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14 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 instrumentação MA39_Leitor.indd 14 11/11/2008 15:22:06 1 Editora Saber Ltda Diretores Hélio Fittipaldi Thereza Mozzato Ciampi Fittipaldi Associada da: Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas Associação Nacional dos Editores de Revistas Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. É vedada a reprodução total ou parcial dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou idéias oriundas dos textos mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas referentes aos artigos da Revista deverão ser feitas exclusivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados todos os cuidados razoáveis na preparação do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se de projetos experimentais. Tampouco assumimos a responsabilidade por danos resultantes de imperícia do montador. Caso haja enganos em texto ou desenho, será publicada errata na primeira oportunidade. Preços e dados publicados em anúncios são por nós aceitos de boa fé, como corretos na data do fechamento da edição. Não assumimos a responsabilidade por alterações nos preços e na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento. Editor e Diretor Responsável Hélio Fittipaldi Redação Fabieli de Paula, Monique Souza, Thayna Santos Produção Diego Moreno Gomes, Renato Paiotti Designers Diego Moreno Gomes Colaboradores Alan Liberalesso, André Ribeiro Lins de Albuquerque, Antonio Dresch Jr., Carlos Reis de Freitas, Cláudio Adriano Policastro, Danny R. Efron, Dieison Grumovski, Edson Jaime Michalak, Hamilton Badin Jr., Oscar Siqueira, Paulo Garcia de Souza, Renato Paiotti, Roberto Luiz R. Cunha www.mecatronicaatual.com.br VENDAS DE PUBLICIDADE Carla de C. Assis, Ricardo Nunes Souza PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339 publicidade@editorasaber.com.br Capa Divulgação/Detroit Diesel Impressão São Francisco Gráfica e Editora Distribuição Brasil: DINAP Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800 Mecatrônica Atual é uma publicação da Editora Saber Ltda, ISSN 1676-0972. Redação, administração, publicidade e correspondência: Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP 03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095-5333 ASSINATURAS www.mecatronicaatual.com.br fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366 atendimento das 8:30 às 17:30h Edições anteriores (mediante disponibilidade de estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330, ao preço da última edição em banca. Associação Nacional Projeções para a industria de automação A indústria de automação projeta um crescimento de 30% para 2008, caso a previsão esteja correta, o faturamento bruto do setor atingirá R$ 3,7 bilhões. As perspectivas para os próximos dois a três anos estimadas pela ISA Distrito 4 América do Sul, associação dos profissionais de automação e instrumentação, é bastante otimista. Nos setores de petróleo e gás, siderurgia, papel e celulose que indicam subs- tanciosos investimentos, já notamos a forte contratação de pessoal nos últimos meses. A percepção do setor é que o Brasil está sintonizado com o que há de mais avançado em tecnologia da área e cresceu 11% em 2007. Já os outros países vão manter uma média nos próximos cinco anos de 6,4%. Em toda a América Latina exitem aproximadamente 2600 afiliados à ISA Distrito 4. Há 63 anos (abril de 1945), a ISA, foi fundada na Pennsylvania - USA, congregando em todo o mundo cerca de 30 mil profissionais, estudantes e acadêmicos, em mais de 110 países. Seguindo as suas origens, a ISA Distrito 4 está mais voltada para a área de processo, ficando em segundo plano a área de automação da manufatura que tende também a crescer muito nos próximos anos. Neste ano quando as portas da Brasil Automation ISA Show se abrirem, passará por elas o segundo membro não americano a exercer a presidência da ISA mundial. O primeiro foi um italiano e o segundo, o engenheiro eletrônico brasileiro, Nelson Ninin, que assume o cargo de presidente eleito secretário em 2009 e como Presidente Mundial da ISA em 2010. O seu currículo pesou na decisão, mas o que se destacou foi seu conhecimento profundo “in loco” do mercado de automação em diversos países da Asia, Europa e América. Aproveito para lembrar, de novo, que a partir da edição nº 38 a revista Me- catrônica Atual não está mais disponível para venda em bancas de jornais, e sim, somente por assinaturas das edições impressas em papel e o por meio do portal Mecatrônica Atual (www.mecatronicaatual.com.br). Hélio Fittipaldi � índice Editorial Contato Notícias Chão de fábrica 01 03 04 47 Placas de aquisição e controle NI Single-Board Rio Aquisição de dados plataformas Multicore Sistema de controle para processos de bateladas Monitoramento online do desempenho da planta industrial Otimização na destilação de etanol? Trem esmerilhador é implantado em área industrial da Companhia Vale 28 34 10 24 20 15 31 10 2824 Controle de patrimônio via RFID Manutenção preditiva: análise de vibrações36 Alimentação solar para telefonia rural44 MA39_Editorial.indd 2 13/11/2008 12:30:53 � contato Editorial Contato Notícias Chão de fábrica 01 03 04 64 Escreva para a Mecatrônica Atual: Duvidas, sugestões ou reclamações sobre o conteúdo de nossas repor- tagens, artigos técnicos ou notícias, entre em contato pelo email atendi- mento@mecatronicaatual.com. br ou escreva para Rua Jacinto José de Araújo, 315 CEP 03087-020 - São Paulo - SP OPC Gostaria de sugerir uma matéria específica sobre o padrão OPC (OLE for Process Control). Lucas Azevedo Autônomo Salvador – BA Lucas, sua sugestão já está anotada. Aproveita- mos a oportunidade para indicar a leitura do artigo “Os CLPs terão uma arquitetura tão aberta quanto um PC?, edição nº 30 e também a série “Ethernet Industrial”, publicada nas edições nº 17, 18, 19 e 20. Assim, você poderá conferir algumas infor- mações sobre o padrão OPC. Não deixe de ler! Mecatrônica Atual nº 30 Conteúdo virtual para assinantes Sou assinante da Revista Mecatrônica Atual e gostaria de ter acesso a todo conteúdo do Portal. Como devo proceder? Gilberto de Lima Taubaté - SP Acesse o Portal Mecatrônica Atual (www.mecatronicaatual.com.br) e faça seu cadastro como “novo usuário”. Após o preenchimento dos itens solicitados envie um e-mail para assinaturas@editorasaber.com. br com seu número de assinante da edição impressa, pedindo permissão de acesso. Aguarde 24 horas para liberação do seu usuário e se conecte ao universo online. Sensores de nível d’ agua Solicito informações de empresas que fornecem sensores de nível d’agua externo, sem contato com o líquido. Dorival Goes Consultor em Desenv. de Projetos Paranavaí - PR Caro leitor, informamos que existem diversas empresas que fabricam sensores capacitivos de nível de líquidos e sensores de fluxo. Indicamos algumas para facilitar sua busca: Brumark www.brumark.com.br Emicol www.emicol.com Gentech www.gentechinternational.com Icos www.icos.com.br IFM www.ifm-electronic.com Morgan Electro Ceramics www.morganelectroceramics.com Sensor Scientific www.sensorsci.com • • • • • • • Montagens Industriais A equipe da revista Mecatrônica Atual pode indicar algum livro que trate sobre montagem eletromecânica? José da Costa São Paulo - SP Caro José, nossa indicação é o livro: “Planejamento, Execução e Controle – Mon- tagens Industriais”, escrito porPaulo S. Thiago Fernandes. O autor deste livro, em seus 20 anos de experiência na área de montagens, procurou escrevê-lo sob a óptica do montador, não do projetista, fabricante ou construtor. Dentro dessa orientação, são abordadas as cinco modalidades básicas que compõe a montagem: estruturas metálicas, equipamentos mecânicos, tubulações, elétrica e instrumentação. Além destas, algumas técnicas sempre presentes, como o transporte e levantamento de cargas, a soldagem e a pintura. Você pode encontra-lo na loja virtual Nova Saber (www.novasaber.com.br). MA39_Leitor.indd 3 13/11/2008 11:39:14 � literatura eventos O livro “Inversores de Freqüência – Teorias e Aplicações” visa aprimorar o conhecimento de técnicos, tecnólogos e engenheiros que atuam nas áreas de au- tomação, mecatrônica e eletrotécnica, além de profissionais que desejam se manter atualizados. De maneira dinâmica, instru- tiva e objetiva, a obra de Claiton Moro Franchi, apresenta os conceitos fundamentais de inversores de freqüência e os aspectos relativos à sua instalação e aplicação. Também explana os princípios de funcio- namento dos inver- sores de freqüência, controles escalar e vetorial, características de instalação e aplicações, incluindo uma descrição detalhada dos parâmetros dos inversores. Ao final de cada capítulo, são propostos exercícios que auxiliam na compreensão e fixação dos temas estudados. Para comple- mentar o aprendizado o livro reserva um apêndice ao estudo dos transdutores de velocidade, fundamentais para o controle de velocidade de freqüência. Inversores de Freqüência – Teorias e Aplicações Autor: Claiton Moro Franchi Preço: R$ 56,00 Onde comprar: www.novasaber.com.br Novembro Brazil Automation - ISA Show 2008 Organizadora: Isa Dia: 17 a 19 Local: Expo Center Norte - Rua José Bernardo Pinto, 333 - São Paulo - SP Mais informações: www.isashow.com.br Automation Fair Organizador: Rockwell Automation Data: 19 a 20 Local: Gaylord Opryland Comple- Nashville - Tennessee - USA Mais informações: www.rockwellautomation.com/ events/automationfair/ Itajaí Trade Summit 2008 Organizador: Net Marinha