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Direito Civil IV

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DIREITOS REAIS – POSSE
1. Pergunta de concurso: faça a distinção entre direito real e direito pessoal.
Resposta: 
Os direitos reais são dados pela lei. Os direitos pessoais são infinitos, não é possível determinar o número máximo de obrigações possíveis.
O direito real recai geralmente sobre um objeto corpóreo. Já o direito pessoal foca nas relações humanas, no devedor. Logo o primeiro é um direito absoluto oponível contra todos (erga omnes); mas o segundo é relativo, a prestação só pode ser exigida ao devedor.
No direito real o poder é exercido sobre o objeto de forma imediata e direta. Mas o direito pessoal advém de uma cooperação: de um sujeito ativo, outro passivo e a prestação.
O direito real concede a fruição de bens. 
O direito pessoal concede o direito a uma prestação de uma pessoa.
O direito real tem caráter permanente. O direito pessoal tem caráter temporário (ao fim da prestação se extingue a obrigação).
O direito real possui o direito de sequela: o titular pode exigir o exercício do seu poder a quem estiver com a coisa. No direito pessoal isso não é admitido, além disso o credor - se recorrer à execução forçada - terá um garantia geral do patrimônio do devedor.
Somente direitos reais podem ser adquiridos por usucapião.
2. Posse é direito real?
R: não. Quanto a natureza jurídica da posse, sustenta Savigny que a posse é ao mesmo tempo um direito e um fato. Considerada em si mesma é um fato; considerada nos efeitos que gera, isto é, usucapião e interditos, ela se apresenta como um direito
3. Teorias da Posse. Qual a adotada pelo CC/02?
	1ª Teoria (subjetiva): Savigny; para haver a posse são necessários dois requisitos: contato e animus de tomar a coisa para si.
	- Na usucapião é usada à teoria subjetiva, para haver a usucapião é necessário o contato com a coisa, posse mansa e pacifica, e o animus domini.
	2ª Teoria (objetiva): seria irrelevante o animus, basta que ela tenha contato com a coisa, á seria o possuidor, pouco importando se quer ficar dona da coisa, adotada pelo nosso ordenamento.
4. É possível haver posse sem contato físico? E contato físico sem posse? 
	Sim, as duas possibilidades existem no ordenamento jurídico. É possível a posse sem contato, mas a REGRA geral é que posse é contato!! Temos a posse direta e indireta.
Ex: contrato de aluguel (locatário possuidor direto, locador possuidor indireto)
Contato de coisa pública. Ex: construção de casa em lote pública, não há que se falar em posse de bem público, apenas em mera detenção, segundo a Constituição Federal o bem público é imprescritível, não podendo sofrer usucapião.
Atos de mera tolerância: Ex: caminhoneiro que fica estacionado em posto de combustível. Tem o contato com a coisa, mas não tem posse, somente mera tolerância.
5. O esbulhador tem posse direta ou indireta? Plena! Posse direta e indireta só existe em virtude de contrato. Esbulho não é contrato!
6. Diferença entre constituto possessório e traditio brevi manu.
Cláusula constituti: (constituto possessório) acontece quando temos a cláusula constituti em contrato de compra e venda de imóvel, transferência da posse por via dessa cláusula, a transferência ocorre mesmo sem que o comprador tenha ido tomar posse da coisa, mesmo sem contato com a coisa.
	O constituto possessório se dá quando a posse continua com a pessoa, mesmo após a perda da titularidade do bem. Exemplo é quando há a venda de um imóvel, mas o vendedor continua habitando o imóvel como locatário.
Traditio brevi manu: contrário do constituto possessório 
denota a situação do final do parágrafo único: “quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico”. Seria o caso do locatário adquirir a propriedade da coisa locada.
Nos dois institutos a posse continua com a pessoa, porém no constituto possessório ela perde a titularidade do bem. No traditio brevi manu há o ganho da titularidade.
7. Mera detença é sinônimo de flâmulo da posse?
Fâmulo da Posse: detenção da coisa por ordem de outrem. Ex: Caseiro que toma conta de imóvel de praia. (contato sem posse)
8. É possível se falar em posse de bem público dominical?
