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Artigo O uso da tecnologia para a segurança do paciente (2008)

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[413]
Artigo de Atualização 
Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(2):413-7. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n2/v11n2a24.htm.
O uso da tecnologia para a segurança do paciente 
The use of technology for the safety of the patient 
El uso de la tecnología en la seguridad del paciente 
Silvia Helena de Bortoli CassianiI, Fernanda Raphael Escobar GimenesII, Aline Aparecida Silva MonzaniIII
I Professor Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Email: shbcassi@eerp.usp.br.
II Mestre em Enfermagem Fundamental e Docente da UNICASTELO. Email: fer_gimenes@yahoo.com.br.
III Mestre em Enfermagem Fundamental. Coordenadora de Auditoria e Central Ativa de Documentos do Hospital Vera Cruz. Email: 
aline.monzani@uol.com.br.
RESUMO 
O processo de utilização de medicamentos é complexo, multidisciplinar e carregado de aspectos psicológicos, 
tornando os erros de medicação frequentes e com sérias consequências para os clientes e organizações 
hospitalares. Neste contexto, a qualidade do cuidado e a segurança dos pacientes assumem papel de relevância 
na literatura nacional e internacional, sendo reconhecida como a Era da Segurança. Como estratégias para a 
redução e prevenção dos erros de medicação, o investimento em tecnologias tem sido amplamente discutido. 
Desta maneira, o texto tem como objetivo discutir a importância do uso da tecnologia para a seguranca dos 
pacientes nos hospitais brasileiros, no que concerne à utilização dos medicamentos. Dentre estas tecnologias, 
discutimos a utilização da prescrição médica eletrônica, dos códigos de barra, da dispensação e distribuição de 
medicamentos por dose unitária e das bombas de infusão “inteligentes”. Investir em tecnologia para aprimorar 
os ambientes de trabalho e a segurança dos pacientes é uma questão que envolve negociação, considerando os 
custos advindos dos erros médicos e dos sistemas de medicação. Tais investimentos podem contribuir com o 
cuidado prestado ao paciente, diminuindo o tempo de internação, além de manter a força de trabalho 
qualificada e satisfeita. 
Descritores: Sistemas de medicação; Tecnologia biomédica; Erros de medicação. 
ABSTRACT 
The process of medicament use is complex, multidisciplinary and full of psychological aspects, making kind of 
frequent the mistakes in medicaments with serious consequences to clients and hospital organizations. In that 
context, the care quality and the safety of the patients take over an important part in national and international 
literature, being recognized as the Safety Era. As reduction and prevention strategies of the mistakes in 
medicaments, the investment in technologies has been widely discussed. Thus, the text aims to discuss the 
importance of using technology for patient safety in Brazilian hospitals, concerning the use of medications. 
Among these technologies, we will discuss the use of computerized physician order entry, bar codes, dispensing 
and distribution of medicines by unit-dose and the “smart pumps”. Investing in technology to improve the 
working environments and patient safety is an issue that involves negotiation, considering the costs arising 
from medical errors and medication systems. Such investments can help with the care provided to patients, 
reducing the time of admission, in addition to keeping the workforce skilled and satisfied. 
Descriptors: Medication systems; Bbiomedical technology; Medication errors. 
RESUMEN 
El proceso de utilización de medicamentos es complejo, multidisciplinar y cargado de aspectos psicológicos, 
tornando los errores de medicación frecuentes y con serias consecuencias a los clientes y las organizaciones 
hospitalares. En este contexto, la calidad del cuidado y la seguridad de los pacientes asumen un papel 
importante en la literetura nacional e internacional, siendo reconocida como la Era de la Seguridad. Como 
estrategias a la reducción y prevención de los errores de medicación, la inversión en tecnología ha sido 
ampliamente discutida. Así, el texto tiene como objetivo discutir la importancia de utilizar la tecnología para la 
seguridad de los pacientes en hospitales de Brasil, sobre el uso de medicamentos. Entre estas tecnologías, 
analizar el uso de la prescripción médica electrónica, códigos de barras, la distribución y dispensación de la 
unidad de dosis de drogas y la bomba de infusión "inteligente". Invertir en tecnología para mejorar los entornos 
de trabajo y la seguridad de los pacientes es una cuestión que implica la negociación, teniendo en cuenta los 
costes derivados de los errores médicos y los sistemas de medicación. Estas inversiones pueden ayudar a la 
atención prestada a los pacientes, reducir el tiempo de admisión, además de mantener la mano de obra 
calificada y satisfecha. 
