Buscar

Letras de câmbio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Letras de câmbio
Conceito: A letra de câmbio é uma ordem de pagamento, à vista ou a prazo. Sendo uma ordem de pagamento que alguém dirige a outrem para pagar a terceiro, importa numa relação entre pessoas que ocupam três posições no título: a de sacador, a de sacado e a de beneficiário da ordem. O ato de criar a letra, quando o sacador a assina para ser submetida ao sacado, se chama assinatura, ou emissão ou saque. Se não houver espaço para serem lançadas as subsequentes obrigações cambiárias, é possível acrescer o documento de uma extensão de papel, que nele deve ser colada firmemente. A essa extensão, a Lei Uniforme chama anexo (art. 13), mas se usa também a expressão alongue.
Saque da letra de câmbio e situações resultantes
Sacador: é conhecido por subscritor, ou emitente da letra, pois é quem emite ou saca a ordem de pagamento.
Sacado: é a pessoa a quem a ordem de pagamento é dirigida; recebendo em suas mãos a letra e se dispondo a cumprir a ordem nela contida, aceita-a, nela firmando sua assinatura de reconhecimento: é a aceitação ou aceite. O aceite transforma o sacado em aceitante, que passa assim a ser o obrigado principal.
Tomador: é o beneficiário da ordem de pagamento, chamado também de tomador e seu primeiro portador; é o credor originário do título. Pode, para reforço de garantia do pagamento da letra de câmbio, ser concedido, por terceiro, um aval, que acresce à obrigação do aceitante, do sacador ou do endossador. Quem presta o aval é o avalista, tornando-se coobrigado.
Uma pessoa pode ocupar duas ou mais posições ao mesmo tempo
Legislação cambiária brasileira: A lei uniforme de Genebra adotada pelo nosso país possui reservas a fim de impedir a introdução em seu direito interno de certas normas uniformes, tendo em vista a preservação de suas conveniências e tradições jurídicas. 
Considera-se, em consequência, não incorporado ao direito interno brasileiro o preceito da Lei Uniforme atingido pela “reserva” usada pelo Governo, prevalecendo assim, nesse particular, o correspondente ao Decreto nº 2.044, de 1908; não havendo o uso da “reserva”, revogada está pela norma da Lei Uniforme a do Decreto nº 2.044, de 1908. Continua vigente o preceito desse Decreto quando não houver preceito correspondente ao da lei genebrina.
Segurança da circulação: cada uma das assinaturas apostas vinculam as pessoas que assinaram a letra de câmbio. Nela não existem, nem podem existir, assinaturas inúteis. Essas assinaturas são independentes umas das outras, no sentido de que as relações entre elas são de absoluta autonomia quanto às demais. A essa inversa circulação se chama direito de regresso, que o devedor posterior que pagou, e se tornou credor, tem contra um devedor anterior. Pode também F, o último detentor, exigi-la diretamente do aceitante B, que, pagando, desonera a todos os que se obrigaram na cadeia de endossos. Por isso se diz que os endossantes são também coobrigados, pois se vinculam obrigacionalmente à letra quando a transmitem, garantindo seu pagamento para os endossatários posteriores.
A essa impossibilidade de defesa fundada em direito pessoal de um devedor da letra de câmbio, contra um credor, detentor de boa-fé, a quem não está diretamente ligado na relação cambiária, se denomina inoponibilidade das exceções em relação ao terceiro de boa-fé (nº 601 infra).
é válida a renúncia do credor ao direito de regresso, isto é, se alguém, descontando uma letra de câmbio através de endosso, pode convencionar que o credor (endossatário) não lhe exigirá o reembolso, dirigindo-se apenas aos outros obrigados. Não temos dúvida de que é válido o pacto extracambial, mas essa renúncia vinculará estritamente apenas aos que a formularam.
Requisitos legais para a emissão da letra de câmbio
Cláusula cambiária: Não basta intitular o documento de letra de câmbio, colocando no seu tope essa designação. É essencial que esteja inserida em seu texto. A expressão “letra de câmbio”, por outro lado, traz implícita, em seu conteúdo, a cláusula à ordem. Chama-se, por isso, a expressão “letra de câmbio” de cláusula cambiária, tendo o mesmo efeito que a cláusula à ordem. Não é necessário, pois, que da letra de câmbio conste expressamente a cláusula à ordem, uma vez que está ela implicitamente contida na expressão “letra de câmbio”, a qual pode ser, destarte, transmitida por endosso.
Ordem incondicional de pagar quantia determinada- correção monetária e de juros /letras à vista, em data certa e a certo temo da data;
Sendo uma ordem de pagamento, deve a letra de câmbio expressar o que e quanto deva ser pago. O objeto da ordem é pagamento em dinheiro, não podendo ser em outra espécie de riqueza. Deve designar, portanto, a moeda e sua quantidade de forma clara e precisa. Quando houver divergência entre a indicação numérica e a alfabética da importância a pagar, prevalece a segunda, que é feita por extenso; se a indicação alfabética ou numérica, feitas mais de uma vez, no texto, divergirem, prevalecerá a que se achar feita pela quantia inferior (art. 6º da Lei Uniforme).
Assim, a letra de câmbio, que for sacada por devedor ou credor que resida fora do Brasil, pode determinar o pagamento em moeda estrangeira, bem como também é permissível essa espécie de moeda quando a letra decorra de obrigação assumida no exterior.
Designada moeda estrangeira, o pagamento, salvo determinação em contrário expressa na letra, deve ser efetuado em moeda nacional, ao câmbio à vista do dia do vencimento e do lugar do pagamento; não havendo no lugar curso de câmbio, pelo da praça mais próxima”. No tópico da quantia a ser paga pela letra, além disso, podemos aduzir inovação introduzida pela Lei Uniforme, que admite a cláusula de juros. Note-se, porém, que essa franquia se limita às letras de câmbio pagáveis à vista ou a um certo tempo de vista, como prevê o art. 5º.
