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Trabalho de Política

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Materialismo histórico e consciência
Marx e Engels são os expoentes do materialismo histórico que é um método cientifico que consiste na concepção de que o fenômeno material é a premissa da realidade, isto é, de que base real de compreensão (consciência) advém das relações sociais existentes, do que é concreto no mundo.
 Em A Ideologia Alemã, o materialismo se opõe ao idealismo e a representação apenas ideológica da histórica. 
A visão ideológica é restritiva e arbitrária, está associada à concepção particular dos indivíduos. Assim, pretender que é a consciência (o mundo das ideias) que define a realidade, é um equívoco. A consciência, como afirmam os autores, é produto da condição material dos indivíduos:
Os indivíduos humanos são tais como manifestam sua vida. O que são coincide com sua produção, tanto com o que produzem como o modo como produzem. O que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais de sua produção (GORENDER, In: Introdução a Ideologia Alemã; 2007 p. XXIV).
Ou seja, o materialismo se opõe ao idealismo e a representação apenas ideológica da história. 
Outro aspecto relevante, é que segundo Marx e Engels, a história - enquanto substrato material - pode ser transformada. Ou seja, diferente da concepção ideológica, a concepção materialista acredita que é possível transformar a realidade. 
E esse é um ponto fundamental para a discussão mais geral de ‘luta de classes’ (que será discutida mais adiante), pois se não houver essa percepção de que a história pode ser transformada, todo o processo revolucionário que Marx e Engels propõem se compromete, visto que é a condição material dos indivíduos que irá fornecer os elementos para a subversão total das bases existentes na sociedade: 
São as condições de vida, que as diversas gerações encontram prontas, que determinam se a comoção revolucionária, produzida periodicamente na sociedade, será suficientemente forte para derrubar as bases de tudo o que existe (MARX; ENGELS, 2007, p.37). 
Ou seja, Marx e Engels afirmam que a vida material é a condição preexistente para a formação da consciência de classe. A concepção puramente ideológica é uma abstração e não apresenta significância real no processo de transformação da sociedade.
Por outro lado, a condição material do indivíduo também pode significar certa limitação da compreensão da realidade e se comportar como impeditivo para a revolução.
 A classe dominante molda as instituições de acordo com sua visão ideológica. Por essa razão, quando as contradições sociais entre as forças produtivas e as relações produção (Infraestrutura x Superestrutura) ocorrem na sociedade, a dificuldade de compreensão dos conflitos torna-se maior. A concepção ideológica dominante impede a percepção dessas contradições:
Os pensamentos da classe dominante são também, em todas as épocas os pensamentos dominantes; em outras palavras, a classe que é o poder material dominante numa determinada sociedade é também o poder espiritual dominante (MARX; ENGELS, 2007, p. 48).
A fim de evitar sua dissolução pelas contradições de classe, a sociedade civil (classe dominante) deve se condensar no Estado e se apresentar enquanto Estado. Isto é, enquanto ilusão de um interesse comum sobreposto às contradições de classe capaz de encobrir a dominação de uma classe sobre outra (GORENDER, In: Introdução a Ideologia Alemã; 2007 p. XXIV).
Luta de Classes e Revolução	
O Manifesto Comunista foi elaborado envolto em um contexto histórico de Revoluções Sociais. E em seu conteúdo, Marx e Engels, abordam o materialismo histórico e a teoria da luta de classes. Foi escrito em 1848 durante as lutas operárias e tinha um caráter politico de divulgação da revolução comunista. 
Os autores argumentam que as contribuições da burguesia e do capitalismo para o progresso material da sociedade é fundamental para socialização do capital e das instituições sociais. 
A teoria da luta de classes se expressa na ideia de que a oposição entre opressores e oprimidos traduz o sentido de movimento da história: “até hoje a história de toda a sociedade é a história das lutas de classes” (MARX, ENGELS; 2012, p. 44). Ou seja, para os autores a história se dá por meio do conflito social.
Marx e Engels compreendem que a história é resultado de diferentes e sucessivos modos de produção. Cada vez que novas forças produtivas surgem, tem-se como consequência uma nova configuração social. Assim é que se estabelece a relação entre modo de produção e estrutura da sociedade. 
Na obra A Ideologia Alemã essa demonstração se dá com base na divisão do trabalho dado que esta está fundamentada na propriedade privada (são correlatas).
Assim, o grau de desenvolvimento material e técnico (divisão do trabalho) acentua a polarização dos interesses. Ou seja, a sociedade vai se tornando mais complexa a partir da complexificação da divisão do trabalho, pois na medida em que a divisão do trabalho se torna mais complexo o atrito social entre as classes se intensifica e a consciência de classe dos proletários vai ganhando clareza. 
A partir disso e, à luz do método dialético de análise histórica, Marx e Engels buscam compreender todas as sociedades e modos de produção da Antiguidade até o Capitalismo. O objetivo dos autores é demonstrar, ao longo da história, o persistente antagonismo entre as forças produtivas e as relações de produção. 
Os autores analisam, então, o processo revolucionário de ascensão da classe burguesa que efetivou a dominação tanto na esfera econômica quanto na esfera política. No entanto, para os autores a despeito das transformações burguesas, as condições de opressão foram renovadas. 
A concepção do Estado moderno, nesse sentido, é apenas um instrumento social de dominação. O Estado não é um mediador dos conflitos sociais. É uma ideologia burguesa para encobrir as contradições sociais e para a manutenção do status quo. 
		Assim, Marx e Engels expõem que na sociedade burguesa, a antítese para o conflito social se expressa na classe proletária. Os proletários, cada vez mais subjugados à expropriação e em condições precárias, vão querer destruir as relações de opressão e submissão presentes na sociedade capitalista burguesa. Ou seja, de todas as classes, o proletariado é a classe verdadeiramente revolucionária.
[...] Se, na luta contra a burguesia, o proletariado, por necessidade, se une numa classe, torna-se a classe dominante por meio da revolução e, como classe dominante, se vale de seu poder para abolir as velhas relações de produção, com isso ele abole também seu as condições para a existência do antagonismo de classes, abole as próprias classes, desse modo, sua própria dominação como classe. (MARX; ENGELS, 2012, p. 69).
Ou seja, para os autores, a única forma de superar a desigualdade é por meio da revolução comunista: “O comunismo distingue-se de todos os movimentos que o antecederam até agora pelo fato de subverter as bases de todas as relações de produção e de trocas anteriores” (MARX; ENGELS, 2007, p.87). 
Para que a revolução se concretize, porém, é necessário que a classe proletária conquiste o Estado para efetivar sua dominação na esfera política. Ademais, a abolição da propriedade privada é inerente à revolução comunista:
 O que caracteriza o comunismo não é a supressão da propriedade em si, mas a supressão da propriedade privada. (...). Nesse sentido, o comunismo pode resumir sua teoria numa única expressão: a abolição da propriedade privada. (MARX; ENGELS, 2012, p. 60)
Ou seja, é a partir da abolição da propriedade privada burguesa – que é a expressão mais consumada de apropriação que repousa na exploração – que o objetivo de romper com as relações sociais tradicionais e eliminar os antagonismos de classe torna-se possível.
 
Referências:
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. Trad. Sergio Tellaroli. São Paulo: Penguin Classics/Companhia das Letras, 2012.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Trad. Luis Claudio de Castro Costa . São Paulo:Martins Fontes,2007.

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