Posse de bem público dominical: não é possível sua posse.
9. Diferença entre ius possessionis e ius possidendi.
ius possessionis: direito de posse puro, que não advém da propriedade.
ius possidendi: todo proprietário tem o direito de posse.
10. O que pode ser objeto da posse? Bens imateriais?
Apenas bens corpóreos podem ser objeto de posse, bens imateriais não podem ser objeto de posse.
11. O que é composse? Quais os direitos dos copossuidores?
Composse é a posse exercida sobre o mesmo bem, exercida por duas pessoas ao mesmo tempo. Ex: dois locatários de um apartamento. Dá direito a ambos possuidores de proteger a posse no todo, se a posse for pro-indiviso.
Prodeviso: delimitada a área de posse de cada um.
Pro indevis: ambos possuem tudo ao mesmo tempo.
12. É possível haver usucapião entre copossuidores?
 A regra é que não, mas a jurisprudência do STJ trás um exemplo que ocorre quando um dos copossuidores exclui os outros copossuidores, e exerce a posse com exclusividade excluindo os demais que não fazem nada, não defende sua posse. 
13. Hoje se fala em função social da posse? Cite uma consequência de sua utilização.
Sim, podemos falar em função social da posse, 
 Função social decorre dos macros princípios; SOCIABILIDADE que trás a noção de função social, inclusive a função social da posse.
Ex: juiz diante de um conflito de posse vai julgar para aquele que tenha a melhor posse, que é aquele que dá uma função social a posse.
14. O melhor exemplo é a chamada desapropriação judicial indireta.
Sentença que declara usucapião não pode ser levada a registro, porque a ação de usucapião é especial, necessário que siga o tiro do NCPC. Exceção se o usucapião alegado pelo réu, for especial urbano ou especial rural ai sim poderá levar a registro a sentença que declara usucapião.
15. Diferença entre posse justa e posse injusta.
 Posse justa: será posse a posse que não for injusta
Posse injusta: posse que é dividida em 3:
Violenta: ocorre quando alguém esbulha o outro, retirando à força a posse.
Clandestina: feita as escuras, de modo que o possuidor injusto, não quer que o possuidor justo saiba da posse.
Precária: acontece na relação contratual. Ex: comodato. 
16. Posse injusta: violenta, clandestina ou precária. Esta última nunca se convalida. 
 É possível a convalidação da posse injusta (clandestina e violenta) a posse injusta precária não convalida!
17. A posse violenta, enquanto durar a violência, é detenção, para a maioria da doutrina.
18. Posse de boa-fé e posse de má-fé. Diferença. Consequências: frutos (o de boa-fé tem direito a todos, menos os produtos/ o de má-fé só tem direito a ser ressarcido com as despesas que teve para colher)., responsabilidade civil e benfeitorias (o de boa-fé tem direito a ser indenizado pelas úteis e necessárias. Pode levantar as voluptuárias, se possível. Tem direito de retenção, até a notificação. / O de má-fé só deve ser indenizado pelas benfeitorias necessárias. Não tem direito de retenção) .
Posse de boa-fé: aquela que ignora o vício. Subjetiva Consequência: seria preciso comprovação de dolo ou culpa no dano. O de boa-fé tem direito a ser indenizado pelas úteis e necessárias. Pode levantar as voluptuárias, se possível. Tem direito de retenção, até a notificação.
Posse de má-fé: o possuidor sabe do vício da posse e mesmo assim continua exercendo. Consequência: não precisa comprovar dolo nem culpa, a não ser que consiga provar que mesmo não estando na posse o dano iria ocorrer de qualquer jeito. consequência objetiva. O de má-fé só deve ser indenizado pelas benfeitorias necessárias. Não tem direito de retenção.