Descriptores: Sistemas de medicación; Tecnología biomédica; Errores de medicación. 
[414]
Cassiani SHB, Gimenes FRE, Monzani AAS. O uso da tecnologia para a segurança do paciente. 
Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(2):413-7. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n2/v11n2a24.htm.
INTRODUÇÃO
Várias são as questões de ordem estrutural 
presentes hoje na realidade de muitos países no que 
concerne ao setor saúde, tais como as mudanças 
demográficas decorrentes do envelhecimento e do 
declínio imediato ou futuro da população 
economicamente ativa, as dificuldades de 
equacionamento do financiamento e gastos públicos, 
o diferente desenvolvimento econômico das nações, 
a internacionalização da economia e da indústria, a 
avaliação do custo/eficácia e contenção de gastos no 
setor saúde bem como as alterações significativas 
nas tecnologias disponíveis nos cuidados médicos 
alterando o perfil de provisão de serviços com 
impactos na criação de novas demandas e 
necessidades de financiamento(1).
A qualidade do cuidado e a segurança dos 
pacientes, nesse contexto, assumem papel de 
relevância, sendo reconhecida como a Era da 
Segurança. A Organização Mundial da Saúde, por 
meio da Resolução WHA 55.18, requer que os 
Estados Membros voltem a sua atenção à segurança 
dos pacientes, que desenvolvam normas e padrões 
globais, que promovam um quadro de políticas 
baseadas em evidências e mecanismos para 
reconhecer a excelência na segurança do paciente 
internacionalmente e que encorajem a pesquisa. 
Ainda, em resolução, informa que o problema 
não é novo e que, embora os sistemas de saúde 
difiram de um país para outro, as ameaças à 
segurança do paciente têm causas e soluções 
freqüentemente similares. Informa, também que “A
situação dos países em desenvolvimento e daqueles 
em fase de transição econômica merecem atenção 
particular por vários motivos: qualidade dos 
medicamentos, abastecimento, desempenho ruim de 
pessoal devido à falta de motivação, habilidades 
técnicas insuficientes e falta de financiamento dos 
custos operacionais essenciais dos serviços de saúde. 
Havendo, portanto, probabilidade dos eventos 
adversos serem muito maiores em detrimento das 
nações industrializadas”. 
De acordo com o relatório “To Err is human”, 
publicado em 1999 pelos Institutos Americanos de 
Medicina, cerca de 44.000 a 98.000 pacientes 
morrem a cada ano naquele país devido às 
iatrogenias médicas e que 7.000 delas estão 
relacionadas aos erros de medicação(2).
A morbi-mortalidade relacionada ao uso de 
medicamentos tem custado mais de $136 bilhões por 
ano aos Estados Unidos, sendo que 60% destes 
custos poderiam ter sido evitados(3).
Os erros de medicação podem ocorrer em 
qualquer etapa da terapia medicamentosa, quais 
sejam: prescrição, transcrição, dispensação e 
distribuição, preparo e administração e 
monitorização. 
Supõe-se que, nos países em desenvolvimento, 
mais especificamente no Brasil, a frequência dos 
erros de medicação seja ainda maior por diversos 
motivos, quais sejam: a falta de políticas sérias 
capazes de regulamentara utilização dos 
medicamentos disponíveis atualmente no mercado, a 
incapacidade dos órgãos públicos em identificarem e 
gerenciarem informações acerca das reações 
adversas aos medicamentos e a falta de incentivo aos 
profissionais em notificarem os eventos adversos e os 
erros de medicação, problema este ligado a cultura 
de punição da grande maioria das instituições de 
saúde.
Mas, por que os erros de medicação ocorrem? A 
abordagem atual dos erros focaliza o problema no 
sistema e não simplesmente em responsabilizar os 
profissionais pelos erros. Ambientes de trabalho que 
prezam pela segurança dos pacientes são aqueles 
que educam seu pessoal, criam uma cultura em que 
a culpa não tem lugar, simplificam e padronizam 
processos e introduzem a verificação constante a fim 
de interceptar os possíveis erros antes que eles 
atinjam o paciente(4).
