Buscar

Trabalho Posse Responsável e Campanha Anti rábica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O processo de urbanização, o estilo de vida nas grandes cidades e a necessidade 
de proteção fizeram crescer a aquisição de animais de companhia que são representados, 
em sua maioria, pelas espécies canina e felina. O homem passou a buscar a amizade 
incondicional, a fidelidade e o companheirismo do cão. Já os gatos estão sendo, cada 
vez mais, escolhidos devido a sua independência, higiene e necessidade de pouco 
espaço (SCHOENDORFER, 2001). O Brasil é o segundo país com a maior população 
de animais domésticos do mundo: são 101,1 milhões, perdendo somente para os Estados 
Unidos da América (EUA), com 146 milhões (FIOCCO, 2012). Segundo uma pesquisa 
realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de 
Estimação (ABINPET), em 2012, havia 37,1 milhões de cães e 21,3 milhões de gatos 
nos lares brasileiros. Apesar de estudos mostrarem que é crescente a preocupação dos 
proprietários com o bem-estar de seus animais, não é possível afirmar que esses dados 
retratam uma realidade comum a todos que possuem animais de companhia 
(PINHEIRO JR et al, 2006). Assim, para fins puramente epistemológicos, 
delimitaremos nosso enfoque nos “animais de companhia”, também denominados 
“animais de estimação”, que são os mais presentes nas grandes cidades, conforme 
pesquisa do IBOPE - Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística de setembro de 2000, 
segundo o qual 59 % (cinqüenta e nove por cento) da população brasileira possui algum 
tipo de animal de companhia, sendo 44 % (quarenta e quatro por cento) cães. 
De acordo com os mais recentes estudos médico-veterinários, a companhia 
desses animais para o ser humano produz os seguintes efeitos benéficos: 
a) Efeitos psicológicos: diminui depressão, estresse e ansiedade; 
melhora o humor; 
b) Efeitos fisiológicos: menor pressão arterial e freqüência cardíaca, 
maior expectativa de vida, estímulo a atividades saudáveis; 
c) Efeitos sociais: socialização de criminosos, idosos, deficientes 
físicos e mentais; melhora no aprendizado e socialização de crianças. 
O desenvolvimento da relação entre o ser humano e o animal de companhia 
ocorre no âmago de uma mudança comportamental importantíssima da própria 
sociedade, que passou a cultivar vários hábitos, tais como: menor número de filhos e 
mais recursos em geral; conferir ao animal de companhia o status de membro da 
5 
 
família; que passa a viver mais dentro de casa do que fora; o animal de companhia 
ganha seu espaço (OLIVEIRA, 2008) 
As discussões envolvendo bem-estar animal não são recentes, mas têm 
aumentado consideravelmente nas últimas décadas. O conceito de bem-estar é 
complexo e pode ser entendido como um estado de saúde mental e física, onde o 
indivíduo se encontra em harmonia com o ambiente em que vive (BRAMBELL, 1965 
apud SILVANO et al, 2010). A esta definição também se relaciona o conceito das cinco 
liberdades: o animal deve está livre de fome, sede ou nutrição deficiente; livre de 
desconforto; livre de dor, lesões ou doenças; livre de medo e estresse; livre para 
expressar seu comportamento normal (GUERIN, 2009). 
Para a promoção de bem-estar a um animal de companhia, é fundamental que 
seja exercida uma guarda responsável. Esta prevê que o proprietário deve proporcionar 
uma vida sadia, em que estejam inclusas todas as necessidades psicológicas e 
fisiológicas do animal, zelando pelo seu bem-estar, assistindo-o desde o nascimento até 
a morte e se preocupando com o controle populacional, por meio de acasalamentos 
programados e castrações, evitando assim a formação de uma população de animais 
errantes (REZENDE et al, 2012). 
Atualmente, o termo guarda responsável vem sendo utilizado como 
complemento à expressão posse responsável. O termo “guarda” pode ser usado tanto 
para designar a guarda exercida pelo proprietário como para outrem que tenha a guarda 
temporária do cão ou do gato. Já a expressão “posse” só pode ser usada para aquele que 
possui o animal, ou seja, o proprietário. Outras pessoas podem ter a guarda, mas não 
têm a posse, pois não são donas do animal (GOMES, 2013). 
A necessidade de difundir e praticar a guarda responsável no Brasil é 
emergencial. Para tanto, deve haver uma ação conjunta de vários setores da sociedade 
com o intuito de realizar campanhas educativas nas escolas e comunidades, exigir 
legislações mais rigorosas para maus-tratos, entre outras mudanças (GOMES, 2013). 
Na atualidade, observam-se legislações específicas tratando da guarda 
responsável, como é o caso do Município de São Paulo, que, através da Lei Municipal 
nº 13.131, de 18 de abril de 2001, conhecida como Lei Trípoli, dispõe sobre o registro, 
vacinação, guarda, apreensão e destinação de animais, além de prever o controle 
reprodutivo de cães e gatos e a educação para a guarda responsável; devendo-se 
ressaltar que o infrator dessas normas está, também, sujeito a sanções administrativas 
sob a forma de multa (OLIVEIRA,2008). 
6 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Geral 
Este trabalho tem como objetivo verificar a presença de posse responsável nas 
regiões adjacentes a UEMA – Universidade Estadual do Maranhão, levando em 
consideração toda a problemática que envolve este tema. 
 