Data: 19 a 21 Local: Auditório Martin Schmelling - Porto de Itajaí/SC www.itajaitradesummit.com.br Siemens PLM Connection Brasil 2008 Organizador: Siemens Data: 19 a 19 Local: Bourbon Joinville Business Hotel - Joinville/SC Mais informações: work.ugsplm.com.br/mkt/ connection/ Curso - Projeto e Dimensionamento de Redes de Ar Comprimido Organizador: Festo Automação Ltda Data: 24 a 26 Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 KM 12,5 da Via Anchieta São Paulo/SP Mais informações: www.festo.com.br Dezembro Automação com Controladores Lógicos Programáveis – Siemens S7 300 Organizador: Festo Automação Ltda Data: 01 a 05 Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 KM 12,5 da Via Anchieta São Paulo/SP Mais informações: www.festo.com.br Curso Automação Pneumática Organizador: Festo Automação Ltda Data: 01 a 10 Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 KM 12,5 da Via Anchieta São Paulo/SP www.festo.com.br Comandos Elétricos em Sistemas Hidráulicos Organizador: Festo Automação Ltda. Data: 15 a 17 Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 KM 12,5 da Via Anchieta São Paulo/SP Mais informações: www.festo.com.br MA39_Leitor.indd 4 11/11/2008 16:53:38 �Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual instrumentação MA MA39_Leitor.indd 5 11/11/2008 16:51:43 � Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 //notícias Engenheiro brasileiro lança livro de automação com tecnologia usada pela Petrobras Augusto Passos Pereira lançará o livro “Foundation Fieldbus” no Congresso e Feira Brazil Automation 2008. Pilz completa 10 anos de Brasil Neste ano, a empresa Pilz comemora dez anos de atuação no Brasil. Há 60 anos, na cidade alemã Esslingen a empresa iniciou suas atividades industriais. Sob o comando de seu fun- dador, Hermann Pilz, fabricava instrumentos para laboratórios técnicos-medicinais. Hoje, a empresa fabrica dispositivos eletrônicos para segu- rança e proteção contra acidentes em máquinas e processos. Para o diretor Geral da Pilz do Brasil, Aitemar Nunes Fernan- des, estes foram dez anos de muitas transformações. “A empresa estava dentro de um conceito de fabricante e vendedora de produtos de segurança e hoje fornece uma solução completa em automação incluindo serviços de consultoria e engenharia. Tivemos uma importante evolução”, disse. na multinacional brasileira Smar Equipamentos Indus- triais. Depois ingressou na Emerson Process, e na Yokogawa América do Sul. Atualmente, é o Gerente de Marketing para a Amé- rica do Sul da empresa alemã Pepperl+Fuchs, com sede continental em São Bernardo do Campo (SP). Além disso, ele exerce a atividade de professor em diversas Universidades de cursos de MBA e Pós Graduação. O Engenheiro Eletrônico Augusto Passos Pereira, acaba de lançar mundialmente o livro: “Foundation Fieldbus”. Trata-se de uma tecnologia de interligação em redes, via protocolo digital, de equipamentos medidores e controladores de variáveis, tais como: pressão, temperatura, vazão e nível utilizados nos pro- jetos de automação das unidades industriais, como refinarias e plataformas de petróleo. O livro foi escrito em conjunto com o engenheiro canadense Ian Verhappen. Pereira, formado na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), trabalhou durante 18 anos nos Setores de Engenharia e Manu- tenção da Dow Química do Guarujá e atuou durante seis anos Produtos Terminal de válvulas MPA A Festo traz para o mercado sua alternativa para redes AS-I: o terminal de válvulas MPA. Modular, flexível e com diversas opções de configuração é uma solução para comunicação de chão de fábri- ca. Seus beneficios são: baixos custos e facilidade de instalação; alta flexibilidade e facilidade de ex- pansão; compatibilidade com outros fabricantes e fácil integração com o nível de controle (Gateway para Profibus, DeviceNet e outros). Eletricamente, o terminal MPA conta com en- tradas integradas e diversas opções de conexão elétrica, além de utilizar um único cabo redon- do que completa as funções de alimentação e alimentação adicional, 4E/S ou 8E/S como escravo duplo e 350 mA de potência por entrada. Como características pneumáticas, o terminal pode combinar de 2 a 8 posições de válvulas, todas as funções, separação de zonas de pressão, dois tamanhos para vazões diferentes. O terminal dispõe, também, de regulador e manômetro para ajuste de pressão em cada posição de válvula. Sua interface AS tem especificação 2.1, com um bit e um LED de falha para cada escravo, conexão de rede e alimentação adicional via 2xM12, assim como diagnóstico por escravo. Modular e compacto para montagem em espaços reduzidos, a solução é extremamente indicada para máquinas especiais ou aplicações com ne- cessidades de alterações e expansões freqüentes, podendo reduzir em 40% os custos convencionais de instalação. O terminal de válvulas MPA FESTO pode encurta os tempos de ciclo em até 40% – devido, por exemplo, à utilização de tubos mais curtos –, consome menos energia e tem seqüên- cias pneumáticas otimizadas por meio do perfeito dimensionamento das cadeias de comando. Além disso, a montagem ideal de pares de 4 válvulas e 8 entradas com MPA-ASI cria transparência e diminui o risco de falhas. MA39_Noticias.indd 6 17/11/2008 12:07:16 �Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual //notícias Techmei 2008 Produtos Inversores para aplicações sujeitas a jatos Os inversores CA PowerFlex 40 tipo 4X/12 (IP66/54) com classificação NEMA/UL, e ArmorS- tart NEMA 4X são ideiais para ambientes rigo- rosos, como farmacêutico, automotivo, alimentos e bebidas. Eles oferecem as opções de encapsu- lamento, protegendocontra poeiras, respingos e jatos de água aplicados por mangueiras, produtos químicos cáusticos e corrosão. Disponíveis em tensões de 240, 480 e 600 volts para aplicações até 3,7 KW (5 HP). O PowerFlex 40 NEMA 4X é certificado pelo Na- tional Sanitation Foundation (NSF), e proporciona controle vetorial descentralizado, para aplicações que demandam controle de baixa velocidade e alto torque. Já o ArmorStart NEMA 4X oferece diver- sos métodos de partida, incluindo partida direta à plena tensão, reversão, controlador inteligente e freqüência variável. Aconteceu no mês de outubro a Feira Internacional de Tec- nologia em Máquinas e Equipamentos Industriais – Techmei. O evento estreou no circuito de feiras internacionais, idealizada pela Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei) e contou com a participação de 300 empresas. Entre elas a GE Fanuc, Siemens, Yaskawa, Deb’Maq. Alguns expondo seus lançamentos e outros reforçando máquinas que já foram lançadas. Apesar da adversidade do mercado, a feira alcançou seus objetivos, com diversas empresas que realizaram vendas de máquinas, em um total de R$ 80 milhões. O presidente da Abimei, Thomas Lee afirma “a Techmei já pode ser considerada um importante fórum de tecnologia e desenvolvimento do setor. Estamos muito animados já com a segunda edição do evento em 2010”,diz. A Gerente de Marketing da Yaskawa, Elisa Grabski fala da importância de participar da Techmei. “Existem muitos clientes da nossa empresa aqui no evento. Esta é uma excelente opor- tunidade de apoiar e manter o contato com eles. E é sempre interessante expor nossas novidades”, diz. Além da exposição das empresas a Techmei contou com palestras sobre mercado e economia dentro da abordagem: O desafio do crescimento. Exposição inédita trouxe máquinas e equipamentos de alta tecnologia para modernização do parque industrial do país, negócios somaram R$ 80 milhões. MA39_Noticias.indd 7 13/11/2008 18:16:19 � Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 //notícias Integradores Marília - SP Com mais de 100 projetos realizados, a Solution Automa- ção é distribuidora de diversas marcas entre elas Fenix Contact e Schneider Eletric. A empresa também oferece cursos e treinamentos. Em uma das realizações a Solu- tion Automação desenvolveu dois projetos para a Henkel Loctite do Brasil, localizada em Boituva/SP. Fundada em 1991 a Solution Automação Industrial, é vol- tada para o fornecimento de soluções na área de Indústria e Controle de Processos. A primeira tarefa da empresa, foi a criação de um robô de carga capaz de identificar o produto e entrega-lo em sua prateleira correspondente. Este desa- fio foi a pedido da empresa Bandag do Brasil. O primeiro é o projeto elé- trico e montagem eletrome- cânica do painel PLC SLC-500 (Sistema de transferência cas- cola). E o segundo é o sistema de transferência cascola com SLC-500 e iFix32 com módulo de receitas. Contato: joao.turatti@solution automacao.com.br Weg faz negócios no México A produtora de açúcar para bebidas não-alcoólicas do México, usina Tres Valles, fechou com a WEG a aquisição de um gerador de 40MW e uma casa de força com quadros elétricos de média e baixa tensão para um sistema de geração de 50MVA/17,5kV/60Hz, automatizados com equipamentos fabricados pela empresa. A aquisição, estimada em US$ 1,5 milhões, faz parte de um projeto de geração de energia que teve início em junho deste ano e tem término previsto para dezembro de 2009. O engenho tem capacidade de processar 10 mil toneladas de cana por dia, provenientes do município de Tres Valles e de cidades vizinhas, gerando mais de 1200 toneladas de açúcar a cada 24 horas. Foi propriedade do governo mexicano até o ano de 1988 e, depois dessa data, passou a fazer parte da PIASA – Promotora Industrial Azucareira S.A. Curtas A Deb’Maq fechou parceria para representar no Brasil a japonesa Fuji Machine, fabricante