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Caderno de Direito das Coisas

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Caderno de Direito CIVIL VII (das Coisas) 2013.1 
Prof. EDIR Josias Silveira Beck – @hotmail.com – 
8º SEMESTRE Mário Luiz de Oliveira Rosa Júnior 
junior.oliveira05@hotmail.com 1 
 
01/03/2013 
Direito autoral e direito a marca pertencem ao patrimônio da pessoa, porém 
estes patrimônios são bens incorpóreos. Pode-se ter posse de direitos imateriais, 
incorpóreos. Mas, o objeto de estudo desta disciplina tratar-se-á com relação aos bens 
corpóreos, ou seja, aqueles que são passíveis de apropriação. Perceberemos que não 
poderemos ter posse da lua, de um animal silvestre. 
A propriedade é o direito real por excelência. Em torno dela circulam os outros 
direitos e institutos, como a anticrese, hipoteca, usufruto (direito real sobre coisa 
alheia). 
Nos direitos pessoais sempre se tem, no mínimo, duas pessoas. Quando fala-se 
em direitos pessoais pensa-se em contrato, não existirá contrato de uma só pessoa. 
Um exemplo de direito pessoal é a relação dos alunos com o professor. 
Nas relações pessoais têm-se direitos e também obrigações. 
No direito pessoal se tem relação entre pessoas, e no direito real a relação 
entre a pessoa e a coisa. 
Contratos sinalagmáticos são aqueles que geram obrigações recíprocas, nada 
mais é que um contrato bilateral, em que ambas as partes assumem tanto direitos 
como obrigações, o exemplo perfeito é o contrato de compra e venda. 
O exemplo de um Contrato unilateral é a adoção. Porém, percebe-se que tem a 
participação de duas pessoas, no mínimo. É que, uma pessoa só é quem tem obrigação 
e um só que tem direito, não se tem o sujeito ativo e o passivo. 
Direitos Pessoais (contrato) Direitos reais (das coisas) 
Sujeito ativo/passivo (relação 
obrigacional) 
Não existe sujeito ativo/passivo. 
A extinção do direito pessoal se dá com a 
satisfação da obrigação (cumprimento do 
contrato). 
De regra, a extinção do direito real se dá 
pelo perecimento da coisa. O que pode 
acontecer é a transferência da 
propriedade. 
Objeto: obrigação Objeto: coisa (bem corpóreo passivo de 
apropriação. 
Entre as partes (Inter partes) Erga omnes 
 
Caderno de Direito CIVIL VII (das Coisas) 2013.1 
Prof. EDIR Josias Silveira Beck – @hotmail.com – 
8º SEMESTRE Mário Luiz de Oliveira Rosa Júnior 
junior.oliveira05@hotmail.com 2 
 
Direito Real: Exemplo: cidadão e uma casa, o cidadão é proprietário dessa casa. 
A relação de direito real está entre a pessoa e a coisa, por isso, não há sujeito ativo e 
passivo. (COISA X PESSOA – titular de um direito real – sem a coisa não há direito real) 
 
Art. 5º, CF – DIREITOS E GARANTIAS INVIDUAIS e FUNDAMENTAIS. Todos são 
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
Não possuímos nenhum direito absoluto, nem o da vida. Pois, se for 
configurada a excludente de ilicitude da legítima defesa pode-se tirar a vida de 
outrem. 
Sendo assim, o direito a propriedade não é um direito absoluto. A Constituição 
federal elege a propriedade ao patamar de direito fundamental, porém é limitada a 
função social deste direito. 
 
Princípios dos Direitos Reais 
1) Aderência: 
Aderir é juntar, e aderência é adjunta. No direito de propriedade o direito real está 
relacionado a coisa. O direito de propriedade tem um titular, mas está na coisa. A 
garantia real está na coisa, ela adere a coisa e segue com a coisa. A coisa adere a titular 
do direito diante de todo mundo. 
DOUTRINA = “Princípio da aderência, especialização ou inerência — 
estabelece um vínculo ou relação entre o sujeito e a coisa, não dependendo da 
colaboração de nenhum sujeito passivo para existir. Nos direitos pessoais, o vínculo 
obrigacional existente entre credor e devedor confere ao primeiro o direito de exigir 
a prestação prometida.” O direito real adere à coisa e segue com ela. 
 
2) Absolutismo: 
O direito real é um direito absoluto e está ligado a erga omnes. 
Direito de sequela é aquele que se dá ao proprietário ou ao consumidor 
legítimo de ir atrás da coisa de sua propriedade. Esta pessoa tem a possibilidade de 
exercer o direito sem a intervenção do Estado. Porém, não se pode generalizar, ou 
seja, se Márcia é credora de João do valor de 1000 reais, ela não pode pegar da 
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carteira dele este valor, sob responsabilidade criminal por exercício arbitrário das 
próprias razões. 
Este princípio do absolutismo é relatividade pela função social da propriedade. 
Hoje se tem um limitador da propriedade, ao exemplo que até determinada 
metragem do rio não se pode derrubar árvores, mas isto não quer dizer que aquela 
parte do terreno não seja de propriedade de determinada pessoa. 
 
DOUTRINA = “Princípio do absolutismo — os direitos reais exercem-
se erga omnes, ou seja, contra todos, que devem abster-se de molestar o titular. 
Surge, daí, o direito de sequela ou jus persequendi, isto é, de perseguir a 
coisa e de reivindicá-la em poder de quem quer que esteja (ação real), 
bem como o jus praeferendi ou direito de preferência (cf. n. 83). Os 
obrigacionais, por não estabelecerem vínculo dessa natureza, resolvem-se em 
perdas e danos e não se exercem contra todos mas em face de um ou alguns sujeitos 
determinados. Dispõem de ação pessoal.” Hoje há maior limitação, há relativização 
por conta da função social da propriedade. A propriedade de uma árvore 
centenária, por si só, não dá ao proprietário o direito de cortá-la. 
 
3) Publicidade: 
Pelo princípio da publicidade só existe direito real quando um imóvel está 
registrado no respectivo cartório, sob número de matrícula. OU seja, enquanto não 
houver registro imobiliário não existe direito real. Porém, isto não quer dizer que a 
pessoa não tenha direito. Ela poderá exigir este direito por meio do direito pessoal. 
DOUTRINA = “Princípio da publicidade ou da visibilidade — os direitos reais sobre 
imóveis só se adquirem depois do registro, no Cartório de Registro de Imóveis, do 
respectivo título (CC, art. 1.227); sobre móveis, só depois da tradição (CC, arts. 
1.226 e 1.267). Sendo oponíveis erga omnes, faz-se necessário que todos possam 
conhecer os seus titulares, para não molestá-los. O registro e a tradição atuam como 
meios de publicidade da titularidade dos direitos reais. Os pessoais ou obrigacionais 
seguem o princípio do consensualismo: aperfeiçoam-se com o acordo de vontades.” 
Enquanto não houver registro, no registro imobiliário, não há direito real. 
4) Taxatividade: 
Art. 1.225 CC. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
Caderno de Direito CIVIL VII (das Coisas) 2013.1 
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Nos direitos pessoais pode-se realizar contratos de quaisquer coisas, isto é, são 
ilimitados, salvo de coisas ilícitas, e que não sejam contra a lei. Já nos direitosreais 
deve-se seguir os elementos taxativos (numerus clausus) no artigo retro. 
Ou seja, o direito real são limitados, resumindo-se ao descritos no artigo. 1.225 
do CC, diferentemente do direito pessoal que é ilimitado. Entretanto, a posse não 
costa taxada neste artigo, mas trata-se de direito real. 
DOUTRINA = Princípio da taxatividade — o número dos direitos reais é 
limitado, taxativo. Direitos reais são somente os enumerados na lei(numerus 
clausus). O art. 1.225 do Código Civil limita o número dos direitos reais, 
indicando, além da propriedade, mais onze (superfície, servidões, usufruto etc.). 
O art. 1.227 exige o registro do título como condição para a aquisição do direito 
real sobre imóveis, “salvo os casos expressos neste Código”. Um deles, segundo 
Amoldo Medeiros da Fonseca, é odireito de retenção, por poder ser invocado 
pelo possuidor de boa-fé até em face da reivindicatória do legítimo dono, nos 
termos do art. 516 (do CC de 1916, correspondente ao art. 1.219 do diploma 
de 2002) (Direito de retenção, 2. ed., Forense, p. 255-6, n. 142). Amoldo Wald, 
por sua vez, sustenta que o próprio Código Civil criou, no art. 1.142 
(do CC de1916, correspondente ao art. 505 do novo Código), um outro direito 
real que é o pacto de retrovenda(Direito das coisas, 4. ed., Revista dos 
Tribunais, p. 23, n. 11). O referido rol, em comparação com o constante do art. 
674 do estatuto de 1916, sofreu as seguintes alterações: a) aenfiteuse foi 
substituída pela superfície; e b) as rendas expressamente constituídas sobre 
imóveis, pelo direito do promitente comprador do imóvel. A alienação fiduciária 
é disciplinada como espécie de propriedade (Da propriedade fiduciária), nos 
arts. 1.361 e s., aplicando -se -lhe, no que couber, o disposto nos arts. 1.421, 
1.425, 1.426, 1.427 e 1.436, que dizem respeito à hipoteca e ao penhor (direitos 
reais de garantia). No direito das obrigações não há essa limitação. Existe certo 
número de contratos nominados, previstos no texto legal, podendo as partes 
criar os chamados inominados. Basta que sejam capazes e lícito o objeto. Assim, 
contrapõe-se à técnica donumerus clausus a do numerus apertus, para a 
consecução prática do princípio da autonomia da vontade. 
5) Tipicidade 
Taxatividade são aqueles que estão especificados, já tipicidade é a forma do direito. Na 
tipicidade demonstra como se concretiza o direito real, da forma, do tipo que está 
estabelecido em Lei. 
DOUTRINA = “Princípio da tipificação ou tipicidade — os direitos reais existem de 
acordo com os tipos legais. São definidos e enumerados determinados tipos pela 
norma, e só a estes correspondem os direitos reais, sendo pois seus modelos. Nos 
obrigacionais, ao contrário, admitem-se, ao lado dos contratos típicos, os atípicos, 
em número ilimitado.” Tipicidade é a forma do direito, como está escrito na lei. 
 