2.2 Específicos 
a) Definir qual o entendimento da população envolvida quanto ao tema proposto; 
b) Verificar se esta população tem acesso ao atendimento de médicos 
veterinários para seus animais, incluindo vacinação e esterilização; 
c) Como é realizado o controle de zoonoses nessas áreas; 
 
7 
 
3 POSSE RESPONSÁVEL 
 
3.1 Conceito Científico 
Em 2003, durante a Primeira Reunião Latino-Americana de Especialistas em 
Posse Responsável de Animais de Companhia e Controle de Populações Caninas, foi 
elaborada a seguinte conceituação, obedecendo às mais modernas diretrizes da 
Medicina Veterinária e do entendimento formado entre ativistas de entidades de 
proteção dos animais. Assim, Guarda Responsável: 
É a condição na qual o guardião de um animal de companhia 
aceita e se compromete a assumir uma série de deveres centrados 
no atendimento das necessidades físicas, psicológicas e 
ambientais de seu animal, assim como prevenir os riscos 
(potencial de agressão, transmissão de doenças ou danos a 
terceiros) que seu animal possa causar à comunidade ou ao 
ambiente, como interpretado pela legislação vigente. 
Conforme a conceituação supramencionada, a guarda responsável de animais 
configura-se como um dever ético que o guardião deverá ter em relação ao animal 
tutelado, assegurando-se a este o suprimento de suas necessidades básicas e obrigando-
se a prevenir quaisquer riscos que possam vir a atingir tanto o animal, como a própria 
sociedade (SANTANA, 2004). 
 
3.2 Conceito Legal 
Utilizando-se, de modo geral, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, 
infere-se que o conceito legal de guarda responsável implica na conduta humana de dar 
ao integrante da fauna o devido respeito, não o submetendo a maus tratos e a atos cruéis, 
nem o explorando, muito menos promovendo o seu extermínio desnecessário ou cruel. 
Em virtude do caráter genérico desse conceito, deve-se buscar, no ordenamento 
pátrio, a melhor conceituação que atenda a realidade nacional. Contudo, essa tarefa é 
deveras complexa, por faltar uma norma federal específica sobre guarda responsável, 
sendo necessário procurar as legislações municipais que tratam do tema para se alcançar 
à idéia que formará um conceito legal adequado à realidade nacional (OLIVEIRA, 
2008) 
8 
 
Em toda a dimensão que deve ter a guarda responsável como paradigma de uma 
nova ética entre o homem e o animal, nos valhamos da Lei de Contravenções Penais, 
desse modo, o conceitolegal de guarda responsável de animais: 
Não deixar o animal de companhia/doméstico em liberdade, não 
confiá-lo à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar sem a 
devida cautela “animal perigoso” (art. 31, caput); não abandonar 
na via pública o animal nem confiá-lo a pessoa inexperiente 
(parágrafo único, alínea “a”); não excitar nem irritar o animal, de 
modo a não expor a perigo a segurança alheia (parágrafo único, 
alínea “b”); não conduzir o animal na via pública de modo a expor 
em perigo a segurança alheia (parágrafo único, alínea “c”) . 
 
 
9 
 
4 RESPONSABILIDADES 
 
4.1 Do Proprietário 
Segundo a World Society for the Protection of Animals (WSPA), posse 
responsável implica ao proprietário cuidar da saúde física, psicológica e ambiental do 
animal, zelar pelo seu bem-estar, reduzir o potencial de agressão e prevenir riscos que 
este possa trazer à comunidade tanto do ponto de vista individual quanto coletivo8. 
Em termos práticos, a posse responsável compreende a manutenção do animal 
dentro do espaço doméstico, conceder-lhe espaço e higiene adequados, evitar a 
procriação descontrolada, promover vacinação em tempo oportuno e proporcionar-lhes 
atividades físicas e de interação com as pessoas. 
 Além disso, o animal só deve passear em vias públicas usando coleira e guia, e, 
nestas ocasiões, seu proprietário deve ser o responsável pela limpeza dos excrementos 
deste animal (DOMINGUES, 2012). 
 
4.2 Do Médico Veterinário 
Uma das principais funções do médico-veterinário é atuar de forma preventiva, 
conscientizando a população sobre o bem-estar dos animais e temas relacionados à 
saúde pública (LOSS et al, 2012). 
Um estudo feito no município de Alegre-ES evidenciou que os proprietários de 
cães são carentes de informações sobre a saúde animal e humana. O estudo demonstrou 
que 73% dos entrevistados levavam o animal regularmente ao veterinário, entretanto, 
apenas 30% dos cães estavam adequadamente vacinados e 39% vermifugados. Além 
disso, 94% dos animais não eram castrados, 92% dos proprietários não souberam 
informar as vantagens da castração e somente 14% dos donos sabiam corretamente o 
conceito de zoonoses (LOSS et al, 2012). 
Estudo feito em Florianópolis-SC verificou que muitos veterinários não 
reconhecem seu papel como agentes de saúde pública, atuam de forma precária na 
difusão de informações sobre zoonoses e raramente notificam as doenças e agravos 
(MEDITSCH, 2006). 
A guarda responsável se configura como uma das principais práticas de 
promoção de bem-estar animal e está diretamente relacionada ao papel do médico-
veterinário na sociedade. O conhecimento técnico do veterinário possibilita a difusão de 
informações sobre as necessidades básicas para a manutenção de uma relação saudável, 
10 
 
tanto para os animais quanto para os seus proprietários, independente do senso comum 
que é, muitas vezes, equivocado (SILVANO et al, 2010). 
O médico-veterinário deve exercer diferentes funções. Dentre elas: 
1) Orientar os proprietários sobre os padrões comportamentais da espécie e da raça 
escolhida para que comportamentos normais não sejam interpretados, erroneamente, 
como anormais ou patológicos (LANDSBERG, HUNTHAUSSEN, ACKERMAN, 
2005 apud SILVANO et al, 2010). 
2) Informar sobre cuidados básicos de sanidade animal, visando à prevenção de doenças 
por meio da vacinação e vermifugação. Além disto, o veterinário deve conscientizar o 
proprietário quanto à higiene e o manejo do animal, evitando a ocorrência de zoonoses 
(MEDITSCH, 2006). 
3) Difundir e praticar a esterilização quando a reprodução não for desejada ou como 
medida de controle populacional (THORTON, 1993 apud SILVANO et al., 2010). 
4) Indicar a prática da eutanásia, visando evitar o sofrimento em pacientes terminais ou 
quando a saúde pública é ameaçada (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA 
VETERINÁRIA, 2002). 
 