de máquinas-ferramenta e máquinas de montagem de circuito impresso. O acordo foi fechado durante o International Manufacturing Technology Show – IMTS, realizado em Chicago/ EUA. Até então, a fabricante japonesa não possuía representante no País. Com a parceria, a Deb’Maq prestará todo suporte para comercialização das máquinas Fuji, o que inclui treinamento, assistência técnica e repo- sição de peças, oferecendo uma estrutura para representação da marca no mercado nacional, fator decisivo para o fechamento da negociação, iniciada em fevereiro de 2008. Produtos PROFINET/PROFIsafe Com o sistema I/O descentralizado o PSSuniversal, pode realizar funções de comando orientadas para a segurança e/ou standard, de forma descentralizada em campo. A comunicação com o comando é feita através do PROFINET/PROFIsafe. Os usuários do PROFINET podem agora também usufruir das vantagens do sistema I/O descentralizado PSSuniversal: alta segurança, automação standard inte- grada, livre de interferências entre standard e segu- rança, estrutura de sistema modular, rápida colocação em funcionamento através do PSSuniversal Startup Software entre outras. Os benefícios dos novos módulos são: o endereço PROFIsafe é necessário apenas uma vez por cada estação descentralizada, isto significa que as definições de segurança de cada aparelho apenas se realizam num ponto; Manuseio simples (sem definição e gerencia- mento de endereço para cada módulo I/O); Aprovei- tamento ideal dos endereços/quantidade de FS, menos trabalho de planejamento e administração. MA39_Noticias.indd 8 13/11/2008 18:16:26 �Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual reportagem Chaves fim de curso a prova de explosão A Honeywell possui uma linha de produtos com projeto de encap- sulamento, o qual cumpre com as exigências de normas internacio- nais e nacionais. O projeto inclui um encapsulamento a prova de explosão dotado de um sistema que mantém e refrigera o faísca- mento dentro do invólucro. Ele não permite o aquecimento dos gases externos que cercam a chave fim de curso. A serie BX possui encapsulamento em aço inoxidável resistente a corrosão. As chaves fim de curso a prova de explosão da Honeywell são aplicáveis em: transportadores de grãos, perfurações para exploração de petróleo, instalações petroquí- micas, cabines de pintura, posicio- nadores de válvulas, equipamentos para mineração, pulverizadores de sal, máquinas para o segmento de papel e celulose, transporte e manipulações de materiais. Dentre suas certificações a empre- sa destaca: Atex, UL, CSA, IEC Ex. O grau de selagem inclui padrões do tipo NEMA 1, 3, 4, 6 e 13 e o grau de proteção IP67 possibilita aplicações em locais com sujeira, água e óleo. Destinados a locais perigosos como os da Classe I, Grupo B, C e D e Classe II, Grupo E, F e G. Produtos MA39_Noticias.indd 9 13/11/2008 18:16:34 10 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 manufatura Sistema de controle para processos de bateladas Há algum tempo os processos de bateladas deixaram de ser um mistério nas indústrias e no ambiente de automação. O cenário atual nos apresenta diversas maneiras de se controlar e monitorar um processo de bateladas, cada um com suas características, vantagens e desvantagens. Este artigo visa mostrar alguns detalhes de quatro maneiras diferentes de se automatizar um processo de bateladas a partir de um sistema de controle saiba mais Características dos CLP’s vendidos no Brasil Mecatrônica Atual 31 Base Automação www.baseautomacao.com.br Por Alan Liberalesso* Controle a partir de CLPs e IHMs Interagir com os equipamentos de campo, como válvulas, motores, sensores e outros dispositivos, através de CLPs (ou PLCs, Programmable Logic Controllers,em inglês) é o recurso mais comum na maioria dos processos industriais no mundo, inclu- sive no Brasil. Neste contexto, cabem ao PLC tarefas como: partida e parada de motores, aber- tura e fechamento de válvulas, contagem, temporização, monitoramento e controle de variáveis analógicas, seqüenciamentos, entre muitos outros. Nos processos de bateladas são utilizados alguns algoritmos de pesa- gem, tabelas de dados e procedimentos. O controle do processo é realizado pelo PLC, o papel dele é a execução das operações, sejam estas fixas ao longo de suas rotinas, sejam parametrizáveis através de alguma interface de operação. As IHMs, equipamentos para visua- lização e controle de processo, projetadas para o ambiente industrial e com dezenas de opções disponíveis no mercado, tem o papel de apresentar de maneira didática as informações do processo ao usuário do sistema. No sentido contrário, recebe os comandos gerados pelo mesmo e faz a “entrega” ao PLC por meio de sua interface de comunicação. MA39_Sistemas.indd 10 12/11/2008 13:40:50 11Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual manufatura MA F3. Tela de gerenciamento completo. O controle dos processos de batelada realizados pelo par PLC-IHM pode ser realizado de diversas maneiras, dependendo do hardware empregado, tipo de processo, número de receitas, entre outros. Assim: Processos e aplicações com uma única receita: neste caso, a IHM apresenta ícones, textos ou teclas de função (dependendo do modelo) onde são solicitadas operações como: iniciar receita/batelada, pausar, abortar, entre outros. A IHM pode apresentar informações como número do passo em execução, mensagens ao opera- dor, tempo da batelada, quantidades adicionadas, etc. O PLC recebe os comandos e executa as operações previamente estabelecidas em sua lógica de controle. É papel do PLC identificar a execução dos passos e gerenciar o processo de bateladas. Dependendo do processo e aplicação, os parâmetros desta receita podem ser alterados via IHM (tempos, ve- locidades, quantidades, etc.), porém a ordem de execução das tarefas (seqüenciamento da bateladas) não pode ser alterada; Em processos onde temos mais de uma receita: pode-se trabalhar de maneira semelhante à anterior, somente acrescendo ferramenta para seleção da receita via IHM. Também neste caso existe a opção de se utilizar valores previamente definidos no PLC ou alterá-los via IHM. A maioria das IHMs existentes no mercado obriga que todos os parâmetros das receitas sejam armazenados no PLC, em tabelas de dados que são copiadas para a área de trabalho após seleção e solicitação feita • • pelo usuário do sistema. Alguns modelos permitem que todos os dados das receitas fiquem armazenados na própria IHM, liberando memória no PLC e reduzindo drasticamente a necessidade de lógicas de- dicadas ao armazenamento e manipulação destes dados no mesmo. A utilização do par IHM-PLC não per- mite controle de versão, revisão e autoria. Além disso, limita o número de receitas, o acesso aos dados das mesmas, e não permite alterar o seqüenciamento das operações. Apesar de normalmente vincularmos processos de bateladas a tanques de produção, adições de matérias-primas, procedimentos, etc., existem muitas máquinas e linhas de produção que apesar atuarem dentro de processos contínuos ou de controle discreto utilizam parte do princípio de controle de batelada para seleção de produtos, peças, formatos e setup das mesmas. Veja os exem- plos na figura 1, figura 2 e figura 3. Controle com PLCs e SCADA O princípio de controle é o mesmo. A diferença é que com a utilização de sistemas supervisórios tem um grande incremento de capacidade, funcionalidades e ferramentas para interagir com o processo. As aplicações geradas para este tipo de sistema rodam em microcomputadores, os mundialmente conhecidos PCs. Primeiramente, cada equipamento ou dispositivo do processo que é controlado pelo PLC pode ser manipulado a partir do sistema supervisório. Comandos como abrir/fechar/ligar/desligar, seleção de modo de operação (manual, automático, manu- tenção) são feitos a partir de janelas de controle individualizadas. A indicação dos status (ligado/desligado/aberto/fechado/em alarme/inibido/em manual/em automático) também é feita de maneira individual e para todos os equipamentos. Variáveis de processo (temperatura, pressão, vazão, nível, F2. Tela de parametrização.F1. Tela de seleção de receitas. MA39_Sistemas.indd 11 12/11/2008 13:43:47 12 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 manufatura velocidade) são monitoradas e controladas a partir de computadores, fisicamente po- sicionados junto ao processo, em salas de controle, ou remotamente, a quilômetros de distância. E o processo de batelada, o que esta arquitetura pode proporcionar? Com relação à capacidade de armaze- namento de receitas, milhares podem fazer parte do sistema; quanto ao gerenciamento das mesmas através da tela do computador, pode-se visualizar e selecionar utilizando filtros como código, versão, família, produ- to, receita. Além desses, é possível definir o tamanho da batelada e a quantidade de bateladas a produzir. Como controle, operações como pausar, parar, abortar, pular passo, alterar parâmetros e tempos, são operações comuns. Pode-se até montar uma fila de produção, onde são selecionadas todas as bateladas para um determinado período (hora, turno, dia). As telas de acompanhamento da pro- dução trazem informações importantes do processo e da batelada, como a indicação do passo atual, dos passos executados com os respectivos registros (quantidade real, tempo consumido, alarmes, etc.), das ba- teladas que estão em execução, do status e conteúdo dos tanques. Gráficos registram o comportamento das variáveis e as telas sinóticas (que apresentam o layout do pro- cesso) trazem