Nome do sacado: que deve pagá-la. Essa pessoa é o sacado, que, recebendo a ordem, pode aceitá-la ou não. Aceitando-a, apõe a sua assinatura, na face do título, geralmente ao lado esquerdo, em sentido transversal. Transforma-se, assim, o sacado em aceitante, e no dia do vencimento deverá cumprir a sua obrigação de pagar a letra. É o obrigado principal. A lei uniforme permite que o sacador emita letra contra ele próprio. Claro, então, que a letra de câmbio tem os efeitos de nota promissória; o aceitante assemelha-se, no caso, ao emitente. Além disso, o sacador também pode designar-se como beneficiário.
Nome do tomador ou à ordem de quem deve ser feito o pagamento (precisa de endosso em preto ou em branco): LC ao portador (impossibilidade originária)
A pessoa a quem deve ser paga a letra é o credor da obrigação nela contida; chama-se, na linguagem cambiária, já o vimos, tomador ou beneficiário. É o primeiro portador. Entenda-se que detentor da letra é a pessoa que a detém, embora não seja reconhecida como proprietária, devendo entregá-la a quem o seja (Lacerda). Devido às preocupações da administração pública com a evasão fiscal acabaram por proibir os endossos em branco, determinando que a circulação dos títulos em geral se fizesse por via de endosso em preto. O desatendimento da forma nominativa implica a inexigibilidade do débito representado pelo título irregular.
Assinatura do sacador: O sacador, por isso, assinando a ordem de pagamento, se vincula à letra, pois é garantia tanto da aceitação como de seu pagamento (Lei Uniforme, art. 9º). Pode, todavia, em cláusula expressa, que insira no texto da letra, exonerar-se da garantia da aceitação, mas não se admite o mesmo em relação ao pagamento. O sacador pode, vale repisar, indicar-se como sacado ou como beneficiário. No primeiro caso, a letra de câmbio assume o efeito de nota promissória, pois o aceite por parte do sacador o torna devedor direto do beneficiário, como ocorreria se se tivesse obrigado por nota promissória, prometendo ao beneficiário efetuar o pagamento em determinada época. Pode ocorrer, por outro lado, que o sacador deseje desde logo assegurar-se de que o sacado aceitará a ordem, sem que ele, sacador,tenha decidido a favor de quem irá expedi-la. Por isso, admite-se ao sacador indicar-se, a ele próprio, como beneficiário e, obtendo o aceite, transmitir posteriormente a letra a favor de terceiro, por meio de endosso.
Lugar do pagamento (doutrina- não essencial)
Lugar do saque e data do saque (doutrina- não essencial): A indicação da data em que foi sacada a letra permite determinar se na ocasião o sacador tinha capacidade de se obrigar. Nas letras emitidas a prazo, a certo termo de data, necessita-se saber o dia do saque para determinar a data do vencimento. A data serve, também, para esclarecer se a letra foi ou não sacada no período suspeito, ou após a declaração da falência do sacador. O lugar do saque, que sempre acompanha por hábito o da data, tem especial interesse para a solução de certos conflitos de leis entre países diferentes.
Letra por ordem e conta de terceiro: 
A letra possa ser sacada por ordem e conta de terceiro, além de ser à ordem do próprio sacador, ou sobre o próprio sacador. Diz Saraiva que “o emitente da letra de câmbio pode sacar no seu próprio nome, mas por ordem e conta de outrem”. “Nessa hipótese, além de delegação do sacador ao sacado, há a comissão do terceiro ao sacador. A utilidade do saque por conta de outrem é manifesta na especulação bancária sobre a taxa de câmbio. Revela-se também na compensação de créditos. O saque por conta de outrem exercita a função do endosso”.
Ineficácia da Cambial por falta de requisitos essenciais:
Não seria letra de câmbio e não daria direito ao uso da ação cambial. O documento continua valendo como quirógrafo, como prova de uma obrigação comum escrita, destituída apenas de rigor cambiário. Estará fora do direito cambiário, mas tutelado pelo direito comum.
Regularização da cambial incompleta:
“se uma letra incompleta no momento de ser passada tiver sido completada contrariamente aos acordos realizados não pode a inobservância desses acordos ser motivo de oposição a portador, salvo se este tiver adquirido a letra de má-fé ou, adquirindo-a, tenha cometido uma falta grave”.
O portador de boa-fé pode, portanto, preencher o título completando-o de forma a revesti-lo, antes do ato de cobrança ou protesto, dos requisitos do art. 1º.
Requisitos intrínsecos:
“se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser válidas”. 
“Firmas falsas, como é óbvio, não geram obrigações, mas, não prejudicando a regularidade aparente do título, de nenhum modo impedem que este sirva de fundamento válido aos outros atos ou obrigações cambiárias; elas não têm, em resumo, validade substancial, mas a sua validade formal é rigorosamente igual à das firmas autênticas ou verdadeiras. Assim, a falsidade da firma do sacador não acarreta a nulidade do título, ou a da obrigação assumida pelo aceitante”. É por isso que, como veremos no estudo do endosso, prevalece a regra de que a pessoa que paga a letra é obrigada a verificar a regularidade da sucessão dos endossos, mas não a assinatura dos endossantes. Todo aquele que apuser a sua assinatura numa letra, como representante de uma pessoa, para o que não tinha de fato poderes, fica obrigado em virtude da letra e, se a pagar, tem os mesmos direitos que o pretendido representado. A mesma regra se aplica ao representante que tenha excedido os seus poderes.

Outros materiais