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RESUMO Direito Falimentar e Recuperacional

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RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. (art. 47 da lei de falências).
Conforme art. 48 da mesma lei, as condições para requerer a recuperação judicial são: 
Na recuperação judicial ou na falência, não são exigíveis do devedor as obrigações a título gratuito, por força do artigo 5o, I, da Lei 11.101/05. 
  Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
        I – as obrigações a título gratuito;
        II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
TÍTULO GRATUITO:
cessão gratuita
promessa de recompensa 
comodato
mútuo sem juros
depósito não remunerado
o mandato não remunerado
prestação de serviços gratuita. 
A obrigação a título gratuito que foi constituída com vinculação a encargo não foge à previsão de inexigibilidade anotada no artigo 5o, I, da Lei 11.101/05, a exemplo de garantias prestadas em favor de terceiros, como fiança, aval, penhor e hipoteca. O oferecimento de garantia pessoal (fiança ou aval) ou real (penhor ou hipoteca) a favor de terceiro constitui, sobre o patrimônio do empresário ou sociedade empresária, uma obrigação a título gratuito, o que implica reconhecer sua inexigibilidade na recuperação judicial e na falência. Essa inexigibilidade prejudica os direitos do credor, originário ou sucessor, sendo indiferente tratar-se de cessão de crédito ou endosso.
O legislador falou em inexigibilidade, mas não em extinção. Compreender essa inexigibilidade como temporária, até a conclusão do plano de recuperação judicial da empresa, implica atentar contra a ideia de recuperação: concluída a execução do plano de recuperação, o empresário ou sociedade empresária veria seu passivo, recém-sanado, acrescer-se das obrigações gratuitas que podem ser mesmo vultosas, como ocorre com os programas de milhagem das companhias aéreas que, por serem incentivos, por serem brindes, encaixam-se na definição de obrigação a título gratuito: são bônus sem ônus, não havendo nexos de causalidade e reciprocidade com uma contraprestação, compreendendo-se como obrigações a título gratuito.
Lei 8.906/94, cujo artigo 22 prevê que a prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. O artigo 5o, II, da Lei de Falência e Recuperação de Empresas, portanto, cria uma exceção a esta regra: o advogado que representa o interesse de credores, dos sócios ou de terceiros interessados no processo de falência ou de recuperação judicial da empresa não faz jus a honorários sucumbenciais, embora conserve seu direito aos honorários convencionados com seu cliente.
Em favor das pessoas jurídicas é possível a concessão do benefício da justiça gratuita, contudo, faz-se apenas em situações excepcionais.
Por força do artigo 6o o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição em face do devedor e suspende o curso de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
O § 1o do artigo 6o admite que tenha prosseguimento, no juízo no qual estiver se processando, a ação de quantia ilíquida, aquelas que se discute a existência ou não de um direito ou crédito contra o devedor, bem como àquelas em que se busca dar liquidez a esse direito ou crédito, ou seja, em que se busca definir a sua exata extensão, sua qualidade e quantidade. Também se incluem as ações nas quais créditos contra o devedor tenham se tornado objeto de litígio. O juízo em que tramita ação que demanda quantia ilíquida (Justiça comum ou especializada) pode determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, evitando ser o credor prejudicado;
Na recuperação judicial, a suspensão da prescrição e das ações e execuções tem limite de 180 dias. Ainda que o plano de recuperação não tenha sido aprovado no prazo de 180 dias, por estar em discussão na assembleia geral ou por questões intestinas do juízo recuperatório, não haverá a retomada das ações e execuções individuais. Essas pretensões individuais ficarão dependentes de uma definição do juízo da recuperação judicial.
As suspensões na recuperação judicial não alcançam as execuções fiscais, ou seja, estas NÃO SUSPENDEM.
Demandas sem conteúdo econômico direto não compõem o juízo universal e, assim, não são alcançadas pela regra da suspensão de prescrição e ações prevista no artigo 6o da Lei 11.101/05.
Com a decretação da recuperação judicial, os titulares de pretensões jurídicas contra o empresário ou sociedade empresária, que ainda não tenham ajuizado suas demandas, são afetados .o artigo 6o, § 4o, da Lei 11.101/05, limita tal suspensão: em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
O artigo 67 da estabelece que créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais.
        
art. 6 - § 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor.
A regra de prevenção estatuída no artigo 6o, § 8o, não se limita à primeira instância, alcançando mesmo recursos, tornando preventos a mesma turma, câmara e relator no Tribunal de Justiça e, na eventualidade de interposição de recurso especial e/ou extraordinário, a mesma turma e relator no Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.
Segunda Seção do STJ, julgando o Conflito de Competência 90.504/SP: “há de prevalecer, na recuperação judicial, a universalidade, sob pena de frustração do plano aprovado pela assembleia de credores, ainda que o crédito seja trabalhista”
Critérios adm judicial (artigo 21): profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, embora também aceite a figura da pessoa jurídica especializada.
COMPETÊNCIA DO ADM JUDICIAL COMUM À FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Enviar correspondência aos credores, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito. Na recuperação judicial, por força do artigo 51, III a petição inicial deverá ser instruída com a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente.
Fornecer informações aos credores. O artigo 22, I, b, da Lei 11.101/05, usa a expressão credores interessados - Há, portanto, uma limitação de legitimidade no pedido de informação. Só terá direito à informação o credor que tiver interesse jurídico na mesma, podendo/devendo o administrador judicial negar-se, fundamentadamente, a fornecer informações a quem nelas não tenha interesse jurídico.