5) Informar, implementar e incentivar formas de identificação animal, como microchips 
(MATIELI; CURTO, 2009), com o objetivo de incentivar a guarda responsável e 
prevenir o abandono. 
6) Informar aos proprietários sobre a responsabilidade civil que os mesmos têm com 
seus animais. 
7) Atuar como agente de saúde pública, informando à população sobre o risco de 
transmissão de zoonoses (LOSS et al, 2012). 
A medicina veterinária e a população necessitam de profissionais que atuem de 
forma ética, com responsabilidade, cumprindo suas obrigações como médico-veterinário 
e como cidadão (LOSS et al, 2012). 
 
4.3 Do Estado 
O Estado, por ser o detentor da verba pública, exerce um papel essencial no 
combate à guarda irresponsável de animais. No entanto, a obtenção dos resultados 
11 
 
desejáveis, como uma guarda responsável e controle da população de animais errantes, 
só podem ser alcançados com o empenho de todos e não apenas do Estado. 
A guarda irresponsável de animais leva à formação de uma superpopulação de 
animais errantes, o que provoca vários transtornos para a sociedade e para os próprios 
animais. A tentativa para a solução do problema deve estar fundamentada na realização 
de amplas campanhas de educação para a guarda responsável, além da promulgação de 
instrumentos legais que possam efetivar a proteção à fauna por meio da guarda 
responsável. A eutanásia só deve ocorrer em casos irreversíveis de doentes graves ou 
animais muito agressivos (SANTANA; OLIVEIRA, 2006). 
 
12 
 
5 ZOONOSES 
Zoonoses são doenças transmitidas ao ser humano pelos animais. Essa 
transmissão pode ocorrer de forma direta, através do contato com animais infectados, ou 
indireta, por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. Várias infecções 
bacterianas, virais, fúngicas e parasitárias têm sido associadas ao contato com animais, 
pois os organismos infectantes são transmitidos através de vários modos. Infecções por 
agressões de animais são comuns e, frequentemente, requerem tratamento extenso ou 
hospitalização. 
Pelo menos, 60% das doenças infectocontagiosas que afetam os seres humanos e 
cerca de 75% de doenças novas ou emergentes, em todo o mundo, são consideradas 
zoonoses. Isto é resultado da convergência de fatores, com destaque para mudanças 
climáticas, urbanização crescente, invasão humana em zonas selvagens, aumento global 
de viagens e, para animais de companhia, estreitamento da relação com seres humanos 
(DOMINGUES, 2012). 
No presente trabalho iremos abordar a Raiva, uma importante zoonose, destaca-
se que no período de 1990 a 2009, foram registrados no Brasil 574 casos de raiva 
humana, nos quais, ate 2003, a principal espécie agressora foi o cão. A partir de 2004, o 
morcego passou a ser o principal transmissor no Brasil. O número de casos humanos em 
que o cão é fonte de infecção diminuiu significativamente de 50, em 1990, para 
nenhum, em 2008, e dois no Maranhão, em 2009. 
As regiões Norte e Nordeste, no período de 1990 a 2009, foram responsáveis por 
82% dos casos de raiva humana no Brasil, destacando-se Para e Rondônia na região 
Norte; Maranhão, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas no Nordeste; e Minas Gerais no 
Sudeste. (NORMAS TÉCNICAS DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA, 2011). 
 
 
13 
 
6 RAIVA 
 
6.1 Definição 
A raiva e uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus 
presente na saliva e secreções do animal infectado,principalmente pela mordedura. 
Apresenta letalidade de aproximadamente 100% e alto custo na assistência 
preventiva as pessoas expostas ao risco de adoecer e morrer. Apesar de ser conhecida 
desde a antiguidade, continua sendo um problema de saúde pública. 
O vírus da raiva é neurotrópico e sua ação no sistema nervoso central – SNC 
causa quadroclínico característico de encefalomielite aguda, decorrente da sua 
replicação viral nos neurônios. Pertence ao gênero Lyssavirus, da família 
Rhabdoviridae, possui a forma de projétil e seu genoma e constituído por ácido 
ribonucléico – RNA envolvido por duas capas de natureza lipídica. (NORMAS 
TÉCNICAS DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA, 2011). 
 
6.2 Transmissão 
Apenas os mamíferos transmitem e adoecem pelo vírus da raiva. No Brasil, o 
morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre, enquanto o cão, 
em alguns municípios, continua sendo fonte de infecção importante. Outros 
reservatórios silvestres são: macaco, cachorro-do-mato, raposa, gato-do-mato, mão-
pelada, guaxinim, entre outros. 
 A transmissão ocorre quando o vírus contido na saliva e secreções do animal 
infectado penetra no tecido, principalmente através de mordedura e, mais raramente, 
pela arranhadura e lambedura de mucosas e/ou pele lesionada. 
Quanto a suscetibilidade, a infecção é geral para todos os mamíferos. Não se tem 
relatos de caso de imunidade natural nos seres humanos. A imunidade é adquirida pelo 
uso da vacina e a imunidade passiva, pelo uso do soro. (NORMAS TÉCNICAS DE 
PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA, 2011). 
 