em tempo real as informações do chão-de-fábrica. Neste sistema fica restrita a alteração da ordem de execução dos passos e assim como na arquitetura anterior, não é possível repetir um passo já executado, operações em paralelo, defasagem entre passos, etc. Exemplos na figura 4 e figura 5. Controle por PLC, SCADA e Sistemas MES (Sistemas de Execução da Manufatura) Nesta arquitetura o sistema supervisório mantém a atribuição de monitoramento e controle do processo, mas o gerenciamento da batelada cabe a um sistema MES, de- senvolvido através de linguagens de progra- mação de alto nível. Neste caso, todas as informações referentes às receitas (códigos, matérias-primas, passos, procedimentos, etc.) ficam armazenadas em bancos de dados do tipo relacional, os quais proporcionam, entre outras vantagens, maior capacidade de armazenamento, utilização de ferramentas de consulta, acesso remoto e por mais de uma estação de trabalho/operação, rastreabilidade e trabalho com sistema de armazenamento aberto e escalonável. O sistema MES contempla telas e re- cursos para cadastro de matérias-primas, procedimentos, parâmetros e registros, bem como a montagem da receita com dados de cabeçalho (código, nome, descrição, data de criação e revisão, versão, produto, etc.), e com a composição dos passos com os respectivos procedimentos, sejam estes relacionados aos processos de dosagem, sejam instruções de trabalho ou procedimentos de controle (ex.: agitação, resfriamento, tempo de espera, etc.). Também é papel deste tipo de sistema a interface para solicitação de produção (lotes a produzir, número de bateladas, etc.), uma ferramenta para acompanhamento da produção (lotes em andamento, bateladas concluídas, status, etc.). O sistema de relatório também faz parte de um sistema MES, seja ele gerado dentro do próprio sistema, seja atravésde algum software de relatório de mercado ou mesmo a partir de ferramenta Web (para consulta através de um navegador como o Internet Explorer, da Microsoft) Em uma visão mais ampla, o sistema MES responde por: Cadastros: toda a entrada de dados que visa alimentar as tabelas do banco de dados com informações para futura; Solicitação de produção: interface onde é inserido o plano de produção, ou seja, a relação de receitas a pro- duzir, o número de lote ou ordem de fabricação e o número de bateladas desejadas de cada uma (figura 6); Acompanhamento da produção: interface para visualização do anda- mento da produção, com status das receitas, bateladas em andamento, concluídas ou na fila para produção (figura 7); Relatórios: ferramenta de consulta que permite fazer a rastreabilidade de um lote ou seqüência específica e também, na combinação de seus filtros, a consulta de bateladas pro- duzidas no passado (figura 8). • • • • F4. Tela sinótica. F5. Tela de gerenciamento e acompanhamento. MA39_Sistemas.indd 12 12/11/2008 13:41:07 13Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual manufatura Controle via PLC, SCADA e Softwares de Bateladas (baseados na norma para bateladas ISA S88) Dependendo da característica do processo e da flexibilidade exigida pelo mesmo, uma aplicação para batelada deverá ser muito mais que um seqüenciador de passos combi- nado com procedimentos específicos como adição de matérias-primas, aquecimento, agitação, tempos de espera, etc. Operações como paralelismo, defasagem de passos, transições baseadas em eventos, loops, etc., podem ser exigidas para a execução da receita (produção da batelada). E aí que entram a norma ISA S88 e os softwares de bateladas. Resumidamente, a S88: Define um modelo para controle de bateladas o qual é usado como um padrão por muitas indústrias; Fornece uma terminologia comum para o controle de bateladas, permi- tindo que usuários diferentes possam expressar suas idéias sobre uma base comum e esta base comum de terminologias e modelos permitem aos usuários integrarem soluções de diferentes fornecedores; A norma especifica que o código do controlador deve ser dividido em pe- quenas partes (módulos de controle), e o fato de termos pequenos códigos permite que as receitas sejam modi- ficadas com maior facilidade; Se duas plantas/linhas tiverem equi- pamentos semelhantes, pequenos códigos permitem uma implemen- tação mais fácil com a reutilização dos códigos; Conceitua a separação do controle do equipamento do controle do procedimento (receita) que descreve como fazer o produto final, permi- tindo múltiplos produtos, múltiplos procedimento, múltiplas unidades de produção. Os softwares de bateladas de mercado visam atender à norma ISA S88 e possuem ferramentas adicionais que permitam a integração destes com PLCs, por exemplo, e também ferramentas que agregam valor aos usuários e que procure diferenciá-lo dos outros softwares disponíveis. O modelamento do sistema é dividido em duas partes: • • • • • F6. Tela de cadastro de receitas. F7. Cadastro de procedimento. F8. Acompanhamento de bateladas. MA39_Sistemas.indd 13 12/11/2008 13:41:16 14 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 manufatura 1. Modelamento físico do processo Célula de processo: onde é definida a área responsável para a produção das bateladas (planta/processo/linha); Unidades: conjunto de módulos de controle e de equipamentos responsável pela execução de uma, algumas ou todas as etapas do processo (tanques, reatores, silos, etc.); Módulo de equipamento: conjunto de equipamentos que realizam ativida- des do processo, como aquecimento, dosagem, etc; Módulo de controle: dispositivo de controle, como válvula, motor, sen- sor, etc. 2. Modelamento procedural do processo Procedimento: estratégia para exe- cução do processo/batelada; Procedimentos da unidade: conjunto de operações utilizadas para seqüen- ciamento dentro da unidade; Operações: conjunto de atividades agrupadas e que visam o atendimento de necessidades da batelada/pro- cesso; Fases: realização de tarefas/ações bá- sicas e simples, como adição de ma- teriais, agitação, transferência, entre muitos outros. O software de bateladas é dividido em módulos, sendo que a base é definida por: Equipment Editor (modelamento físico), Recipe Editor (modelamento procedural), Server (gerenciamento da batelada e comu- nicação do módulo View com o PLC), View (interface ao operador para visualização e controle das bateladas), Archiver (geração dos registros eletrônicos das bateladas) e Report Editor (criação e customização de relatórios com os registros eletrônicos). O sistema supervisório continua com a atribuição de monitoramento e controle do processo. Ao PLC cabe toda a interface com o chão de fábrica, como as tarefas de partida e parada de motores, abertura e fechamento de válvulas, monitoramento e controle de variáveis analógicas. Do modelo físico definido para o controle da batelada cabem ao PLC as rotinas com as phases e os estados das mesmas, cada uma com uma função especifica como agitação, adição de materiais, resfriamento, entre outras, definidas quando do modelamento do sistema de bateladas. Veja os exemplos na figura 9, figura 10 e figura 11. • • • • • • • • Conclusões A solução a ser adotada deverá ser definida após a análise de uma série de fatores, como característica do processo, necessidades do sistema de formulação, estrutura e número de receitas, parâmetros e registros necessários, infra-estrutura de automação existente e/ou requerida, custos envolvidos, entre outros. Dependendo das informações acima será possível afirmar quais soluções atenderão às necessidades do processo. E quando mais de uma solução atender aos propósitos, caberá uma análise sobre necessidades futuras e relação custo-benefício para se definir qual solução será adotada e implementada. Alan Liberalesso é engenheiro de aplicações da BASE Automação e colaborador do “Batch Control Comunidade Online”. MA F9. Phases (Procedimentos) de uma Unit. F11. Receita em SFC. F11. Phases e estado no PLC. MA39_Sistemas.indd 14 12/11/2008 13:41:23 15Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual automação A Controle de patrimônio via RFID saiba mais Rastreabilidade de pallets via RFID Saber Eletrônica 429 Tecnologia RFID no armazena- mento de Pallets Saber Eletrônica 428 Vantagens da Tecnologia RFID www.acura.com.br/rfid Tecnologia RFID www.azuum.com.br/site/ sobre_rfid/sobre_rfid.html A tecnologia RFID e os benefícios da etiqueta inteligente para os negócios www.unibero.edu.br/down- load/revistaeletronica/Set04_ Artigos/A%20Tecnologia%20 RFID%20-%20BSI.pdf s tecnologias de comunicação disponibiliza- ram uma nova maneira de se fazer negócios, e na forma de gerenciar grandes quantidades de informações. No entanto, apesar desta contribuição tecnológica, que tornou as operações logísticas muito mais flexíveis e dinâmicas, verifica-se que existe ainda um grande distanciamento entre o mundo virtual (sistemas) e o real (empresa). A acuracidade e a rapidez das infor- mações adquiridas em cada estágio são de fundamental importância para alimentar as decisões estratégicas e operacionais que possibilitem dar sustentabilidade e contribuir com os negócios empresariais. Antonio Dresch Jr, Danny R. Efrom e Dieison Grumovski Conheça o desenvolvimento de um sistema eletrônico para o controle de patrimônio através de uma pesquisa aplicada para identificar uma solução de automatização, por meio de sistema de Identificação por Rádio Freqüência (RFID). O foco do artigo foi controlar itens (tags)que estão em um ambiente pré-estabelecido. Utilizando-se a metodologia para desenvolvimento de novos produtos, foram