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UNVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: Materiais de Construção I PROFESSORA: Jaquelígia Brito ESTUDO COMPLEMENTAR 1. Influência do teor de umidade dos agregados nas argamassas de revestimento Quando o processo de produção de argamassa para revestimento é todo realizado no canteiro de obras, uma série de conhecimentos técnicos e cuidados envolvendo mão- de-obra, materiais e equipamentos, são necessários para a obtenção de bons resultados. Além de diversas operações a serem planejadas e executadas, existe também a necessidade de se estocar os agregados. Em locais descobertos, como é bem comum, a areia sofre grande variação de teor de umidade, com implicações diretas no volume correto que deve ser misturado durante a produção, de acordo com as especificações da obra. É de extrema relevância a influência que a variação da umidade dos agregados no canteiro de obras pode ter em determinadas propriedades das argamassas e no desempenho do revestimento aplicado. Figura 1 - Obtenção de argamassa em obra - cuidados na dosagem, na etapa de produção e na aplicação TEOR DE UMIDADE /INCHAMENTO 2. Produção de argamassa em obra Em grande parte das obras, as informações disponíveis para produção da argamassa de revestimento costumam se resumir à proporção dos materiais em volume, e conta-se com a experiência do pedreiro para conduzir todo o processo. Esse profissional tem grande importância, contribuindo com observações práticas sobre a consistência da argamassa e detalhes da aplicação e do acabamento, mas não se deve entregar a ele a total responsabilidade pela produção. As decisões devem caber sempre ao engenheiro ou ao arquiteto responsável pela obra. Todo o processo de produção deve ser baseado em um estudo prévio, ainda na etapa de planejamento da obra, que considere o projeto arquitetônico, condições locais de exposição da construção e condições construtivas específicas. Entre as características do projeto podem ser citadas a espessura final das paredes, o tipo de acabamento desejado da superfície, desenhos em alto ou baixo relevo, frisos e juntas. Entre condições locais de exposição estão o clima e a orientação das fachadas. Entre condições construtivas podem ser citadas características dos blocos que compõem a alvenaria, os equipamentos disponíveis e, até mesmo, o prazo da obra. Para produzir argamassa em obra são necessários, portanto, especificações detalhadas, escolha e controle de características dos materiais, treinamento da mão-de- obra envolvida nas operações de dosagem, de produção e de aplicação, incluindo a escolha adequada de equipamentos (Figura 1). O teor de umidade do agregado, é uma condição importante em todo o processo de execução de um revestimento. A água livre na superfície dos grãos de areia, proveniente do local de extração ou da chuva, provoca o fenômeno de inchamento, isto é, aumento de volume de uma porção de agregado, por causa do afastamento das partículas. O inchamento pode se acentuar quando a areia úmida é manuseada, no enchimento de latas e padiolas, podendo chegar próximo de 40% - a Figura 2 a seguir, ilustra uma experiência prática para visualizar o problema. Por causa desse fenômeno, é preciso corrigir o volume a ser misturado para manter as proporções especificadas, multiplicando a quantidade de areia seca pelo coeficiente de inchamento (para o inchamento de 25%, por exemplo, o coeficiente de inchamento é igual a 1,25). Não se deve esquecer que, ao mesmo tempo, precisará ser corrigida também a quantidade de água medida para mistura com areia seca, pois parte dela já se encontra na areia úmida. Vale lembrar que o teor de umidade é um valor percentual relacionado à massa de água contida na areia, e que o inchamento refere-se ao volume acrescido na areia por causa dessa mesma água. Tanto um valor como o outro podem ser determinados facilmente em obra ou em laboratório, com equipamentos simples. Em tempo seco e ensolarado, a areia exposta nessas condições por alguns dias costuma apresentar teor de umidade até 2%, valor muito pouco significativo para a produção de argamassas. Em dias chuvosos a umidade da areia aumenta, dependendo da precipitação e do tempo de exposição. Para cada teor existe um valor de inchamento, até um valor máximo, conforme características granulométricas da areia. De um modo geral, entre os teores de umidade 6% e 10% ocorrem os maiores aumentos de volume, que podem chegar a 40%, valor de grande influência no processo de produção de argamassas em obra. Uma vez que o inchamento do agregado obriga a uma alteração compensatória na medida volumétrica desse material em obra, isso deve ser feito preferencialmente confeccionando-se novas padiolas de madeira - maiores - para a areia úmida. Como essa alteração raramente é feita nas obras, as novas argamassas da pesquisa procuraram simular essa realidade, que é a falta da correção volumétrica necessária. Sem a correção volumétrica da quantidade de areia úmida medida, a argamassa terá menor quantidade desse material do que o previsto, o que equivale dizer que ficará mais rica em aglomerantes. Figura 2 - 1) Padiola com areia seca; 2) Areia úmida; 3) Volume excedente devido ao inchamento
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