Dar extratos dos livros do devedor - Extrato é um excerto, uma informação específica que se extrai da escrituração, sem avançar sobre outros lançamentos, preservando o sigilo da escrituração.
 Exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações- Se o empresário ou administradores da sociedade empresária não prestaremas informações, serão apenados: na recuperação judicial, serão afastados da administração da empresa (artigo 64, V, da Lei 11.101/05)
Elaborar a relação de credores - O ADM realizará uma verificação dos débitos contra o empresário ou sociedade empresária, com base nos seus livros contábeis e documentos comerciais e fiscais, além dos documentos que lhe forem apresentados pelos credores. fará publicar, em edital que, ademais, indicará o local, o horário e o prazo comum em que qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação. Esse edital deverá ser publicado em 45 dias, contados do fim do prazo para apresentação de habilitações ou divergências aos créditos relacionados. A publicação será feita preferencialmente na imprensa oficial e, se o devedor ou a massa falida comportar, em jornal ou revista de circulação regional ou nacional, bem como em quaisquer outros periódicos que circulem em todo o país.
Consolidar o quadro-geral de credores
(..) a assembleia geral terá por atribuições deliberar sobre (1) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor; (2) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; (3) aceitação ou recusa do pedido de desistência do devedor, quando já deferido o seu processamento; (4) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor; e (5) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
CREDORES NO JUÍZO UNIVERSAL
Há quem prefira compreender o concurso de credores como uma execução coletiva: a coletividade dos credores executando, em processo único (o juízo universal), o patrimônio insuficiente do devedor comum.
Na recuperação judicial de empresa assembleia geral terá por atribuições deliberar sobre (1) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor; (2) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; (3) aceitação ou recusa do pedido de desistência do devedor, quando já deferido o seu processamento; (4) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor; e (5) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
A assembleia geral de credores será convocada: pelo juiz, de ofício, a requerimento do administrador judicial, ou do comitê de credores ou por credores que representem no mínimo 25% do valor total dos créditos de uma determinada classe (artigo 36 da Lei 11.101/05). Também por qualquer credor quando deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação de assembleia geral para a constituição do comitê de credores de seus membros.
Convocação obrigatória: havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, convoca-se a assembleia geral de credores para deliberar sobre o plano proposto (artigo 56); (2) na recuperação judicial de empresa, se afastado o empresário ou do administrador societário das atividades, cabendo-lhe deliberar sobre o nome do gestor judicial que assumirá a administração das atividades do devedor (artigo 65, caput e § 2o); e (3) a sentença que decretar a falência convocará a assembleia para constituir o comitê de credores, podendo ainda autorizar a manutenção do comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial (artigo 99, XII).
Pontualidade é requisito para participação na assembleia e para debater e votar. O credor poderá ser representado (artigo 37, § 4o) ), desde que entregue ao administrador judicial, até 24 horas antes da data prevista no aviso de convocação, documento hábil ( não precisa ser mandato especial) que comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos do processo em que se encontre o documento
 	O voto de cada credor será proporcional ao valor de seu crédito.  (1) valor total do passivo; (2) valor total dos créditos em cada categoria, como se estudará abaixo; e (3) valor de cada crédito específico. 
A proporcionalidade é excepcionada em relação aos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho, que votam com a totalidade de seu crédito, independentemente do valor (artigo 41, § 1o, e 45, § 2o, da Lei 11.101/05): a cada um corresponde um voto, tenha direito a R$ 300,00 ou a R$ 30.000,00.
Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, diz o artigo 49, § 3o, da Lei 11.101/05. Por isso, não terão direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quorum de instalação e de deliberação das assembleias de credores (artigo 39, § 1o). Também não será computada a importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação (artigo 75, §§ 3o e 4o, da Lei 4.728/65), desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente, já que o artigo 86, II, da Lei 11.101/05 lhes garante o direito à restituição em dinheiro.
Terão direito a voto os credores habilitadas na data da realização da assembleia ou que tenham créditos admitidos ou alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de importâncias, em virtude de pedidos retardatários de habilitação de créditos (artigo 39).
Os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembleia geral de credores (artigo 10 da Lei 11.101/05), salvo se, na data da realização da assembleia geral, já houver sido homologado o quadro geral de credores contendo o crédito retardatário.
O Art. 40 da Lei 11.101/05 - não afasta a possibilidade da discussão sobre a existência, a quantificação ou a classificação de créditos, mesmo em juízo cautelar ou antecipatório dos efeitos da tutela; apenas não permite que em tal juízo, e por tais razões, determine-se a suspensão ou adiamento da assembleia geral de credores.
O art. 39 § 2 explica que a participação de credores e o seu peso na votação (seu crédito) se determina pelo estado em que esteja, naquele momento, a relação ou quadro de credores, por juízos definitivos ou provisórios. Isso não quer dizer que a assembleia geral ou qualquer das deliberações ali tomadas não possa ser declarada nula ou anulada. 
COMPOSIÇÃO DA ASSEMBLÉIA 
A assembleia geral será composta por quatro classes de credores (artigo 41 da Lei 11.101/05): 
titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; 
titulares de créditos com garantia real;
titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados; 
titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte 
CLASSE I - TRABALHISTAS E ADVOCATÍCIOS
Dcorrentes da legislação do trabalho (limitados a 150 salários mínimos), decorrentes de acidente de trabalho, honorários advocatícios.