6.3 Profilaxia Pré-Exposição 
A profilaxia pré-exposição deve ser indicada para pessoas com risco de 
exposição permanente ao vírus da raiva, durante atividades ocupacionais exercidas por 
profissionais como: 
• médicos veterinários; 
14 
 
• biólogos; 
• auxiliares e demais funcionários de laboratório de virologia e anatomopatologia para 
raiva; 
• estudantes de Veterinária, Biologia e Agrotécnica; 
• pessoas que atuam no campo na captura, vacinação, identificação e classificação de 
mamíferos passíveis de portarem o vírus, bem como funcionários de zoológicos; 
• pessoas que desenvolvem trabalho de campo (pesquisas, investigações 
ecoepidemiológicas) com animais silvestres; e 
• espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em 
áreas de risco. 
Pessoas com risco de exposição ocasional ao vírus, como turistas que viajam 
para áreas de raiva não controlada, devem ser avaliados individualmente, podendo 
receber a profilaxia pré-exposição dependendo do risco a que estarão expostos durante a 
viagem. 
A profilaxia pré-exposição apresenta as seguintes vantagens: 
• protege contra a exposição inaparente; 
• simplifica a terapia pós-exposição, eliminando a necessidade de imunização passiva, e 
diminui o número de doses da vacina; e desencadeia resposta imune secundária mais 
rápida (booster), quando iniciada a pós-exposição. 
Em caso de título insatisfatório, aplicar uma dose de reforço e reavaliar a partir 
do 14º dia após o reforço. 
 
Esquema pré-exposição 
Esquema: 3 (três) doses. 
2. Dias de aplicação: 0, 7, 28. 
3. Via de administração, dose e local de aplicação: 
a) intramuscular profunda, utilizando dose completa, no músculo deltóide ou vasto 
lateral da coxa. Não aplicar no glúteo; e 
b) intradérmica, 0,1ml na inserção do músculo deltóide, utilizando-se seringas de 1ml e 
agulhas hipodérmicas curtas. 
4. Controle sorológico: a partir do 14° dia após a última dose do esquema. 
Observações a respeito do controle sorológico: 
a) interpretação do resultado: são considerados satisfatórios títulos de anticorpos > 
0,5UI/ml. 
15 
 
Em caso de título insatisfatório, isto é, <0,5 UI/ml, aplicar uma dose completa de 
reforço, pela via intramuscular, e reavaliar novamente a partir do 14° dia após a 
aplicação. 
b) profissionais que realizam pré-exposição devem repetir a titulação de anticorpos com 
periodicidade de acordo com o risco a que estão expostos. 
Os que trabalham em situação de alto risco, como os que atuam em laboratório 
de virologia e anatomopatologia para raiva e os que trabalham com a captura de 
morcegos, devem realizar a titulação a cada seis meses. 
Caso o resultado seja <0,5 UI/ml, uma nova dose de vacina deve ser indicada e a 
avaliação sorológica repetida apos 14 dias. Não está indicada a repetição da sorologia 
para profissionais que trabalham em situação de baixo risco como funcionários de pet 
shops e veterinários que trabalham em área de raiva controlada, entre outros. 
c) o controle sorológico (titulação de anticorpos) e exigência indispensável para a 
correta avaliação da pessoa vacinada. 
Observações a respeito do uso da via intradérmica: 
d) A via intradérmica é recomendada pala Organização Mundial de Saúde porque reduz 
o custo do programa, uma vez que são utilizados volumes menores da vacina. No 
entanto, essa via só pode ser utilizada quando: 
- houver pessoal capacitado; 
- houver condições adequadas de armazenamento, porque, após a reconstituição, a 
vacina tem que ser mantida em temperaturas entre 4°C e 8ºC; 
- e for possível agendar um grupo de pessoas para um horário e local predeterminado, 
porque, após a reconstituição, a vacina tem que ser desprezada em, no máximo, 8 horas. 
(NORMAS TÉCNICAS DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA, 2011). 
 
6.4 Profilaxia Pós-Exposição 
É uma das principais medidas do programa de controle da raiva. 
A prevenção de raiva em humanos, após o ferimento por animais (mesmo 
vacinados), fundamenta-se na eliminação do vírus e proteção específica (imunização 
ativa e passiva). 
A eliminação ou a neutralização do vírus deve ser a mais precoce e completa, 
através da limpeza rigorosa de qualquer ferimento produzido por animal. 
A assepsia deve ser feita com água e sabão, evitando curativos compressivos e 
suturas, por impedirem a exposição desejável dos ferimentos (se a sutura for 
16 
 
absolutamente necessária, fazê-la frouxa, permitindo drenagem do ferimento. No caso 
de indicação de soro antirrábico, a sutura deverá ser uma hora após a aplicação do soro 
intralesional). 
Pode-se utilizar soluções antisépticas de conteúdo alcoólico com exceção do 
timerosal (Merthiolate), ao qual o vírus da raiva apresenta resistência. Os cuidados com 
o ferimento incluem a prevenção do tétano sempre que necessário. 
O tratamento preventivo será instituído o mais cedo possível. O tratamento não 
possui eficácia quando instituído dez dias antes do primeiro dia dos sintomas 
(pródromo). 
Entretanto, deve ser iniciado mesmo que tenha decorrido muito tempo após o 
contato. O tratamento está fundamentado de acordo com as características do ferimento 
e nas condições do animal agressor, que deve ser mantido em observação por um 
período de dez dias, sempre que possível (cães, gatos e furões). 
O êxito do tratamento está relacionado com o início precoce da vacinação e cada 
caso deverá ser avaliado pelo médico do posto de saúde, para ser aplicado protocolo 
de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde. 
Não há contra indicação durante a gravidez, nem com qualquer tratamento, 
exceção aos corticosteróides ou outros imunossupressores. 
Não se indica tratamento para contato indireto através de materiais 
contaminados com secreções de animais. 
A transmissão inter humana é rara, mas nos casos de agressão por pessoas com 
sintomas suspeitos de Raiva é indicado tratamento. 
É indicado tratamento nos casos de agressão por animais silvestres, mesmo 
quando domiciliados, independente do tempo que ele resida no domicílio. 
Em todo Brasil a vacina antirrábica humana utilizada é a de cultivo celular sendo 
preconizada o uso de cinco doses nos dias 0, 3, 7, 14 e 28, podendo ou não ser 
necessário o uso do soro antirrábico (SAR). O paciente poderá receber o SAR até a 
terceira dose da vacina antirrábica. (MANUAL DE ZOONOSES, 2009) 
 
17 
 
7 METODOLOGIA 
Para a obtenção dos dados foi utilizado um questionário formulado pela equipe, 
contendoas seguintes questões: qual a procedência do animal, se o animal está com a 
vacinação em dia, em que se baseia sua alimentação, o animal já foi castrado,se já teve 
crias e qual o destino dos filhotes, se possui acompanhamento veterinário regular, se 
pratica exercícios regularmente, uso ou não de guia, se o animal já adquiriu alguma 
zoonose, sem o proprietário possui algum conhecimento sobre posse responsável 
incluindo as suas responsabilidades e as do Estado. 
Os questionários foram respondidos individualmente por cinco pessoas, 
residentes na periferia da cidade São Luís, no bairro da Cidade Operária, nas 
proximidades da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), no período de 16/10 a 
22/10. 
 
