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Aula 2 - Pré-história

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Arte na Pré-História
André Luiz Pinto 
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Objetivos:
Conhecer as condições históricas do período;
Conhecer a arte dos homens da pré-história;
O período paleolítico;
O período neolítico.
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Ancestrais do Homem
 Os Australopitecos - África oriental (4 milhões de anos atrás)
 Entre os mais antigos ancestrais humanos conhecidos estão os australopitecos (homens-macacos do sul), que surgiram nas florestas da África oriental. Cerca de 3 milhões de anos atrás, os australopitecos já haviam se desenvolvido em muitas formas, que tinham em comum uma característica essencial – eles eram bípedes, erguendo-se sobre dois pés. 
 O esqueleto mais completo de um australopiteco, encontrado na Etiópia em 1975, é de uma jovem mulher, apelidada de « Lucy ». Ela tinha cerca de 1 m de altura, pesava por volta de 27kg e sua pélvis exibe claros sinais de adapatação à postura ereta. 
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Lucy
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 Homo Habilis - África oriental (2,3 milhões – 1,75 milhão de anos atrás)
 O Homo Habilis parecia-se com o australopiteco, mas tinha o cérebro maior, além de dentes e mãos que revelam maior evolução em direção aos humanos modernos, apesar de sua testa ser baixa e pesada e seus braços, longos.
 No sítio arqueológico do desfiladeiro de Olduvai, onde seus fósseis foram encontrados, havia ferramentas de pedra espalhadas, algumas em forma de lascas, além de ossos quebrados de animais, evidências de que ele partia as carcaças intencionalmente. Provavelmente dormia em árvores, relativamente a salvo dos leões e de outros predadores. Existem algumas indicações de que ele possuia uma fala primitiva que lhe permitia se organizar socialmente com certa complexidade.
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Homo Habilis
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 Homo Erectus – Ásia oriental, África, Europa ( 2 milhões – 500 mil anos atrás).
 As ferramentas que o Homo erectus usava eram bem melhores em design do que as do Homo habilis, e incluíam machados sem cabos e instrumentos para rachar que tinham usos específicos, como abater animais. Esses antigos ancestrais dos humanos eram exímios caçadores. Cerca de 500 mil anos atrás, eles já haviam se adaptado com sucesso a uma variedade de climas tropicais e temperados, chegando até o nordeste da China. 
 Sabe-se que usavam fogo, o que possibilitava que eles se estabelecessem em lugares frios e cozinhassem alimentos, o que, por sua vez, os levou a adquirir maxilares menores e dentes menos robustos.
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 Os Homens de Neandertal – África, Europa, Eurásia ocidental (350 mil-25 mil anos atrás)
 
 É a última espécie importante semelhante ao homem moderno. Sua designação deve-se ao sítio na Alemanha onde um dos primeiros espécimes foi descoberto, em 1856. Os Homens de Neandertal tinham compleição baixa e robusta, rosto protuberante e testa pesada e angulosa, mas o feitio de seu corpo eram mais semelhante ao do homem moderno do que ao das epécies precedentes. Eles eram exímios caçadores com suas lanças de madeira e ponteiras de pedra. Fabricavam armas sofisticadas e moravam em cavernas, abrigos de pedra e acampamentos abertos. 
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 É possível que tenham sido capazes de utilizar a fala, embora sua laringe fosse mais alta do que a dos humanos modernos, o que os teria impedido de usar um largo espectro de sons necessários para uma linguagem completa. Esta foi a primeira espécie a demonstrar algum cuidado com os mortos.
 O DNA dos restos mortais revela que os Homens de Neandertal não foram nossos ancestrais diretos. Eles viveram, porém, concomitantemente com humanos modernos.
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 Homo Sapiens na África - África ( 195 mil – 50 mil anos atrás) 
 Os humanos modernos – Homo sapiens – surgiram quase 200 mil anos atrás, provavelmente na África oriental. Eram mais altos que seus predecessores imediatos, tendo os do sexo masculino cerca de 1,75m, e mais pesados. Suas faces eram menos protuberantes do que as dos Homens de Neandertal, seus contemporâneos, e a parte inferior da testa era menos proeminente. O tamanho do cérebro era maior do que o da maioria das espécies anteriores, embora, na verdade, fosse um pouco menor do que os Homens de Neandertal. 
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 A laringe era mais baixa, portanto eles podiam emitir uma gama de sons suficientes para formar uma linguagem oral como hoje conhecemos.
 Os Homo sapiens tinahm membros longos, o que lhes dava maior superfície de pele através da qual podiam perder calor – uma adaptação adequada a climas quentes. A pélvis mais estreita, necessária para caminharem totalmente eretos.
 O desenvolvimento da arte é considerado um importante indicador da época em que o Homo sapiens desenvolveu plenamente suas capacidades cognitivas, porque a arte necessita de raciocínio, planejamento e a expressão de sentimentos intangíveis.
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Arte e Ritual
 Cerca de 40 a 50 mil anos atrás, humanos começaram a criar os primeiros exemplares de arte – representações gráficas da realidade, ou de uma vida simbólica imaginada – entalhados em ossos de animais, pintados em cavernas ou esculpidos em osso ou marfim. Essa atividade artística coincide com as primeiras evidências de crença religiosa. Arte e religião indicam, ambas, habilidade para refletir sobre ideias ou conceitos que transcendem a existência imediata.
 Cerca de 40 mil anos atrás, o Homo de Cro-Magnon, da Europa ocidental, desenvolveu uma exuberante tradição artística que sobrevive principalmente em paredes de cavernas, onde ficou protegida das intempéries.
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 Em uma sociedade dependente da caça, a pintura de animais pode ter sido o foco de rituais destinados a assegurar o sucesso e um rico suprimento de carne.
 Já figuras humanas em pinturas são raras, e quando as encontramos, elas são altamente estilizadas. Contudo, impressões de mãos humanas e sinais indecifráveis aparecem nas paredes de cavernas como a de Altamira, na Espanha, e Chauvet, Niaux e Lascaux, na França.
 