EXCEÇÃO: Art. 151 - Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até limite de 5 (cinco) salários mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.
APROVAÇÃO: Maioria simples dos credores presentes (não votam conforme o crédito, mas por cabeça e presença).
CLASSE II – CRÉDITOS COM GARANTIA REAL
Créditos com garantia real são todos aqueles que o credor negocia o bem como garantia no negócio jurídico.
EXEMPLO: hipoteca incidente sobreimóvel do falido ou penhor sobre bem móvel, nesses casos o bem é vendido na liquidação da falência, e o produto da venda é destinado para a satisfação creditícia do titular da garantia real, limitada ao valor do bem onerado. Créditos hipotecários, pignoratícios, créditos de debêntures com garantia real, e créditos das instituições financeiras decorrentes de cédulas de crédito rural.
APROVAÇÃO: votam, nessa classe, até o limite do seu crédito e/ou do valor do bem gravado (o que for menor); se o seu crédito supera o valor do bem gravado, votarão com a classe dos quirografários pelo restante do valor de seu crédito. Maioria simples (50% + 1)
CLASSE III – QUIROGRAFÁRIOS, COM PRIVILÉGIO ESPECIAL, GERAL E SUBORDINADOS
Créditos quirografários:
São aqueles que decorrem somente do simples encontro de vontade entre as partes, tendo como garantia a simples promessa do devedor de que, no vencimento, vai adimplir a obrigação. Se diferencia basicamente do crédito real, que tem um bem em garantia para o caso de inadimplência.
Os credores com privilégio especial são: 
a) o credor por benfeitorias necessárias ou úteis sobre a coisa beneficiada (CC, art. 964, III);
b) o autor da obra, pelos direitos do contrato de edição, sobre os exemplares dela na massa do editor (CC, art. 964, VII); 
c) os credores titulares de direito de retenção sobre a coisa retida (LF, art. 83, IV, C); 
d) os subscritores ou candidatos à aquisição de unidade condominial sobre as quantias pagas ao incorporador falido (Lei nº 4591/64, art. 43, III); 
e) o credor titular de nota de crédito industrial sobre os bens referidos pelo art. 17 do Dec. Lei nº 413/69; 
f) crédito do comissário (CC, art. 707) e outros. 
André Luiz Santa Cruz Ramos (2015) ressalta que este tipo de crédito tem uma particularidade igualmente aos créditos com garantia real, já que não está sujeito a rateio, ou seja, o valor adquirido da venda do bem sobre o qual recai o privilégio deverá ser direcionado preferencialmente para o seu respectivo credor.
Os credores de privilégio geral são todos aqueles descritos no artigo 83, inciso V, na Lei falimentar de 2005:
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; 
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei. Vale lembrar que o legislador ao citar o artigo 965 do Código Civil preocupou-se com algumas situações que podem ocorrer durante o processo falimentar, tentando com isso evitar o perecimento do direito e o sofrimento da família do falecido devedor como é o caso das despesas de seu funeral se forem moderadas. 
Ressalta Fábio Ulhoa (2012) que também é exemplo de crédito com privilégio geral, além dos mencionados no art. 965 do CC, o decorrente de debêntures com garantia flutuante, nos termos do art. 58, parágrafo 1º, da LSA, e os honorários de advogado, na falência do seu devedor (EOAB, art. 24).
Os créditos subordinados, segundo o artigo 83, inciso VIII, da Lei 11.101/2005, são:
a) os assim previstos em lei ou em contrato; 
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 
De acordo com os esclarecimentos Fábio Ulhoa (2012, pág.416) que: “Crédito subordinado (ou “subquirografário”) entende-se aquele que é pago somente após a satisfação dos credores sem qualquer garantia, prevendo a lei duas hipóteses: a) os créditos dos sócios ou administradores sem vínculo empregatício (LF, art. 83, VIII, b); crédito por debêntures subordinadas emitidas pela sociedade anônima falida (LSA, art. 58, § 4º).” É oportuno lembrar que essa classe de credores semente terá seu crédito quitado, quando a sociedade falida o fizer primeiro para os outras classes de credores, como bem lembrado por André Luiz Santa Cruz Ramos (2015).
CLASSE IV – MICROEMPRESA OU EMPRESA DE PEQUENO PORTE
São os credores enquadrados como ME ou EPP.
APROVAÇÃO: Maioria de votos por cabeça, e não pelo valor do crédito, como na classe I (art. 45, §2º).
RETARDATÁRIOS
Credores retardatários são aqueles que deveriam ter habilitado seu crédito no prazo legal do §10 do art. 70 da lei de falências, mas não o fizeram, conforme define o art. 10 da supracitada lei.
Somente os credores retardatários titulares de créditos trabalhistas terão direito ao voto na assembleia-geral de credores. Os demais, não.
Art. 39. Terão direito a voto na assembléia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art. 7o, § 2o, desta Lei, ou, ainda, na falta desta, na relação apresentada pelo próprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do caput, desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das que estejam habilitadas na data da realização da assembléia ou que tenham créditos admitidos ou alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de importâncias, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 10 desta Lei.
“(...) após várias reflexões tecidas para se alcançar a real inteligência dos §§ 1º e 2º, do artigo 10, tanto no âmbito falimentar, quanto no recuperatório, os credores retardatários, deles excetuados os titulares de créditos decorrente da relação de trabalho, não terão direito de voto na assembleia geral dos credores, salvo se, na data de sua realização, já houver sido homologado o quadro-geral de credores, contemplando os créditos habilitados tardiamente. Enquanto processando estiver a habilitação, não votam ” (CAMPINHO, Sérgio, Falência e recuperação de empresa: O novo regime da insolvência empresarial/ Sérgio Campinho – 7ª Ed. – Rio de Janeiro: Renovar, 2015, p.119).