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6) Perpetuidade 
Está relacionado à ideia de extinção do direito real, este que dá pelo perecimento 
da coisa. O direito real existirá enquanto perpétua for a coisa. 
O direito real é um direito perpetuo (pra sempre) porque é coisa. O direito real 
adere a coisa e permanece ate quando existir a coisa. Junta-se a coisa e com ela fica 
até a extinção da coisa. 
DOUTRINA = “Princípio da perpetuidade — a propriedade é um direito 
perpétuo, pois não se o perde pelo não uso, mas somente pelos meios e 
formas legais: desapropriação, usucapião, renúncia, abandono etc. Já os direitos 
obrigacionais, pela sua natureza, são eminentemente transitórios: cumprida a 
obrigação, extinguem-se. Não exigido o seu cumprimento dentro de certo lapso de 
tempo, prescrevem.” O direito é perpétuo enquanto perpétua for a coisa. 
 
 
DIREITO DAS COISAS 
POSSE 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de 
algum dos poderes inerentes à propriedade. 
Quem tem posse não tem propriedade. Agora quem tem propriedade tem 
direito a posse. 
Com base no conceito de possuidor, sabe-se que POSSE é o exercício, pleno ou 
não, de alguns dos poderes inerentes à propriedade. 
A posse é a exteriorização da propriedade. 
Posse é o exercício pleno ou não de um dos direitos da propriedade (GRUD), 
então, é considerada como direito real da propriedade, mesmo não estando taxada no 
artigo 1.225 CC, dispensando, desse modo, o princípio da taxatividade e também o 
princípio da publicidade, porque a posse não pode ser escrita no registro imobiliário. 
No entanto, em ações de usucapião há a necessidade de que a posse atente ao 
princípio da publicidade. 
 
PROPRIEDADE 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito 
de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
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Da mesma forma, Propriedade é o direito de usar (utilizar efetivamente da coisa), 
gozar (retirar os frutos da coisa) e dispor (vender a coisa) da coisa, e o direito de 
reavê-la (buscar a coisa) - GRUD. A posse é o exercício de um destes direitos. 
A PROPRIEDADE está no campo do direito, e não necessariamente no fato. Já a POSSE 
é a relação de fato. 
Mesmo que a bicicleta de João foi furtada, esta coisa ainda é de sua propriedade. 
 No contrato de locação, o locatário tem a posse direta, por estar usando-a. Já o 
proprietário tem a posse indireta. 
DETENÇÃO 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para 
com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. 
Na esfera civil, detenção é aquele que tem relação de dependência para com 
outro. Ou melhor, a pessoa tem a coisa para outrem, é o exemplo do sapateiro, que 
detém o sapato para o conserto. É diferente da posse que a pessoa tem a coisa para 
usar, para si. 
A pessoa que solicita que a outra guarde um livro para ela classifica-se na 
relação de detentor. 
Um motorista de caminhão contrato para exercer atividade com veículo de 
propriedade de outra pessoa é detentor. Assim, como o caseiro, responsável por 
guardar a casa de propriedade de outrem. 
Diferentemente do locatário que é possuidor, pois tem a coisa para ele, utiliza 
da coisa. 
Curiosidade: o imóvel locado pode ser usucapido, quando o locatário 
para de pagar o aluguel e o locador não faz nada. 
A intenção de se saber distinguir posse de detenção em razão das ações 
possessórias. Sendo assim, o possuidor pode promover uma ação de reintegração de 
posse, já o detentor não. 
A detenção induz direito pessoal, mas real nenhum. 
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em 
relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. 
Aquele que inicia uma relação de detenção presume-se detentor. 
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Se a relação da pessoa diante da coisa é de detenção presumir-se-á, de forma relativa 
(porque admite prova em contrário), que ela será detentor. 
O locatário não pode usucapir o imóvel enquanto vige o contrato. Mas, poderá ser 
usucapido quando o locatário passa a se comportar comose proprietário fosse, 
deixando de cumprir o contrato de locação. 
 
ATOS DE MERA PERMISSÃO E TOLERÂNCIA 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não 
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a 
violência ou a clandestinidade. 
Ato de mera permissão é o empréstimo meramente momentâneo não induz 
posse. É o exemplo do vizinho que pede para deixar a coisa na casa de outrem por 
pequeno lapso temporal, isto é ato de mera permissão. 
Ato de mera e tolerância se dá quando o vizinho utiliza o terreno ao lado para 
guardar seu carro. 
Ambos os institutos não geram direito algum, não induzem posse. 
 
No Estudo da Posse, temos duas grandes teorias: 
TEORIA DE SAVIENY – Teoria subjetiva. Este diz que além do elemento material 
(corpus) tem que ter o elemento imaterial (animus), este que significa ter a coisa como 
se dona fosse, ou seja, ter a coisa à disposição. Para Savieny, para que exista posse é 
necessária a existência de dois elementos distintos: 
a) Elemento material – “corpus” (coisa). Não posso ter posse do imaginário, tem 
que ter um elemento material. Tem que ter um elemento físico e o “corpus”. 
b) Elemento intelectual – “animus” rem sibi habendi, isto é, a vontade de ter a 
coisa para si. 
Para Savieny – a pessoa tem que ter a coisa “corpus” e também tem que exercer a 
posse com animo de dono. Exercer com animo de ser minha. 
 