18 
 
8 DISCUSSÃO 
 Obtivemos como resultado que 100% dos animais da presente pesquisa foram 
provenientes de doações ou recolhimentos das ruas. 
 Segundo GOMES, 2013, os processos de adoção e venda de animais de 
companhia devem ser capazes de garantir ao animal donos responsáveis e um lar 
adequado, onde ele tenha as suas necessidades etológicas e fisiológicas atendidas 
(DEFENSORES DOS ANIMAIS, 2013; LOSS et al, 2012). Entretanto, se observa que 
muitos cães e gatos são doados sem que seja realizado qualquer acompanhamento que 
propicie uma aquisição responsável. 
As organizações não governamentais (ONGs) protetoras dos animais costumam 
realizar um questionário que possibilita a obtenção de informações sobre a pessoa que 
pretende adotar. Esse questionário também visa orientar melhor o interessado no que diz 
respeito ao tipo de animal que mais combina com o seu estilo de vida assim como todos 
os cuidados e gastos que cães e gatos demandam. 
Além disso, os animais são doados esterilizados e vacinados. Todos esses 
questionamentos buscam tentar garantir ao animal uma guarda responsável. O ideal é 
que toda doação de animais seja realizada sob esses preceitos. 
Ainda sobre o tema de acordo com SANTANA ET AL, 2004, guarda 
irresponsável de animais de companhia resulta no abandono em avenidas, parques, 
imediações de clínicas veterinárias e outros espaços públicos. Os proprietários também 
deixam seus animais nos centros de zoonoses, mesmo sendo informados que o animal 
poderá, futuramente, ser submetido à eutanásia. O abandono de animais têm graves 
consequências e representa sofrimento para os animais abandonados; perigo para a 
saúde pública; aumento dos gastos públicos; superlotação em ONGs e nos CCZs. O 
risco sanitário ocasionado pela superpopulação de animais errantes, formada pela rápida 
reprodução de animais abandonados, chamou a atenção do Estado que vem tentando 
atuar de forma a prevenir o abandono. 
Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 500 
milhões de cães abandonados no mundo. Apenas no Brasil, a OMS estima que existam 
25,21 milhões de cães e 4 milhões de gatos abandonados (BRANDESPIN, 2006). Como 
consequência desse enorme contingente, tem-se a formação de uma superpopulação de 
animais errantes (SANTANA; OLIVEIRA, 2006). Estes animais não têm nenhum tipo 
de controle de vacinação e tratamento de doenças (ANDRADE, 2011), funcionando 
como potenciais transmissores de zoonoses como a raiva e a leishmaniose. Eles também 
19 
 
são responsáveis pela proliferação de ectoparasitas, por agressões, acidentes de trânsito, 
poluição por dejetos, poluição sonora e outras perturbações (BORTOLOTI; 
D’AGOSTINO, 2007). Essa problemática é agravada pelo acelerado grau de reprodução 
de cães e gatos (BORTOLOTI; D' AGOSTINO, 2007). 
De acordo com os resultados, 80% dos animais encontra-se com a vacinação em 
dia, somente 20% possuem exclusivamente a vacinação disponibilizada pelo Governo. 
A vacinação deve ser ampla e acessível, com promoção pelo Estado de várias 
campanhas educativas sobre a importância de vacinar animais de estimação. Além da 
vacinação contra a raiva, a vacinação polivalente também é importante, pois protege 
contra várias outras doenças que acometem os animais e que podem comprometer o seu 
bem-estar. 
A vacinação antirrábica é realizada com sucesso pelos CCZs, por meio de 
campanhas e pelo fornecimento gratuito da vacina aos animais. Por causa disto, o país 
conseguiu reduzir, drasticamente, o número de casos de raiva humana e animal 
(BRASIL, 2012). 
Já as vacinas polivalentes, que fazem parte do esquema obrigatório de vacinação 
de cães e gatos, raramente são fornecidas pelo Estado. O alto custo gerado pela compra 
dessas vacinas inviabiliza a distribuição gratuita tal como se faz na vacinação 
antirrábica. Entretanto, deve-se ressaltar a importância de orientar os proprietários em 
campanhas de guarda responsável e nos próprios centros sobre todas as vacinas que 
fazem parte do esquema vacinal de cães e gatos e não somente a antirrábica. (GOMES, 
2013). 
De acordo com DOMINGUES, 2012, a vacinação contra a raiva nos últimos 12 
meses entre animais domiciliados foi inferior a 40% ficando muito aquém da 
recomendação da OMS de 80% de cobertura vacinal mínima da população canina total. 
A presença do vírus da raiva em diversos tecidos de morcegos reforça a possibilidade de 
transmissão dessa zoonose para animais domésticos, uma vez que, morcegos infectados 
podem apresentar paralisia, ou mesmo, movimentos desconexos, tornando-se presas 
fáceis para cães e gatos, especialmente aqueles cujo acesso as ruas é irrestrito. 
Com relação à alimentação, 60% dos entrevistados relataram que seus animais 
se alimentam de ração e 40% de uma mistura de ração e comida humana. 
A alimentação dos animais de companhia também passou por uma evolução 
visível nas últimas décadas. Na década de oitenta a maioria deles ainda era alimentada 
com os restos de comida de seus proprietários, e poucas indústrias de rações existiam e 
20 
 