testa- das várias configurações para o sistema, produzindo os protótipos apresentados MA39_Controle.indd 15 12/11/2008 14:18:38 16 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 automação Houve grandes avanços na questão da alimentação dos sistemas de informações, que caminhou desde a simples digitação, passando pelos códigos de barras e 3D até as atuais etiquetas eletrônicas de identificação por rádio-freqüência (tags). Tais tecnologias proporcionam elevado grau de integração, na medida em que possibilitam a atualização das informações em tempo real. Por sua vez, a necessidade de atender a uma demanda mais customizada, assim como de melhor gerenciar operações descentrali- zadas em complexas redes logísticas, trouxe uma série de desafios na forma de lidar com o vasto fluxo de informações gerenciais. Somado a esses fatores, a busca por meios de transmissão de informações, que propiciassem maior mobilidade aos usuários, possibilitou o desenvolvimento de maiores aplicações em sistemas de identificação, baseados na transmissão por rádio-freqüência. Esta tecnologia desencadeia uma revo- lução que é a base para uma nova realidade na identificação de produtos, com impacto direto no controle de patrimônio e nos processos logísticos de toda a cadeia de abastecimento, seja na fabricação, no controle de estoque ou na compra e venda destes. A flexibilidade de sistemas RFID é o seu grande fator positivo. Quando comparada com outros sistemas de identificação, como o código de barras, o RFID ganha em confiabilidade (códigos de barras tendem a apagar com o tempo), facilidade de leitura (tags podem estar dentro d’água, lama, ou circundados por metal) e não precisam de leitor apontando diretamente para ele, ou seja não necessita de visada. Além disso, como a captura de dados é feita de forma automática, existe a redução de falhas humanas no processo. Tecnologia RFID O levantamento de patrimônio possui uma dinâmica difícil quando se utilizam os sistemas atuais como numeração para leitura visual ou códigos de barras, prolon- gando o tempo de execução, exigindo uma equipe de pessoas destacadas para que esta tarefa seja feita com agilidade, onerando os recursos da empresa. Já o controle de patrimônio (controle de bens móveis) exige uma supervisão permanente e dependendo do tamanho e arquitetura da empresa, nem sempre é possível fazê-la com eficácia. Segundo a CSP-CONPAT (2006) os ativos permanentes de uma empresa, como equipamentos e mobiliários, sofrem perdas definitivas com o processo de depreciações e perdas contábeis recuperáveis em função do descasamento provocado pela inflação sobre os valores de aquisição dos bens ou por mudança de valor de mercado, exigindo um sistema de controle eficaz na gestão patrimonial. Levando em conta estes fatores é que surgiu a proposta de desenvolver uma solução de controle de equipamentos e mobiliário que atenda adequadamente as necessidades, utilizando tecnologia RFID, trazendo agilidade e eficácia ao processo. Vantagens Tal tecnologia permite a captura automá- tica de dados, para identificação de objetos com dispositivos eletrônicos, conhecidos como tag ou transponder que emitem sinais de radiofreqüência para leitores ou antenas, que captam estas informações. Os benefícios primários de RFID são: a eliminação de erros de escrita e leitura de dados, coleção de dados de forma mais rápida e automática, redução de processamento de dados e maior segurança. Quanto às vantagens da RFID em rela- ção às outras tecnologias de identificação e coleção de dados, temos: operação segura em ambiente severo (lugares úmidos, molhados, sujos, corrosivos, altas temperaturas, baixas temperaturas, vibração, choques), operação sem contato e sem necessidade de campo visual e grande variedade de formatos e tamanhos. Mas a principal vantagem do uso de sistemas RFID é realizar a leitura sem o contato e sem a necessidade de uma visualização direta do leitor com o tag. É possível, por exemplo, colocar a tag dentro de um produto e realizar a leitura sem ter que desempacotá-lo, ou, por exemplo, aplicar o tag em uma superfície que será posteriormente coberta de tinta ou graxa. A tecnologia RFID apresenta carac- terísticas peculiares que nenhuma outra oferece. Por exemplo, leitura simultânea de até 30 itens em um período de um segundo, utilizando-se de poderosos algoritmos de anti-colisão. Com isto pode-se realizar inventários de milhares de itens, utilizando um leitor de RFID manual. A incorporação de um leitor RFID a um coletor portátil de dados (leitor manual) viabiliza a implementação de soluções vol- tadas a rastreamento de ativos e produtos ao longo de uma planta, com a imediata captura e transmissão de dados. A RFID não é simplesmente um substi- tuto do código de barras, é uma tecnologia de transformação que pode ajudar a reduzir desperdício, limitar roubos, gerir inventá- rios, simplificar a logística e até aumentar a produtividade. Muitas empresas, devido ao seu imenso número de bens ou a constante movimen- tação de equipamentos, têm dificuldades em manter um histórico de confiança e atualizado do seu patrimônio. A tecnologia RFID permite que a empresa tenha total controle até mesmo em tempo real dos bens da empresa, tanto em termos de quantidade como de localização. Middleware RFID A tecnologia RFID trabalha constan- temente com fluxo de dados, esse fluxo de dados pode ser grande. Por esse e outros motivos faz-se à necessidade de um midd- leware eficiente. É importante entender que o middleware nada mais é do que uma camada de software que fica responsável por diversas funções, tais como, gerenciamento da rede de captura de dados e pelo fluxo dos mesmos. O middleware não constitui diretamente aplicações, pois uma de suas funções é o envio dos dados às aplicações, aos sistemas de gestão do processo, seja ele de produção, estoque, logística ou qualquer outro sistema que necessite desses dados. A Azuum, Alien, Symbol, IBM, Intermec/ Cagicomp e Sun são exemplos de empresas que desenvolvem esses middlewares. A tec- nologia RFID não teria sentido ao trabalhar de forma isolada, sem ter para quem enviar os dados recebidos, sem ter algum sistema de organização e processamento de dados. Sem esses sistemas, os dados captados pela tecnologia RFID não teriam utilidade, não gerariam informações para serem analisadas e interpretadas, seriam apenas dados. Esse é o principal motivo pelo qual o software (middleware) se faz tão importante para o sucesso da tecnologia RFID. Neste trabalho o middleware ficou responsável em receber os dados do leitor RFID e associá-los aos itens existentes nos ambientes. MA39_Controle.indd 16 12/11/2008 14:12:54 17Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual automação MA Desenvolvimento dos protótipos Utilizando o recurso de uma metodologia científica para projetos de desenvolvimento de novos produtos, foi selecionado o seguinte fluxograma e as suas fases: Fase 1 - Planejamento de Linha de Produ- to: estudo científico do foco do produto, auxiliado pelas consul- torias e empresas que apóiam o projeto. Fase 2 - Geração de idéias/conceitos: uti- lizando-se de técnicas existentes levantaram-se sugestões, opiniões e necessidades do mercado, para identificação de referências e es- timativas que contribuíram para a criação do produto. Fase 3 - Seleção de idéias/conceitos: estudo, tabulação e conclusão das etapas anteriores, definindo o objeto/pro- duto a ser desenvolvido. Fase 4 - Desenvolvimento técnico do pro- duto: a) Soluções e seleção de equi-pamentos e componentes eletrônicos; b) Identificação de Fornece- dores; c) Aquisição de materiais; d) Implementação na apli- cação. Fase 5 - Teste e validação do produto: e) Análise de Confiabilidade de leitura e aquisição de dados; f) Integridade da comuni- cação de dados; g) Integração das soluções com softwares embarcados e de banco de dados. Fase 6 - Protótipos: Montagem de protó- tipos. A partir do fluxograma realizado (figura 1) chegou-se a construção de dois modelos: um com a opção de possuir leitores manuais (portáteis), para locais onde existam objetos de baixo valor, por exemplo, e o outro com a opção de ter leitores fixos que realizam a leitura constante, indicada para a supervisão de objetos de alto valor agregado, que justi- ficam a obtenção de leitores dedicados. Testes e validação do produto Os quadros ao lado representam os testes práticos realizados com o intuito de encontrar a melhor solução para controle de itens (equipamentos e mobiliários) nos ambientes. Veja a tabela 1. Já a tabela 2 mostra detalhadamente os materiais utilizados e resultados dos testes realizados na pesquisa. Após os testes realizados com os dife- rentes produtos, verificou-se que o leitor (L1), as antenas (A1) e as tags (T1, T2, T10) não atendem o proposto, portanto foram escolhidos as seguintes configurações para a montagem dos protótipos apresentados a seguir. Protótipo I Este sistema tem como objetivo atender como ferramenta para controle e inventário do patrimônio para itens de baixo valor, para isto, optou-se por adaptar um Leitor RFID da Acuprox AP-09 com comunicação via cabo Serial ao computador embarcado (figura 2) associado às etiquetas World Tags. Esta configuração apresenta o melhor custo-benefício para a aplicação. O software de demonstração (midd- leware) foi desenvolvido na fase 6 do projeto e está disponível para acesso no computador embarcado do protótipo. T1. Identificação dos componentes. F2. Protótipo – Controle e inventário de patrimônio. F1. Fluxograma do projeto