“De regra, o habilitante retardatário perderá o direito de voto na assembléia-geral de credores, por não constar da relação de credores elaborada pelo administrador judicial, consoante a regra insculpida no art. 10, § 1º, da LRF (...)” (AYOUB, Luiz Roberto; Cavalli, Cássio, A construção jurisprudencial da recuperação judicial de empresas. Rio de Janeiro: Forense, 2013. P. 187).
“Os credores retardatários, que hajam obtido reserva de importâncias para futuro rateio, não terão direito de voto nas assembleias gerais, salvo: a) se, na recuperação judicial, forem titulares de créditos trabalhistas (...)” (LOBO, Jorge, Comentários à Lei de recuperação de empresas e falência/ coordenadores Paulo F. C. Salles de Toledo, Carlos Henrique Abrão. – 4. Ed. Rev. E atual. – São Paulo: Saraiva 2010. P. 161).
ASSEMBLEIA-GERAL
No que diz respeito às classes de titulares de créditos derivados da legislação do trabalho/acidentes de trabalho (1) e microempresa/empresa de pequeno porte (4) - As deliberações sobre o plano de recuperação judicial, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.
A assembleia será instalada, em primeira convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em segunda convocação, com qualquer número (artigo 37).
Nas deliberações da assembleia geral, será considerada aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia geral (artigo 42). 
Excepcionam-se dessa regra: (1) a composição do comitê de credores, pois, na escolha dos representantes de cada classe no comitê de credores, somente os respectivos membros poderão votar (artigo 44); (2) a deliberação sobre forma alternativa de realização do ativo, cuja aprovação dependerá do voto favorável de credores que representem 2/3 dos créditos presentes à assembleia (artigo 145); e (3) a aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor, no qual todas as classes de credores deverão aprovar a proposta (artigo 45), embora, nas classes de credores quirografários e de credores com garantia real (em cada uma), a proposta deva ser aprovada porcredores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. Na classe dos créditos advindos da legislação do trabalho e de acidentes do trabalho, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. De qualquer sorte, o credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito (artigo 45, § 3o).
Credor majoritário/predominantes: aqueles cujos créditos remontam a valores tais que lhes dão sensível predominância nas deliberações, em função do princípio que considera os votos em função da proporcionalidade do crédito em relação ao total do passivo. 
Credor controlador: titular de créditos que lhe assegurem, de modo não eventual, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia geral. é aquele que tem, de fato e de direito, o poder de, sozinho, decidir qualquer deliberação colocada em votação, verificando-se ser sua a última palavra sobre o que é deliberado.
Os credores majoritários e o controlador, devem permitir que o juízo universal realize sua função legal e social. Caso contrário podem ser responsabilizados pelos danos morais e econômicos que causarem.
COMITÊ DOS CREDORES
Serve para o acompanhamento cotidiano do juízo universal – 1 representante de cada classe com 2 suplentes cada. Podem ser destituídos pelo juiz por decisão fundamentada.
COMITÊ DOS CREDORES E ADMINISTRADOR JUDICIAL
É impedido de integrar o comitê ou exercer a função de administrador judicial quem:
Nos últimos 5 anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada.
Tiver relação de parentesco ou afinidade até o terceiro grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
Caso haja esses impedimentos o devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou membros do comitê, devendo o juiz decidir sobre esse requerimento no prazo de 24 horas (artigo 30, § 1).
VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO
Ato realizado pelo administrador judicial, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas, tomando por base os livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e os documentos que lhe forem apresentados pelos credores e pelo devedor, entre os quais se destaca a relação de credores que lhe cabe formular e entregar. É ato posterior ao deferimento do processamento da recuperação judicial, resultando do primeiro contato do administrador judicial com as contas do empresário ou sociedade empresária. São verificados os livros contábeis do empresário ou sociedade empresária, e outros documentos comerciais e fiscais, investigando-os não apenas para aferir a existência de eventuais credores, além de aferir a real situação financeira da empresa, eventual prática de atos fraudatórios etc. Assemelha-se à auditagem da empresa, servindo não apenas à formação do quadro de credores, mas aos demais aspectos investigados ao longo do processo, inclusive a pesquisa sobre eventual prática de ato criminoso, os credores que constem da relação nominal apresentada pelo devedor (artigos 51, III, 99, caput, e 105, II, da Lei 11.101/05) receberão comunicação informando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, além da natureza, do valor e da classificação dada ao seu crédito.
HABILITAÇÃO DE CRÉDITOS
Finda a verificação será publicado edital inaugural ( de preferencia na impresa oficial) - (1) o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; (2) a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; e (3) a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, bem como para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor. 
O STJ afirmou que “o termo inicial do prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial habilitações ou divergências é a data de publicação do edital (artigo 7o, § 1o,). habilitação de crédito é ato voluntário de pretender-se credor no juízo universal.
Prevê o artigo 17 da Lei 11.101/05 caber agravo da decisão que julga a impugnação. Essa decisão põe termo ao processo de impugnação e o recurso contra as decisões terminativas DEVERIA SER a apelação. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão, inclusive para inscrever ou retirar o crédito do quadro geral de credores e modificar seu valor ou classificação, para fins de exercício de direito de voto em assembleia geral (artigo 17, parágrafo único, da Lei 11.101/05).