TEORIA DE IHERING – Teoria objetiva. Basta a relação entre a pessoa e a coisa com 
característica de posse. Ou melhor, para ter a posse basta ter a coisa (corpus) consigo. 
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Anotação Tamires: Para Ihering há um elemento importante: ‘corpus”, pois o “animus” 
está inserido nele, agindo como se fosse o proprietário. É aquela situação jurídica de 
exploração da coisa, subtraindo dela, em nome próprio o que ela puder lhe 
proporcionar. 
A doutrina diz que utilizamos a teoria de Ihering. No entanto, o professor 
entende que também nós utilizamos a teoria de savieny. 
08/03/2013 
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em 
virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o 
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. 
- Posse direta: Em um contrato de locação, de direito pessoal, o locatário tem a posse 
direta do imóvel, pois ele é quem tem direito em promover ações possessórias sobre a 
coisa. 
Já no exemplo de um usufruto, que é direito real, o usufrutuário é quem terá a 
posse direta. 
A diferença entre a posse direta e a indireta é que, na primeira, a pessoa 
(locatário) quem usa o imóvel, usando o local físico, enquanto na vigência do contrato, 
já no segundo, o locador é quem possui a propriedade. 
 - Posso indireta: No exemplo de um contrato de locação, o locador 
(proprietário do imóvel) é quem terá a posse indireta do imóvel, é ele quem tem a 
relação física com a coisa. 
No que tange ao exemplo de um usufruto, o nu-proprietário é quem tem a 
posse indireta. Ele é denominado deste modo pelo fato de que ele quase não pode 
fazer nada, é despido do seu direito de proprietário. 
- Posse por disposição: 
Ex.: o cidadão compra um imóvel, e quando chega para ocupá-lo, constata que há 
invasores lá. Neste caso, há possibilidade de se promover uma ação de rescisão de 
contrato. Mas, o cidadão gostou do imóvel e deseja ficar com ele, não é cabível a ação 
de reintegração de posse, e sim terá uma ação de imissão de posse, porque não teve a 
posse da coisa em nenhum momento, ou seja, não haverá ações possessórias. Mas, se 
a invasão ocorreu após ele já ter a posse por disposição, que é quando ele já tem as 
chaves em suas mãos, aí sim caberá reintegração de posse. 
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Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
- Posse Justa: A posse justa será, então, o oposto das classificações da posse injusta. 
Isto é, A posse que não é violenta é aquele que é mansa/pacífica; O contrário de posse 
clandestina é a posse pública/notória; E o oposto da posse precária é aquela baseada 
na certeza. 
- Posse injusta: Ocorre em 3 situações: 
 - Violenta (Ex ni): quando a posse é adquirida mediante violência, 
podendo se subdividir em Vis absoluta (violência física, com agressões físicas) ou Vis 
Compulsiva (violência moral, com ameaças de morte). 
 - Clandestina (Ex clan): a ideia é esconder do proprietário, com a 
intenção de que ele não saiba e não possa saber. 
 - Precária (Ex precario): começa pela detenção e a partir de 
determinado momento ele terá a posse, de forma precária. Ou seja, tem origem em 
uma relação diversa a da normalidade. 
A principal intenção de se mostrar que uma posse é justa ou injusta é para o 
uso das ações possessórias. 
Frisa-se, portanto, que a posse do usufrutuário não é injusta. 
 
As ações possessórias (interditos possessórios) são: 
- Ação de Reintegração de posse 
- Ação de manutenção de posse: 
- Ação interdito probitório 
 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a 
aquisição da coisa. 
- Posse de boa-fé: quando há ignorância/desconhecimento do vício pelo sujeito. Este 
vício é aquele que impede a aquisição da propriedade. A boa-fé se presume. 
Posse de boa-fé é a posse exercida por aquele que desconhecia o vício de 
propriedade. 
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Posse viciada é aquela que o cidadão toma posse do terreno errado, por 
exemplo, comprar um lote no balneário Garopaba do sul. 
Este vício tanto pode decorrer de um erro de fato ou de um erro de direito (a 
no domino). 
Anotação Tamires: O erro de fato seria aquele que o cidadão toma a posse do 
imóvel errado, aqui é um erro de fato. Evidentemente exerce uma possa de boa-fé. O 
erro é de direito quando, por exemplo, é A NON ODMINO é aquele que não é dono, 
mas te vende um bem como se fosse dono mais não é dono, você acredita que ele tem 
o direito de vender, o erro aqui está no direito e não no fato. Aqui a posse é de má-fé, 
pois quem esta vendendo conhece o vicio. 
- Posse de má-fé: A má-fé tem que ser provada, ao contrário da boa-fé que é 
presumida. A posse é de má-fé quando o possuidor conhece o vício de propriedade e 
adquire-a. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em 
contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. 
- Justo Título: muito embora a boa-fé se presuma, o possuidor do justo título tem uma 
particularidade que é presunção de boa-fé. Justo título seria o documento que permite 
a aquisição da propriedade. Ex.: escritura pública de compre e venda. Seria aquilo que 
é hábil para transferência de propriedade. 
A primeira corrente doutrinária diz que o justo título seria aquilo o documento, 
que não fosse o vício, é hábil para transferência de propriedade (não a posse) e 
poderia ser transcrito no cartório. Ex.: escritura pública, formal de partilha,carta de 
adjudicação. Esta seria a corrente mais correta. 
A segunda corrente diz que não necessita que fosse um dos documentos antes 
mencionado, apenas um documento que comprove a titularidade, ao exemplo de um 
contrato de compra e venda. 
A terceira corrente se dá por meio de uma testemunha, com base no princípio 
da dignidade da pessoa humana. 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as 
circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. 
 
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi 
adquirida. 
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- Posse viciada: A posse tem vício quando é maculada pela precariedade, violência, 
clandestinidade ou má fé. 
- Posse sem vício: Nada mais é que o oposto da posse viciada, quando não é adquirida 
pela violência, clandestinidade, má-fé, precariedade. 
 Se a posse foi adquirida com determinado vício, com esse vício ela permanece. 
Ex: sujeito adquire a posse de forma injusta. O cara recebeu a TV para consertar, mas 
ele permanece com a TV e não a quer mais devolver, converte a detenção em uma 
posse. Ele transfere a TV para terceiro. Presume-se que a TV é adquirida com esse 
mesmo vício. Com relação ao terceiro existe a presunção de boa fé. 
 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos 
caracteres. 
Aqui, encontra-se um exemplo de presunção absoluta. 
Suponhamos um cidadão que comprou uma fazenda na Bahia, e convidou os 
filhos para lhe visitar. Só que na realidade ele não comprou, o pai deles invadiu as 
terras. Passados 3 meses, o pai morre. E aí a posse é transferida aos filhos, sendo que a 
eles será transferida de má-fé, por se tratar de uma presunção absoluta, mesmo que 
eles não tinham ciência desta circunstância. 
 
Art. 924 CPC. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas 
da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado 
esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório. 
- Posse Nova: é a posse menor ou igual um ano e dia. Aqui pode ter rito especial (por 
exemplo, na reintegração de posse) com designação de audiência de justificação (com 
réu e testemunhas presentes) com possibilidade de concessão de liminar. 
- Posse velha: é a maior (ultrapassa) um ano e dia. Haverá aqui o rito ordinário. Aqui 
não há possibilidade de liminar. 
15/03/2013 
Faltei à aula neste dia em razão do serviço policial. 
 Anotações feitas pela Tamires e pelo José Carlos. 
 
Anotação José Carlos: Só há justo título se houver um vício. Se a escritura 
pública não tem nenhum vício, então é título, não documento. 
Para a transferência de bens imóveis cujo valor não ultrapasse 30 salários 
mínimos, é possível a transferência através de instrumento particular de compra 
e venda. 
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 Justo título é aquele que, para o portador, lhe parece justo. A posse de 
justo título presume a boa-fé, até prova em contrário. 
 
Posse Singular X Composse 
 
Coisa indivisa é a que não foi dividida entre eles. Coisa indivisível é a que 
não pode ser dividido. 
Posse é diferente de propriedade (domínio). 
Composse é posse junta, de duas ou mais pessoas. 
 
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá 
cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não 
excluam os dos outros compossuidores. 
 
Composse – É a posse conjunta, exercida por duas ou mais pessoa, sobre área indivisa, 
ou seja, uma área que não está delimitada. Tudo que é indivisível é indivisel, mas nem 
tudo que é indivisível é indivisível. Na composse não temos nenhum divisão, se 
assemelha à ideia de condomínio. 
 
Anotação José Carlos: No condomínio, todo mundo é dono do todo e ninguém é 
dono de um nada. Apartamentos não são condomínios. Nos apartamentos, condomínio 
são as áreas de uso comum: área de manobra no estacionamento, quadra de esportes, 
etc. Nesse caso, se há 20 proprietários de apartamento, os 20 são proprietários da quadra 
(todos juntos), mas ninguém é dono de uma parte específica da quadra. 1/20 é de 
propriedade ideal (no campo das ideias) de 1 proprietário. 
A casa, em si, quando moram mais pessoas, é composse. 
Composse é, assim, a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, 
simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa. 
 
