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Caso Concreto 03

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I 
CASOS CONCRETOS 
SEMANA: 03 
 
Descrição 
 
Caso 01 
 
Um transeunte anônimo liga para a circunscricional local e diz ter ocorrido um 
crime de homicídio e que o autor do crime é Paraibinha, conhecido no local. A 
simples delatio deu ensejo à instauração de inquérito policial. Pergunta-se: é 
possível instaurar inquérito policial, seguindo denúncia anônima? Responda, 
orientando-se na doutrina e jurisprudência. 
 
Resp. A simples delatio criminis não autoriza a instauração de inquérito 
policial, devendo a autoridade policial, primeiro, confirmar a informação para 
instaurar o procedimento investigatório. Para que o inquérito policial seja 
instaurado, fuce-a necessário adoção dos seguintes procedimento pela 
autoridade policial em caso de “denúncia anônima”: 
 
I - Realizar investigações preliminares para confirmar a credibilidade da 
“denúncia”; 
II - Sendo confirmado que a “denúncia anônima” possui aparência mínima de 
procedência, instaura-se inquérito policial; 
III - Instaurado o inquérito, a autoridade policial deverá buscar outros meios de 
prova que não a interceptação telefônica (esta é a última ratio). 
 
Nesse sentido, veja o que diz Renato Brasileiro: 
 
 
"Diante de uma denúncia anônima, deve a autoridade policial, antes de 
instaurar o inquérito policial, verificar a procedência e veracidade das 
informações por ela veiculadas. Recomenda-se, pois, que a autoridade policial, 
de proceder à instauração formal do inquérito policial, realize uma investigação 
preliminar a fim de constatar a plausibilidade da denúncia anônima. Afigura-se 
impossível a instauração de procedimento criminal baseado única e 
exclusivamente em denúncia anônima, haja vista a vedação constitucional do 
anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, 
nos campos cível e penal." (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo 
Penal. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 129). 
 
A jurisprudência do ordenamento pátrio também é unanime quanto é esse 
entendimento, principalmente nas cortes superiores. Como se pode extrair do 
enunciado 565 do STF. 
“As autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução 
(penal ou disciplinar), apoiando-se, unicamente, para tal fim, em peças 
apócrifas ou em escritos anônimos. É por essa razão que o escrito anônimo 
não autoriza, desde que isoladamente considerado, a imediata instauração 
de “persecutio criminis”. - Peças apócrifas não podem ser formalmente 
incorporadas a procedimentos instaurados pelo Estado, salvo quando forem 
produzidas pelo acusado ou, ainda, quando constituírem, elas próprias, o 
corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no crime de extorsão 
mediante seqüestro, ou como ocorre com cartas que evidenciem a prática de 
crimes contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça ou que 
materializem o “crimen falsi”, p. ex.).(...)”. 
 
2- Tendo em vista o enunciado nº 14 da Súmula Vinculante, quanto ao sigilo do 
inquérito policial, é correto afirmar que a autoridade policial poderá negar ao 
advogado. 
 
a) a vista dos autos, sempre que entender pertinente. 
b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado formalmente. 
c) do indiciado que esteja atuando com procuração o acesso aos depoimentos 
prestados pelas vítimas, se entender pertinente. 
d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados 
no procedimento investigatório. 
 
Resp. Letra (d) 
 
3- Em um processo em que se apura a prática dos delitos de supressão de tributo 
e evasão de divisas, o Juiz Federal da 4ª Vara Federal Criminal de Arroizinho 
determina a expedição de carta rogatória para os Estados Unidos da América, a 
fim de que seja interrogado o réu Mário. Em cumprimento à carta, o tribunal 
americano realiza o interrogatório do réu e devolve o procedimento à Justiça 
Brasileira, a 4ª Vara Federal Criminal. O advogado de defesa de Mário, ao se 
deparar com o teor do ato praticado, requer que o mesmo seja declarado nulo, 
tendo em vista que não foram obedecidas as garantias processuais brasileiras 
para o réu. 
 
Exclusivamente sobre o ponto de vista da Lei Processual no Espaço, a alegação 
do advogado está correta? 
 
a) Sim, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que 
as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas fora do território 
nacional. 
b) Não, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as 
normas processuais brasileiras só se aplicam no território nacional. 
c) Sim, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as 
normas processuais brasileiras podem ser aplicadas em qualquer território. 
d) Não, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que 
as normas processuais brasileiras podem ser aplicas fora no território nacional. 
 
Resp. Letra (b)

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