Nós não podemos mudar a condição humana, 
mas nós podemos mudar as condições em que os 
humanos trabalham. Portanto, as pessoas precisam 
entender que os erros são sintomas de um sistema 
doente e que os esforços para a prevenção devem 
estar focados nas fraquezas deste sistema, e não nos 
indivíduos(5).
Várias são as medidas já referenciadas na 
literatura como estratégias para a redução e 
prevenção dos erros de medicação nas instituições 
hospitalares, sendo uma delas o investimento em 
tecnologias tais como a implantação da prescrição 
médica eletrônica, do código de barras, da 
automatização da dispensação e do sistema de 
dispensação de medicamentos por dose unitária, 
além do uso de bombas de infusão “inteligentes”(6).
Sendo assim, este texto tem como objetivo 
discutir a importância do uso da tecnologia nos 
hospitais brasileiros e a segurança dos pacientes, no 
que concerne à utilização dos medicamentos. 
A PRESCRIÇÃO MÉDICA ELETRÔNICA NA 
SEGURANÇA DO PACIENTE 
As prescrições médicas eletrônicas são aquelas 
nas quais se utiliza um sistema computadorizado, de 
digitação, seguindo um modelo de disposição de 
dados. Elas podem variar em seu formato, desde 
sistemas bem estruturados e que alertam o prescritor 
quanto às alergias, interações medicamentosas e 
doses máximas, até sistemas mais simples onde as 
informações são digitadas pelo médico ou transcritor 
e enviadas diretamente, ou por fax, à Farmácia(7).
Elas ampliam a segurança dos medicamentos 
porque são mais estruturadas, legíveis e muitas 
informações podem ser fornecidas ao prescritor 
durante elaboração da prescrição. Além de 
[415]
Cassiani SHB, Gimenes FRE, Monzani AAS. O uso da tecnologia para a segurança do paciente. 
Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(2):413-7. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n2/v11n2a24.htm.
possibilitarem que o erro seja corrigido no momento 
da digitação sem que, para isso, haja rasuras ou 
rabiscos, os quais dificultam ainda mais o seu 
entendimento(8).
Apesar de algumas pesquisas demonstrarem as 
suas vantagens, como a redução dos erros em mais 
da metade, a maioria dos hospitais no mundo nao 
adota esta tecnologia devido aos altos custos 
referentes à implementação e manutenção do 
sistema. Dados de um estudo realizado em hospital 
americano revelaram valores na ordem de US$ 1,9 
milhões para implementá-lo e cerca de US$ 
500.000/ano para mantê-lo(9).
Estudo brasileiro, realizado em 2005, analisou 
1.425 prescrições médicas em cinco hospitais, todos 
membros da Rede Sentinela da Anvisa. No entanto, 
apenas um hospital apresentava o sistema 
computadorizado de prescrições e os medicamentos 
eram todos prescritos pelo nome genérico. Embora o 
sistema de prescrição nesse hospital seja 
computadorizado, ele permite que o médico 
prescreva medicamentos manualmente, 
principalmente nos casos onde o estado geral do 
paciente é alterado, necessitando acrescentar novos 
fármacos ou suspender outros(10).
Apesar do sistema computadorizado de 
prescrições representar um grande avanço dentro 
das estratégias utilizadas para minimizar erros 
decorrentes de prescrições mal formuladas, ele não 
erradica a possibilidade de ocorrência de erros de 
medicação, visto que outros podem surgir.
UTILIZAÇÃO DE CÓDIGOS DE LEITURA POR 
MÁQUINAS NA IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
A administração de medicamentos a pacientes 
errados é um dos erros de medicação que 
frequentemente ocorre nos hospitais, tendo como 
uma de suas causas falhas na identificação dos 
pacientes. Este problema poderia ser minimizado 
simplesmente com o uso de pulseiras de 
identificação. No entanto, estudos revelaram que, 
apesar dos pacientes apresentarem tais pulseiras, os 
erros ainda ocorriam(11).
Uma maneira eficiente de resolver este problema 
seria a utilização de códigos de leitura óptica por 
máquinas, ou seja, a implantação do código de barra. 
A tecnologia de códigos de barra tem sido 
amplamente utilizada nas indústrias, e alguns 
hospitais americanos já a tem implantado com 
sucesso, estando ela relacionada a uma redução de 
80% nos erros de administração de medicamentos. 