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Interpretações sobre o que motivou a arte rupestre
Magia Simpática
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Ritos de Fertilidade
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Teoria masculino/feminino:
André Leroi-Gourhan
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Altamira (Norte da Espanha) c. 15000-10000 a.C.
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Lascaux (França)
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Gruta de La Madeleine (França)
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 Gravura rupestre. Gruta de Addaura, Monte Pellegrino (Palermo)
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Vênus
 Vênus de Willendorf. C. 24000-20000 a.C. Alt. 0.12m. Museu de História Natural de Viena.
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 Cavalo, gruta de Vogelherd, c. 28000 a.C. Marfim de mamute. 0.64 m. Coleção particular.
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 Bisão, de La Madeleine. C. 15000-10000 a.C. Chifre de rena, 0.09 m. Museu das Antiguidades Nacionais, St. Germain-en-Laye, França.
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Dolmens e Cromlech
 São chamados de megalíticos porque são formados por enormes blocos ou lajes de pedra, erguidos e sobrepostos sem argamassa. 
 Alguns destes monumentos, conhecidos por dolmens, eram túmulos ou ‘casas de mortos’, de paredes constituídas por grandes lajes (esteios), sobre as quais assentam outras (mesas), à maneira de um telhado plano.
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 Dolmens
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Cromlech
 Os chamados Cromlechs, eram recintos destinados a cerimônias ritualísticas. O de Stonehenge, no sul da Inglaterra, apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a intervalos regulares, que sustentam traves horizontais (lintéis), rodeando outros dois círculos interiores. No centro do último está um bloco semelhante a um altar. O conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício de verão, indício de que se destinava às práticas rituais de um culto solar.
 
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 O complexo do templo de Mnajdra, em Malta, construído por volta de 3500 a.C.
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 Primeiras cidades
 A cidade, enquanto local permanente
de moradia e trabalho, se implanta quando a produção gera um excedente, uma quantidade de produtos para além das necessidades de consumo imediato.
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Origens
As origens da cidade são obscuras, enterrada ou irrecuperavelmente apagada uma grande parte de seu passado, e são difíceis de pesar suas perspectivas futuras.
Ruínas da cidade de Ur - Mesopotâmia
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 Antes da cidade, houve a pequena povoação, o santuário e a aldeia, o acampamento, o esconderijo, a caverna, o monte de pedras; e antes de tudo isso, houve certa predisposição para a vida social que o homem compartilha, evidentemente, com diversas outras espécies animais.
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Cemitérios e Templos
Cerimoniosa preocupação pelos mortos, manifestada em sepultamento deliberado.
Em meio às andanças inquietas do homem paleolítico, os mortos foram os primeiros a ter morada permanente: uma caverna, uma cova assinalada por um monte de pedras, um túmulo coletivo.
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Dolmens:
Túmulo ou “casas dos mortos”.
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Há, porém, ainda outra parte do ambiente que o homem paleolítico não somente utilizava, mas aonde periodicamente regressava: a caverna.
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 Importante papel que a caverna desempenhou na arte e no ritual. Parecem ter sido centros cerimoniais de alguma espécie.
Lascaux - França
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 A caverna na pré-história: Tais marcos fixos e pontos sagrados de encontro, aproximavam aqueles que compartilhavam as mesmas práticas mágicas. 
 Antes mesmo que a cidade seja um lugar de residência fixa, começa como um ponto de encontro.
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 O primeiro germe da cidade é, pois, o ponto de encontro cerimonial, que serve de meta para a peregrinação: sítio ao qual a família ou os grupos de clã são atraídos, a intervalos determinados e regulares, para concentrar, além de quaisquer vantagens naturais que possa ter, certas faculdades “espirituais”ou sobrenaturais, significado mais amplo do que processos de sobrevivência.
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Cemitérios e Templos
Stonehenge – De c. 2000 a.C. – Salisbury - Inglaterra
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A Domesticação e a Aldeia
 No paleolítico, a caça e a coleta de alimentos sustentam menos de quatro pessoas por quilômetro quadrado: para assegurar a própria existência, o homem paleolítico precisava ter amplo raio de ação e grande liberdade de movimento.
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 No neolítico, a domesticação, em todos os seus aspectos, implica duas largas mudanças: a permanência e continuidade de residência e o exercício do controle e previsão dos processos outrora sujeitos aos caprichos da natureza.
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 A vida estável da aldeia tinha uma vantagem sobre as formas itinerantes e mais frouxas de associação, dos grupos menores, pelo fato de proporcionar um máximo de facilidades para a fecundidade, nutrição e proteção. Graças à divisão do cuidado com os filhos pela comunidade, pode prosperar um número maior deles. Sem esse longo período de desenvolvimento agrícola e doméstico, os excessos de alimento e capacidade de trabalho que tornaram possível a vida urbana não teriam existido.

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