19. É IMPORTANTE diferenciar posse nova e posse velha: posse nova é a de menos de ano e dia. Posse velha é a de ano e dia ou mais. Não confunda com ação de força nova e ação de força velha.Essas ações dependem do tempo em que forma ajuizadas, a partir da turbação/esbulho. Se ajuizadas antes de ano e dia, são de força nova. Veja-se que alguém com posse velha pode ajuizar, sem problemas ação de força nova e vice-versa. 
20. Vamos falar na tutela da posse. O que é o desforço imediato?
Desforço imediato: legitima defesa da posse. Ex: alguém invade fazenda de X, X imediatamente implica ato que retira o invasor da propriedade. Esforço moderado. PRECISO QUE A AÇÃO SEJA IMEDIATA!
21. Interditos possessórios. O interdito proibitório é sempre de força nova.
Reintegração de posse, manutenção da posse e interdito proibitório. O Gênero é interdito possessório.
Reintegração de posse acontece quando há esbulho, quando alguém retira meu direito de posse.
Turbação cabe manutenção da posse, alguém está perturbando minha posse.
Interdito proibitório: impedir o esbulho ou a perturbação, Ex: X já esta sabendo de uma manifestação, X ajuíza o interdito proibitório, é uma tutela inibitória! SEMPRE É AÇÃO DE FORÇA NOVA.
22. Exige-se a condição de POSSUIDOR (e não mero detentor) para a propositura dessas ações. Se for proprietário, mas não tiver a posse, terá que ajuizar ação petitória e não possessória. A legitimidade passiva é do esbulhador/turbador ou do terceiros que recebeu a posse sabendo do vício. O herdeiro também pode ser sujeito passivo, pois ele CONTINUA a posse anterior. Já o legatário só pode ser sujeito passivo se soubesse do vício que pairava sobre o bem recebido.
23. Em quando o esbulhador é o Poder Público? Neste caso, o juiz converte a ação em desapropriação indireta se já houve destinação para o imóvel. Caso contrário, cabe possessória, com um detalhe sobre a liminar: só pode ser concedida se intimada a Fazenda.
Art. 560.  O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Art. 561.  Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
Art. 562.  Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único.  Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Art. 563.  Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.
24. Duas características das ações possessórias: dúplices e fungíveis.
25. A imissão na posse é ação possessória?
Imissão da posse não é ação possessória, imissão da posse serve para a pessoa entrar na posse, ela AINDA NÃO TEM A POSSE. 
26. Não posso discutir propriedade na possessória. 
STJ e STF entendem que não se pode discutir propriedade em ação possessória.
DIREITOS REAIS – PROVA FINAL:
Real – Coisa
Real – Coisa sendo dada em garantia pelo comprimento de uma obrigação 
	Garantia de bem imóvel – penhor
	Garantia de bem imóvel – hipoteca
Direito real – relação pessoa/coisa
Proprietário de um bem – Direito sobre a coisa (1228, CC) – usar, gozar (fluir) (perceber frutos), dispor e reaver a coisa.
Proprietário não pode fazer tudo o que quiser sobre a coisa – há limitações, mas a propriedade da ao proprietário esses três poderes essenciais -> usar, gozar, dispor e reaver a coisa (direito de sequela, só os direitos reais que dão).
REAVER A COISA DE QUEM QUER QUE INJUSTAMENTE A POSSUA OU DETENHA -> DIREITO FUNDAMENTAL – DIREITO DE SEQUELA, característica dos direitos reais, recai sobre terceiros.
Exclusiva dos direitos reais – eficácia erga omnes.
Só é direito real sobre bem imóvel se estiver registrado no cartório de registro de imóveis.
 A escritura não transmite a propriedade, o que transmite sua propriedade é o registro! SÓ É PROPRIETÁRIO QUEM REGISTRA.
Direito real produz eficácia erga omnes, produz efeito contra todos, é necessário que todos saibam que existe um direito real sobre bem imóvel, a solução é o registro 
Posse – Saber direito
Teoria de Savigny: a posse seria conjugação de dois elementos, considerado possuidor aquele que detivesse a coisa, ocupasse determinado bem, poder imediato sobre o bem e atuasse sobre o bem com a intenção de virar proprietário do mesmo, concepção da posse é subjetiva, necessário ANIMUS DOMINI (intenção de um dia vir a se tornar proprietário). Teoria Subjetiva da posse
Teoria de Ihering: seria necessário um elemento objetivo, o poder factíco sobre o bem, ocupação da coisa, poder que a pessoa exerce sobre a coisa. Elemento objetivo – CORPUS. Teoria Objetiva da posse dispensa o animus domini. Código civil, adota como regra essa teoria.