HABILITAÇÕES TARDIAS
O prazo para habilitação de créditos, viu-se, é de 15 dias contados da publicação do edital que convoca os credores para tanto (artigo 7o, § 1o,). Os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembleia geral de credores (artigo 10, § 1o, da Lei 11.101/05). Ingressam no juízo universal no estágio em que este estiver, não podendo se insurgir contra as deliberações anteriores, mesmo que seu crédito, pelo valor e respectiva classe, seja suficiente para alterá-las, excetuada a hipótese de ação anulatória ou declaratória de nulidade, fundada em defeito jurídico, a exemplo da existência de simulação.
Os créditos retardatários não terão direito a voto nas deliberações da assembleia geral de credores, até que tenham sido judicialmente admitidos.
Antes da homologação do quadro geral de credores.
Será uma postulação judicial, exigindo-se a representação por advogado ( processo cognitivo, taxa judiciaria), perderão o direito ao rateio.
Posteriores à homologação do quadro geral de credores.
Trata-se de ação ordinária, na qual o autor, alegando-se credor, pedirá ao juiz sentença que (1) declare a existência de seu crédito ou (2) condene o devedor em importância que, destarte, constituirá crédito a habilitar.
QUADRO GERAL DE CREDORES 
O adm judicial que consolida o quadro gral de credores art. 18. A elaboração partirá da relação de pretensos credores (artigo 7o, § 2o), elaborada a partir da verificação de crédito e das habilitações que tenham sido feitas. O adm manda uma proposta de quadro ao juiz que pode homologar ou mandar corrigir.
O artigo 18, parágrafo único, afirma que o quadro geral de credores será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de cinco dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações. Delírio legislativo, apenas. Não há uma só decisão para todas as impugnações; são autos diversos, com trâmite próprio e decisões em momentos variados, conforme a necessidade de cada relação jurídica. Esse prazo, creio, conta-se da decisão que determina a inclusão no quadro geral de credores das habilitações de crédito não impugnadas, no valor constante da relação dos pretensos credores (artigo 15, I)
RETIFICAÇÃO DO QUADRO GERAL DE CREDORES 
Até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, é faculdade do administrador judicial, do comitê, de qualquer credor ou do representante do Ministério Público pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro geral de credores, observado, no que couber, o procedimento ordinário (ou seja, o processo comum) previsto no Código de Processo Civil (artigo 19 da Lei 11.101/05).
Essa ação poderá ser ajuizada, reitero, pelo administradorjudicial, o comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público, bem como pelo empresário, administrador societário ou sócio, sendo dirigida contra o titular do crédito cuja exclusão, reclassificação ou retificação é pedida. O próprio juízo universal é competente para examiná-la, com exclusividade (artigo 19, § 1o). Trata-se de feito autônomo, mas incidental, correndo de forma independente ao juízo universal, mas apenso ao mesmo.
Se há crédito reconhecido por sentença transitada em julgado, três hipóteses diversas se colocam: (1) sentenças proferidas pelo próprio juízo universal, resultantes de impugnação de crédito ou de habilitação retardatária; (2) sentenças proferidas pela Justiça Comum em outro juízo que não o universal, fruto da aplicação do artigo 6o, § 1o, da Lei 11.101/05, estudado no Capítulo 3; e (3) sentenças proferidas pelas justiças especializadas (Justiça do Trabalho ou Justiça Federal)
LEGITIMIDADE PASSIVA CRÉDITOS E CREDORES ALCANÇADOS
Para além dos créditos fiscais, todos os demais estão sujeitos à recuperação judicial, incluindo créditos trabalhistas e créditos com garantia real, sendo indiferente já estarem vencidas ou não, bem como serem certas ou incertas, líquidas ou não.
Se na relação jurídica creditícia há coobrigados, fiadores e obrigados de regresso, os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra esses. Assim, se o crédito estiver representado por um título de crédito – por exemplo, cheque ou cédula de crédito – do qual conste aval, o credor ainda poderá executá-lo contra o avalista, mesmo que habilitando seu crédito no juízo universal.
O conceito de coobrigados, fiadores e obrigados de regresso, inscrito no artigo 49, § 1o, da Lei 11.101/05, não alcança os sócios ilimitadamente responsáveis, ou seja, os sócios que são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações sociais: os sócios da sociedade empresária em nome coletivo, os sócios comanditados da sociedade empresária em comandita simples e os sócios diretores da sociedade em comandita por ações.
A obrigação que decorre do aval é autônoma, não tendo a sua eficácia suspensa pelo deferimento da recuperação judicial
NÃO SE SUJEITARÃO AOS EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
Créditos de natureza fiscal e previdenciários
A importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação (artigo 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728/65), desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente (artigo 49, § 4o, da Lei 11.101/05);
O credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio (artigo 49, § 3o).
Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial, tornando-o res controversa. Se ninguém o faz, presume-se ter sido aceito por todos os credores, permitindo o deferimento do plano de recuperação judicial. O prazo para a apresentação de objeções é de 30 dias (artigo 55 da Lei 11.101/05), contado da publicação da relação de pretensos credores (prevista no § 2o do art. 7o).
