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Poder, Política, Dominação e Democracia - Questões respondidas

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UNIVERSIDADE FEREDAL DE MINAS GERAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS POLÍTICAS
Paula Lavínia Alves Perret
 Sávio Costa e Silva
PODER, POLÍTICA, DOMINAÇÃO E DEMOCRACIA
 
Belo Horizonte
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS POLÍTICAS
Paula Lavínia Alves Perret 
Sávio Costa e Silva
PODER, POLÍTICA, DOMINAÇÃO E DEMOCRACIA
Trabalho apresentado como recurso avaliativo na disciplina de Política I, ministrada pela professora Helcimara de Souza Telles e pelo monitor Felipe Riccio.	
 
Belo Horizonte
 2017
Questão 1) Segundo Norberto Bobbio, o que caracteriza o poder político? Em que ele se diferencia do poder ideológico?
De acordo com Norberto Bobbio, o poder político caracteriza-se pelo uso exclusivo da força, isto é, aquele que possui o poder político pode recorrer à violência para determinar o comportamento de um indivíduo ou grupo. Essa coerção ocorre quando há uma tentativa malograda de exercer o poder, ou seja, na falta de êxito em obter um consenso dentro de uma relação social, os detentores do poder político recorrem ao uso da força para modificar o comportamento alheio e, desse modo, atingirem seus próprios interesses ou interesses de um determinado grupo.
O poder político possui três características fundamentais que o distingue dos outros dois tipos de poder, o poder ideológico e o poder econômico, sendo elas: a exclusividade, a inclusividade e a universalidade. A exclusividade pode ser entendida como a capacidade dos detentores do poder político em monopolizar a força e, assim, impedir outros indivíduos de recorrerem ao uso da coerção, como a formação de grupos armados independentes. A universalidade consiste na tomada de decisões legitimas que favorecem a coletividade no que diz respeito à divisão dos recursos e aplicação dos mesmos. Entende-se por inclusividade a capacidade daquele que detém o poder político em interferir em determinadas as esferas sociais caso ocorram violação dos ditames normativos no âmbito de seu domínio. Contudo, o poder político é limitado, isto é, os limites variam de acordo com a forma de governo existente numa sociedade, com exceção do autoritarismo, que transgrede todas as esferas sociais.
Diferente do poder político, o poder ideológico é definido como um poder de coesão, ou seja, os detentores desse poder são capazes determinar a conduta somente por meio da comunicação de ideias e conhecimento que difundem, sem recorrer ao uso da violência, e assim promoverem uma unidade na sociedade através do consenso. Exemplos da divergência entre esses poderes são: o totalitarismo, que consistem em uso do poder ideológico para alcançar o poder político e a ditadura, na qual usa-se somente o poder político, isto é, não há um consenso e por isso utiliza-se a força. (BOBBIO, 1998)
Questão 2) Quais as principais transformações no conceito de política com o advento da modernidade? (Dissertar sobre as modificações em relação à ideia de política na Antiguidade Clássica, com base no verbete de Bobbio).
Durante a antiguidade clássica, Aristóteles possuía uma grande preocupação no que dizia respeito ao termo política. Foi devido a sua obra denominada "politica" que esse termo começou a ser efetivamente difundido e posteriormente ser utilizado para designar obras que se dedicavam ao estudo de atividades humanas que diziam respeito às questões do estado. Em sua obra, Aristóteles faz uma reflexão sobre a natureza, as funções e as divisões do estado, além das várias formas de governo existentes. Ainda segundo a filosofia política aristotélica, o termo política estava diretamente ligado à polis, que por sua vez consistia em cidades-estados onde os cidadãos reuniam-se em espaços públicos, com o intuito de debater questões e rumos relacionados à cidade. Referente à esfera política, a polis agia como sujeito quando: tratava-se de atos com o fim de ordenar ou proibir algo para toda a coletividade, legislar por meio de ditames normativos, exercia o monopólio do domínio sobre um determinado espaço físico e por fim retirar e transferir recursos entre setores da sociedade. Por outro lado, a polis era objeto quando ainda dentro da esfera da política, eram referidas ações como: conquista, manutenção, defesa, expansão, derrubada e destruição do poder do estado. Por fim, para o filosofo, a política tinha como fim eleger a melhor forma de governo e desse modo proporcionar a felicidade coletiva da polis (ARISTOTELES apud BOBBIO, 1998).