Além de permitir que se tenha certeza de que o 
medicamento em mãos é, de fato, o prescrito 
podendo também registrar quem administrou e quem 
recebeu em vários intervalos de tempo(8).
Os códigos de barra são mais rápidos do que os 
olhos humanos e também mais precisos, permitindo 
a ocorrência de menos de um erro para cada mil 
leituras. Além disso, não se cansam ou se 
distraem(12).
A Comissão de Acreditação Hospitalar Americana 
requer como meta número um das instituições a 
melhoria da exatidão da identificação de pacientes. 
Em fevereiro de 2004, o Food and Drug Aministration
estipulou o prazo final para que as indústrias 
acrescentem código de barras nos medicamentos. 
A desvantagem desta tecnologia é o seu alto 
custo, estimado na ordem de U$ 200.000 dólares a 
U$ 1 milhão, dependendo do tamanho do hospital. 
Ressalta-se, ainda, a importância de manter o 
sistema atualizado para que a transmissão dos dados 
das pulseiras dos pacientes e dos medicamentos 
ocorra eficientemente para o sistema computacional. 
A AUTOMATIZAÇÃO DA DISPENSAÇÃO E O 
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE 
MEDICAMENTOS POR DOSE UNITÁRIA 
A implantação de um sistema de dispensação de 
medicamentos seguro, organizado e eficiente é 
essencial para a redução de custos e para assegurar 
que a prescrição médica seja seguramente cumprida. 
Desta maneira, um sistema de dispensação 
apropriado é um aliado importante na prevenção e na 
redução dos erros de medicação, uma vez que 
diminuem as oportunidades de erros durante a 
dispensação das doses na farmácia(13).
Além disso, o envolvimento atento do 
farmacêutico na dispensação, bem como sua função 
educativa, é de valia no suprimento de informações 
ao médico assistente ou ao corpo clínico da 
instituição, representando uma das últimas 
oportunidades de identificar, corrigir ou reduzir 
possíveis riscos associados à terapêutica. Suas 
responsabilidades, no momento da dispensação, são 
múltiplas, envolvendo questões de cunho legal, 
técnico e clínico(14). No entanto, no Brasil, o 
farmacêutico hospitalar não está presente em 25% 
das farmácias hospitalares brasileiras(15).
Estudo realizado em quatro hospitais brasileiros
identificou que, pelo menos, 90% dos medicamentos 
eram distribuídos por meio do sistema 
individualizado, e que nenhum deles apresentava o 
sistema de dose unitária(16).
A distribuição por dose individualizada diminui os 
prejuízos financeiros à instituição causados por 
vencimento das datas de validade, acondicionamento 
inadequado, pelo distanciamento entre o gasto com a 
aquisição e recebimento pelo uso do medicamento, 
sem falar na menor probabilidade de ocorrer erros na 
administração devido à grande disponibilidade e 
variedade de medicamentos(1). No Brasil, 34,8% dos 
hospitais fazem uso deste sistema(17).
No sistema de dose unitária, o fármaco é 
dispensadona dose exata de acordo com a prescrição 
médica, não requerendo manipulação e/ou 
reconstituição do medicamento pela equipe de 
[416]
Cassiani SHB, Gimenes FRE, Monzani AAS. O uso da tecnologia para a segurança do paciente. 
Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(2):413-7. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n2/v11n2a24.htm.
enfermagem e nem realização de cálculos 
matemáticos. Este sistema permite que a equipe de 
enfermagem administre a dose correta, minimizando 
os riscos de eventos adversos, além de minimizar o 
tempo gasto pelos profissionais com o preparo das 
drogas. 
O USO DE SISTEMAS “INTELIGENTES” DE 
BOMBAS DE INFUSÃO 
Apesar das diversas tecnologias implementadas 
nas instituições hospitalares terem demonstrado 
redução significativa dos erros de medicação, elas 
têm apresentado pouco ou nenhum impacto nos 
erros associados à administração intravenosa de 
medicamentos. Estas iatrogenias podem resultar em 
graves eventos adversos aos pacientes(6). Os 
problemas com dispositivos de infusão, sozinhos, são 
responsáveis por, aproximadamente, 35% de todos 
os erros de medicação(18).