Para nosso ordenamento possuidor é aquele que exerce um poder imediato sobre a coisa.
Posse não se confunde com propriedade, mas Ihering valeu-se do conceito de propriedade para chegar ao conceito de possuidor.
Art. 1228, CC – faculdades inerentes à propriedade: usar, gozar ou fruir, dispor da coisa e reivindicar.
Art. 1196, CC – conceito de possuidor, todo aquele exerce (de maneira plena ou não) uma faculdade inerente à propriedade.
Proprietário é também possuidor, mas possuidor não é necessariamente proprietário. 
Ser possuidor te da direito de manejar as ações possessórias caso seu direito seja violado, mas a vantagem de ser possuidor não esta apenas no direito de manejar as ações possessórias. As vantagens de ser considerado possuidor, é que terá direito aos efeitos oriundos da pose (indenização pelos frutos que ele colher durante a pose, indenização pelas benfeitorias enquanto durar a pose, possibilidade de condução do possuidor a condição de proprietário através da usucapião (posse mansa, pacífica e continua durante um lapso temporal)).
MAS ATENÇÃO: Ex: motorista de carro particular, esta utilizando a coisa, mas não em seu interesse, mas no interesse do dono, ele então esta ocupando a coisa sob subordinação de um terceiro, esse terceiro sim que seria o possuidor. Está subordinado ao interesse do verdadeiro possuidor, motorista nunca poderá usucapir o veículo, pois não é possuidor, se alguém violar os interesses da pose, não poderá ingressar com ações possessórias, a situação do motorista é considerada DETENÇÃO.
Detenção – não traz nenhum efeito jurídico, não gera efeitos possessórios.
Posse – desencadeia alguns efeitos.
Propriedade – usufruir amplamente da propriedade sendo inclusive possuidor da mesma.
A vantagem de Ihering – facilitou a conceituação de possuidor ao exigir apenas o requisito corpus e rejeitar o animus. Possibilita que duas pessoas sejam consideradas ao mesmo tempo possuidoras, quando apenas uma destas estiver ocupando a coisa. Permite o chamado desdobramento da posse (posses paralelas) possibilidade de um sujeito estar fisicamente na coisa e o outro mesmo não estando exercendo poder sobre a coisa também ser considerado possuidor, isto ocorre quando em virtude de uma relação obrigacional ou de um direito real um sujeito ocupasse imediatamente a coisa e o outro fiasse como possuidor indireto assim pode enxergar, o possuidor direto e o indireto.
	Ex: Contrato de locação, pessoa do locatário (poder imediato sobre a coisa) usando e gozando sobre o bem e o locador (poder mediato, faculdade de dispor do bem) também se encaixa em possuidor.
	- A vantagem nesse caso é que tanto locatário e tanto locador serão considerados possuidores e terão direito aos efeitos sucessórios.
	- Locatário pode entrar com ação possessória contra locador ¿ SIM, SERÁ POSSÍVEL SE VALER DE UMA AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE, também será possível que o locador se valha da ação possessória contra o locatório.
A partir do momento que locatário impede a entrada dolocador no imóvel, depois do prazo ajustado para fim do contrato, está acontece o esbulho.
O desdobramento da posse é uma ficção jurídica permitida apenas pela teoria de Ihering, pois não há o elemento animus.
A partir do momento que acabar o desdobramento da posse, a pessoa é que era possuidora indireta, vai ser possuidora “plena”. Art. 1197, CC
Posse direta e indireta:
Posse direta obtida será sempre TEMPORÁRIA, a lei presume que em algum momento o verdadeiro proprietário que se tornou possuidor indireto, vai querer reaver a coisa, a posse da coisa com todos os tributos inerentes a condição de proprietário.
