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Resumo de Citação do livro "Livro reportagem"

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BELO, Eduardo. Livro-reportagem. São Paulo: Editora Contexto, 2006.
Capítulo V - Teoria é bom, mas na prática é melhor
“Neste capítulo trataremos das várias etapas necessárias para se fazer um bom livro. [...] Um script simplificado sugeriria os seguintes passos para a produção de um bom livro-reportagem: primeiro, o jornalista tem de encontrar um tema atrativo, durável e extenso o bastante para justificar a publicação; em seguida, fazer uma pauta e elaborar um projeto de como tratar o assunto; depois dar partida em um rigoroso processo de apuração, para arrematar tudo isso com um texto bem apurado, denso, cheio de informação e ao mesmo tempo de fácil assimilação.” p. 67
FORMAÇÃO
“O que importa é que o jornalista tenha uma formação. Se possível, a melhor. ‘ Cultura adquirida em algum curso universitário não faz mal a ninguém, pelo contrário, bem como a adquirida por conta própria’”. p. 68
“Quanto mais bem preparado e quanto mais sólidos seus conhecimentos sobre vários assuntos, melhor para o jornalista. A reportagem não precisa nem deve ser um mostruário de erudição, mas se o repórter tiver vasta cultura geral, souber relacionar fatos, criar associações de ideias e dominar assuntos, seguramente terá mais recursos a seu favor. [...] Essa bagagem acaba sem dúvida se revertendo em qualidade do trabalho. Só traz benefícios para o profissional, desde que ele entenda que todo esse conhecimento não é para ser exibido, e sim facilitar e melhorar seu trabalho na hora de decodificar a informação ao público." p 68
“Produzir um livro-reportagem não exige anos de experiência em jornalismo. [...] Bem orientada, essa é uma atividade que garante ao formando um preparo extraordinário quanto a alguns dos principais aspectos da prática profissional, como apuração, texto e edição." p. 69
“No livro, a reportagem continua sendo reportagem, seguindo as mesmas fórmulas adotadas em outros veículos. As mudanças são meras adaptações ao meio. Mas com um ingrediente a mais: intensidade. Intensidade na apuração para conectar o maior número de acontecimentos possíveis.” p. 70
ÉTICA
“[...] a observação permanente do compromisso com o respeito, a verdade, a isonomia no tratamento das fontes e dos personagens da notícia e direito de defesa.” p. 71
“Se pensarmos o jornalismo como função social relevante, que atende aos interesses da sociedade no sentido de informa-la e colaborar para melhorar o nível de educação e de civilidade, determinadas noticias de caráter estritamente particular perdem todo o sentido. [...] o que mais preocupa é a informação errada, de forma deliberada ou não” p. 73
“Assuntos que afetem diretamente a vida do cidadão – como decisões nos âmbitos político, econômico administrativo e atividades ilegais – são de interesse público [...]. Ao contrário, a infidelidade do galã da novela tende a despertar a curiosidade de milhões, mas não tem a menor relevância social. Transposta para o livro, essa situação revela-se mais delicada. Um perfil ou uma biografia – e até outro tipo de reportagem em que o autor se valha da descrição da personalidade de alguém - tende a entrar em aspectos mais privados.” p. 74
“[...] refletir sobre a importância e as consequências de cada informação que pretende publicar deveria ser o item primeiro do código de ética pessoal de cada jornalista. Questão de respeito”. p. 75
PAUTA
“A pauta no livro, pelas características do veículo, tornou-se bem distinta do modelo que se pratica hoje na maioria dos jornais. Ela precisa de mais detalhamento, de modo a permitir uma antevisão do que será o produto final. [...] Como representa o começo do planejamento, a pauta tende a influenciar decisivamente o andamento da reportagem.” p. 75
