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fatorB sãobaixase insubstanciaise as cargasdos testes4, 5 e 6 no fatorA sãobaixase insubstanciais.Em análisefatorial,tantocargas altasquantobaixassãoimportantesna interpretação.Pode-seatédizer quea situação"ideal"seriaaquepossuíssecargasfatoriaisaltase baixas e semvaloresintermediários.Emborararamenteocorramtaissituações, é bomlembrá-Iasporqueelasdefinemfatoresnítidosrelativamentenão relacionadosuns com os outros. A interpretaçãoda tabela12.4 é fácil. Já que 1, 2 e 3 sãotestes verbais,e têmaltascargasno fatorA, e já queos testes4, 5 e 6 têm cargasbaixasem A, o fator é obviamenteum fator verbal.Nós o Tabela 12.4Soluçãofinal da análisefatoriaIdosdadosda tabela12.3. B (Matemático) • As cargasiguaisou ma~oresque 0,40são consideradassignificativas.Estão grifadas. 1J,8J0,07 VerBal 2 0,790,06 Verbal ::E O,HVerbal 4- oJ)rn(0,77 Matemático 5 0,(120,74 Matemátk:o 6 ,.íi)rü20,81 Matemático Os dois fatoresmencionadosna tabelae denominadosA e B são "[atores"ou "dimensões"\10 sentidode Que'08 trêstestesyerbaisKJeí~- t~ncema um fatore trêstestes11.1atemiitic;üG ao outrofator. Antessabíamosdisto,naturalmente;os dadosda matrizde correlação originalestavamtão clarosquepodíamosfacilmente"ver os fatores": elesforam indicadospelo padrãodas correlaçõesrnalQrese :illlenJJres. (t (. cJ]J0,7 0,6'- 0,5'- 0,4 ~- 0,3'- O'l-I----.L--.l.. L~~l-~L---L-L-,-LJ. Q.LA(V"b,(J -0,4-0,3-0,2 -0,1 I 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 -0,1 1,0'- -0,2 -0,3 -0,4~- Figura 12.3 Tipo detesteBÀ.".t','Testes 214 215 B quadronãoé tãoclaro;émaisnebuloso.Defato,o exemploé irrealístico porquetestesverbaise matemáticossempresãopositivamentecorrela- cionados.Na verdade,todosostestesdecapacidadesãocorrelacionados positivamentee tais correlaçõespositivastornamos resultadosdas análisesfatoriaismenosclarose menosfáceisde sereminterpretados.(• Se,porexemplo,os testes1,2 e 3 da tabela12.3 estivessempositivae substancialmentecorrelacionadoscomos testes4, 5 e 6, entãoo gráfico da figura 12.3 seria semelhanteao da figura 12.4. Observeque os dois blocosestãomaispróximosdo qU€testavam.Estão,também,um poucodistantesdoseixos.Quantomaisaltasforemascorrelaçõesentre os dois tiposde testes,maispróximosestarãoos blocos. O raciocínioacima,com apenasduasdimensões,se generalizou prontamentepara maisde duas,ou k dimensões.Para a maioriadas pessoasé fácil visualizarduasdimensões.Muitaspodemtambémlidar comtrês.Masquaseninguémpodevisualizarquatrooumaisdimensões. Entretanto,a análisefatorialextraihabitualmente4 e maisfatoresde matrizesde correlaçãoe mostraos resultadosde taisanálises.:e facil- mentepossívelter 10 fatoresemum estudo,comtodoselesortogonais unsaosoutros,istoé, virtualmenteindependentesunsdosoutros,pelo menosno sentidotécnico.Por ser totalmenteimpossívelvisualizar10 dimensõesortogonais,nãoquerdizerquenossacompreensãodosfatores, seusignificadoe suainterpretação,diminuam! chlllllllmos,então,"verbal".Análisee raciocíniosemelhantese aplicam 110 fatorB. Nós O chamamos"Matemático".Paraesclarecermaisainda o quediz a tabela12.4,vamosrepresentar.Isto foi feitona figura12.3. Dois eixos,A e B, foramcolocadosemâqp;uloreto.Lembre-sede que dissemosqueos e~xossãoortogonaisum ao outro.Os valoresemp:1- relhadosdeA e B databela12.4sãoentãorepresentados,simplesmente. Por exemplo,o 0,83 do teste1 em A e o 0,07 do teste1 emB são representadospelo pontoindicadopor "I" no gráficoda figura 12.3. Os·cincoparesrestantessãorepresentadosde modosimilar.4 Os blocos,1, 2, 3 e 4, 5, 6, aparecemclaramente.Estãodentrode umcírculo,no gráfico.Os testes1,2 e 3 estãobempróximosentresi e tambémpróximosdeA, e altosemA; ostestes4, 5 e 6 estãopróximos e altosem B. E, muito importante,os dois blocosestãodistantesum do outro.Um é tipoA e o outrotipoB. Os doisfatorese os testesque os"definem"sãotiposdeentidadesmuitodiferentes.Quandoeuexamino os trêstestesdeA, paradescobrirsua"natureza",o