adaptado de Wille e Wille (2005). MA39_Controle.indd 17 12/11/2008 14:18:53 18 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 automação T2. Resultado dos testes realizados com os leitores e tags. MA39_Controle.indd 18 12/11/2008 14:19:56 19Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual automação Através do middleware desenvolvido pode-se realizar a leitura dos itens já associa- dos aos códigos das etiquetas, bem como sua localização, obtendo o levantamento (iden- tificação) e a rastreabilidade (localização) do patrimônio de forma automática. F3. Controle de patrimônio em tempo real. O software foi desenvolvido para propor- cionar a visualização dos itens encontrados em um ambiente escolhido, quando submetido ao leitor RFID, no caso, laboratório B-17 foi encontrado uma mesa e uma cadeira estofada. Este software foi montado de forma a viabilizar futuros testes de integração ao sistema de banco de dados já existente. Protótipo II Para este protótipo foi utilizado o leitor AcuWave Active Reader L-RX201, associado às etiquetas AcuWave Tag Asset L-TG800. Este tem como objetivo atender ao monitora- mento em tempo real dos itens de alto valor, justificando o custo das tags utilizadas. O software de demonstração foi adqui- rido junto com o Leitor, e está disponível para acesso no computador embarcado instalado (figura 3). Conclusões Os protótipos atenderam as necessidades planejadas, inclusive podendo ser utilizado como ferramenta de testes de trabalho para as empresas, kit didático (uso educacional) Antonio Dresh Jr. é pós graduado em Mecatrô- nica Industrial; sócio-proprietário da empresa Azuum – Tecnologia Industrial especializada em RFID e exerce atividade como docente na Faculdade de tecnologia Senai Joinville, nas áreas de Automação e Mecatrônica Industrial. Danny R. Efrom é pós graduado em Mecatrô- nica Industrial; sócio-proprietário da empresa Azuum – Tecnologia Industrial especializada em RFID e exerce atividade como docente na Faculdade de tecnologia Senai Joinville, nas áreas de Eletrônica Industrial e Sistemas de Controle. Dieison Grumovski é técnico em Mecatrônica Industrial e bacharelando no curso de Ciência da Computação. e para o conhecimento de novas tecnologias. Para concluir pode-se listar ainda alguns observações relevantes do RFID: a) Não necessita de contato físico; b) Permite ter acesso a dados em tem- po real; c) Indústrias, organizações e varejo já estão identificando os benefícios da tecnologia; d) RFID e estão começando a adotá-la em seus ambientes de trabalho. MA MA39_Controle.indd 19 12/11/2008 14:13:25 20 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 automação A Controle de patrimônio via RFID saiba mais Destilação de álcool: Desafio para a automação Mecatrônica Atual 36 Usinas de álcool e açúcar: A Auto- mação de um setor em franco desenvolvimento Mecatrônica Atual 33 s colunas de destilação em geral são equi- pamentos de separação mais empregados na indústria química, petroquímica e de biocom- bustíveis. A sua importância é devido ao alto custo energético do processo, que, em muitos casos, é superior a 70% do custo energético total em indústrias de transformação. Além de ser o processo que geralmente impede o aumento da produção (gargalo). No caso de usinas de etanol, a destila- ção é a última etapa do processo. Por isso, acaba recebendo as influências - na forma de distúrbios - de variações oriundas de processos precedentes, tais como compo- sição do vinho proveniente do processo de fermentação e, pressão e capacidade calorífica do vapor utilizado para aquecer as colunas. Vapor este que pode ser proveniente do processo de evaporação no caso de plantas mistas de açúcar e etanol ou de caldeiras de vapor utilizadas como fonte de energia por meio da queima do bagaço (subproduto da cana de açúcar). Além dos distúrbios, é necessário lidar também com diferentes regimes de operação, a interação entre as malhas, a existência de tempo morto e as não linearidades intrínsecas do processo. Para lidar com todas estas peculiaridades, as colunas de destilação necessitam de sistemas de controle capazes de manter o processo mais estável e eficiente possível. Otimização na destilação de etanol? André Ribeiro Lins de Albuquerque Apesar dos projetos de plantas de destila- ção atuais serem capazes de apresentar uma eficiência na extração de etanol superior a 99%, a energia necessária para a produção poderia ser melhor aproveitada, utilizando para tanto, estratégias de controle mais apropriadas ao processo. Atualmente, os aparelhos de etanol possuem uma eficiência energética que gira em torno de 80%. Este indicador é mensurado por meio de sistemas comercias que, utilizando modelos mate- máticos robustos para executar o balanço de massa e energia, calcula-se o consumo energético ideal para cada condição de entrada em cada aparelho (concentração alcoólica e temperatura de entrada do vinho). A eficiência energética é então obtida pela razão entre o consumo ideal e consumo real do aparelho (figura 1). O principal motivo para não se obter melhores indicadores de eficiência energética é a alta flutuação de variáveis controladas do processo, tais como: pressão nas colunas e temperatura TB4 (temperatura da ban- deja 4 na coluna B, utilizada para inferir a concentração alcoólica do etanol). Isso acaba acarretando um gasto desnecessário de energia para realizar o trabalho de se- paração do etanol. Além do fator energético, outro fator de desempenho que pode ser aumentado MA39_Otimizacao.indd 20 12/11/2008 14:54:20 21Novembro/Dezembro 2008 :: MecatrônicaAtual automação MA significativamente é o referente à capa- cidade produtiva (figura 2). O motivo é simples, em muitos momentos de uma safra de cana-de-açúcar, o “gargalo” deixa de ser o fornecimento de matéria prima, passando a ser a capacidade de produção dos aparelhos de destilação. Portanto, existe a necessidade de uma tecnologia de controle que permita que o processo opere em múltiplas condições. Pode-se citar a condição de máxima economia de energia (escassez de matéria prima, por exemplo) e, as condições de produção máxima que ocorrem em situações de excesso de material a ser destilado. Para tornar as plantas de produção de etanol mais produtivas, ou seja, produzindo mais e com menos recurso, algumas usi- nas já começaram a aplicar com sucesso tecnologias de Controle Avançado como, por exemplo, o Controle Preditivo Base- ado em Modelos (MPC). O objetivo do MPC é otimizar a operação de destilação através da predição do comportamento de variáveis controladas, minimizando os efeitos de distúrbios, acoplamentos entre as malhas e tempos mortos do processo. Existem registros recentes de ganhos de 6 a até 10% na produtividade dos aparelhos em usinas de álcool que estão começando a adotar este tipo de tecnologia. F1. Figura ilustrativa que apresenta como o indicador de eficiência energética é ob- tido em função da concentração alcoólica do vinho de entrada. F2. Representação normalizada de faixas de produção utilizando o controle regulatório convencional e MPC. F3. Aparelho de destilação de etanol. Destilação de Etanol: Breve Descrição Os aparelhos de destilação em usinas de etanol têm a configuração básica como apresentado na figura 3. A entrada do sistema é o vinho proveniente do processo antecedente – a fermentação - e a sua com- posição alcoólica gira em torno de 7 a 12º GL2 (unidade de medida para especificar o teor alcoólico em volume), água (aproxi- madamente 90%) e os demais componentes encontrados em menores quantidades tais como: glicerina, ácidos succínico e acético, leveduras e bactérias, sais minerais, etc. Para a obtenção do etanol para uso como combustível, também conhecido como álcool hidratado, tem-se duas prin- cipais operações; destilação propriamente dita (coluna A) e a retificação (coluna B). Conforme apresentado na figura 4. A coluna A tem por finalidade esgotar a maior quantidade possível de etanol do seu produto de fundo, que é denominado vinhaça. Esta, retirada em uma proporção aproximada de 12 litros para cada litro de álcool produzido, é utilizada na lavoura como fertilizante, sendo seu calor parcialmente recuperado pelo vinho no trocador de calor K. A finalidade da coluna B é concentrar a flegma a uma graduação de aproximada- mente 96º GL (unidade de medida para MA39_Otimizacao.indd 21 12/11/2008 14:54:26 22 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 automação especificar o teor alcoólico em volume). A flegma é alimentada nessa coluna, onde é concentrada e purificada, sendo retirada sob a forma de etanol, duas bandejas abaixo do topo da coluna. Os componentes mais voláteis retirados no topo da coluna B passam por uma seqüência de condensadores (E, E1 e E2), dos quais retornam para o topo da B sob a forma de condensado (refluxo). Do fundo da coluna B é retirada uma solução aquosa chamada flegmaça que tanto pode ser reciclada no processo ou eliminada. Controle e Automação na Destilação de Etanol A automação utilizada nos aparelhos de destilação de etanol combustível (álcool hidratado) se propõe controlar diversas variáveis do processo, conforme apresen- tado na figura 4. Alguns destes controles são realizados na forma mestre-escravo (cascata) e regulatória convencional (PID). Somente o controle de pressão nas colunas e da temperatura da bandeja B4 que devem ser realizados de forma preditiva, utilizando para tanto, o controle MPC. A alimentação do vinho no aparelho deve ser realizada preferencialmente de forma direta, ou seja, um controle