investiam no Brasil. Neste ponto, dois fatores contribuíram para a expansão do 
segmento; o poder aquisitivo das populações dos grandes centros aumentou e os 
padrões de consumo se sofisticaram. Por outro lado, a evolução dos hábitos em favor 
dos alimentos industriais está associada a um conjunto de fatores cada vez mais 
difundidos: alimentação sadia, equilibrada e com grande variedade de produtos 
disponíveis no mercado e, principalmente, a praticidade (BORGES,2015). 
Ainda segundo a ANFAL-PET, o Brasil é o primeiro mercado produtor de 
alimentos balanceados para animais de estimação na América Latina e o terceiro no 
mundo. 
Quando o assunto é castração observa-se que 80% das pessoas entrevistadas não 
castraram seus animais. 
Além de evitar crias indesejadas, prevenindo o abandono, a castração reduz a 
probabilidade de certas doenças, como neoplasias mamárias nas fêmeas castradas antes 
do primeiro estro (REZENDE, 2012). Cães e gatos deixam de fugir para se acasalarem, 
reduzindo o risco de agressão às pessoas, de atropelamentos de animais e de 
transmissão venérea de doenças entre eles (BORTOLOTI; D’AGOSTINO, 2007). 
Outra dificuldade encontrada no controle da natalidade por meio de castrações é 
o preço das cirurgias. Uma parcela considerável da população (famílias de baixa renda) 
não tem condições financeiras de arcar com os custos do procedimento. Alguns 
municípios brasileiros já realizam mutirões de castração com a ajuda de veterinários 
voluntários e das prefeituras, que fornecem verba para a compra de material cirúrgico e 
local para a realização das cirurgias. É importante salientar que a implementação de um 
programa de controle populacional deve levar em consideração as características 
socioculturais da região e ser acompanhado de programas educativos de guarda 
responsável (TRIPOLI, 2005). 
Desta forma, corroborando com os achados de DOMINGUES, 2012, que afirma 
que a esterilizaçãofoi encontrada em apenas 19% dos animais, o que demonstrou a 
necessidade de incentivo aos proprietários sobre controle populacional destes animais. 
Segundo a OMS, as atividades isoladas de recolhimento e eliminação de cães e gatos 
não são efetivas para o controle da dinâmica destas populações, sendo necessário, 
portanto, atuar na causa do problema: a procriação animal sem controle. 
É importante ressaltar, assim como GOMES, 2013, que a efetividade de um 
programa de controle populacional não depende somente de campanhas de esterilização, 
mas também da conscientização da sociedade que deve manter seus animais 
21 
 
domiciliados e entender a importância e os benefícios da castração. Os programas de 
esterilização podem potencialmente reduzir a densidade populacional, embora essa 
redução não possa ser observada imediatamente. 
Em 60% dos casos os animais não castrados já deram crias, onde o destino dos 
filhotes foi a adoção, segundo o relato dos entrevistados. 
Em relação ao acompanhamento médico veterinário 100% relataram possuir 
atendimento veterinário regular ou quando há necessidade. 
Somente 40% dos animais participantes da pesquisa realizam atividade física 
freqüente, com a utilização de guia em vias públicas. 
Os exercícios físicos são fundamentais para manter a saúde, o bem estar e a 
forma dos cães. Assim, os donos devem fazer, pelo menos, dois passeios por dia. Além 
disso, é por meio da caminhada que os cachorros definem o seu lugar no grupo familiar, 
aumentam a socialização com outros animais e divertem-se. 
Os exercícios físicos apresentam muitas vantagens como a aceleração do 
metabolismo, que preveni a obesidade, elevam a resistência respiratória, auxiliam na 
digestão dos alimentos, evitam o estresse, mantêm o tônus muscular e as articulações 
flexíveis, entre outros.(ATIVIDADE FÍSICA PARA CÃES, 2015) 
Os exercícios físicos feitos de maneira regular ajudam a evitar o estresse que 
pode se desenvolver no animal, pelo fato de ficar o dia inteiro preso em casa ou mesmo 
sozinho, que é muito comum aos cães, especialmente aqueles que vivem nas grandes 
cidades. Mas não é somente por isso os cães devem praticar exercícios. Vamos pensar 
num cão livre e solto na natureza: será que ele fica aguardando um potinho de ração 
aparecer? Será que ele passa grande parte do dia dormindo? Será que ele que fica 
roendo alguma árvore ou brinquedo para passar o tempo? Temos a certeza de que isso 
não acontece. 
Soltos na natureza os cães têm necessidades básicas, pois precisam caçar para 
sobreviver, e isso não é uma tarefa fácil, passam mais de 10 horas por dia a procura de 
alimento, ou seja, sua estrutura física foi feita para longos e extenuantes exercícios e 
ainda a passar horas farejando. 
Os benefícios para os animais são diversos dentre eles: 
 Alívio do estresse: infelizmente este problema tem afetado demais os cães, 
talvez pela convivência excessiva com os seres humanos e com a correria 
dos tempos modernos. Com o surgimento do estresse alguns cães ficam 
muito mais agressivos, depressivos, ansiosos e, com isso, muitos deles 
22 
 