ASSEMBLEIA GERAL DELIBERATIVA SOBRE O PLANO DE RECUPERAÇÃO 
A data designada não poderá exceder 150 dias contados do deferimento do processamento da recuperação judicial (artigo 56, § 1)
Para participar da assembleia, cada credor deverá assinar a lista de presença, que será encerrada no momento da instalação;
Se o credor se faz presente por meio de representante, incluindo o trabalhador por seu sindicato, não se faz necessária a outorga de poderes especiais. O que o mandatário não poderá fazer, sem poderes especiais, é renunciar ou transigir com direito exclusivo do mandatário. Assim, não poderá, sem poderes especiais, renunciar à garantia real sobre determinado bem; à hipoteca sobre um prédio ou sobre alguma lavra, por exemplo.
DELIBERAÇÃO E VOTAÇÃO 
O plano só pode ser alterado se o devedor concordar. 
Resultados da deliberação
Por força do artigo 58, § 1o, da Lei 11.101/05, o juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma acima estudada, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: (1) o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; (2) a aprovação de duas das classes de credores ou, caso haja somente duas classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos uma delas; e (3) na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de um terço dos credores, com,mputado na forma acima, ou seja, por cabeça, na classe dos créditos advindos da legislação do trabalho e de acidentes do trabalho, e cumulativamente por cabeça e pelo valor do crédito nas classes de credores quirografários e de credores com garantia real, em cada uma.
AULAS – Daqui em diante tá tudo bagunçado, conforme as aulas, mesmo kkkkkkk 
 18 de agosto de 2017 Credores retardatários perdem direito ao voto. Se o crédito é retardatário e, por exemplo, ao mesmo tempo, da classe III, como forma de recebimento mantem-se a posição na classe III, contudo, o credor não tem direito ao voto.
Art. 58 – No dia da assembleia, quem não estiver presente, não vota e vira retardatário. 
01/09/17
O processo de recuperação continua por mais dois anos depois da concessão. Depois desses dois anos, o processo é arquivado e a recuperação continua. 
Antes dos dois anos, se não cumprir o plano, converte em falência.
Plano cumprido dentro de dois anos aprova-se as contas do administrador e encerra o processo de RJE. O plano e o processo terminam juntos.
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. 
§ 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei.
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei.
Plano com mais de 2 anos continua o plano. Se cumpre integralmente, a empresa está recuperada. Se não, há convolação em falência:
Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência
Art. 56, § 4o Rejeitado o plano de recuperação pela assembléia-geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor.
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei.
EXECUÇÃO ESPECÍFICA: o sujeito tem sua execução singular. O devedor pede a recuperação judicial, a execução suspende por 180 dias (há assembleia de credores e votação do plano nesse tempo de 6 meses). O plano aprovado nova as dívidas e o valor da execução não vai ser mais cobrado, com a continuidade da suspensão da execução. Não é a novação do CC, mas sim uma novação condicional ou recuperacional. Rol do art. 50, IX: 	
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1o do art. 50 desta Lei.Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro;
Art. 61, § 2o Decretada a falência (NÓS ESTAMOS ESTUDANDO RECUPERAÇÃO, OK?????), os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial.
Prescrição: suspende por 180 dias, art. 6º. Depois, volta a correr. Dependendo, a própria prescrição pode extinguir a obrigação. Se o juiz prorroga o prazo?! Os prazos continuam interrompidos até a extinção da falência. Na recuperação, não! 
PEDIR FALÊNCIA OU EXECUÇÃO ESPECÍFICA? Depende do que é mais benéfico ao credor e é ele quem escolhe.
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1o do art. 50 desta Lei.
§ 1o A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III, do caput da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. esse título executivo só vai ter utilidade para o credor do art. 62 que queira realizar a execução específica.
§ 2o Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público. MP só intervêm expressamente nos dispositivos previstos nesta lei. Nos demais, ele “cuida”.
Art. 68. As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS poderão deferir, nos termos da legislação específica, parcelamento de seus créditos, em sede de recuperação judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos na Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.
Art. 6º, § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária especifica.
Art. 52: 
O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembléia-geral de credores (LRE, art. 52, §4º).
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
A recuperação extrajudicial, como o próprio nome diz, ocorre no âmbito extrajudicial. O plano de recuperação extrajudicial é apenas homologado pelo Judiciário. A recuperação extrajudicial não exclui a possibilidade de negociação do devedor com seus credores, sem nenhuma intervenção do Judiciário, conforme previsão do artigo 167.
Art. 167. O disposto neste Capítulo não implica impossibilidade de realização de outras modalidades de acordo privado entre o devedor e seus credores. 
O devedor que preencher os requisitos seguintes poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial (LRE, art. 161). Os requisitos para a consecução da recuperação extrajudicial são os previstos no artigo 48 da LRE, transcrito: 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
Outrossim, o devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos (LRE, art. 161, §2º). Esses são os chamados requisitos subjetivos para a recuperação extrajudicial.
Existem também os requisitos objetivos, que, segundo Fábio Ulhoa, são: 
Não se prever pagamento antecipado de nenhuma dívida (LRE, art. 161, §2º); 
Dar aos credores sujeito ao plano tratamento igualitário (LRE, art. 161, §2º); 
Abranger somente créditos constituídos até a data do pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial (LRE, art. 163, §1º); 
Necessário consentimento de credor garantido para que haja a alienação, supressão ou substituição de garantia real (LRE, art. 163, §4º); 5) Não conceder afastamento de variação cambial sem que haja a anuência do respectivo credor (LRE, art. 163, §5º).