regulatório de vazão convencional. Durante muitos anos, controlou-se a temperatura da bandeja A16 pela variação da alimentação de vinho num formato de controle em cascata, porém, este tipo de arquitetura favorece ao aumento de transientes no aparelho, em outras palavras, deixa o sistema mais instável. Caso necessi- ta-se aumentar a produção do aparelho, o setpoint de vazão de vinho deve ser alterado obedecendo a uma rampa suave. Todas as outras vazões de entrada e saída do aparelho de destilação devem ser controladas como malhas internas dentro de uma arquitetura de controle em cascata. Este tipo de abordagem além de permitir o controle mestre mais efetivo das variáveis como temperaturas no topo e níveis nas bases das colunas favorecem também o fechamento do balanço de massa e energia da destilaria. A aplicação de técnicas de controle preditivo baseado em modelo (MPC), para controlar variáveis de pressão nos aparelhos e temperatura da bandeja B4 (Figura 4), esta última, utilizada para inferir a concentração alcoólica do etanol de saída, favorece a esta- bilidade do processo e, conseqüentemente, a economia de energia e aumento da capacidade F4. Diagrama P&ID de um aparelho de destilação de álcool hidratado. F5. Ilustrações do funcionamento da tecnologia MPC. A imagem a) representa a comunicação entre os controladores PIDs de vazão com o MPC; a imagem b) representa a arquitetura conceitual do MPC para o controle de pressão da coluna A. F6. Faixas de operação utilizando o controle de pressão da coluna A convencional e o MPC. MA39_Otimizacao.indd 22 12/11/2008 14:54:33 23Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual automação André Ribeiro Lins é PhD em Mecatrônica e Diretor de Negócios da Pentagro Soluções Tecnológicas. produtiva dos aparelhos. O MPC, na prática, funciona como um controle mestre (figura 5a e 5b), definindo os melhores setpoints de vazão para cada regime operacional. A técnica de controle MPC é uma estratégia de controle multivariável bas- tante difundida na indústria de processos. O MPC, basicamente utiliza um modelo dinâmico do processo para predizer o seu comportamento futuro (figura 5b). Esta predição é atualizada, ou corrigida, a cada iteração, com a medição das variáveis do processo. As ações de controle são calculadas de modo a minimizar a diferença entre a predição e a trajetória de referência. Entretanto, a utilização de um modelo linear na síntese do controlador não é sufi- ciente para garantir um bom desempenho do controle para processos não lineares, como é o caso de aparelhos de destilação de etanol. Isto devido a não consideração de certos comportamentos dinâmicos no modelo, ou mesmo variações dos parâmetros em diferentes condições operacionais. Nas figuras 6 e 7, são apresentados o controle da pressão na coluna A e a tem- peratura da bandeja B4 de uma usina no interior de São Paulo, aplicando o controle regulatório convencional e depois de um período adotando o MPC. Com a dimi- nuição das flutuações do processo com o uso do MPC, contatou-se um aumento na eficiência energética do aparelho de 8%. Isso significa, para este aparelho em questão, uma economia de 3,2 toneladas de vapor de escape por hora. Para manter os ganhos atingidos após a aplicação do MPC, deve-se manter uma rotina de gerenciamento do desempenho das malhas de controle, seja para sintonizar F7. Faixas de operação utilizando o controle da temperatura da B4 convencional e o MPC. os controles regulatórios (PIDs), ou mesmo atualizar o modelo preditivo. Isso porque, após a obtenção do modelo preditivo e ajustes das malhas, o desempenho da mesma tende a se deteriorar lentamente com o tempo, já que as condições do processo não são sempre as mesmase os hardwares sofrem desgastes naturais. Desta forma, uma vez detectada uma perda de desempenho, pode-se diagnosticar a causa raiz do problema, podendo-se fazer uma manutenção preventiva na automação em destilarias de álcool. É certo que com a implantação de técnicas de controle avançado, como o MPC, obtém - se um salto no rendimento dos aparelhos, refletindo-se em aumentos de rentabilidade em curto prazo para as destilarias de etanol, porém, ainda existem margens de ganhos significativas que podem ser obtidas em longo prazo, o maior deles é sem dúvida o aumento da concentração alcoólica no processo fermentativo, pois, quanto mais enriquecido chegar o vinho na destilaria menor será seu custo energético. Outro ganho que se pode obter é por meio de ferramentas de otimização de toda a destilaria, levando-se em consideração desde o preparo do mosto, passando pelo processo fermentativo, centrifugação, destilação até chegar ao armazenamento do etanol. Com este tipo de ferramenta, as melhores condi- ções operacionais para cada necessidade de produção e recurso energético será obtida por meio de modelos matemáticos e algoritmos sofisticados que buscarão sempre a maior rentabilidade possível dada as condições de demanda e oferta de etanol e energia. MA MA39_Otimizacao.indd 23 12/11/2008 14:54:45 24 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 automação A Controle de patrimônio via RFID saiba mais Sistema de monitoramento e estimativa dos tempos de operação do disjuntor Mecatrônica Atual 31 tualmente, as empresas estão sob intensa pressão competitiva para promover o aumento da eficiência em seus processos industriais, por meio de mão de obra qualificada e pela otimização de seus ativos. A necessidade de visualizar em tem- po real os dados de produção, custeio e condições operacionais, para tomada de decisões estratégicas e resposta rápida às mudanças das condições de operação e mercado, justifica os grandes investimentos em infra-estrutura e automação. Entretanto, a automação é necessária mas não é suficiente. Para maximizar a eficiência do processo e o retorno do in- vestimento nos ativos é necessário investir em treinamento de operadores e aplicar técnicas de otimização de processos. Este artigo descreve os conceitos básicos desde a automação do processo até a geração e moni- toramento de indicadores de desempenho que permitem acompanhar em tempo real a “saúde” dos ativos de uma planta industrial, comparando o desempenho atual com o ótimo calculado a partir de modelos rigorosos do processo Monitoramento online do desempenho da planta industrial Cláudio Adriano Policastro André Ribeiro Lins de Albuquerque Paulo Garcia de Souza MA39_Monitoramento.indd 24 12/11/2008 16:27:26 25Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual automação F1. Pirâmide de integração dos dados da planta industrial. Alie se ao fato que, devido à natureza dinâmica dos processos industriais, existe a necessidade de se acompanhar em tem- po real o desempenho dos mesmos. Esta necessidade originou os conceitos que forma a base do “Monitoramento online do desempenho”. O monitoramento online do desempenho da planta industrial tornou-se uma tarefa essencial para gerentes e demais tomadores de decisão que necessitam manter o controle de seus ativos e buscam a otimização dos mesmos. Ele pode ser definido como o processo de medir a utilização de recursos existentes, compreendendo os desvios entre o real e o desejado, determinando o impacto da degradação da utilização ótima destes recursos em relação aos objetivos estratégicos de uma organização, por meio, da produção de indicadores chave de desempenho. Integração dos Dados da Planta Industrial A adoção de uma solução de otimização online de desempenho se inicia pela integra- ção dos dados da planta, com o objetivo de fornecer dados do processo em tempo real para o sistema de monitoramento. As plantas industriais geram grande quantidade de dados que não são utilizados em todo o seu potencial como fonte de informação e conhecimento, por estarem dispersos ou desorganizados. A utilização de soluções da Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Automação (TA) favorece a integração da planta industrial, disponi- bilizando todos os dados para o negócio e para a tomada de decisão, tornando a planta industrial mais transparente. A integração efetiva da planta industrial e a disponibilização de seus dados para os níveis superiores da empresa (Engenharia de Processo, Gerência Industrial, etc) passa pela integração elementos e sistemas em diversas camadas ou níveis, como apresen- tado na figura 1. A integração dos dados da planta indus- trial começa pela implantação e integração de elementos básicos da Tecnologia da Automação (Atuadores e Sensores), capazes intervir no processo e detectar o estado de operação do mesmo. Nesta camada, encontram-se elementos, como sensores de nível, de pressão, de temperatura, de fim de curso, válvulas, inversores, motores, bombas, entre outros. Em uma camada superior (Controla- dores), a integração dos dados da planta é realizada por meio de sistemas de controle (e.q SDCD ou CLPs) . Toda planta indus- trial precisa de algum tipo de controlador para garantir uma operação segura, estável e economicamente viável. Os controladores monitoram o estado real do processo, recebendo sinais dos sensores físicos presentes em pontos estra- tégicos. As grandezas físicas (e.q. pressão, temperatura e vazão) são transformados em sinais discretos (ligado ou desligado) ou contínuos (pressão, nível, vazão, entre outros). Estas grandezas são então empregadas em lógicas de controle que permitem ao controlador calcular o seu estado de saída (ação de controle), considerando diversas especificações (como por exemplo: o set point de uma temperatura ou pressão). Então, esta