Todo mundo possui tudo e ninguém possui nada. No condomínio todo mundo é 
dono do todo e ninguém é dono do nada. Por exemplo, prédio de apartamento. O 
apartamento é condomínio? (Falsa), as áreas comuns são condomínio, como corredor, 
garagens, quadra de esportes. Nessas áreas todo mundo é dono de tudo (pode 
usufruir de tudo), mas ninguém é dono de nada (não é dono de uma parte especifica). 
Na composse todos exercem posse, mas ninguém é dono de nada, por exemplo, 
quando mora junto com alguém. A casa em si é um exemplo de composse, até porque 
a casa é indivisa, não pode ser dividida. 
Posse (relação de fato com a coisa) é diferente de propriedade (domínio). 
 
Posse AD USUCAPIONEM – é a posse com “animus domini”, ou seja, a posse com 
vontade/animo de dono. Mundo das pessoas, extremamente comportamento. é a 
posse que permite/admite o usucapião. É aquela posse cujo exercício visa a aquisição 
da propriedade, pelo usucapião. 
 
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Posse ad usucapionem é a que se prolonga por determinado lapso de tempo 
estabelecido na lei, deferindo a seu titular a aquisição do domínio. É, em suma, 
aquela capaz de gerar o direito de propriedade. 
 
 
Posse AD INTERDICTA – é a posse que tem um interdito, sem “animus domini”. É a 
posse que não permite/admite o usucapião. É aquela que confere ao possuidor o 
direito de usar dos meios legais para defender a sua posse. 
 
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o 
mesmo caráter com que foi adquirida. 
 Presunção relativa admite prova em contrário. 
 
Quando a lei fala em presunção ela está falando em ônus probatório. 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do 
possuidor com os mesmos caracteres. 
 
Transmissão da posse causa mortis – o patrimônio do morto transfere-se aos 
herdeiros. Quando a pessoa morre e há mais de uma pessoa automaticamente abre-se 
um condomínio. A posse por ser fato produz direito à posse. Sendo a posse também 
um direito, e também se transmite aos herdeiros. Aqui tem-se um posse absoluta. 
 
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna 
possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes 
inerentes à propriedade. 
Aquisição da posse – adquire-se a posse quando se passa exercer a propriedade 
 
 
DOUTRINA: Como foi dito, o Código Civil de 1916 elencava os modos de 
aquisição, dispondo, no art. 493, que a posse podia ser adquirida: “I - pela apreensão 
da coisa, ou pelo exercício do direito; II - pelo fato de se dispor da coisa, ou do 
direito; III - por qualquer dos modos de aquisição em geral”. 
O legislador, esquecendo-se do fato de haver adotado a teoriade IHERING, 
admitiu a aquisição da posse pela apreensão da coisa, bem como a sua perda pelo 
abandono e pela tradição, modos estes que melhor se coadunam com a teoria de 
SAVIGNY, baseada na coexistência do corpus e do animus. 
A mera circunstância de o legislador, no inciso III do dispositivo retro transcrito, 
declarar que se adquire a posse por qualquer dos modos de aquisição em geral torna 
inútil a enumeração feita nos incisos I e II. 
O Código Civil de 2002, coerente com a teoria objetiva de IHERING, adotada no 
art. 1.196, não fez discriminação dos modos de aquisição da posse, limitando-se a 
proclamar, no art. 1.204: “Adquire-se a posse desde o momento em que se torna 
possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à 
propriedade”. 
A sua aquisição pode concretizar-se, portanto, por qualquer dos modos de 
aquisição em geral, como, exemplificativamente, a apreensão, o constituto 
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possessório e qualquer outro ato ou negócio jurídico, a título gratuito ou 
oneroso,inter vivos ou causa mortis. 
Aproximou-se o novel legislador da fórmula sintética e genérica do art. 854 do 
Código Civil alemão, que assim dispõe: “A posse de uma coisa se adquire pela 
obtenção do poder de fato sobre essa coisa”. Tal critério, enunciativo e abrangente, 
permite ao intérprete o enquadramento de cada hipótese que venha a surgir. 
 
 
Formas da Posse: 
 Originária – É a posse adquirida sem a transferência de uma posse anterior. 
Ex.O vizinho tinha sua casa e resolveu ir pra baia e no mesmo dia o outro 
vizinha se apossa de sua casa- aqui há uma posse originária, pois não houve 
transferência. Usucapião, não há transferência de propriedade. Não pode 
somar a posse anterior. A partir do momento que eu assumi, começa a contar. 
 Derivada - Há uma transferência da posse “inter vivos” (compra e venda, 
doação, arrematação) ou “causa mortis. Pode somar a posse anterior. No caso 
“inter vivos” temos o negócio jurídico já no “causa mortis” temos o fato 
jurídico. A transferência 
 
 
ACESSIO POSSESSIONIS – é a possibilidade de acrescer/somar a minha posse para 
fins de usucapião com a posse anterior. Só há quando tiver transferência da posse. É a 
possibilidade de somar à posse do meu antecessor a posse, e só pode se for uma posse 
derivada. 
É a possibilidade de somar o tempo da minha posse ao tempo da posse 
anterior. Se a posse me foi transferida, posso somar à posse anterior. 
 
 
Como se transfere a posse da coisa móvel – com a tradição (entrega da coisa) e 
essa tradição tem que ser com vontade de ambas as partes. 
Transferência da posse: - Bens móveis: a transferência da posse de bens 
móveis se dá com a tradição (entrega do bem), de alguém que tenha vontade de 
transferir para alguém que tenha vontade de receber. 
 
Ex. Estou indo viajar e pego meu cachorro e deixou ele na casa da minha sogra, neste 
caso não há tradição; Se eu quero me livrar do meu cachorro e peço para a sogra 
cuidar, mas minha intenção é entregar definitivamente o cachorro, não há tradição; 
estou indo viajar e deixou na minha sogra e ela fica com o animo de ficar, também não 
há tradição, pois não teve vontade. 
 
 
Modos de aquisição: 
 Apreensão – trata-se de uma posse originária, e é sempre um ato unilateral. 
 Exercício de um direito – Ex. locatário; Locador tem a posse indireta o locatário 
tem a posse direta. 
 Disposição da coisa e do direito – a partir do momento que ela passa a dispor a 
coisa e o direito. 
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Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, 
aos frutos percebidos. 
 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-
fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da 
produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos 
com antecipação. 
 