A temporariedade ocorre mesmo em contrato sem prazo determinado.
Forma de extinção do usufruto – art. 1410, CC
Posse direta será subordinada, ou seja, os poderes a serem exercidos pelo possuidor direto dependeram do possuidor indireto. Possuidor indireto limita o direito.
COMPOSSE: posse sendo exercida simultaneamente por duas ou mais pessoas, num bem que se encontra em estado de indivisão. Art. 1199, CC
Locatário mora no apartamento a mais de 20 anos, e locador resolve vender a propriedade, o locador deve dar preferência ao locatário¿ Sim, Lei 8.245/91 art. 28, estabelece o direito de preferência, locatário tem o direito de preferencia caso locador venha a alienar a propriedade que aquele reside, mas o contrato deve estar averbado junto a registro imobiliário, para que ele seja oponível contra todos.
DETENÇÃO:
Savigny: detentor seria aquele que ocupa um bem sem a intenção de um dia vir a se tornar dono do bem, que tem corpus e não tem animus seria mero detentor. MAS HÁ UM PROBLEMA: locatário ocupa a coisa, todo locatário não necessariamente vai ter animus de adquirir o imóvel aonde reside, para esta teoria o locatário seria um mero detentor. 
Locatário, comodatário, arrendatário não seriam possuidores, seriam meros detentores.
Ihering: verificação da situação de detentor será feita objetivamente, será detentor aquele que a lei assim designar. 
Casos em que a lei estabeleceu a detenção:
Servidor da posse ou fâmulo da posse: 1198, CC – não exerce a posse por vontade própria, exercendo interesse de terceiro (detenção desinteressada)
Para configurar a detenção é necessário contrato formal de trabalho¿ Não precisa o vínculo de subordinação não precisa ser comprovado por contrato formal, mesmo que a relação seja informal pode-se ter a detenção.
Caseiro(detentor) de sítio, pode se valer da ação possessória para proteger a posse da qual cuida de invasão¿ Pelo código civil, somete o possuidor tem direito a autotutela da posse (1210,§1º, CC), mas segundo a doutrina majoritária ao detentor é facultado a utilização da autotutela da posse.
Atos de mera permissão ou tolerância: art. 1208, CC – quando se tem ato de permissão ou tolerância, o sujeito esta ocupando a coisa por seu próprio interesse e não pelo do possuidor, não se tem contrato, tem-se no máximo uma autorização unilateral por arte do verdadeiro possuidor. Ex: condomínio – empréstimo de vaga de garagem. 
OCUPAÇÃO QUE E DA POR ATO DE MERA PERMISSÃO É UMA DETENÇÃO E NÃO POSSE!
diferença entre permissão e tolerância: na permissão a ocupação derivada de ato unilateral do verdadeiro possuidor (vai usando quando eu quiser te peço de volta, autorização expressa), já na tolerância a ocupação é tácita para a ocupação do bem. 
			
	Condomínio edilício: autorizações expressas para que determinados condôminos possam usar a área comum do prédio. Quem ocupa área comum do edifício atua sobre regime de permissão ou às vezes até de tolerância, e como é detentor não poderá usucapir a área. 
Teoria da supressio: verificação do exercício de um direito, verifica-se no caso concreto a boa fé objetiva que tutela a confiança que foi depositada por uma parte sobre o comportamento da outra.
Ex: condomínio cede corredor para morador durante 20 anos sem tomar nenhuma atitude, após esses 20 anos o novo condômino quer tomar de volta o corredor para uso comum, o morador poderá invocar a supressio, pois houve omissão de forma reiterada, prolongada no tempo que fez despertar uma legítima expectativa baseada na confiança de que aquele direito não mais seria exercido. 
Acontecerá então a propriedade formal do condomínio, mas ela será concedida a quem lhe deu uma função social, no caso ao morador.
Atos violentos ou clandestinos: 1208, CC – enquanto não césar a violência ou a clandestinidade não se tem posse, somente detenção. Não induz posse, são apenas atos de ocupação por detenção.