desenvolvem distúrbios de automutilação, ficando extremamente grudados 
em seus donos a tal ponto de nem deixarem que outras pessoas possam se 
aproximar. 
 Fortalece o vínculo entre dono e cão: cães que dão seus passeios 
regularmente com seus donos tendem a ser mais cooperativos e aceitam 
melhor os comandos, bem como o treinamento de obediência. 
 Ajuda a manter os cães em forma e com mais saúde: doenças comuns 
entre os cães como a obesidade, dificuldades cardiorrespiratórias, e 
predisposição à diabetes podem ser combatidas ou mesmo evitadas com a 
prática diária de exercícios físicos. 
 Ajuda a evitar a destruição: o procedimento evita que o cão se meta em 
problemas como a destruição de roupas, móveis, portas, jardins e até 
paredes. 
 Traz tranquilidade ao cão: O animal fica bem mais tranquilo, pois o 
exercício ajuda a regular a respiração e fortalece os músculos, melhora 
também a circulação sanguínea, já que provoca uma melhor oxigenação dos 
tecidos ajudando a limpar as células de possíveis toxinas, e ainda 
aumentam a serotonina no organismo, o que torna o peludo mais relaxado e 
feliz. 
 Evita brigas entre os animais da mesma casa: com os passeios regulares 
é possível criar um sentido maior de matilha, e mantendo os animais 
cansados, certamente eles vão pensar duas vezes antes de começar um 
conflito. (OS MELHORES EXERCÍCIOS PARA CÃES, 2015). 
10% dos proprietários negaram que seus animais já contraíram alguma zoonose. 
Somente 40% tem algum conhecimento sobre posse responsável e as suas 
responsabilidades quanto tutores. 
Posse responsável de animais de companhia se configura como uma das práticas 
para promoção do bem-estar animal, sendo de fundamental importância e diretamente 
relacionada ao papel do médico veterinário na sociedade, que fornece subsídios para 
conscientização quanto às necessidades básicas para uma relação saudável tanto para os 
animais, quanto para seus proprietários, independente do senso comum, muitas vezes 
equivocado. O aconselhamento acerca de posse responsável se faz necessário para que o 
abandono deixe de ser um fato comum na sociedade, uma vez que cães e gatos são 
eutanasiados mais por razões comportamentais e por abandonos em abrigos públicos, do 
23 
 
que por todas as causas médicas combinadas (LANDSBERG, HUNTHAUSEN, 
ACKERMAN, 2005). Dentro do contexto de difusão da posse responsável, cabe ao 
médico veterinário: 
1) Definir pontos fundamentais em relação à alimentação característica da 
espécie criada, suprindo demandas metabólicas específicas (CUNNINGHAN, 2004). 
2) Orientar sobre os padrões comportamentais da espécie, para que 
comportamentos normais não sejam equivocadamente interpretados pelos proprietários, 
como disfunções (LANDSBERG, HUNTHAUSEN, ACKERMAN, 2005). 
3) Orientar sobre cuidados básicos de sanidade animal, que são de extrema 
importância, pois envolvem prevenção de doenças por meio de vacinação, 
vermifugação; e quanto à higiene e manejo, evitando a ocorrência de zoonoses 
(NELSON, COUTO, 2006), o que mantém a saúde dos animais e evidencia o papel 
social do médico veterinário. 
4) Difundir e praticar a esterilização, quando a reprodução não é desejada e para 
controle populacional (THORNTON, 1993), quando detectados distúrbios de 
herdabilidade genética para futuras gerações e prevenção de distúrbios já reconhecidos 
como de origem hormonal reprodutiva, como, por exemplo, neoplasias mamárias e 
hiperplasia prostática (FOSSUN, 2002). 
5) Restabelecer a homeostase orgânica, quando a mesma é interrompida, através 
de terapêutica medicamentosa e cirúrgica, fornecendo meios para saúde e longevidade 
dos animais (BIRCHARD, SCHERDING, 2003). 
6) Indicar a prática da eutanásia quando a mesma é justificada como forma de 
evitar sofrimento, em pacientes terminais, ou quando a saúde pública é ameaçada 
(RESOLUÇÃO 714 CFMV, de 20 de junho de 2002). 
7) Implementar formas de identificação, como implantação de “microships”, 
(um pequeno equipamento implantado no tecido subcutâneo que fornece dados relativos 
ao animal como espécie, sexo, idade, raça, pelagem) (HOLMES, 2005). No estado de 
São Paulo, o Registro Geral do Animal (RGA) é obrigatório por lei desde fevereiro de 
2002, e contém as mesmas informações do “microship” (PREFEITURA SP). 
 
 
 
24 
 
9 CONCLUSÃO 
 Os resultados deste trabalho, apesar da pequena mostra, apontam para a 
necessidade de incentivar uma educação ambiental voltada para a posse responsável, 
com a implementação de programas educativos que levem proprietários de animais a 
assumir seus deveres,com o objetivo de diminuir o número de cães errantes e a 
disseminação de zoonoses. 
 
25 
 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANDRADE, W. F. Implantação do centro de controle de zoonoses: Um espaço 
público para o resgate de animais abandonados. Projeto técnico apresentado à 
Universidade Federal do Paraná para obtenção do título de Especialista em Gestão 
Pública. Colombo: Universidade Federal do Paraná, 2011, 33p. Disponível em: 
<http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/26658/ANDRADE,%20WILZ
A%20DE%20FATIMA.pdf?sequence=1>. Acesso em: 09 de outubro de 2015. 
 
Atividade Física para cães. Disponível em: http://www.caesonline.com/atividade-
fisica-essencial-para-a-saude-do-cao/. Acesso em: 21 de novembro de 2015. 
 
BORTOLOTI, R; D'AGOSTINO, R. G. Ações pelo controle reprodutivo e posse 
responsável dos animais domésticos interpretadas à luz do conceito de 
metacontingência. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, v. 3, n. 1, p. 17-
28, 2007. 
 
BORGES, F. M. O, RECENTES AVANÇOS NA NUTRIÇÃO DE CÃES E 
GATOS. 2015. 
 
BRANDESPIN, D. F. Posse responsável e bem-estar animal. In: I Encontro de 
Bioética e Bem-Estar Animal do Agreste Meridional Pernambucano. Garanhuns: 
Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2006. p. 1-3. Disponível em: 
<http://www.uag.ufrpe.br/bioetica/Palestras/Posse%20respons%E1vel.pdf>. Acesso em: 
09 de outubro de 2015. 
 
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. 
Acesso em: 09 de outubro de 2015. 
 