Com o advento da modernidade, a política tomou diferentes formas e caráter, o surgimento e a consolidação do estado foram fundamentais nesse processo, pois diferentemente do pensamento baseado em Aristóteles, que colocava o homem como o único apto a governar, no pensamento moderno, Maquiavel vai propor a distinção entre moral e política, isto é, segundo o filosofo, nem sempre uma boa ação política consistirá em uma boa ação moral. Além disso, na modernidade, ocorreu uma modificação no que diz respeito a cidadania, pois a partir do estado construído sob pilares de ideias democráticas, a participação popular de outras camadas sociais foi assegurada. Contrapondo-se a antiguidade, onde o direito a cidadania era limitado, pois excluíam mulheres e escravos do rol da cidadania. Por fim, se durante a antiguidade clássica as decisões politicas tomadas na polis tinham como fim o bem coletivo, com a modernidade, as práticas políticas tem como fim, geralmente, a manutenção dos próprios interesses daquele que governa (BOBBIO, 1998).
Questão 3) Para Weber, qual a diferença entre poder e dominação? Quais as principais diferenças entre o tipo de dominação carismática e a dominação racional-legal?
Segundo weber, a diferença entre poder e dominação consiste no fato de que, o primeiro está relacionado à capacidade do governante em sobrepor seus próprios interesses dentro de uma relação social mesmo que haja resistência e este tenha que recorrer a medidas para alcançar êxito. O segundo pode ser entendido como a possibilidade de um mandato ser obedecido (WEBER, 1983).
Weber realiza uma diferenciação entre dominação carismática e dominação racional-legal. Segundo o autor, a dominação carismática se dá por meio de uma relação intersubjetiva na qual aquele que manda é visto como líder e aquele que obedece é o “apostolo”. Essa obediência é fundada na devoção e nas habilidades intelectuais e de oratórias que o líder possui. No que diz respeito à dominação legal, por ser uma relação impessoal, quem está submetido a esta não obedece diretamente uma pessoa, e sim à regras e normas estabelecidas. Contudo, isso não significa que aquele que estatui esses ditames não está sujeito a eles. Pode-se concluir que a dominação legal é uma forma de autoridade que estabelece uma relação onde, aqueles que obedecem são profissionais, e, quem dita as ordens é o superior (WEBER apud BOBBIO, 1998).
Questão 4) Qual a crítica de Hannah Arendt ao modelo weberiano de poder?
No modelo weberiano, poder é dispor de meios para determinar o comportamento do outro, ou seja, a relação existente entre sujeito e objeto é definida pela imposição da vontade do primeiro sobre o segundo. Para Hannah Arendt, esse modelo não se encaixa na definição de poder, e sim no conceito de violência, uma vez que o sujeito, na ausência de poder, pode-se usar da coerção para atingir seus objetivos. Desse modo, weber concebia o poder como um meio para alcançar interesses individuais ou de um grupo.
Arendt concebe o poder como um modelo comunicativo e consensual que consiste na capacidade de alcançar um acordo em relação a uma ação comum. A relação de poder na concepção de Hannah caracteriza-se pela intersubjetividade, sendo assim diferente de weber, que descreve o poder como uma subordinação do objeto em relação ao sujeito. Em contraposição a outra ideia weberiana, na qual o poder é um meio para atingir um objetivo, Arendt afirma que o poder é um fim em si mesmo e que esteé consolidado a partir das instituições e leis que são frutos de um consenso do povo. (ARENDT apud HABERMAS, 1980)
Questão 5) Para Parsons, como é feita a analogia entre o poder e o dinheiro?
Para Parsons, a analogia que se pode fazer entre o dinheiro e poder consiste no fato de que, assim como o dinheiro se apresenta como meio de troca, ou seja, é um meio fundamental no que se refere à comunicação de ofertas dentro das relações de mercado de compras e vendas, o poder também é relacional, isto é, depende das trocas. Esse intercambio é feito dentro das relações políticas em uma sociedade na qual cidadãos irão eleger, por meio de um contrato, por exemplo, um indivíduo que terá uma série de compromissos e deveres obrigatórios em relação ao espaço físico sobre seu domínio. Em contrapartida, os cidadãos possuem a liberdade de seguir ou não os ditames normativos legítimos impostos pelo governante eleito, contudo, o detentor do poder pode usar da coerção para que o contrato anteriormente estabelecido seja cumprido.
Retomando a relação entre poder e dinheiro, ambos, segundo Parsons, proporcionam liberdade, tendo em vista que, quanto maior o poder, maior a liberdade do governante de tomar ações legitimas em relação à coletividade, que, por sua vez, deverá segui-las. Por outro lado, tratando-se do dinheiro, essa liberdade oferece uma vantagem ao receptor, pois poderá recusar, aceitar e até mesmo modificar uma oferta.