DOUTRINA: 
2.1. Modos originários de aquisição da posse 
Os modos de aquisição da posse costumam ser classificados em originários e 
derivados. No primeiro caso, não há relação de causalidade entre a posse atual e a 
anterior. É o que acontece quando há esbulho, e o vício, posteriormente, 
convalesce. Adquire-se a posse por modo originário, segundo ORLANDO GOMES4, 
quando não há consentimento de possuidor precedente. 
Por outro lado, diz-se que a posse é derivada quando há anuência do anterior 
possuidor, como na tradição precedida de negócio jurídico. Neste caso ocorre a 
transmissão da posse ao adquirente, pelo alienante. 
Se o modo de aquisição é originário, a posse apresenta-se escoimada dos vícios 
que anteriormente a contaminavam. Assim, se o antigo possuidor era titular de uma 
posse de má-fé, por havê-la adquirido clandestinamente ou a non domino, por 
exemplo, tais vícios desaparecem ao ser ele esbulhado. Neste caso, inexistindo 
qualquer relação negocial com o esbulhador, este se transforma em titular de uma 
nova situação de fato. Embora injusta perante o esbulhado, essa nova posse se 
apresentará, perante a sociedade, despida dos vícios de que era portadora nas mãos 
do esbulhado, depois do seu convalescimento5. 
Já o mesmo não acontece com a posse adquirida por meios derivados. O 
adquirente a recebe com todos os vícios que a inquinavam nas mãos do alienante. 
Assim, se este desfrutava de uma posse violenta, clandestina ou precária, aquele a 
adquire com os mesmos defeitos. De acordo com o art. 1.203 do Código Civil, essa 
posse conservará “o mesmo caráter” de antes. A adquirida por herdeiros ou 
legatários, por exemplo, mantém os mesmos vícios anteriores (CC, art. 1.206). 
Quando o modo é originário, surge uma nova situação de fato, que pode ter 
outros defeitos, mas não os vícios anteriores. O art. 1.207, segunda parte, do Código 
Civil traz uma exceção à regra de que a posse mantém o caráter com que foi 
adquirida, ao facultar ao sucessor singular unir a sua posse à de seu antecessor, para 
os efeitos legais. Assim, pode deixar de fazê-lo, se o quiser. No caso da usucapião, 
por exemplo, pode desconsiderar certo período se a posse adquirida era viciosa. 
Unindo a sua posse à de seu antecessor, terá direito às mesmas ações que a este 
competia. 
O art. 1.208 do Código Civil, já comentado no item n. 5 do Capítulo I deste 
Título, concernente à “posse e detenção”, retro, apresenta obstáculos à aquisição da 
posse, dispondo que “não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância 
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, 
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senão depois de cessar a violência ou clandestinidade”. 
Muito embora, em face do caráter genérico da regra constante do art. 1.208 do 
Código Civil, a aquisição da posse possa concretizar-se por qualquer dos modos de 
aquisição em geral, é ela adquirida, originariamente, pela apreensão da coisa, pelo 
exercício do direito e pelo fato de se dispor da coisa ou do direito. 
2.1.1. Apreensão da coisa 
A apreensão consiste na apropriação unilateral de coisa “sem dono”. A coisa 
diz-se “sem dono” quando tiver sido abandonada (res derelicta) ou quando não for 
de ninguém (res nullius).Dá-se, ainda, a apreensão numa outra situação: quando a coisa é retirada de 
outrem sem a sua permissão. Configura-se, também nesse caso, a aquisição da 
posse, embora tenha ocorrido violência ou clandestinidade, porque, se o primitivo 
possuidor omitir-se, não reagindo incontinenti em defesa de sua posse ou não a 
defendendo por meio dos interditos (CC, art. 1.210, caput, e § 1º; CPC, art. 926), os 
vícios que comprometiam o ato detentivo do turbador ou esbulhador desaparecem, e 
terá ele obtido a posse, que, embora injusta perante o esbulhado, é merecedora de 
proteção em face de terceiros que não têm melhor posse (arts. 1.210 e 1.211). 
A apreensão é, assim, a apropriação da coisa mediante ato unilateral do 
adquirente, desde que subordinada aos requisitos da teoria possessória. Basta que se 
adquira o poder de fato em relação a determinado bem da vida e que o titular desse 
poder tenha ingerência potestativa socioeconômica sobre ele, para que a posse seja 
efetivamente adquirida. No tocante aos bensmóveis, a apreensão se dá não apenas 
pelo contato físico, mas pelo fato de o possuidor os deslocar para a sua esfera de 
influência6. 
Esclarece TITO FULGÊNCIO7 que o caçador só adquire a posse da caça que abateu 
quando a apanha, sujeitando-a ao seu poder físico. Todavia, aduz, se a caça cai na 
armadilha, o caçador adquire-lhe a posse, mesmo achando-se ausente e inexistente 
o contato material, porque sua vontade de se apropriar da coisa se exterioriza de 
modo claro, enérgico e positivo. 
Relativamente aos bens imóveis a apreensão se revela pela ocupação, pelo uso 
da coisa. 
2.1.2. Exercício do direito 
Adquire-se também a posse pelo exercício do direito. Exemplo clássico é o da 
servidão. Se constituída pela passagem de um aqueduto por terreno alheio, por 
exemplo, adquire o agente a sua posse se o dono do prédio serviente permanece 
inerte. O art. 1.379 do Código Civil proclama que “o exercício incontestado e 
contínuo de uma servidão aparente” pode, preenchidos os demais requisitos legais, 
conduzir à usucapião. 
Adquire-se pelo exercício do direito a posse dos jus in re aliena, ou seja, dos 
direitos reais sobre coisas alheias, e, pela apreensão, das coisas propriamente ditas. 
Não é o exercício de qualquer direito que constitui modo originário de aquisição da 
posse, mas daqueles direitos que podem ser objeto da relação possessória, como a 
servidão, o uso etc. Exemplo de apreensão de coisa: o cultivo de um campo 
abandonado. Exemplo de exercício de direito: a passagem constante de água por um 
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terreno alheio, capaz de gerar a servidão de águas8. 
O exercício do direito não se confunde com gozo. Ter o exercício de um direito 
é poder usar esse direito, é ter-lhe a utilização, a realização do poder que ele 
contém. O locatário, por exemplo, adquire a posse da coisa locada quando assume o 
exercício desse direito. O mesmo sucederá com todos aqueles que sejam titulares de 
direitos exercidos sobre coisas corpóreas9. 
2.1.3. Disposição da coisa ou do direito 
O fato de se dispor da coisa caracteriza conduta normal do titular da posse ou 
domínio. Constitui desdobramento da ideia de exercício do direito, pois possibilita a 
evidenciação inequívoca da apreensão da coisa ou do direito. Se o possuidor vende 
a sua posse ou cede possíveis direitos de servidão de águas, por exemplo, está 
realizando ato de disposição, capaz de induzir condição de possuidor. 
Igualmente, se alguém dá em comodato coisa de outrem, tal fato revela que esta 
pessoa se encontra no exercício de um dos poderes inerentes ao domínio (jus 
abutendi). Pode-se daí inferir que adquiriu a posse da coisa, visto que a desfrutava10. 
CARVALHO SANTOS11, firmado na opinião de TITO FULGÊNCIO, assinala que, se 
alguém dispõe da coisa ou do direito de modo claro e significativo, demonstra a 
exterioridade da propriedade, ou seja, a posse, pois um tal comportamento é o mais 
forte sinal inequívoco da visibilidade do proprietário. Nenhum outro fato, como a 
disponibilidade da coisa, é capaz de traduzir melhor a intenção de ser proprietário. 
 
 
 
Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz. Nascem e 
renascem da coisa (fructus est quidquid nasci et renasci potest), sem acarretar-lhe a 
destruição no todo ou em parte, como as frutas das árvores, o leite, os cereais, as 
crias dos animais etc. 
 
Frutos percebidos – perceber no sentido de receber, de colhidos. Os frutos percebidos 
pertences ao possuidor. 
 
Possuidor de boa fé – é aquele que desconhece o vicio que lhe impedi a aquisição da 
propriedade. 
 
Os frutos pendentes – são os que ainda não foram percebidos. Tem direito aos frutos 
pendentes o proprietário ou legitimo possuidor. Se o possuidor de ma fé colher os 
frutos pendentes, ele vai ter que restituir. 
 
Obs. Quando o prof. falar em proprietário também esta falando em legitimo possuidor. 
 
Espécies de Fruto: 
 Naturais – vem naturalmente da coisa 
 Civis – Decorre de uma relação negocial com a coisa. Ex. aluguel, arrendamento 
 Industriais – no caso de inseminação artificial temos o fruto industrial; aqui há 
intervenção humana. 
Usuario
Nota
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Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e 
percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos 
dia por dia. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a 
outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou 
deterioração da coisa, a que não der causa. Ex.: roubo, incêndio 
criminoso. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da 
coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam 
dado, estando ela na posse do reivindicante. Ex. cidadão que invade uma 
casa. De madrugada, um caminhão invade a casa e destrói a metade. 
O possuidor de boa fé tem obrigação de reparar? Sim. 
O possuidor de boa fé só responde se tiver culpa, se não tiver culpa não responde, ou 
seja, não responde por ato de terceiro. 
O possuidor de má fé – se não tem culpa ele responde, salvo se provar que o dano iria 
ocorrer se estivesse na posse do reinvidicante. Responde inclusive por ato de terceiro, 
salvo se estivesse ocorrido mesmo que estivesse na posse do proprietário. 
 Ex. Cidadão invadiu uma casa á noite, posse clandestina, de má fé, de madruga um 
caminhão perde o controle e derruba metade da casa. O possuidor de má fé não irá 
responder, pois teria ocorrido da mesma forma. 
Agora se a casa pegou fogo, por exemplo, da de responsabilizar o de má fé. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não 
aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais 
agradável ou sejam de elevado valor. 
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar 
que se deteriore 
Benfeitorias úteis – aumentam ou facilitam o uso do bem – Melhor utilização do bem. 
Ex. construção da garagem; Churrasqueira; Calçada; 
Benfeitorias Necessárias – tem por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore – 
Conservação do Bem. Ex. construção de um pilar; 
Benfeitorias Voluptuárias – Ligada a ideia de Agradável;ligado ao desejo, excesso. Ex. 
Piscina, chafariz; jardim; banheiro de hidromassagem; 
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Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das 
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, 
se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem 
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo 
valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
 O possuidor de boa fé tem direito as benfeitorias úteis e necessárias. 
 O proprietário quanto as benfeitorias voluptuárias – o proprietário pode 
pagar a piscina e ficar com ela, se ele não quiser pagar o possuidor pode 
tirar sem deterioração da coisa, então terá deixar ao status anterior, 
fechar o buraco. Se a piscina é se cimento não da de tirar. 
 Tem direito de reter a coisa até que seja indenizado – DIREITO DE 
RETENÇÃO - 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não 
lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias 
 