queé, euvejoque todosos trêstestessãoverbais.Quandoeu examinoos testesB, por outrolado,descubroqueelescompartilhamoperações,processose com- preeensãomatemática. Esteexemplo,naturalmente,é muitíssimosimplificado.A maioria dos domíniosnas ciênciascomportamentaistemmaisde dois fatores. Dificilmenteestudaríamosapenasseistestes.As verdadeirascorrelações e matrizesde correlaçãoraramentesãotãofavoráveiscomoestacoma bela estruturaortogonalque é a figura 12.3. Geralmente,então,o .4 A justificativaparaestabeleceros dois eixosnos quaisrepresentaras cargas fatoriaiscomofoi feitona figura12.3baseia-seno procedimentomatemáticoque extraiou calculaos fatoresou·cargasfatoriais.A naturezado métodoé tal que cadafatorextraídoé independentedetodososoutrosfatoresextraídos.Istosigni- ficaqueosfatoresextraídosestãotodosemânguloreto,unsemrelaçãoaosoutros. (Substancialmente,por suavez,is{"significaqueosfatoressãoindependentes,ou entidadesdiferentes.)Assim,se desejarmosrepresentaras cargasfatoriais,nós podemosfazê-Iousandoeixosem ânguloreto, ou "ortogonais"um ao outro. Deveriaficar enfatizadoqueos fatorese as cargasfatoriaisda Tabela12.4 e representadosna figura 12.3são "rotados".O métodode extraçãofornece fatorese cargas"não-rotados",e suasmagnitudesgeralmentenãosãoprontamente interpretáveis.O quea rotaçãofaz, aliás,é colocaro máximopossívelde cargas próximasaoseixosquerepresentamos fatores.Observeque,na figura12..3, os pontosrepresentadosestãotodospróximosdoseixosA ou B. Na soluçãooriginal nãoã-rotadaessespontosestavambastanteafastadosdoseixos.Por queos pontos devemficar próximosdoseixos?Quantomaispróximosos pontosestiveremdos eixos,maiora magnitudedascargasnaqueleeixo;e, já que o segundoeixo é ortógonal.ao primeiro,maisbaixaficaráa cargano segundoeixo.Notequeos testes1, 2 e 3 estãopróximose assimaltosemA e ao mesmotempo,baixos emB, e igualmenteos testes4, 5 e 6 estãopertoe assimaltosemB e baixos emA. Em resumo,os fatorese cargasrotadosdão soluçãofatorialmaisparci- moniosae interpretáveldo quecargase fatoresnão-rotados. 1,0'- 0,9 0,8 0,4,- 0,3 ,- 0,2 0,1'- Figura 12.4 -0,4 (fi (;) O ~~L-I I [ I I A o~ 0,4O~ O~ O~ 0$ OS 1P 216 217 Exemplos de análisefatorialem pesquisa A discussãoaté aqui foi separadada realidade da pesquisa,a não :;cr pela breve referênciaanterior a Thurst~nee seus estudosda inteli- gência.Na verdade,todanossadiscussãotemsido estreitademaisporque focalizou-seexclusivamenteeminteligênciae na análisefatorial dos resul- tadosde testesde inteligência.Mas a análisefatorial foi usadacom uma ampla variedade de medidas: aptidões, atitudes e valores, traços de personalidade,variáveisambientais,padrõesculturais, traçosde honesti- dade e até caixas e xícaras de café! Agora resumiremose estudaremos trêsestudosque empregamanálisefatorial, precedidosde uma discussão das tentativasem larga escala feitas por Guilford e se~scolegaspara testar uma ambiciosa teoria sobre a estrutura da inteligência. Foram escolhidos os três estudos por sua variedade e possível interesse intrínseco. Os estudosde Guilfordsobrea estruturado intelecto Conteúdo Produto 2 Como já ficou indicado, há várias teorias sobre a estrutura da inteligência- "estrutura" significando,aproximadamente,fatorese suas relações.Em um extremo está a teoria que afirma que inteligência é uma dimensãoampla, chamadainteligênciageral. Virtualmente nenhum psicólogo aceita teoria tão simples, embora muitos aceitema idéia de um fator amplo de inteligênciageralmais outrosfatores.Em um capítulo ( anterior, vimos que CatteI 096~)),desenvolveuuma teoria na qual duas "inteligências'"gerais são propostas: inteligênciacristalizadae inteligên- cia fluida. Talvez a mais radical das teol"Íassobre a inteligência,e certamente urna teoria controvertidae heuristicamentefrutífera, seja o modelo da estruturade intelecto(EI) propostopor Guilford (1956, 1967).Guilford diz, com efeito, que há muitos fatores de inteligênciae especificaqual