e� OHYDQWDGD� D� KLSyWHVH� GH� TXH� IDPLOLDUHV� VDXGiYHLV�
podem ser muito importantes para a adesão ao tratamento. A mãe 
GH�/~FLD��SUHVHQWH�HP�TXDVH�WRGRV�RV�DWHQGLPHQWRV��DVVtGXD�H�
participativa, mostrou-se determinante na possibilidade de tratar 
VXD�¿OKD�H�GH�HOD�QmR�WHU�DEDQGRQDGR�R�DFRPSDQKDPHQWR�
Nos casos de não abandono do acompanhamento, a não-
adesão apareceu como ataques ao vínculo, ataques à melhora, e 
DJUHVVLYLGDGH�YROWDGD�SDUD�D�HTXLSH�H�SDUD�D�LQVWLWXLomR��
(VWXGRV�GR�SURFHVVR�WHUDSrXWLFR�D�ORQJR�SUD]R�GH�SDFLHQWHV�
com transtorno de personalidade borderline são necessários para 
melhor entendimento e tratamento de sua dinâmica. 
Agradecimentos
$JUDGHFHPRV�j�)XQGDomR�GH�$PSDUR�j�3HVTXLVD�GR�(VWDGR�
GH�6mR�3DXOR��)$3(63��SHOR�DSRLR��
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Adesão ao tratamento no TPB
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riado industrial da Grande São Paulo��SS����������6mR�3DXOR��6tPEROR��
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of psychotherapeutic approaches. Word Psychiatry, 5���������
7XUDWR��(��5����������Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: 
construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas 
áreas de saúde e humanas��SS������������3HWUySROLV��5-��9R]HV��
Patrícia Helena Vaz Tanesi��PpGLFD�SVLTXLDWUD��p�VXSHUYLVRUD�FOtQLFD�QR�$PEXODWyULR�'LGiWLFR�GR�'HSDUWDPHQWR�
GH�3VLTXLDWULD��8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GH�6mR�3DXOR��(QGHUHoR�SDUD�FRUUHVSRQGrQFLD��8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�
GH�6mR�3DXOR��'HSDUWDPHQWR�GH�3VLTXLDWULD��5XD�%RWXFDWX�������6mR�3DXOR��63��7HOHIRQH������������������
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Latife Yazigi��GRXWRUD�HP�SVLFRORJLD�SHOD�8QLYHUVLGDGH�GH�6mR�3DXOR��p�SURIHVVRUD�WLWXODU�QR�'HSDUWDPHQWR�GH�3VLTXLDWULD�GD�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GH�6mR�3DXOR��(�PDLO��ODWLIH�\D]LJL#ST�FQST�EU�
Maria Luiza de Mattos Fiore��GRXWRUD�HP�3VLTXLDWULD�H�3VLFRORJLD�0pGLFD�SHOD�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GH�6mR�
Paulo, é médica na mesma instituição. 
José Cássio do Nascimento Pitta, PHVWUH�HP�3VLTXLDWULD�H�3VLFRORJLD�0pGLFD�SHOD�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GH�
6mR�3DXOR��p�SURIHVVRU�DVVLVWHQWH�QD�PHVPD�LQVWLWXLomR��
5HFHELGR�HP����MDQ����
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P.H.V.Tanesi et al.

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