“Em um livro-reportagem, transformar a ideia inicial em um plano de trabalho constitui o primeiro passo. É recomendável que a pauta traga uma previsão de como o tema será abordado, e de que ângulo. Também convém deixar mais ou menos estabelecido, desde o início, qual o tamanho provável da obra e como ela será subdividida. [...] a pauta pode funcionar como uma espécie de argumento.” p. 78
“Quanto mais bem planejado, melhor, mas o projeto não precisa ser limitador, rígido, inflexível.” p. 78
PROJETO
“Frequentemente torna-se necessário realizar ajustes na proposta original. É mais fácil mudar o projeto, o ponto de partida que o produto final.” p. 79
“Um bom planejamento começa com uma pesquisa preliminar que assegure um conhecimento mínimo, porém sólido, do assunto. Essa pesquisa irá tornar-se, depois, mais extensa e acurada para sustentar a apuração do tema e a montagem de texto.” P. 79
“Não há formulas rígidas para um bom planejamento. Um modelo razoavelmente aceito e praticado de plano de trabalho contem a apresentação de um breve histórico de fatos e personagens a serem abordados, um roteiro de questões a tratar e dúvidas a responder, além de uma relação de fontes para consulta. A partir daí, é possível estabelecer um enfoque, delimitar o assunto e formular uma proposta de divisão do material em capítulos.” P. 80
Custo
“Talvez a parte mais complicada e menos agradável do plano de trabalho resida na questão custo. [...] Para ter noção de quanto vai custar a empreitada, o autor pode fazer um orçamento simples, com base na pesquisa inicial para levantamento do assunto.” p. 81
“O autor terá de estimar quantas entrevistas serão necessárias, qual o deslocamento e as despesas que cada uma delas implica, além dos custos com pesquisas, telefonemas e etc.” p. 81
“Muitos autores entendem que não compensa custear os projetos, diante da baixa repercussão do mercado editorial brasileiro. Outros seguem por essa trilha sem relutar. Para alguns – poucos- a alternativa tem sido recorrer ao patrocínio. No Brasil, o patrocínio cultural conta com o incentivo fiscal é regulado pela Lei Rouanet. Sua utilização em projetos editoriais, apesar de possível, tem sido praticamente ignorada. “ p. 83
“Supondo que seja possível receber os benefícios da lei federal, o autor precisa daber que são duas as modalidades de financiamento, as bolsa do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e o mecenato. [...] o FBC fornece bolsas de estudo, reembolsadas ou não, de até 80% do valor total para projetos culturais. [...] O financiamento via FNC fica restrito à projetos editoriais apoiados pelo poder publico e pelas instituições de ensino. Tem muito pouco a ver com o perfil de um livro-reportagem independente.” P. 84
“O mecenato é uma modalidade mais democrática. Por meio dele, investidores podem aplicar recursos em projetos culturais na forma de doação ou patrocínio com isenção de imposto de renda.” P. 85
APURAÇÃO
“Apuração é a essência do jornalismo, o trabalho de reportagem propriamente dito. [...] Na medida em que entra o tema e o domina a ponto de saber o fio condutor da historia de cabeça, o jornalista consegue a clareza necessária para passar os assuntos aos demais.” P. 86
“O domínio do assunto pelo autor atinge um nível que lhe permite encadear todos os fatos de maneira logica, clara e coerente durante a produção do texto.” P. 87
“Apurar é antes de tudo buscar a informação verdadeira e, de preferencia, contextualizada. [...] A reportagem cabe dar dimensão dos fatos, informações que permitam ao leitor concluir como as coisas se conectam no mundo, como interferem na sua vida ou como funciona a logica particular de um personagem.” P. 88
“Todo trabalho de apuração resume-se a busca pela exatidão. A falibilidade do ser humano está mais que comprovada, mas não serve de argumento contra a perseguição obsessiva pela informação correta. Em livro, um erro tende a transformar-se em sinônimo de desastre. [...] Rigor na apuração significa dirimir quaisquer dúvidas. É importante não deixar pontas soltas. Claro que nem sempre isso é possível. [...] Nesses casos os caminhos possíveis são dois: ou se abandona a informação duvidosa, ou se adota o expediente sempre precário de registrar várias versões ou possibilidades existentes.” P. 89
