Resenha Filme o doador de memorias

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Jonas vive em uma sociedade perfeita. Não há guerras, violência, desigualdade ou preconceito. Mas para atingir tal perfeição, os habitantes tiveram que abrir mão de suas emoções, sentimentos e memórias. Existe apenas uma pessoa que foge a essa regra: o Doador de Memórias.
Ao atingir a idade em que deve ser encaminhado para a profissão que exercerá para o resto de sua vida, Jonas se sente muito mais preocupado que seus amigos. Sua aflição fica ainda maior quando a anciã-chefe pula seu nome durante a cerimônia de designação. 
Após o susto, o garoto finalmente descobre que será o próximo recebedor de memórias, uma profissão misteriosa e exercida por um homem apenas. Ao receber as primeiras instruções do Doador (Jeff Bridges), Jonas percebe que sua tarefa será diferente de todas as outras.
O Doador explica que, durante seus encontros, Jonas deverá receber todo o conhecimento que seu mentor tem acesso. Todas as experiências, lembranças e sensações únicas, as quais ele nunca experimentou. Seu dever é ajudar os anciões na tomada de decisões a partir da sabedoria adquirida através do passado.
Logo no primeiro dia de trabalho, o garoto é apresentado à neve, não mais existente naquela aldeia onde até a natureza e o clima são controlados de modo que o equilíbrio e normalidade prevaleçam.
Depois dessa incrível experiência, ele para de tomar suas injeções matinais. Aos poucos adquire a capacidade de ver seu mundo em cores e sentir emoções e sentimentos. Jonas tenta compartilhar suas descobertas com Fiona (Odeya Rush), uma de suas melhores amigas e por quem é apaixonado, mas ela não consegue sentir como ele.
Ao ter contato com as melhores sensações que o homem pode sentir, Jonas passa a não entender por que esse conhecimento deveria se manter oculto da sua comunidade. Entretanto, chega a hora de receber as memórias que motivaram os anciões a alterar a vida das sociedades e ele presencia cenas de guerras, violência e morte, que o deixam horrorizado.
Jonas descobre que muito é ocultado na comunidade em que vive. Quando surge a oportunidade de libertar as pessoas da mentira em que vivem, ele deve decidir se está disposto a mudar o destino da humanidade. Cabe a ele decidir se as boas memórias serão o suficiente para compensar o lado cruel do ser humano.
O filme nos traz uma reflexão muito profunda acerca do que consideramos importante para nossas vidas e quais sentimentos damos mais valor. A perspectiva de imaginar uma convivência sem amor, sem felicidade, trouxe o pensamento de que são as pequenas descobertas do dia as responsáveis pela nossa felicidade. Aqueles momentos em que somos surpreendidos por algo bom, ou que conseguimos algo que batalhamos para ter. 
O Doador de Memórias faz uma crítica ao ser humano e sua capacidade de sentir. Ao mostrar o mundo perfeito que existe na realidade de Jonas, o filme nos mostra também o quanto a humanidade perde, deixando de lado uma de nossas maiores qualidades: a de sentir. Somos seres pensantes, com sentimentos e emoções; e essa sensibilidade faz com que sejamos capazes de discernir entre bem e mal, certo e errado.