ação de controle calculada pelo controlador é convertida em um sinal que é enviado para um atuador (e.q válvula, motor, bomba) que modifica o estado do processo, mantendo o mesmo em uma con- dição de operação específica e corrigindo eventuais desvios. Em uma camada mais alta (Superviso- res), encontram-se os sistemas supervisórios (SCADA ou Supervisory Control and Data Acquisition). Estes sistemas se comunicam diretamente com os Controladores e são responsáveis por adquirir os dados dos sensores e atuadores existentes na planta e apresentá-los aos operadores por meio de uma representação gráfica do processo, em telas de computadores (PC) dedicados para a operação de supervisão. Estes sistemas são capazes de apresentar os dados reais do processo na forma de números, gráficos de barras, gráficos de tendências e outros elementos, informan- do os operadores sobre todos os eventos importantes ocorridos na planta. Estes sistemas também permitem aos operadores atuar no processo, alterando as condições de operação (set point) na qual os CLPs devem manter um processo. Nesta camada de integração de dados, os sistemas supervisórios freqüentemente formam ilhas de automação, controlando partes isoladas do processo (por exemplo, destilação, fábrica de açúcar, fermentação, etc.) sem considerar a integração das infor- mações de toda a planta. MA39_Monitoramento.indd 25 12/11/2008 16:27:36 26 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2008 automação Para a integração efetiva dos dados, deve-se adotar, em uma camada superior da pirâmide de integração (SGP ou Sis- temas de Gerenciamento da Produção), os denominados sistemas de gerenciamento de informações da planta (PIMS ou Plant Information Management System). Um sistema PIMS adquire periodica- mente dados de processo da planta indus- trial de diversas fontes,como os sistemas supervisório e sistemas de laboratório e, assim, os reúne e armazena em um banco de dados históricos. Dessa forma, o PIMS permite a dis- ponibilização dos dados de toda a planta industrial para utilização por sistemas de gerenciamento e engenharia de processo, além de outros sistemas localizados nos níveis mais altos de uma empresa, como por exemplo, os sistemas de execução da produção (MES ou Manufacturing Execution Systems). Sistemas MES são sistemas de gestão que possibilitam o integrar os níveis admi- nistrativos com a produção, normalmente gerando e acompanhando um plano de produção que visa atender aos compromissos de vendas e as condições de disponibilidade de estoque e ativos. Idealmente, estes dois sistemas podem trabalhar em conjunto em uma arquitetura na qual um sistema PIMS adquire e integra todos os dados da planta e disponibiliza para o sistema MES tratar estas informações para os níveis mais altos da empresa. Entretanto, existe uma grande con- fusão entre o papel dos sistemas PIMS e MES. Atualmente, muitos sistemas PIMS incorporam algumas funcionalidades de sistemas MES, tornando estes sistemas mais versáteis. Por outro lado, os sistemas MES que foram concebidos originalmente para o controle de processos de manufatura, também receberam funcionalidades de integração e armazenamento de dados de processos contínuos e batelada, aumentando ainda mais a sobreposição de tarefas entre estes dois sistemas. Neste ponto, uma maneira simples de entender o real papel destes dois sistemas é a seguinte: um sistema PIMS é um de- posito de dados e um sistema MES é um conjunto de aplicativos que usa os dados armazenados no PIMS. É nesta mesma camada de integração (SGP) que se localizam os sistemas de monitoramento de desempenho da planta. Normalmente estes sistemas são módulos adicionais dos sistemas PIMS ou MES, mas também podem ser construídos a partir de soluções de fornecedores independentes. Em uma arquitetura efetiva de funcio- namento, estes sistemas de monitoramento extraem dados dos sistemas PIMS, executam seus cálculos e tratamentos empregando os dados da planta, e escrevem seus resultados novamente no sistema PIMS para que estes estejam disponíveis para o sistema MES ou para os sistemas localizados nos níveis mais altos da empresa. A execução de um sistema de moni- toramento online do processo, da forma descrita anteriormente, e a disponibilização dos resultados para as camadas superiores da empresa. Isso permite a visualização da planta industrial, conduzindo à otimiza- ção dos ativos de uma organização, o que possibilita uma operação mais eficiente dos negócios. Na camada mais alta da pirâmide de integração dos dados, encontram-se os sistemas corporativos de gestão (ERP ou Enterprise Resource Planning), responsáveis pela transformação dos dados e informações da planta em informações de negócio. Desta forma, pela implementação desta estrutura de TI e TA, pode-se integrar os dados de processo aos de negócio, possi- bilitando o alinhamento das estratégias de produção às estratégias de outras áreas de empresa. Monitoramento online do Processo A integração dos dados industriais deste o chão de fábrica até níveis corporativos pode prover as ferramentas necessárias para um gestor tomar decisões em tempo real e administrar o negócio com eficiência. Uma das ferramentas mais importantes para este processo de gestão é o monitoramento do processo industrial. Nos últimos anos, o monitoramento de processo constituiu uma atividade essencialmente offline e realizada normalmente com uma periodicidade bai- xa (grandes intervalos de tempo), muitas vezes com o auxílio de simples planilhas personalizadas. Neste processo de monito- ramento, o tempo necessário para gerar e analisar estas planilhas é demasiado longo para permitir uma ação eficaz baseada nos resultados. Como conseqüência, pode-se observar uma deficiência grande na qualidade e na velocidade das ações para a recuperação de uma queda de desempenho da planta industrial. Nos últimos anos, surgiram também soluções que permitem a tomada de deci- sões baseadas em dados instantâneos do processo. Isso permite o acompanhamento do processo a qualquer momento do dia ou de um período desejado. Entretanto, estas soluções se limitam a monitorar as faixas de especificações e comportamentos estatísticos das variáveis do processo. Adicionalmente, estas soluções não permitem a busca pela condição operacional ótima da planta, uma vez que, não existe um modelo do processo para ser comparado com a situação atual do processo real. Neste contexto, técnicas de monito- ramento online que utilizam modelos matemáticos do processo e reconciliação de dados podem superar a estas deficiências, o que possibilita a tomada de decisão no momento certo, utilizando informação com alta qualidade e confiabilidade. Estas técnicas utilizam o modelo mate- mático do processo para comparar os dados da planta real e determinar os desvios exis- tentes em termos de operação e utilização de recursos. Isso permite que estas soluções apontem sempre a diferença entre o estado atual da planta industrial e seu ponto ótimo de operação, podendo resultar em ganhos aproximados entre 1-4% em eficiência do processo. “ Nos últimos anos, surgiram também soluções que permitem a tomada de decisões basea- das em dados instantâneos do processo.” MA39_Monitoramento.indd 26 12/11/2008 16:43:11 27Novembro/Dezembro 2008 :: Mecatrônica Atual automação MA Estas técnicas também utilizam a recon- ciliação de dados para melhorar a precisão das medições, pela redução do efeito dos erros introduzidos nos dados e pelo processo de medição (ruídos, má instalação de sensores, sensores descalibrados, etc). A principal diferença entre a reconcilia- ção de dados e outras técnicas de filtragem é que a reconciliação faz uso explicito de um modelo matemático do processo que fornece as restrições e relações entre as variáveis. Esta técnica obtém estimativas mais precisas das variáveis do processo, por meio de um ajuste das medidas brutas (extraídas da planta) para satisfazer às restrições e relações impostas pelo modelo do processo. Como resultado deste tratamento, espera- se obter medidas mais precisas do que as medidas brutas extraídas da planta. O objetivo fundamental de uma solução baseada nas técnicas de monitoramento online de desempenho fundamentado em modelos matemáticos do processo com reconciliação de dados é a extração de informação útil e consistente dos dados brutos do processo para suportar a tomada de decisão operacional da alta qualidade. As informações geradas por este tipo de solução pode conduzir à detecção de falhas de medição, degradação do desempenho da planta, necessidade de manutenção dos equipamentos, entre outros benefícios. Além disso, estas soluções melhoram o tempo de tomada de decisão sobre os processos industriais, pela disponibilização de indicadores de desempenho estratégicos para suporte a decisão. Os indicadores de desempenho medem o nível de desempenho de um processo, focando no “como” e indicando quão bem a utilização dos recursos da empresa permitem que o objetivo do negócio seja alcançado. Estes indicadores podem reve- lar aspectos importantes e essenciais do processo, como a eficiência energética ou a eficiência da operação de transformação da matéria-prima, entre outros aspectos que possibilitem a uma empresa alcançar os seus objetivos estratégicos. O cálculo destes indicadores estratégi- cos é favorecido pela existência do modelo matemático do processo, uma vez que, o desempenho atual do processo real pode ser comparado ao desempenho requerido para o mesmo,
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