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AMÉRICA 2 RESUMO AULA 02

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AMÉRICA 2 – RESUMO AULA 02 – A REPÚBLICA NORTE-AMERICANA E A ESCRAVIDÃO
A expansão do escravismo nos estados sulistas no século XIX
Essa expansão se deu por meio do tráfico ilegal de escravos pelo Atlântico, e primordialmente por meio do tráfico interno. O tráfico interno de escravos ao longo do século XIX, passava a alimentar os dois grandes polos de produção naquele período: as áreas algodoeiras do Baixo Sul e as de açúcar no baixo vale do Mississipi. Nesta mesma época a região norte estava se tornando livre da escravidão, devido à aplicação gradual das leis, adotadas nos estados nortistas a partir da Independência americana. Com a limitação da escravidão ao litoral do Atlântico no final deste século, a fronteira escravista ampliou-se para o Oeste, e também para o Sul, em direção ao vale do rio Mississipi. Esse movimento interno de cativos, separou inúmeras famílias deslocando seus membros para regiões desconhecidas obedecendo ao fluxo e a demanda das propriedades recém-estabelecidas. A dinâmica da produção também sofreu alterações à medida que a fronteira escravista se alargava, principalmente em função da valorização de novos produtos para o mercado de exportação. Devido ao ritmo frenético de trabalho nas áreas de plantation, aumentaram a mortalidade de escravos, tornando a oferta de trabalhadores escassa. Os cativos, porém, souberam usar essa escassez como elemento de barganha para que os proprietários respeitassem tempos de descanso e também aquele dedicado ao cultivo da roça escrava. 
Diferentes visões sobre a escravidão e sobre os negros livres no período anterior à guerra Civil, a partir da análise de documentos primários.
1°)Que plantassem algodão ou açúcar, os escravos transportados para uma terra estranha lutavam para reconquistar a vida que tinham anteriormente conhecido. Suas vidas... (Texto de Ira Berlin, Gerações de cativeiro, cap. 4) - esse primeiro texto aborda as migrações típicas do século XIX, período de expansão e interiorização da plantation no Sul e em partes do oeste dos EUA. A narrativa de Ira Berlin descreve a sensação de desenraizamento experimentada pela geração de escravos migrantes, que viram suas vidas profundamente modificadas pelo contexto da expansão do escravismo no século XIX.
2°)As plantations, sobretudo as de açúcar, predominantes na maior parte das regiões escravagistas do Novo Mundo, embora não nos EUA, pareciam realmente fábricas no campo...(Texto de Eugene Genovese, A terra prometida, Livro 2, Parte 2) – E. Genovese apresenta uma reflexão de caráter conceitual, ao propor uma discussão sobre a disciplina do trabalho escravo nas plantations do Novo Mundo. O detalhe relevante nesse trecho é a noção de ‘’compromisso’’, introduzida pelo autor para sugerir que a exploração senhorial se fazia acompanhar, por parte dos escravos, de uma pressão em benefício próprio. Ainda que se trate de uma relação de profunda desigualdade (a relação entre senhores e escravos), Genovese aponta para a dimensão da negociação em torno dos direitos costumeiros dos escravos (pressão em benefício próprio), sem a qual as relações escravistas não se sustentariam. Ao fazê-lo, empresta aos escravos um papel social ativo e positivo na defesa de direitos mínimos, ainda que em meio à violência do cativeiro.
3°)Pouca diferença faz como se ocupa nosso tempo, os brancos sempre se impõem aos pretos... (Trecho da canção negra norte-americana ‘’É difícil ser um preto’’, composta após a abolição da escravidão). Nesse texto, fala do ponto de vista da cultura negra do período pós-abolição: a canção lembra exatamente o contexto da exploração do trabalho, enfatizando o caráter de desigualdade e dominação das relações entre brancos e negros, que é a dimensão oposta ao compromisso e à negociação.
Á medida que crescia o número da população de escravos negros livres no Norte, e aprofundava a escravidão no Sul e em regiões do Oeste, aumentava também, entre os abolicionistas a preocupação com a formação moral dessas recentes comunidades. O objetivo de cultivar virtudes cristãs entre os negros libertos, combatendo práticas que eram vistas como símbolos da degeneração, como a bebida, os furtos, os festejos noturnos, além do estigma da degradação que a maioria da população branca ligava à personalidade dos negros, tornaram-se um forte indício das dificuldades de integração social enfrentadas pelos recém-libertos, onde os conduziam à adotarem mecanismos diversos para se afastarem dos estereótipos ligados à escravidão. 	Nesse processo, líderes e comunidades negras tinham que lidar com a crescente hostilidade da maioria da população branca, onde parecia exigir dos negros um esforço para se enquadrarem em padrões tradicionais de moralidade e respeitabilidade. Para muitos abolicionistas, a sociedade norte-americana era singular em seu preconceito, não concedendo aos negros livres as condições de igualdade com os cidadãos brancos na vida cotidiana. Por intermédio de livros, charges, pinturas e espetáculos teatrais difundiam-se temáticas associadas a um repertório largamente discriminatório, que atribuía aos negros o potencial para deflagrar a violência, a desordem, a frivolidade, a preguiça e a limitação intelectual.
Uma reação contrária às ideias de supremacia branca, tanto por parte da militância abolicionista quanto da própria formação de comunidades negras livres mobilizadas em torno da luta por oportunidades e condições de integração social.

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