Atuação em bens insuscetíveis de posse: bem de uso comum do povo e de uso especial, não se pode considerar possuidor, bens afetados para destinação pública!
Já os bens dominicais podem ser possuídos. A posse exercida sobre bem dominical não pode ser usucapida (posse ad usucapione), mas poderá ser uma posse ad interdcta (não pode usucapir, mas pode valer de ação possessória). Poderá se valer da desapropriação do art. 1228, §4º, porque haverá o pagamento de justa indenização, não desfalcando o patrimônio público (enunciado 304 CJF)
A propriedade resguardada pela Constituição deve seguir uma função social, propriedade sem função social é sinônimo de exercício abusivo do direito, a propriedade a qual não é dada função social não será protegida.
1228, §4º e 5º - possibilidade de o proprietário ter a ação reivindicatória indeferida, quando na parte passiva dessa ação estiverem possuidores que são consideráveis números de pessoas, ocupando de forma tranquila, passiva e ininterrupta por cinco anos, um imóvel de extensa área e tiverem feito ali obras de interesse social e econômico relevante. Se o proprietário que não cuidou da propriedade ingressar com ação e no polo passivo existir essa situação, a outra parte poderá fazer um pedido contraposto (aonde os possuidores réus na reivindicatória podem fazer pedido contraposto, de modo a indeferir a pretensão do proprietário desidioso e torna-se com a sentença de improcedência reivindicatória proprietários do bem, estipulando-se uma indenização a ser paga pelos possuidores ao antigo proprietário). Não se configura a usucapião.
Espécie de desapropriação judicial no interesse privado.
Enunciado 82, CCJF
Quem paga a indenização de desapropriação¿ Os possuidores, o pagamento seria o requisito para a sentença ser levada a registro de imóvel.
E se os possuidores forem pessoas de baixa renda e não puderem pagar¿ quem deve adimplir a indenização é o Estado (que deve fazer cumprir os direitos fundamentais) (enunciado 308, CJF)
No caso do Estado ser o responsável pelo pagamento, poderá este ser feito por títulos da dívida pública¿ Não, o pagamento dessa indenização deverá ser feito em dinheiro.
Art. 2030, CC – aplicável à desapropriação judicial no interesse privado do art. 1228, §4º - prazo de 2 anos para o que o proprietário não fosse surpreendido pela mudança do CC.
Os prazos:
Art. 1238 e 1242, CC – 15 anos para usucapião extraordinária(posse mansa, pacífica, contínua e com animus domini) e 10 anos para ordinária (posse mansa, pacífica, contínua desde que tenha o justo título e boa-fé), poderão ser reduzidos em 5 anos quando o possuidor provar os requisitos e provar que vinha exercendo a função social da posse. (posse qualificada pela função social – redução em 5 anos do prazo).
Enunciado 236, CJF
Possuidor para todos os efeitos legais também a coletividade desprovida de personalidade jurídica.
Acessão: formas de aquisição da propriedade imóvel 
	Natural: (1248 à 1252, CC) 
	Artificial: 
1255 CC – inverte-se a regra que o acessório segue o principal – EXCEÇÃO – acessão invertida, se comprovada à boa-fé.
Classificação da posse:
Posse civil e natural
Posse civil: aquela posse que tem um título que a fundamenta, que lhe serve de substrato, aquela em que o sujeito que ocupa o bem, ali esta em virtude de um direito obrigacional ou em virtude de um direito real. 
Posse natural: aquela posse que será fruto da ocupação de um bem sem que acha qualquer relação jurídicaque a fundamente. Não há relação entre o possuidor e o proprietário.
A posse classificada quanto aos seus vícios: (dimensionar a aplicabilidade dos efeitos)
Objetivo e subjetivo:
Objetivo: Justa ou injusta
Justa: art. 1200, CC – será justa a posse que não for violeta, clandestina ou precária, se a posse for dessa forma será injusta 
Injusta: será aquela clandestina, precária e violenta.