“Na fase de apuração, qualquer detalhe é relevante. O jornalistaprecisa colecionar informações. So depois de tudo apurado ele terá condiuções de avaliar o que interessa ou não.” P. 90
“Além disso, minúcias, quando reunidas numa massa de dados, facilita a interpretação de fatos. [...] No livro, sem a limitação do espaço dos periódicos – ou com limite muito mais elásticos – o detalhe não só dá consistência como ajuda a tornar a reportagem menos “dura”; mais agradável, rica, humana e emocional.” P. 91
“O passo final da apuração rigorosa é a checagem igualmente rigorosa. [...] O jornalista é responsável pelas informações que apura. Tem que pensar nas consequências do que publica. Por isso, precisa evitar a todo custo um dado incompleto ou enviesado, como a informação destorcida ou equivocada.” P. 92
Pesquisa
“Não existe reportagem sem pesquisa. Por menor que seja. Ela constitui a fase inicial da apuração. É dela que o jornalista vai tirar os fatos básicos e as ideias que vão nortear o trabalho. [...] Terceirizar a pesquisa pode ser uma alternativa para se ganhar tempo.” P. 93
“Parte dos escritores prefere concentrar os aspectos mais importantes da pesquisa e terceirizar apenas os pontos secundários. [...] as regras de ouro para pesquisa em internet são as mesmas que orientam o bom jornalismo. A primeira delas é ceticismo: jamais confia cegamente em informações não comprovadas. A segunda é o conhecimento da fonte. Checar tudo oque for apurado até que não restem mais duvidas. Quanto mais documental o caráter da investigação, maior a credibilidade da reportagem, maior a repercussão e o reconhecimento do público em relação ao trabalho.” Pp.94 - 95
O drama das estatísticas
“Livros-reportagens costumam ser mais pródigos em relação a documentação do que outras produções jornalísticas, mas há ainda imenso manancial a explorar. Dois fatores tristemente comuns no Brasil ajudam a limitar a prática, mas não servem de pretexto para abandoná-la: a dificuldade de acesso a informações e bancos de dados – inclusive públicos – e a precariedade das estatísticas.” P. 96
“A confiabilidade das estatísticas é outro problema sério no país. [...] A mídia tem o hábito de reproduzir dados oficiais sem muita checagem. Às vezes a informação incorreta multiplica-se em novas publicações - e até em documentos acadêmicos, que vez por outra usam os periódicos como fonte.” P. 97
“O jornalista precisa ter em mente que as estatísticas, mesmo sérias, não são isentas. São um modo de interpretação da realidade e refletem os objetivos de quem as produz. Para amplificar sua visão dos fatos além da meta conjuntura ou dos números entregues de bandeja pelas fontes, o jornalista precisa capacitar-se. [...] A fim de atender ao publico, precisa entender do assunto, aprender a traduzir os números e fazer comparações logicas e inteligentes.” pp. 98-99
“Ao treinar suas habilidades para identificar problemas na pesquisa, nos dados e nas estatísticas, o repórter acaba desenvolvendo também uma perspicácia que pode lhe ser muito útil no dia a dia da profissão.” P. 100
Entrevista
“O emprego da entrevista na apuração de notícias foi ganhando consistência conforme a imprensa evoluía e a sociedade passava a exigir um padrão de informação mais apurado e isento. [...] A rigor, entrevista significa um diálogo olho no olho, feito entre as vistas dos interlocutores.” P. 100
“Independente do tema, entrevista requer preparo. O jornalista que dialogar com a fonte sem o mínimo de conhecimento sobre o assunto em pauta, por mais criativo e inteligente que seja não terá muitas perguntas a fazer ou no mínimo deixará de explorar aspectos interessantes e de aprofundar-se. [...] A pesquisa não vai encerrar-se em si mesma. Decerto, o entrevistado irá revelar muitos dados e pontos de vista que o jornalista desconhecia.” Pp. 101-102