Por fim, a analogia entre poder e dinheiro, relaciona-se com a questão da confiança, uma vez que, quanto maior a confiança depositada no governante, maior será seu poder para tomar medidas e para se manter no cargo. Enquanto que, referente ao dinheiro, a confiança, nos sistemas monetários, é responsável pela garantia da aceitação reciproca e estabilização da moeda. (PARSONS, 1983)
Questão 6) Com base no texto de Norberto Bobbio, indique as principais diferenças entre a ideia de democracia clássica e a ideia de democracia moderna.
A democracia clássica pode ser entendida com base na teoria aristotélica das três formas de governo sendo elas: a monarquia, a democracia e a aristocracia. Aristóteles coloca a democracia como governo do povo, ou como uma forma de governo exercida por cidadãos, isto é, daqueles que possuíam direitos de cidadania, sendo assim, mulheres, escravos e trabalhadores eram excluídos no que dizia respeito a esses direitos. Já Platão, em sua obra "República", concebe 5 formas de governo, sendo elas: democracia, tirania, oligarquia, timocracia e aristocracia, esta última era concebida pelo filosofo como a única forma boa de governo. Platão e Aristóteles viam a democracia sob um olhar receoso, pois viam de uma forma negativa o fato dos cargos públicos neste sistema geralmente serem distribuídos por meio do sorteio, além de conceberem a democracia como um regime antiautocratico e de liberdade excessiva. Ademais, Platão, ao fazer a tripartição das formas puras e formas degeneradas do governo, coloca a democracia como a menos boa tratando-se das formas boas de governo e a menos má referente as formas degeneradas de governo. Paralelo a Platão, Aristóteles colocava a democracia como ruim ou como um governo que dava vantagem para os pobres, e até mesmo como uma forma corrupta de governo, sobretudo quando a massa possui soberania em relação as leis (ARISTOTELES; PLATÃO apud BOBBIO, 1998).
Diferente da teoria da democracia clássica, a teoria da democracia moderna nasceu juntamente a ascensão do estado moderno com as monarquias. A ideia de democracia moderna, também conhecida como teoria de Maquiavel, destaca que as formas de governo são particularmente duas: a república e a monarquia. (MAQUIAVEL apud BOBBIO, 1998) Outro aspecto no qual essas teorias se diferem consiste no fato de que a republica engloba a antiga democracia e a aristocracia e isso implica o intercâmbio entre ideais republicanos e ideais democráticos, definindo o governo popular como republica, em vez de democracia. Por fim, é importante ressaltar também que o contratualismo de Rousseau foi fundamental na fundação da teoria moderna de democracia, uma vez que, com o contrato social, os cidadãos livres abrem mão de suas vontades próprias em prol da vontade coletiva, contrapondo-se a democracia clássica, que excluía parte da população do direito à cidadania, além de que na teoria moderna, todo poder se forma a partir do povo e deve ser governo por ele (ROUSSEAU apud BOBBIO, 1998).
REFERÊNCIAS
MORE: Mecanismo online para referências, versão 2.0. Florianópolis: UFSC Rexlab, 2013. Disponível em: ‹ http://www.more.ufsc.br/ › . Acesso em: 16 set 2017.
STOPPINO, Mario. PODER. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política.11. ed. Brasília Df: Unb, 1998. p. 933-943. Título Original: Dizionario di política. Tradução de: Carmen C, Varriale et ai
BOBBIO, Norberto. Política. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política.11. ed. Brasília Df: Unb, 1998. p. 954-962. Título Original: Dizionario di política. Tradução de: Carmen C, Varriale et ai
BOBBIO, Norberto. Democracia. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 11. ed. Brasília Df: Unb, 1998. p. 319-329. Título Original: Dizionario di política. Tradução de: Carmen C, Varriale et ai
HABERMAS J. O conceito de poder em Hannah Arendt. In: HABERMAS J, Freitag B, Rouanet SP, organizadores. Habermas: Sociologia. São Paulo: Atica; 1980. p. 100-18. [Coleção Grandes Cientistas Sociais ,15].
WEBER, Max. A Dominação. In: CARDOSO, Fernando Henrique; MARTINS, Carlos Estevam. Política & Sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1983. p. 9-20.
PARSONS, Talcott. Conceito de Poder Político. In: CARDOSO, Fernando Henrique; MARTINS, Carlos Estevam. Política & Sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1983. p. 21-27.

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