O plano de recuperação extrajudicial não se aplica aos seguintes credores: 
- Créditos tributários (LRE, art. 161, §1º); 
- Créditos trabalhistas e decorrentes de acidente do trabalho (LRE, art. 161, §1º);
- Credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio (LRE, art. 49, §3º);
- Credor de adiantamento de contrato de câmbio (LRE, art. 49, §4º).
Homologação do plano de recuperação extrajudicial
A homologação do plano de recuperação extrajudicial pode ser: 
- facultativa; 
- obrigatória. 
A homologação facultativa está prevista no artigo 162 da Lei de Falências: 
Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram. 
Nesta hipótese, todos os credores alcançáveis pela recuperação extrajudicial aderiram ao plano. A homologação não é condição para obrigá-los, uma vez que aceitaram o plano. A petição em juízo para homologar pode se dar para revestir o ato de solenidade e segurança, proibindo-se, em regra, a desistência por parte do credor. 
A homologação obrigatória, por seu turno, consta do artigo 163 da LRE:
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos.
Neste caso, conseguiu o devedor apenas parte de adesão dos credores que podem ser submetidos ao processo de recuperação extrajudicial (3/5). Havendo a homologação, os credores restantes, que não concordaram com a recuperação, passam a ficar obrigados.
Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial, seja na forma do artigo 162, seja do 163, o juiz ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do devedor para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial (LRE, art. 164). Mas não é por qualquer motivo que pode o credor impugnar o plano. Deve ser por um dos motivos previstos no parágrafo terceiro do artigo 163.
Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do edital, para impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito (LRE, art. 163, §2º). No prazo do edital, deverá o devedor comprovar o envio de carta a todos os credores sujeitos ao plano, domiciliados ou sediados no país, informando a distribuição do pedido, as condições do plano e prazo para impugnação (LRE, art. 163, §1º).
Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de 5 (cinco) dias para que o devedor sobre ela se manifeste (LRE, art. 163, §4º). Havendo impugnação, cabe ao juiz decidir sobre aprocedência ou não do pedido de recuperação extrajudicial. Na hipótese de não homologação do plano o devedor poderá, cumpridas as formalidades, apresentar novo pedido de homologação de plano de recuperação extrajudicial (LRE, art. 163, § 8º). Esta hipótese é válida se o vício for formal. O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua homologação judicial (LRE, art. 165). É lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários (LRE, art. 165, § 1º).
CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA
De princípio, que fique claro que as três primeiras hipóteses previstas no artigo abaixo que trata da questão da convolação da recuperação judicial em falência, ocorrem no intervalo observado após o deferimento do processamento e antes da concessão da recuperação judicial. Já a quarta ocorre após a concessão.
O artigo 73 da LFRE – 11.101/05, traz, genericamente, os motivos pelos quais, durante o processo de recuperação judicial, compreendendo-se nessa afirmação do legislador o período desde o deferimento do processamento, passando pela respectiva concessão e  pelo seu cumprimento após esta junto a Poder Judiciário no prazo estipulado pela Lei, que é de 2 (dois) anos. São 4 (quatro), portanto,  os motivos listados pelo legislador que impõem ao juiz do feito o dever de convolar em falência uma recuperação judicial:
 
“I – por deliberação da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei”.  Ao fazer referência ao citado artigo 42 da Lei 11.101/05 (que genericamente diz proposta, mas que exclui dessa sua amplitude as deliberações sobre o plano de recuperação judicial), nos leva o legislador para as disposições do artigo 45, que prescreve que “nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 (que são 4 (quatro), não implicando que tal assertiva diz que em toda recuperação judicial existam as quatro classes de credores, podendo ter uma, duas, três ou as quatro) desta Lei deverão aprovar a proposta”.
 
Já nos parágrafos primeiro e segundo deste mesmo artigo 45, diz a Lei a forma pela qual cada classe de credor tem que votar para satisfazer o caput, ou seja, a aprovação do plano de recuperação judicial, como sendo: a) em cada uma das classes previstas nos Incisos II e III do citado artigo 41, respectivamente, titulares de créditos com garantia real e  titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. São as denominadas votações qualitativa e quantitativa. Já nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41, respectivamente, titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho e  titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.
 
“II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei”.  A segunda imposição que o legislador faz ao juiz que conduz o processo de recuperação judicial para que este a convole em falência, é o ato falho ou mesmo o relapso do devedor/recuperando em não obedecer a literalidade do artigo 53 da LFRE, cuja determinação é a de que o plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial.
“III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 desta Lei”. Esta hipótese decorre da convocação da assembleia geral de credores pelo juiz do feito, diante de qualquer objeção atempada e em conformidade com a Lei que fizer qualquer credor. Ela ocorrendo, diz a Lei, o juiz tem a obrigação de convocar a AGC para deliberar sobre o plano de recuperação judicial apresentado. Lembrando, todavia que, durante a realização da AGC, existem as possibilidades também de modificação (Art. 35, I, “a”) do plano apresentado, podendo ocorrer  a sua aprovação diferentemente dos moldes apresentados inicialmente. Todavia, determina a Lei que, rejeitado o plano de recuperação pela assembleia-geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor.
“IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei”. Por fim, nesta última exigência que a Lei determina que o devedor/recuperando cumpra para que não lhe seja decretada a falência, sua ocorrência é observada  após a concessão da recuperação judicial, pois determina o acima referido artigo 61 que,  proferida a decisão prevista no art. 58 (cumprimento das exigências legais o juiz concederá a recuperação judicial cujo plano tenha sido aprovado pela AGC) desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. Cumpridas tais obrigações, o juiz decretará, por sentença o encerramento da recuperação judicial. De outro lado, ou seja, não cumpridas tais obigações, prescreve a Lei que a consequência é a convolação da recuperação judicial em falência.
QUESTÕES
(Cespe/Procurador da PGE PI/2008) A recuperação judicial envolverá os créditos contraídos em até dois anos após a sua concessão. 
Analisemos. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. O devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial (LF, art. 61). Cumpridas as obrigações vencidas no prazo de dois anos, o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial (LF, art. 63). As obrigações que se prolonguem após os dois anos deverão ser cumpridas, mas o devedor não mais será considerado em recuperação judicial. O item está, portanto, incorreto, porquanto a abrangência não se dá pela contração, mas pelo vencimento das obrigações.
(Questão dada em aula) No quadro geral de credores constará o valor dos créditos habilitados, cujo valor é aquele atualizado até a data do requerimento da recuperação, exceto o credor trabalhista, que será conforme o valor determinado por sentença pela Justiça do Trabalho.
A afirmativa é verdadeira, conforme art. 6º, §2º da Lei de Falências: 
§ 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença.
(Questão dada em aula) Sobre o plano de recuperação, assinale a alternativa CORRETA:
A: O credor fiscal poderá apresentar objeção ao plano de recuperação.
B: São hipóteses de convolação da recuperação judicial em falência: A não apresentação do plano pelo devedor ou sua rejeição pelos credores.
C: A única objeção apresentada foi por credor de contrato com cláusula de reserva de domínio. Nesse caso, o plano terá aprovação tácita.
D: São formas de aprovação do plano: A falta de objeção pelos credores e a concordância de todas as classes na assembleia que a analisa.
Correta: Letra C. O credor de contrato com cláusula de reserva de domínio é pago de modo separado e, portanto, não aparece na assembleia de credores por falta de interesse processual. Credor é quem está habilitado. Fundamentação: art. 58, caput; art. 49, §3º; art. 6º, §8º; art. 45 (credor fiscal não vota e não pode apresentar objeções);art. 61, §1º.
Descobriu-se que o administrador da Devedora estava agindo com dolo. Os credores convocaram assembleia e propuseram que ele fosse destituído. Posta em votação, dos 10 credores trabalhistas presentes, representando um total de R$100.000,00, SEIS votaram contra a proposta, cujos créditos correspondem a R$60.000,00. O total de créditos habilitados é de R$1.000.000,00. Diante da votação, o adminsitrador não foi destituído.
A: Verdadeiro.
B: Falto.
Correta: Letra A (verdadeiro). O voto por credor/pessoa, no que tange aos credores trabalhistas, é apenas em relação a aprovação do plano. Nas demais votações, vota-se pelo crédito. 1.000.000/60.000 = não dá maioria.
(Questão dada em aula) Sobre a assembleia que analisa e delibera sobre o plano de recuperação, assinale a afirmativa INCORRETA.
A: O credor cujo crédito não foi atingido pelo plano de recuperação poderá participar da assembleia, mas não poderá votar. 
B: O plano apresentado e que prevê venda de bem hipotecado pelo devedor poderá ser alterado por proposta dos credores, mas a alteração só será válida se houver a anuência tanto do devedor quanto do credor hipotecário respectivo.
C: O sócio minoritário da Devedora, em quotas equivalentes a 1/5 do capital social, caso não seja credor subordinado da sociedade, poderá participar da assembleia, mas não poderá votar.
D: O credor trabalhista de 200 salários-mínimos vota com a classe I até o limite de 150SM e com a classe III os outros 50SM.
Resposta: Letra D. O credor trabalhista só vota por cabeça, o crédito dele não vale para voto, independentemente do valor. Serve apenas para ordem de recebimento.
(Questão dada em aula) A devedora Maiqui Autista requereu e teve concedida a sua recuperação judicial. Verificando as contas, o comitê de credores descobriu que o administrador da devedora estava agindo de má-fé, levando o assunto para ser deliberado em assembleia. Posta em votação a proposta para destituir o administrador, entre os credores trabalhistas, dos 10 presentes e representando R$100.000,00 votaram contra, cujos créditos somam R$60.000,00. O total de credores presentes importavam no total de créditos de R$1.000.000,00. Diante dessa votação, a proposta foi rejeitada e o administrador foi mantido.
A: Verdadeira
B: Falsa.
Correta: B (Falsa), pois R$940.000,00 votaram a favor da destituição e apenas R$60.000,00 contra.
(Questão dada em aula) O plano de recuperação judicial poderá prever, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros meios de recuperação: 
A: o parcelamento dos créditos tributários no prazo máximo de 15 anos.
B: a alienação de bem objeto de garantia real, com a supressão da garantia, independente de aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia.
C: nos céditos em moeda estrangeira, o afastamento da variação cambial, independente de aprovação expressa do credor titular do respectivo crédito.
D: a redução salarial da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva.
Correta: Letra D. Fundamentação: art. 50, VIII. O parcelamento da letra A pode ser realizado em até 60 meses.
(FGV/AFR RJ/2009) Todos os credores, inclusive os de natureza tributária e trabalhista, podem participar da negociação da recuperação extrajudicial. 
Vê-se que o item está incorreto. O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial (LRE, art. 161, §4º).

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