“Elaborar um roteiro de entrevista e até pôr no papel as principais perguntas ajuda bastante e é prática recomendada por profissionais renomados também no Brasil. Quanto mais específico o questionário, melhor.” P. 103
“O roteiro, argumenta, dá ao repórter a possibilidade de preparar alternativas para as respostas. [...] Perguntas não devem ser restritas demais, que só admitam “sim” ou “não” como respostas, nem tão amplas que se percam na verborragia e confundam o entrevistado.” P. 104
“A boa entrevista é aquela que se transforma em um diálogo fluente, em que as perguntas pré-programadas vão levando às outras, que surgem na hora, na medida em que novas informações são reveladas e ao final não reste nenhum ponto sem esclarecimento.” P. 105
“Durante algum tempo se imaginou que para ser um bom entrevistador era preciso ser agressivo. Não precisa ser grosseiro, não é necessário polemizar com o entrevistado, nem bajulá-lo. É possível ser incisivo e até critico sem agressividade e polido sem adulação.” P. 106
“Por respeito aos entrevistados e a importância deles para o exercício de sua profissão, o jornalista consciente precisa seguir algumas normas básicas de comportamento: sempre que possível, pedir a entrevista com antecedência, identificar-se de forma correta, expor com clareza o tema de sua reportagem e nunca usar subterfúgios ou informações falsas para se aproximar da fonte e obter delas informações diferentes das declaradas inicialmente. [...] O repórter não precisa reproduzir textualmente o que foi dito por seus entrevistados, mas tem a obrigação de ser fiel ao sentido do que foi falado e ao seu contexto. Profissionais experientes recomendam anotar apenas tópicos, palavras-chave. Com elas, é possível reconstituir o teor da conversa logo depois da entrevista” pp.107 – 109
“Ao lidar com temas polêmicos, além da preferencia pela entrevista gravada, uma prática saudável é obter um documento assinado pelo entrevistado autorizando o uso de suas declarações e a divulgação de imagens suas ou cedidas por ele na obra.” P. 109
“A maneira mais fácil de ganhar a simpatia e a confiança da fonte é deixa-la a vontade. Ir até onde ela está, no começo, pode causar algum incômodo, mas aos poucos o entrevistado sente-se mais tranquilo do que se estivesse em um lugar estranho. Se o encontro deixar a fonte totalmente à vontade, a chance de se obter uma boa entrevista cresce bastante.” Pp. 110-111
“Muitas vezes é melhor deixar o entrevistado falar. Noutras, quando ele é dispersivo, convém interpor perguntas que o levem de volta ao foco. Jamais se deve interrompe-lo desnecessariamente.” P. 111
“Outra preocupação que todo repórter deve ter é com informações falsas. Quase sempre é fácil descobrir uma mentira. Basta fazer pesquisa prévia, cruzamento de informações, muitas entrevistas e várias checagens. [...] Mesmo que o entrevistado não minta, depoimentos costumam estar eivados de imprecisões e de uma visão muito particular de cada fonte.” Pp. 112-113
“Outro problema são as distorções, intencionais ou não. Por isso é sempre bom questionar os dados, saber como eles foram obtidos e confrontá-los com os de outros informantes. Até os especialistas podem transmitir uma visão deturpada, mesmo que não intencional, porque concebem um ponto de vista totalmente pessoal ou vinculado a visões de mundo de um grupo determinado.” Pp. 113-114
“Para contornar esse tipo de dificuldade, há dois recursos. Um é o de hierarquizar fontes. Estabelecer o grau de confiabilidade que elas têm. O segundo é conceber uma reportagem que encampe mais de uma visão. Amplificar a cobertura permite um aumento na exposição de informações e pontos de vista, prática que conduz ao jornalismo interpretativo.” P. 114