22/03/2013 
 
Posse de boa-fé é quando o possuidor desconhece o obstáculo/vício da 
propriedade, e o de má-fé é quando conhece, ou seja, o contrário. Só diremos 
possuidor de boa-fé quando houver um vício 
A boa fé é descaracteriza a partir do momento que a pessoa toma 
conhecimento sobre o vício. 
A boa-fé e a má-fé dependem de uma declaração judicial (sentença), não com 
apenas a citação processual da pessoa. E com esta sentença haverá o efeito ex-tunc, 
em que retroagirá a partir da citação e/ou notificação, tendo como intenção principal 
para isso em razão dos frutos e benfeitoria. 
Os frutos (percebidos) colhidos no período da boa-fé pertencem ao possuidor. 
Já ao possuidor de má-fé não terá direitos aos frutos que ele percebeu, mas possui 
direito a receber ou ser indenizado/ressarcido dos custos que utilizou para conseguir 
colher os frutos. Estamos falando aqui de frutos industriais (existe efetivamente a 
intervenção humana) e naturais (aquele que se dá pela própria natureza). 
Fruto civil decorre de uma relação negocial, ou seja, uma remuneração por 
conta de suas formas decorrerá uma relação negocial, ao exemplo dos aluguéis. Para 
que os frutos civis possam ser divididos entre o período de boa-fé e má-fé é só dividir 
proporcionalmente, ao exemplo do aluguel que é anual, basta dividir pelo período de 
meses. 
Já no que diz respeito às benfeitorias o direito do possuidor de boa-fé será 
pelas indenizado com relação às benfeitorias necessárias e úteis, havendo o direito de 
retenção. 
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Agora a grande distinção se dá referente as benfeitorias úteis e as benfeitorias 
voluptuárias. Ao exemplo da construção da churrasqueira. 
Já nas benfeitorias voluptuárias o possuidor de boa-fé não terá direito a ser 
ressarcido, tão somente a retirar a coisa (levantar), desde que não deteriore-a. 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias 
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, 
quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das 
benfeitorias necessárias e úteis. 
Quem possui direito aqui é o proprietário. Ou seja, o direito de levantar 
(retirar) as benfeitorias voluptuárias é secundário, isto quer dizer que se o proprietário 
desejar pagar por elas o possuidor de boa-fé não terá o direito de levantá-las, pois o 
direito de pagar a coisa prevalecerá neste caso. Agora, do contrário, é que claro que o 
possuidor de má-fé, nestas benfeitorias voluptuárias, poderá retirar a coisa. 
 
O direito de retenção só é cabível nas benfeitorias necessárias e úteis, mas não 
nas voluptuárias. Direito de retenção é ficar com a coisa até ser indenizado. 
 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias 
necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar 
as voluptuárias. 
Agora, falando ao possuidor de má-fé terá direito a ser indenizado somente em 
relação às benfeitorias necessárias, porque mesmo que o proprietário legítimo 
estivesse ali também iria fazer estas benfeitorias. 
O possuidor de má-fé não terá direito a retenção, nem a ressarcimento das 
benfeitorias úteis e voluptuárias. 
 
No dispositivo apenas fala que não tem direito de levantar as voluptuárias, já 
no que diz respeito às úteis não fala nada, dada esta lacuna, há possibilidade destas 
benfeitorias úteis serem levantadas (retiradas). Se a lei não veda é possível. 
 
BOA FÉ MÁ FÉ 
Necessária – Ressarcido/ Direito de retenção Necessária – Ressarcido / Não tem direito de 
retenção 
Uteis – Ressarcido / Direito de retenção Uteis – Não tem direito de ser ressarcido, 
mas como a lei não diz se pode ou não 
levantar, ele pode levantar as benfeitorias 
uteis, DESDE não haja deteriorização da coisa. 
Voluptuárias – Não é ressarcido, mas tem 
direito de levantar 
Voluptuárias – não têm direito de ser 
ressarcido, nem de ser levantar. 
Tem direito de retenção Não tem direito de retenção em nenhum 
momento 
 
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É preciso, também, colocar em evidência o princípio da VEDAÇÃO DO 
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA quando se fala em benfeitorias. Pois, dada a lacuna da 
lei no dispositivo acima haverá o argumento contrário envolvendo este princípio. 
Entretanto, há que se concluir que as benfeitorias úteis podem ser levantadas. 
 
 
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao 
ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. 
Evicção é a perda da coisa por determinação judicial. 
No caso da reintegração de posse ocorrerá a evicção quando o oficial de justiça 
for lá buscar a coisa. 
 
 
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, 
tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará 
pelo valor atual. 
 O próprio artigo explica as circunstâncias. 
Agora vale a interpretação se é o valor da coisa (custeio) ou o valor que a coisa 
teve. Ao exemplo de se ter uma casa com piscina, que teria um valor a mais por ter 
este detalhe, mas sabe-se que não é avaliado o valor de acréscimo com o custeio 
utilizado para fazê-la. 
O valor devido ao possuidor de má fé é o valor do custo ou valor atual? O 
proprietário tem o dever de indeniza-lo das benfeitoras necessárias, e nesse caso ele 
pode optar o que for melhor para ele, se for possuidor de má fé. Já se for o possuidor 
de boa fé ele indenizara pelo valor atual. 
Vamos supor que a casa valor R$ 100.000,00 e ele foi lá e fez uma benfeitoria 
que custou R$ 3.500,00 e o valor da casa passou a ser R$ 103.500,00, mas na verdade 
não é assim que funciona isso valoriza muito mais. 
 
Defesa da Posse 
Posse é o exercício, pleno ou não, de um dos direitos inerentes à propriedade, 
este que são: GRUD (gozar, usar, dispor e reaver). O direito de reaver também é dado 
ao possuidor. 
Na defesa da posse eu utilizo o chamado “JUÍZO POSSESSÓRIO”,vou tratar 
somente da posse – , e também existe um JUÍZO PETITÓTIO, vou tratar da 
propriedade,então requero a posse com base na propriedade - AÇÃO 
REINVIDICATÓRIA – é a ação que se reivindica a coisa se quer a coisa de volta por conta 
da propriedade, por conta de ser minha. 
Juízo possessório: é aquele juízo onde se vai tratar apenas da posse. 
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No juízo possessório não interessa o direito a propriedade, e sim a posse. 
Juízo Petitório: como o nome dá a entender é aquele que se vai tratar da 
propriedade. 
No juízo petitório requer-se a posse com base na propriedade. 
Aqui haverá ação reivindicatória, em que é quando se reivindica a coisa (se 
quer a coisa de volta) por conta da propriedade. Busca-se a posse com base na 
propriedade. É a ação do proprietário não possuidor contra o possuidor não 
proprietário, por isso é juízo petitório. 
Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345 Cod Penal - Fazer justiça pelas 
próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: 
 Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
José deve para Maria 100 reais. E ela sabe que este tem este valor no bolso, 
então, Maria vai e pega os 100 reais dele. Neste caso, incidirá no artigo penal em 
comento. 
Então, a regra se dá que ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos. 
Porém, há ressaltantes que permitem, desde que tipificadas em lei. 
No que diz respeito a defesa da posse, temos: 
 Autotutela: desforço incontinenti (desde que faça logo). É a legítima defesa 
da posse. 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no 
de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1
o
 O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, 
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do 
indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
Desforço incontinenti é o mesmo da legítima defesa. Isto é, deve-se retribuir à 
força no mesmo momento, logo que tenha surgido a força contrária, no calor da 
situação. E, além disso, os atos de defesa devem ser necessário e moderados. 
 