CRMV-GO (CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO 
ESTADO DE GOIÁS). Animais de estimação vão entrar no censo do IBGE. [2013]. 
Disponível em: <http://www.crmvgo.org.br/crmvgo/noticiaVisualizar.php?id=972>. 
Acesso em: 10 de outubro de 2015. 
 
DEFENSORES DOS ANIMAIS. Como selecionar o adotante de um animal. [2013]. 
Disponível em: <http://defensoresdosanimais.wordpress.com/publicacoes/como-
proceder/como-selecionar-o-adotante-de-um-animal/>. Acesso em: 10 de outubro de 
2015. 
 
DOMINGUES, L. R. Posse Responsável de cães e gatos na área urbana do 
município de Pelotas, RS, Brasil. Pelotas/RS, Novembro de 2012. Disponível em: 
http://www.epidemio-ufpel.org.br/uploads/teses/DISSERT%20Lidice.pdf. Acesso em: 
10 de outubro de 2015. 
 
FIOCCO, A. População de gatos crescerá 8% em 2012; a de cães 4%. Folha de S. 
Paulo, São Paulo, 26 jul. 2012. F5. Disponível em: 
<http://f5.folha.uol.com.br/bichos/1122747-populacao-de-gatos-crescera-8-em-2012-a-
de-caes-4.shtml>. Acesso em: 10 de outubro de 2015. 
26 
 
 
GUERIN, K. Programa permanente de controle reprodutivo de cães e gatos no 
Município de São Paulo. In: Programa Permanente de Controle Reprodutivo de 
Cães e Gatos Relacionando o Impacto na Sociedade. Trabalho de Conclusão de 
Curso (Graduação) – Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo, 2009. p. 50-52. 
 
GOMES, R. C. M. Revisão da literatura. In: Estudo da dinâmica populacional canina 
e felina e avaliação de ações para o equilíbrio dessas populações em área da cidade 
de São Paulo, SP, Brasil. [Tese de Doutorado]. Universidade de São Paulo, Faculdade 
de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva 
e Saúde Animal, São Paulo, 2009.p. 53. Disponível em: 
<http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/animalwelfare/TeseRitaFinal.pdf>. Acesso 
em: 10 de outubro de 2015. 
 
LOSS, L. D. et al. Posse responsável e conduta de proprietários de cães no município de 
Alegre-ES. Revista Acta Veterinaria Brasilica, v.6, n.2, p. 105-111, 2012. Disponível 
em: <http://200.137.6.4/revistas/index.php/acta/article/view/2625/5129>. Acesso em: 10 
de outubro de 2015. 
 
MANUAL DE ZOONOSES, Volume I, 1ª Edição, 2009. 
 
MATIELI, L; CURTO, S. Microchip - a identificação eletrônica dos animais. 
UNESC, 2009. Disponível em: 
<http://administradores.com.br/_resources/files/_modules/academics/academics_1804_
2010022818260512eb.pdf>. Acesso em: 09 de outubro de 2015. 
 
MEDITSCH, R. G. M. O médico veterinário da clínica de pequenos animais como 
agente de saúde pública em Florianópolis, SC, Brasil: difusão de informações e 
notificação de zoonoses. In: O médico veterinário, as zoonoses e a saúde pública: um 
estudo com profissionais e clientes de clínicas de pequenos animais em 
Florianópolis, SC, Brasil. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Federal de Santa 
Catarina, Santa Catarina, 2006. p. 29-69. 
 
NORMAS TÉCNICAS DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA, Brasília – DF, 
2011. 
 
OLIVEIRA, B. A. S. et al. Métodos cirúrgicos e não cirúrgicos de contracepção 
masculina em cães. Revista Sinapse Múltipla, Betim, v. 1, n. 1, p. 1-14, jun. 2008. 
Disponível em: 
< http://periodicos.pucminas.br/index.php/sinapsemultipla/article/view/3179/4098>. 
Acesso em: 11 de outubro de 2015. 
 
Os melhores exercícios para cães. Disponível em: 
http://animais.culturamix.com/informacoes/caninos/os-melhores-exercicios-para-caes. 
Acesso: 21 de novembro de 2015. 
 
PINHEIRO JR, O. A. et al. Posse responsável de cães e gatos no município de 
Garça/SP. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, ano III, nº 06, 
2006. ISSN 1679-7353. Disponível em:< 
27 
 
http://www.revista.inf.br/veterinaria06/artigos/artigo04.pdf>. Acesso em: 11 de outubro 
de 2015. 
 
REZENDE, L. F.G., et. al. Perfil dos proprietários de cães e gatos e a prática da guarda 
responsável dos acadêmicos CEULJI-ULBRA. Archives of Veterinary Science, v. 17, 
p.34-36, resumo 012, 2012. Suplemento. 
 
SANTANA ET AL, 2004. Posse Responsável e dignidade dos animais. Disponível em: 
http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/26684-26686-1-PB.pdf. Acesso em: 
11 de outubro de 2015. 
 
SCHOENDORFER, L. M. P. Interação homem - animal de estimação na cidade de 
São Paulo: manejo inadequado e as consequências em saúde pública. 2001. 
[Dissertação de Mestrado]. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 
2001. 
 
SILVANO, D. et al. Divulgação dos princípios da guarda responsável: uma vertente 
possível no trabalho de pesquisa a campo. Revista Eletrônica Novo Enfoque, v.09, 
n.09, p. 64-86, 2010. Disponível em: 
<http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/09/artigos/06.pdf>. Acesso 
em: 11 de outubro de 2015. 
 
SANTANA, L. R. OLIVEIRA, T. P. Guarda Responsável e dignidade dos animais. 
2006. Disponível em: 
http://www.abolicionismoanimal.org.br/artigos/guardaresponsveledignidadedosanimais.
pdf 
Acesso em: 11 de outubro de 2015. 
 
TRIPOLI, 2005. Lei N.º 13.131, 18 DE MAIO DE 2001. Disponível em: 
http://www.al.sp.gov.br/norma/?id=57021. Acesso em: 12 de outubro de 2015.

Outros materiais