Violenta: seria aquela que o sujeito ingresso, em um primeiro momento era detentor e quando cessou a violência se tornou possuidor injusto, porque a posse entende-se manter o mesmo caráter com o qual ela foi adquirida. Posse violenta deriva de atos violentos propriamente ditos (vis absoluta) ou grave ameaça (vis compulsiva), essa violência deve ser dirigida ao possuidor que ali estava. O possuidor injusto será réu na ação possessória. Se encerra a partir do momento que o possuidor desistir de litigar, após o fim da violência É QUE SE TERÁ A POSSE INJUSTA, PORQUE ENQUANTO PERDURAR A VIOLÊNCIA HAVERÁ SOMENTE A DETENÇÃO!!
Quando o proprietário é ao mesmo tempo proprietário e possuidor, se a posse for violada, poderá entrar com ação possessória ou reivindicatória. Agora se há um terreno ocioso e eu vou lá e ocupo e o proprietário não exercia posse, este irá ingressar com uma ação reivindicatória para tirar o ocupante, o fato de ele ser proprietário não lhe da o direito de exercer a violência para que o ocupante saia.
Possessória: pacificação social imediata.
Posse clandestina: adquirida as ocultas do verdadeiro possuidor. 
Não confundia com res derelicta: a coisa que o proprietário não tem mais interesse em ser dono e abandona a coisa, deliberadamente abandonada.
Posse Precária: deriva do abuso de confiança do possuidor indireto que indevidamente retém a coisa consigo além do prazo convencionado. A partir do momento em que vence estará acontecendo o esbulho passível de remanejamento da ação possessória contra o possuidor injusto.
Posse violenta e clandestina já nasce juntamente com a posse, são vícios originários, já a posse precária nasce justa e se torna injusta com o momento seguinte em restituir a coisa, seria um vício derivado.
É possível o nascimento de uma posse precária ¿ EXCEÇÃO § único art. 1198, CC
Em princípio aquele que é detentor sempre será detentor, salvo prova em contrário, de um detenção desinteressada, passa-se a ter um detenção interessada, deixando de ter detenção, seria a inversão do caráter da detenção
A posse ser justa ou injusta não será erga omnes, levará em conta o anterior possuidor, em face de terceiros não há problema nenhum em ser considerada justa. Só a pessoa que sofre a posse injusta que poderá alega-la, terceiros não podem alegar.
	Quais desses vícios convalescem¿ (interversão) Rompimento com a regra legal de que a posse se manteria com o mesmo caráter com a qual ela foi adquirida. Art. 1203, CC – MUDANÇA DO CARÁTER DA POSSE, os fatos que levam a isso são: celebração de contrato entre agressor da posse e o agredido. Ex: x invade a casa de Y, Y ao perceber a situação vai até X e oferece fazer um contrato de locação para que o mesmo continue residindo na casa, X aceita e é formalizado o contrato de aluguel, dessa forma a posse que nasce injusta se torna justa pela celebração do contrato. 
Ato unilateral do ocupante. Ex: X mora no bem sob a vigência de um contrato de locação, o locador falece deixando 30 herdeiros e nenhum dos herdeiros nem inventariante procuram X para celebrar outro contrato de locação, X que era possuidor justo tendo que devolver ao final do prazo do contrato, passa a residir na casa de forma indefinida sem que ninguém a conteste, havendo a desídia dos herdeiros, fazendo com que o ato unilateral de continuar residindo na casa transmude o caráter da pose, tendo a partir desse momento a posse ad usecapione, para que mais tarde possa ingressar com ação de usucapião.
Vícios Subjetivos: Boa fé (diferente do principio da boa fé que controla o exercício de direitos) e Má fé 
Boa fé: não acreditava que na posse incidiam vícios, art. 1201, CC. Quem tem justo título não precisa prova que estava de boa fé, esta será presumida.
Má fé: não ignora os vícios.
É possível que a posse seja justa, porém de má fé¿ Sim, Ex: estelionatário. 