 Interditos Possessórios: é o mesmo que as ações possessórias, pois são 
sinônimos. As espécies de interditos possessórios são: 
1) manutenção de posse: em razão de turbação. Turbar é mexer na coisa da pessoa, 
ou seja, não perde a posse, mas é incomodado no exercício desta posse. 
 A turbação pode se dar de forma positiva ou negativa. 
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A ação de manutenção de posse. Manutenção é “MANU TENERE” que significa 
manter nas mãos. Nesta ação objetiva se manter na posse. Os requisitos desta ação: 
1) Turbação: molestamente de posse. 
2) Posse: 
 
2) Reintegração de posse: no caso de esbulho. Esbulho retira-se a coisa da posse da 
pessoa, ou seja, a perda da posse. O objetivo desta ação é reintegrar a posse, pegá-la d 
evolta. 
Os requisitos da ação de reintegração de posse: 
1) Ter a posse anterior: mesmo que a tenha a posse por disposição da coisa. 
2) Provar o esbulho 
Esbulho possessório – art. 161, §1º, II CP - invade, com violência a pessoa ou grave 
ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim 
de esbulho possessório. 
Esbulho é a perda total da posse. 
 
3) Interdito Proibitório: em caso de ameaça (moléstia). Objetiva proibir algo que 
ainda não foi feita. Ex. manda um e-mail, está sendo ameaçado, está preste a 
acontecer. 
Obs. Diferença de interdito possessório e interdito proibitório – interdito proibitório é 
uma espécie de interdito possessório. Todo interdito proibitório é interdito 
possessório, mas nem todo interdito possessório é interdito proibitório. 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no 
de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
 
Art. 932 CPC. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado 
na posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante 
mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena pecuniária, caso transgrida o 
preceito. 
Requisitos da ação de interdição proibitória: 
1) Justo receio de ser molestado (ameaça por e-mail de que a pessoa irá invadir a 
minha casa). 
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2) Mandado proibitório 
3) Pena pecuniária: decisão judicial que determina pena pecuniária se o objeto da 
ameaça (invasão) for concretiza. Então, a parte que estará sujeita a esta pena 
tem que ter condições financeiras. 
Art. 920 CPC. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o 
juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos 
estejam provados. 
Aqui vemos o princípio da fungibilidade. O que é fungível é substituível, e 
infungível é insubstituível. 
A fungibilidade nas ações possessórias é a possibilidade de substituir um pedido 
pelo outro. 
O que o juiz irá levar em conta são os requisitos que estão sendo provados, pois 
a característica principal do magistrado é a inércia, em que ele só se move se 
manifestado pela parte. 
05/04/2013 
Faltei à aula neste dia em razão do serviço policial. 
Anotações feitas pela Tamires Marcondes e Larissa . 
A palavra fungibilidade é aquele que pode ser substituído por coisas da mesma 
espécie. 
A turbação o esbulho tem que ser descritos e pedidos na ação. A regra é que 
tem que relacionar pedido com fato. 
Fungibilidade nas Ações Possessórias, prevista no artigo 920 do CPC: 
Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o 
juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos 
requisitos estejam provados. 
O art. 920 trata da fungibilidade relacionada à ação possessória. A palavra 
“fungibilidade” significa que pode ser substituído por algo da mesma espécie. 
Se o cidadao entra com uma ação de reintegração de posse, mas na verdade na 
descrição, ele descreve que o que quer é manutenção de posse, o juiz pode 
conceder a manutenção de posse. 
No entanto, se o cidadao entra, por exemplo, com uma ação requerendo 
indenização por danos materiais. Neste caso, embora o juiz entenda que ele 
tenha sofrido danos morais, não poderá conceder indenização por danos 
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morais, uma vez que nao se aplica o principio da fungibilidade nas ações de 
responsabilidade civil. 
Ex: o juiz de Meleiro. Maria entra com uma açãode reintegração de posse e diz 
na inicial que o Joao invadiu sua propriedade. No entanto, o juiz ouviu na rádio 
que na verdade houve esbulho. O principio da fungibilidade não pode ser 
estendido a este ponto, pois o que nao está nos autos nao está no mundo. 
 
Art. 922. É lícito ao réu, na contestação, alegandoque foi o ofendido em sua posse, 
demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da 
turbação ou do esbulho cometido pelo autor. 
Neste artigo temos outra figura que é a NATUREZA DÚPLICE das ações possessórias 
– temos uma espécie diferente de reconvenção, diz que o réu pode devolver contra o 
autor o pedido possessório. Nas ações possessórias eu tenho a Petição Inicial e a 
Contestação onde eu posso apresentar a reconvenção junto na contestação. 
Ex. o A propõe ação contra o B, ou seja, o B me esbulhou o B na contestação diz que é 
o A me esbulhou, ele devolve o pedido contraposto. 
Essa Natureza Dúplice é uma característica própria da ação possessória. 
 Conforme o artigo acima é possível uma “reconvenção” na própria contestação. Aqui 
pode o réu, da ação possessória, afirmar que ele sim é que foi esbulhado, requerer a 
proteção possessória e a indenização pelos danos que sofreu. 
Qual a natureza da ação possessória? Real ou Pessoal? Real, porque uns dos principio 
que rege o direito das coisas é o principio da taxatividade, em que os direitos reais são 
aquele previsto no art. 1225; a posse não esta nesse artigo, é um direito real e vimos 
que é um agregado da propriedade, então posse é direito real. Então a Natureza da 
ação Possessória é Real. 
CPC, Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para 
propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: 
I - que versem sobre direitos reais imobiliários 
Se eu entender que a ação possessória é pessoal, não precisa ser ambos citado; já se 
for de natureza real, aí sim ambos terão que ser citados. 
Vamos supor que A e B são casados não interessam a relação o que interesse é que são 
possuidores então ambos tem que ser citados. 
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Anotação José: A propriedade só vai ter importância nas ações possessórias quando o 
juiz ficar em posse de duas posses aparentemente legítimas. A melhor posse, nessa 
situação (duas posses aparentemente legítimas) será sempre a do proprietário. 
Quando não, não haverá interferência nas ações possessórias o fato de haver um 
proprietário: 
CC, Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver 
justo receio de ser molestado. 
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de 
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. 
Diferença entre o juízo possessório (tratamos da posse- manutenção, interdito 
proibitório) e o juízo petitório (tratamos da propriedade) – Na ação possessória eu 
discute a posse e não a propriedade. A propriedade é questão secundária. 
A propriedade só vai ter importância quando o juiz tiver que decidir sobre duas posses 
aparentemente legitima e justificadas – a duvida se resolve em favor do proprietário. 
CPC, Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como 
ao réu, intentar (propor/aforar a ação) a ação de reconhecimento do domínio. 
Esse artigo trata – exceção de domínio “EXCEPITIO DOMINI” – apresentar uma 
exceção, uma defesa. Aqui eu sustento a propriedade. É vedado interpor ação 
possessória – Na pendência de ação possessória não poderia ser proposta ação 
petitória. Na existência de ação possessória é vedado/proibido propor ação petitória, 
mas se foi proposto ação petitória e depois possessória poderá, esse artigo é estranho. 
O STF, diz que não é bem assim, porque primeiro se decide a ação possessória e depois 
decide a ação petitória. 
CPC, Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em 
nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor. 
Aquele que detém a coisa em nome alheio, que é o detentor, ele detém a coisa não 
em nome próprio, mas em nome alheio. Sendo demandado em nome próprio, em que 
ação? Ação possessória. Então ele (detentor) vai nomear a autoria o proprietário ou 
possuidor. O autor vai aceitar ou não a autoria se ele aceita ele é citado se não aceita 
ele se da mal lá no final. 
Nomeação à autoria é uma forma de se corrigir uma ilegitimidade para a causa 
que ocorre quando o detentor é demandado como se fosse proprietário ou possuidor. 
Na nomeação à autoria, o réu nomeia (diz) ao autor quem é o réu legítimo. 
 