Uma solução plausível, de acordo com a 
literatura, seria a utilização de um sistema de 
bombas de infusão “inteligentes”, a qual tem se 
mostrado capaz de detectar muitos dos erros 
envolvendo a administração de medicamentos por via 
intravenosa, além de ter o potencial de reduzir as 
freqüências de erros graves. 
As bombas de infusão “inteligentes”, geralmente 
têm a habilidade de fornecer as seguintes vantagens: 
(a) apresenta uma espécie de biblioteca “on-board”
com informações acerca do medicamento; (b) auxílio 
do fabricante com a execução do sistema; (c) 
contínua exposição do fármaco, da dose prescrita, e 
de todos os cuidados com a administração do 
medicamento, com limites para doses insuficientes 
ou sobre-doses; e (d) uma série de alertas de 
registros da administração dos medicamentos e 
ações corretivas que devem ser tomadas(19).
Os fabricantes destas bombas “inteligentes” 
afirmam que elas podem reduzir um erro 
potencialmente fatal a cada 2.6 dias em um hospital 
de 350 leitos(20).
Nos Estados Unidos, 41% dos hospitais já fazem 
uso desta tecnologia(20), todavia, no Brasil, estas 
bombas ainda não estão presentes na grande maioria 
das instituições hospitalares. 
CONCLUSÃO 
Sabe-se que incorporar avanços tecnológicos no 
cuidado direto ao paciente não é tarefa fácil para a 
equipe de saúde. Entretanto, todos reconhecem que 
são ferramentas fundamentais a serem utilizadas na 
redução dos erros e, consequentemente, na 
prevenção de eventos adversos, melhorando a 
qualidade e a segurança do cuidado prestado ao 
paciente hospitalizado. 
Estas inovações tecnológicas são possíveis, 
executáveis e com custo-benefício efetivo. As 
organizações de saúde devem fazer uma análise 
sistemática do processo de medicação, identificando 
suas vulnerabilidades, com o intuito de implantar 
medidas efetivas para sanar seus problemas. A 
implantação efetiva destes processos, além da 
atenção especial em cada etapa do sistema de 
medicação pode levar a mudanças significativas e 
com resultados positivos na redução dos erros, 
garantindo mais segurança aos pacientes. 
Investir em tecnologia para aprimorar os 
ambientes de trabalho e a segurança de pacientes é 
uma questão que envolve negociação, considerando 
os custos advindos dos erros médicos e dos sistemas 
de medicação. Tais investimentos podem contribuir 
com o cuidado prestado ao paciente, diminuindo o 
tempo de internação, além de manter a força de 
trabalho qualificada e satisfeita. 
REFERÊNCIAS 
1. Silva AEBC. Análise do sistema de medicação de 
um hospital universitário do Estado de Goiás
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Enfermagem/USP; 2003. 155p. 
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meets patient safety. JAMA. 2002;288(4):501-7. 
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Washington: National Academy of Institute of 
Sciences; 2000. 
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Outlook. 2003;51(3):S21-4. 
5. Reason J. Human error: model and management. 
BMJ. 2000;320(7237):768-70. 
6. Rothschild JM, Keohane CA, Cook EF, Orav EJ, 
Burdick E, Thompson S, et al. A controlled trial of 
smart pumps to improve medication safety in 
critically ill patients. Crit Care Med. 2005;33(3):533-
40. 
7. Freire CC, Gimenes FRE, Cassiani SHB. Análise da 
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um hospital universitário. Medicina (Ribeirão Preto). 
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8. Bates DW. Using information technology to reduce 
rates of medication errors in hospitals. BMJ. 
2000;320(7237):788-91. 
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informations events on medical care. In: Proceedings 
of the 1996 HIMMS Annual Conference. Chicago: 
Healthcare Information and Management Systems 
Society; 1996. p.1-9. 
10. Gimenes FRE. A segurança de pacientes na 
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prescrição médica nos erros de administração de 
medicamentos em unidades de clínica médica 
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Enfermagem/USP; 2007. 114p. 
11. Miasso AI, Cassiani SHB. Erros na administracao 
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Cassiani SHB, Gimenes FRE, Monzani AAS. O uso da tecnologia para a segurança do paciente. 
Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(2):413-7. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n2/v11n2a24.htm.
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20. Ritter T. Perspectives from ECRI: Infusion pump 
error reduction. J Clin Eng. 2005;30(2):81-2. 
Artigo recebido em 15.07.08. 
Aprovado para publicação em 25.05.09.

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