É possível que seja injusta e de boa fé¿ Sim 
Efeitos da posse:
Direito aos frutos: (art.1214 à 1216) frutos são aqueles acessórios, utilidades que se retiram da coisa com periodicidade, eles tem capacidade de renovação. Enquanto possuidor estiver na coisa e a posse for de boa fé, o possuidor terá direito aos frutos percebidos, não sendo necessário a sua restituição art. 1214, CC
	- necessário observar quando ocorreu a colheita dos frutos, qual era o estado anímico do possuidor (boa ou má fé)
Direito as benfeitorias: Necessária, útil ou voluptuária.
Art. 1219, CC – indenização pelas bem feitorias de boa fé (necessárias e úteis), as voluptuárias (se for possível poderá removê-las se não, não terá direito a qualquer indenização).
Direito de retenção: direito que a lei consagra ao possuidor de boa fé de reter a coisa consigo para além do prazo ajustado sem que isso configure posse precária (até que as benfeitoria uteis e necessárias que o possuidor de boa fé tiver feito pela coisa lhe tiver sido paga). SOMENTE O POSSUIDOR DE BOA FE TEM ESSE DIREITO, O DE MA FÉ TEM DIREITO DE INDENIZAÇÃO PELAS NECESSÁRIAS, MAS JAMAIS TERÁ DIREITO DE RETENÇÃO.
Qual momento oportuno para alegar direito de retenção¿ Será uma exceção a ser oposto pelo possuidor de boa fé quando da contestação da possessória, reivindicatória ou da ação de despejo. Caso não alegue no prazo de contestação, poderá posteriormente após a restituição do bem, poderá ingressar com uma ação pedindo a restituição das benfeitorias.
Súmula 335, STJ – válida cláusula no contrato de locação que implique na renuncia do locatário acerca das benfeitorias necessárias e úteis. 
Essa cláusula no contrato de adesão não é válida, pois seria abusiva.
Benfeitoria é diferente de pertença: as pertenças não aderem ao bem, já as benfeitorias aderem ao bem principal, as pertença seriam os bens que não sendo parte integrante do outro se destinam de modo duradouro ao uso, serviço e aformociamento (art. 93, CC).
Acessão artificial é diferente da benfeitoria: acessão artificial cria coisa nova, por isso vai ser averba junto ao registro imobiliário. Quando realizadas de boa fé pelo possuidor irão gerar direito de retenção
Direito a usucapião (art. 1238): preenchimento dos requisitos (posse mansa, pacífica e contínua) legais, quando preenchidos já vira proprietário, será só necessário para dar publicidade ao fato, AÇÃO DECLARATÓRIA! 
Direito a proteção possessória: com intervenção ou sem intervenção do Estado.
Sem participação do Estado (fuga ao monopólio estatal da jurisdição): 1210, §1º - autotutela – por sua própria força, contanto que o faça logo, o fato de poder proteger a posse não significa que ele extrapole!
Desforço imediato e legitima defesa são as modalidades de autotutela (são diferentes) Desforço imediato vai ocorrer quando já aconteceu o esbulho total ou parcial da propriedade (reintegração e desbulho), já a legitima defesa da posse pressupõe que ainda não ocorreu o esbulho (manutenção a atos de perturbação)
Ações possessórias: esbulho gera reintegração, turbação gera manutenção, ameaça de ocorrência de esbulho ou turbação vão desencadear a figura da tutela inibitória do interdicto proibitório.
Ação de reintegração de posse: quando houver esbulho, ação executiva lato sensu, já sai o mandato.
Manutenção de posse: ação que vai determinar uma ação sobre uma pessoa, inclusive fixas multa astreinte.
Interdicto proibitório: usado quando houver ameaça séria de invasão a propriedade, também é cabível fixação de multa astreinte.
Possessória contra proprietário: art. 1210, §2º - proibido que o réu na possessória queira se defender com base no direito proprietário. (enunciado 79 CJN)
Multa astreinte: multa periódica pelo atraso no cumprimentodas obrigações, ou multa cominatória, prevista no artigo 287 do Código de Processo Civil, como uma multa a ser imposta pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte.

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