 
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Anotação José: Possuidor direto: denunciação à lide (possuidor indireto): 
Ex. A aliena um bem a B. A é alienante e B o adquirente. C promove uma ação 
reivindicatória contra B. C diz: o bem é meu, já era meu antes de você ter adquirido. B 
corre o risco de perder o bem para C. Essa perda do bem para C é chamada de evicção 
(perda por meio de sentença que reconhece que o bem pertencia a outra pessoa antes 
de B tê-lo adquirido). Caso B perca o bem, terá direito de ser indenizado pelo alienante 
(A). Assim, B, contra quem a ação foi proposta, denuncia à lide o A, pois se B perder o 
bem, na mesma sentença o juiz condena A a ressarcir B. 
No fundo, a denunciação da lide é uma ação de regresso. 
CPC, Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: 
II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação 
ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do 
locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa 
demandada; 
Essa ação possessória é proposta contra o possuidor direto, exemplo clássico, é o do 
locatário, credor pignoratício, usufrutuário, esses devem denunciar a lide o possuidor 
indireto. 
O locatário tem posse direta então está certo em ingressar com a ação contra ele. 
Porque denunciar a lide o possuidor indireto? Porque no caso de insucesso o locador 
também será afetado. 
Obs. Aqui ele quer trazer “alguém” para briga, para discutir a lide – aquele que 
denuncia permanece na ação mas ele trás mais alguém que vai faze parte do processo; 
já na nomeação a autoria ele nomeia a autoria porque ele é parte ilegítima e ele diz 
pro juiz quem é a parte legitima. 
O que destingue a nomeação a autoria da denunciação da lide? Na 
nomeação à autoria, o detentor é excluído do polo passivo do processo, já na 
denunciação à lide, o possuidor direto nao é excluido do processo, ele apenas 
vai responder conjuntamente com o possuidor indireto. 
O proprietário que mora no imóvel, tem a posse direta? Não, porque ele sequer tem a 
posse indireta. Assim, ele pode dizer que o proprietário tem posse. 
O proprietário que mora no imovel tem a posse direta do imovel? Não. Isso é 
pleonasmo. Somente vai existir a posse direta quando houver a posse indireta. 
 
Art. 927. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
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III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de 
manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração. 
Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz 
deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de 
manutenção ou de reintegração; no caso contrário, 
determinará que o autor justifique previamente oalegado, 
citando-se o réu para comparecer à audiência que for 
designada. 
O juiz ao receber a petição inicial, verificando que esta em ordem, ele poderá seguir 
os seguintes caminhos: 
 - 1º) definir a liminar, em que a posse tem que ser nova (não ultrapassa 1 ano e 1 dia). 
Se a posse não for nova o juiz pode conceder antecipação de tutela. 
- 2º) Audiência de Justificação – ele vai ouvir as testemunhas que o autor e se o réu 
aparecer com a dele também serão ouvidas. Depois da audiência de justificação ele 
concede a liminar ou não concede a liminar. 
Ele nega de plano a liminar quando a posse for velha, ou na própria inicial quando o 
advogado afirma que já está mais de 1 ano e 1 dia. 
 
AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA 
Aqui a posse é interpretada como algo maior. O vizinho que tem inúmeros 
cachorros que latem à noite incomoda a posse do outro. O vizinho que constrói uma 
janela a menos de 1,5 metros da linha divisória, incomoda sua intimidade. 
Ninguém pode abrir janela a menos de um metro e meio da linha divisória, para 
preservar a intimidade do vizinho. 
Art. 934. Compete esta ação: (AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA) 
I - ao proprietário ou possuidor, a fim de impedir que a edificação de 
obra nova em imóvel vizinho Ihe prejudique o prédio, suas servidões ou 
fins a que é destinado; 
Não só no sentido físico, mas no sentido de preservar a intimidade do 
vizinho. 
O prejudique, do inciso I, é bem mais amplo do que prejuízo financeiro. 
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II - ao condômino, para impedir que o co-proprietário execute alguma 
obra com prejuízo ou alteração da coisa comum; 
III - ao Município, a fim de impedir que o particular construa em 
contravenção da lei, do regulamento ou de postura. 
Obs. Esta construindo: Ação de nunciação de obra nova; se já construiu: Ação 
demolitória e se passou um ano só tristeza, pois já prescreveu. 
Questão: pode o Município ajuizar ação de nunciação de obra nova por ter um 
munícipe construído uma janela a menos de 1,5 metros do outro vizinho? Não pode. 
Só poderá quando houver interesse coletivo. 
Art. 936. Na petição inicial, elaborada com observância dos requisitos do 
art. 282, requererá o nunciante: 
I - o embargo para que fique suspensa a obra e se mande afinal 
reconstituir, modificar ou demolir o que estiver feito em seu detrimento; 
Assim se vê que não há ação de nunciação de obra nova se a obra não 
estiver em andamento. 
II - a cominação de pena para o caso de inobservância do preceito; 
Assim como no interdito proibitório é possível, aqui, pedir que se fixe 
multa em caso de inobservância do preceito. 
III - a condenação em perdas e danos. 
Art. 937. É lícito ao juiz conceder o embargo liminarmente ou após 
justificação prévia. 
Art. 935. Ao prejudicado também é lícito, se o caso for urgente, fazer o 
embargo extrajudicial, notificando verbalmente, perante duas 
testemunhas, o proprietário ou, em sua falta, o construtor, para não 
continuar a obra 
Na ação de nunciação de obra nova o primeiro pedido e o principal será o de 
embargos, para suspender a obra. Evidente é que a obra tem que ser nova. Então tem 
que ter Embargos com combinação de pena. 
Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou 
esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos 
como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, 
arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam 
manutenidos ou restituídos por meio de embargos. 
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§ 1o Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas 
possuidor. 
§ 2o Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende 
bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, 
não podem ser atingidos pela apreensão judicial. 
§ 3o Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de 
bens dotais, próprios, reservados ou de sua meação. 
Que Embargos são esses? Embargos de Terceiro. Eu pretendo a manutenção ou a 
reintegração de posse, porque não entrar com uma ação possessória? Porque quem 
esta praticando ou determinando que pratique o esbulho ou a turbação é o juiz. 
Ou seja, Não se ajuíza ação possessória, nesse caso, porque a turbação ou 
esbulho foi determinada judicialmente. 
O rol acima descrito não é taxativo, mas exemplificativo. Os embargos de 
terceiro tem natureza possessória. É o terceiro que não tem nada a ver com á historia 
e tem seu bem atingido, por ação judicial. 
 
Anotação José: Normalmente, os embargos servem para defender a meação do 
cônjuge. 
Há uma corrente que afirma que a meação está em cada bem (preponderante), 
outra afirma que a meação está na totalidade dos bens (corrente minoritária). 
Havendo o acolhimento dos embargos, o juiz garante ao embargante a metade 
dos valores obtidos na praça. 
Então, conclui-se que Embargos de terceiro não é ação possessória. 
 
O juiz acolhe os embargos para 
Art. 1.048. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de 
conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, e, no processo de 
execução, até 5 (cinco) dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas 
sempre antes da assinatura da respectiva carta. 
 
 
PROPRIEDADE 
 
 Propriedade é o uso, gozo, disposição e capacidade de reaver a coisa. 
 
Usar: utilizar da coisa sem lhe alterar a substancia, a partir no momento que eu 
começo a usar para menos eu não estou utilizado eu estou me desfazendo e ela não 
existindo mais eu não tenho uma relação de propriedade. Ter a coisa para seu fim. 
Gozar: colher frutos da coisa, seja fruto civil ou natural. 
Dispor: todas as figuras de alienação total (vendou ou quando eu doar a coisa) ou 
parcial. 
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Reaver: não pode reaver o imóvel dado em usufruto, em imóvel de locação. Então 
nem sempre ele tem direito de reaver. Se a posse é justa não tem direito de reaver. 
Ex. imóvel alugado, com usufruto, etc 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
Principal limite ao direito de propriedade. O cidadão pode fazer de sua 
propriedade o que quiser, mas tem que respeitar. Nosso interesse na função 
social da propriedade é maior na propriedade urbana ou da propriedade rural? 
Na propriedade rural, tendo em vista que necessitamos das produções rurais 
para sobreviver. 
 
O direito de propriedade é um direito fundamental, garantido 
constitucionalmente. É um direito absoluto? Não, pois tem que atender a sua função 
social. 
Art. 170 CF. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios: 
II - propriedade privada; 
Nosso sistema é essencialmente capitalista. Observando-se

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