“Existe ainda um capítulo que merece cuidado especial na apuração: o uso do off the road. Eis aí o essencial do uso do off. A fonte tem que ser confiável, e as informações precisam passar pelo crivo de outras fontes. É preciso ter a consciência de que as informações prestadas ao público são de responsabilidade do jornalista, não da fonte que as forneceu. Por isso o off tem de ser empregado com bom senso e rigor extremos. O fundamental é avaliar se a informações é relevante o suficiente para constar da apuração e se ela não visa interessesescusos” Pp. 114-117
TEXTO
“O caráter ‘exclusivo’ do livro permite o resgate do chamado “texto de autor”. No livro, o texto ganha contornos amplos: permite uma concepção mais literária, dá margem a diferentes construções, quase sempre impraticáveis em um jornal ou uma revista. A tarefa de escrever fica mais fácil quando o jornalista tem o completo domínio da história. Quem entende todo o processo é capaz de descrevê-lo melhor.” P. 119
“Em qualquer caso, a adoção de um rápido roteiro de como as informações devem ser apresentadas e em sequencia costuma ser um facilitador e tanto. O roteiro também ajuda a evitar a praga da repetição de informações.” P. 119
“Seria uma insana pretensão querer oferecer uma formula de texto para o livro-reportagem. O que se pode oferecer são algumas dicas. A primeira delas: seja você mesmo. Procure melhorar sim, aquilo que já faz com naturalidade, aperfeiçoando sempre seus dons. [...] A função básica do livro-reportagem é informar com profundidade. Para que o leitor se sinta impelido à leitura, o texto tem de atraí-lo.” P. 120
“Segunda dica: esqueça a primeira e ouse. Se tiver segurança, ouse. Use a criatividade, invente, empregue formulas da literatura, coloque uma pitada de suspense para puxar a leitura. Só não esqueça de ser claro e terminar o relato com informação suficiente para que o leitor entenda a historia.” P. 121
“ O estudo dos autores do newjornalism mostra que algumas técnicas, empregadas desde a apuração, funcionam muito bem nas longas reportagens e, por conseguinte, nos livros: reconstituição minuciosa dos fatos; descrição cena a cena; reconstituição de ambientes e épocas; evitar a menção constante de fontes; reproduzir diálogos com o máximo de exatidão – torna o diálogo mais vivo, rico e humano; evitar passagens abruptas de um assunto para outro e, por ultimo, preocupar-se também com delimitar os fenômenos no tempo e no espaço.” Pp 122-123
“O relato sempre pode e deve recorrer a alguns artifícios para fugir do padrão tradicional da notícia como se pratica no Brasil: lead, sublead, texto seco, sem adjetivos, uso da pirâmide invertida, etc. [...] O desafio está em interligar as informações obtidas em diferentes fontes em um conjunto harmônico, sem o recurso pobre de amontoar blocos monolíticos de informação.” P. 123
“[...] o iniciante deve lembrar que há duas maneiras fundamentais de se familiarizar com a escrita. A primeira consiste em ler muito. Ler de tudo. [...] A segunda é praticar. Praticar sempre. E ousar quando for possível.” P. 124
EDIÇÃO
“O produto passa por algumas mãos antes de chegar a seu estágio final. O editor é o contato com o escritor, a face visível da editora. [...]O editor também pode valer-se de consultores – em geral conhecedores de determinados assuntos, chamados a avaliar obras específicas – e de outros profissionais de fora da estrutura formal da editora. [...] Revisores e preparadores em geral sugerem melhorias no texto, apontam problemas de compreensão – que o autor nem sempre percebe.” Pp. 124-125
“Como o texto é de reponsabilidade de quem o escreveu, a prova final – última revisão feita, em geral no papel já com a forma definitiva – em geral é entregue ao autor, que, assim tem uma ideia de como ficará seu livro – agora sim, finalmente, próximo de se tornar realidade.” Pp. 125
FACULDADE BOAS NOVAS
Resumo de Citação
Isabela Bastos Pio
Iara Rodrigues
Manaus – Am
2017

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